O Google anunciou na segunda-feira (24/5) novidades sobre o Google News Showcase, que aqui no Brasil é chamado de Destaques. Agora, os leitores do Google Notícias em desktops poderão acessar os Destaques, e novos veículos brasileiros foram incluídos na plataforma. Além disso, os editores de publicações parceiras podem adicionar mais contexto a suas matérias, incluindo links em assuntos relacionados à história principal.
No Brasil, o número total de veículos parceiros chega perto de 50, incluindo novas publicações como Carta Capital, Exame, IstoÉ Dinheiro e R7, e outras pequenas e médias que atuam com foco em jornalismo local e regional. Entre os parceiros estão A Crítica (AM), A Tarde (BA), A Tribuna (Santos/SP), Correio do Povo (RS), Diarinho (SC), Diário do Nordeste (CE), Diário do Rio (RJ), Jornal do Commercio (PE), Jornal do Tocantins (TO), ND Mais (SC), O Liberal (PA), O Povo (CE), Tribuna Independente (AL) e Tribuna de Minas (MG).
Anunciado no Brasil em outubro do ano passado, o Google News Showcase é um programa de licenciamento que paga a veículos jornalísticos para que eles tragam suas informações para os produtos de notícias do Google. Ele já opera nos mercados de Reino Unido, Austrália, Alemanha, Brasil, Argentina, Itália, República Tcheca e Índia.
O Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) realizou a pesquisa Mídia, Sistema de Justiça Criminal e Encarceramento: narrativas compartilhadas e influências recíprocas, sobre a cobertura jornalística da justiça criminal. Os dados obtidos indicam que a imprensa influencia advogados, juízes e promotores, o que justifica a importância de se discutir a relação entre jornalismo e justiça.
O estudo, apresentado em um seminário no canal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no YouTube, analisou 474 notícias de 63 veículos de informação e 681 sentenças judiciais no período de 2017 e 2018. Os resultados indicaram que em 25% das matérias analisadas não havia fontes de informação, apenas em 33% delas havia mais de uma fonte e em três em cada quatro matérias sobre casos criminais no Brasil (cerca de 74%) são apresentados apenas argumentos da acusação.
A pesquisa analisou também, entre outros aspectos, as características gerais do consumo de mídia e das notícias sobre o tema. Em diversos casos analisados, por exemplo, a cobertura jornalística da justiça criminal foi pautada por racismo, preconceito e pressão por punição.
O diagnóstico permite traçar propostas formativas tanto para os diferentes atores do sistema de justiça, quanto para a própria mídia, para a compreensão do papel compartilhado desses agentes no fenômeno do encarceramento em massa e da superpopulação carcerária.
O Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji está com inscrições abertas para a sua 16º edição.
O 16º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji será de 23 a 29 de agosto deste ano. Com inscrições abertas a partir de julho, o evento será novamente realizado de forma remota em razão da pandemia. Na programação, de 23 a 27/8, terá painéis, cursos e debates. Em 28/8, será realizado o VIII Seminário de Pesquisa e, em 29/8, o 3º Domingo de Dados.
Durante o evento algumas palestras serão gravadas e outras transmitidas ao vivo. Os nomes dos palestrantes serão divulgados em junho nas redes sociais da Abraji.
O congresso terá painéis sobre técnicas de reportagem, novas iniciativas jornalísticas, modelos de negócio e temas relevantes para o jornalismo nacional e internacional. Debates como ameaças à democracia, segurança de jornalistas e questões sociais também farão parte da programação.
Em versão digital, o sábado será reservado para discutir pesquisas acadêmicas na área e trabalhos de conclusão de curso. O Domingo de Dados foi idealizado para treinar jornalistas e estudantes em ferramentas disponíveis para fazer reportagens com auxílio de banco de dados, desde como lidar com planilhas gigantes e entender como as bases funcionam, passando pelas linguagens de programação como R, Python e SQL, além de estatística para jornalistas.
Dividido nas categorias proteja suas contas, phishing, segurança do dispositivo, comunicações criptografadas, uso seguro da internet e cruzando fronteiras, o documento alerta que o profissional de imprensa deve ter consciência das informações que estão sob sua responsabilidade e do que poderia acontecer caso elas fossem roubadas.
Para que o jornalista possa entender as ameaças e a probabilidade de tornar-se alvo, o CPJ orienta pesquisar os recursos tecnológicos utilizados no phishing, uma ação que engana usuários para acessar informações privadas e confidenciais. Nela, o invasor pode violar até mesmo dispositivos de familiares, amigos e colegas de trabalho para obter dados que expõem e intimidam o profissional.
