Daniel Tercílio Carniel, apresentador da TV Adesso, de Garibaldi (RS), foi agredido com socos e pontapés em frente à redação na última sexta-feira (14/1). Com o rosto ensanguentado, ele apareceu no programa que apresenta para mostrar ao público o estado em que se encontrava.

“Me pegaram de tocaia assim que eu chegava na TV. Ele me pediu meu nome e começou me agredir. A Brigada Militar vai passar o caso para a Polícia Civil. Não deve ser alguém de Garibaldi, mas foi contratado por alguém daqui”, disse Daniel ao Sindicato dos Jornalistas do RS (Sindijors).

O apresentador acredita que a agressão está relacionada a uma denúncia que fez no começo do mês. Daniel revelou o caso de um ex-prefeito que inaugurou um poço artesiano no município, durante campanha, e, até hoje, a estrutura não disponibiliza água. “40 famílias estão sem água”, disse ele.

Desde então, o jornalista diz ter recebido mensagens estranhas e ameaças: “Não posso afirmar que seja isso, mas é a única coisa que deu uma grande repercussão na cidade. Eu não tenho problema com ninguém”.

Em nota conjunta, o Sindijors e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) prestaram solidariedade a Daniel e declararam que “é preciso dar um basta em qualquer tipo de violência, seja por meio de agressões físicas, ou, também, com tentativas de censura, cerceamento do trabalho da imprensa e constrangimento e assédio moral aos profissionais que estão trabalhando para fortalecer a democracia deste país”.

As entidades destacam um relatório de 2020 publicado pela Fenaj que apontou um aumento de 105,77% no número de casos de violência contra jornalistas em relação ao ano anterior. Um novo relatório será publicado em breve, trazendo o cenário de 2021, que, segundo a entidade, “deve ter números iguais ou piores do que os do ano passado”.

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