Pesquisa ESPM/J&Cia

O portal dos jornalistas divulga o estudo A Inteligência Artificial para Jornalistas Brasileiros, realizado pelo grupo de pesquisa Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas − ESPM, formado por professores do curso de Jornalismo da ESPM-SP, com parceria, apoio e divulgação do Jornalistas&Cia. A pesquisa foi publicada na edição especial em comemoração ao Dia do Jornalista.

Seus objetivos são identificar o nível de conhecimento da inteligência artificial generativa por jornalistas atuantes no País e conferir o grau de conhecimento e de utilização de suas ferramentas na produção e nos negócios jornalísticos, bem como as preocupações que envolvem seu uso na atividade profissional. Os nomes dos participantes são mantidos em sigilo, e os dados obtidos serão utilizados para trabalhos acadêmicos e para a produção de notícias sobre o tema no J&Cia.

A pesquisa tem duas fases. Na primeira, realizada de dezembro de 2023 a fevereiro deste ano, 423 jornalistas de todo o País responderam a um questionário online, com perguntas em escala Likert (com alternativas de discordância a concordância total com as questões). Entre os respondentes, há profissionais das cinco regiões brasileiras, de 21 das 27 unidades da Federação, de diferentes faixas etárias, áreas de atuação, funções e vínculos empregatícios.

Os resultados iniciais da pesquisa mostram que a inteligência artificial não é algo desconhecido para os jornalistas. Diante da questão “Conheço o que é inteligência artificial e como ela se relaciona com o jornalismo”, 86,5% dos respondentes concordam parcial ou totalmente com a afirmação. Os números mostram que a grande maioria acredita conhecer IA e saber como ela se relaciona com o jornalismo. Se considerarmos apenas o índice de concordância total (38,7%), os dados indicam que quase quatro em cada dez profissionais acreditam ter grande conhecimento dessa tecnologia e de suas relações com a profissão.

Do total de jornalistas participantes da pesquisa, 7,1% não concordam nem discordam com a afirmação, o que aponta neutralidade. Discordam parcialmente 4,7%, e apenas 1,7% discorda totalmente. A soma das taxas de discordância mostra que apenas uma pequena parcela dos respondentes (6,4%) desconhece a IA.

Porém, a percepção não é uniforme nas diferentes faixas etárias. O nível de conhecimento diminui conforme a idade dos jornalistas aumenta. O índice de concordância (parcial ou total) sobre o conhecimento de IA chega a 93,2% entre os jornalistas de 25 a 34 anos (percentual mais alto). Nessa faixa etária a taxa de discordância é zero, o que significa que nenhum jornalista diz desconhecer IA. Entre os profissionais de até 24 anos, a taxa de conhecimento é de 84%.

Conforme a faixa etária sobe, a partir dos 35 anos, a taxa de concordância oscila de 85,4% a 88%, até atingir seu patamar mais baixo entre os profissionais de 65 anos ou mais, com 76,4%. Nesta última faixa está também o maior índice de discordância (parcial ou total) com a afirmação, 10,9%, o que mostra que o desconhecimento sobre IA é maior entre os jornalistas mais velhos. A taxa de discordância sobe à medida que a idade avança.

discordo totalmente – 7 (1,7%)

discordo parcialmente – 20 (4,7%)

não concordo nem discordo – 30 (7,1%)

concordo parcialmente – 206 (48,7%)

concordo totalmente – 160 (37,8%)

Destaques por faixa etária

De 25 a 34 anos

discordo totalmente – 0

discordo parcialmente – 0

não concordo nem discordo – 5 (6,8%)

concordo parcialmente – 36 (48,6%)

concordo totalmente – 33 (44,6%)

65 anos ou mais

discordo totalmente – 1 (1,8%)

discordo parcialmente – 5 (9,1%)

não concordo nem discordo – 7 (12,7%)

concordo parcialmente – 28 (50,9%)

concordo totalmente – 14 (25,5%)

Segunda fase

A pesquisa A Inteligência Artificial para Jornalistas Brasileiros terá uma segunda fase, que consistirá em entrevistas abertas, qualitativas, com o propósito de aprofundar respostas relativas ao uso de ferramentas de inteligência artificial na prática jornalística. Os jornalistas serão selecionados por representatividade de perfil. Ao todo, 254 (60%) dos respondentes da primeira fase manifestaram interesse em participar das entrevistas, que serão realizadas nos próximos meses.

Responsável pelo estudo, o grupo de pesquisa Tecnologias, Processos e Narrativas Midiáticas − ESPM é formado pelos jornalistas Antonio Rocha Filho, Cicélia Pincer, Edson Capoano, Maria Elisabete Antonioli e Patrícia Rangel, professores do curso de Jornalismo da ESPM-SP. No J&Cia, a coordenação dos trabalhos referentes à pesquisa é do diretor Eduardo Ribeiro e do editor executivo Wilson Baroncellli.

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