Teve início nessa segunda-feira (8/4) o julgamento de 27 pessoas envolvidas no escândalo Panama Papers, investigação jornalística de 2016 publicada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que denunciou um grande esquema de evasão fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo personalidades do mundo inteiro através do extinto escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca.

O julgamento ocorre oito anos após a investigação do ICIJ, que envolveu cerca de 376 jornalistas de 76 países. O Panama Papers vazou em 2016 cerca de 2,6 TB de informações confidenciais sobre mais de 210 mil paraísos fiscais offshore, de autoria do escritório Mossack Fonseca.

O caso revelou que chefes de Estado e de Governo, líderes políticos, personalidades das finanças, do esporte e das artes ocultaram propriedades, empresas, bens e lucros através da criação de empresas de fachada e contas bancárias em outros países onde poderiam esconder o dinheiro.

Entre os réus estão os fundadores do escritório, Jürgen Mossack e Ramón Fonseca Mora, acusados de lavagem de dinheiro, além de outros advogados e ex-funcionários do extinto escritório. As audiências continuarão até 26 de abril. O julgamento estava marcado para 2021, mas foi adiado.

O Panama Papers causou grande impacto no mundo todo. Alguns premiês de países ao redor do globo citados na investigação renunciaram aos seus cargos. O caso também gerou milhares de investigações e protestos, além da aplicação global de regras mais rígidas relacionadas a offshores.

O caso Panama Papers venceu o Prêmio Pulitzer na categoria reportagem explicativa.

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