No que se refere à segurança de aparelhos, como computador e celular, o documento sugere que os profissionais de imprensa não façam o backup de dados da conta na nuvem vinculada ao(s) dispositivo(s) de forma automática, já que as informações armazenadas podem não ser criptografadas. Além de desativar o backup automático, o kit indica o uso da ferramenta Bitlocker, que ativa a criptografia de disco completo para Windows, e o FileVault, para Mac.
Na última semana, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou novamente a brutalidade de ataques online contra colunistas, apresentadoras e repórteres mulheres durante o exercício da profissão. Apenas em 2021, o monitoramento de violações à liberdade de imprensa feito pela entidade registrou ao menos 15 casos de ameaças a jornalistas mulheres.
Os ataques virtuais incluem ameaças de agressões físicas, discursos estigmatizantes e campanhas sistemáticas de desprestígio realizadas pelas redes sociais, além de ofensas misóginas, comentários pejorativos e ameaças de morte. Muitas delas, inclusive, fecharam temporariamente seus perfis nas redes sociais. A Abraji conta que muitos casos chegam à entidade “com um pedido de socorro, acompanhado do medo de denunciar”.
Em texto assinado por Cristina Zahar (secretária-executiva), Letícia Kleim (monitora os casos de violência contra jornalistas) e Maria Esperidião (gerente executiva), a Abraji destaca que essa violência online contra jornalistas mulheres não ocorre apenas no Brasil, mas em escala global.
Segundo relatório recente da Unesco, produzido pelo Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), a violência virtual é a arma mais utilizada para intimidar o trabalho de jornalistas mulheres: nos 125 países analisados, sete em cada dez profissionais relataram ameaças do tipo (Leia mais em MediaTalks by J&Cia).
O texto cita como exemplos Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo, que é alvo frequente de ataques nas redes; Basília Rodrigues, colunista política da CNN Brasil, que já foi vítima de gordofobia e racismo; Carla Vilhena, apresentadora do mesmo canal, que sofreu ameaças e tentativas de desmoralização após escrever sobre a CPI da Covid; Daniela Lima, também da CNN, intimidada e xingada depois de comentar sobre a operação policial no Jacarezinho; e Juliana Dal Piva, colunista do UOL, ameaçada de morte por ter mencionado o ex-ministro Eduardo Pazuello em um post.
Com apoio da Unesco, a Abraji está desenvolvendo um projeto para monitorar ataques específicos às jornalistas mulheres. A iniciativa deriva do monitoramento de ataques a jornalistas feito em parceria com a rede Voces Del Sur, que detecta violações à liberdade de imprensa em 13 países da América Latina.
Pedro Duran, repórter da CNN Brasil, foi alvo de agressões físicas e verbais durante ato pró-Bolsonaro no domingo (23/5), no Rio de Janeiro. Impedido de realizar a cobertura do evento, precisou de escolta policial para deixar o local.
Jair Bolsonaro, que passeou de moto pelas zonas oeste e sul do Rio sem o uso de máscara, não estava presente no momento em que o repórter foi alvo das agressões.
É isso o que gente covarde faz, incentivada pelo presidente da República – que já nos insultou centenas de vezes
Já aconteceu comigo, assim como com outros colegas indefesos é que só estão cumprindo seu papel de informar
Em vídeos que circulam na internet é possível ver Duran sendo hostilizado com palavras como lixo, vagabundo e bandido. Segundo reportagem do UOL, ele recebeu também chutes e socos.
Nas imagens, um apoiador segura uma bandeira do Brasil na tentativa de impedir a passagem de Pedro, que já estava sendo escoltado pela polícia.
Márcio Gomes, âncora da CNN, deu apoio ao colega nas redes sociais “Minha solidariedade ao @pedromeletti pelas agressões sofridas hoje durante a cobertura do passeio presidencial pelo Rio. Na briga irracional de torcida que o nosso país vive, a verdade e, por consequência, os jornalistas foram escolhidos como alvo. Não recuaremos!!”
A Abraji repudiou em nota o ataque sofrido pelo jornalista e disse ter sido uma violação à liberdade de imprensa: “A intimidação de repórteres por políticos e militantes ligados a Jair Bolsonaro tem como objetivo impedir a cobertura de fatos de interesse público e, portanto, é uma violação à liberdade de imprensa. Tal comportamento é incentivado pelo presidente da República, que frequentemente propaga teorias conspiratórias, ofensas e discursos estigmatizantes contra jornalistas. A obstrução do trabalho da imprensa é antidemocrática e se espera dos poderes Legislativo e Judiciário uma posição firme em defesa dos direitos humanos e da civilidade na convivência entre cidadãos de diferentes opiniões”.
Em leilão virtual encerrado na sexta-feira (21/3), o antigo prédio da Editora Abril, na marginal Tietê, em São Paulo, foi vendido para a Marabraz. O leilão teve dois compradores interessados, que realizaram 17 lances cada um, e no final foi arrematado por R$ 118.783.000,00 pelo grupo varejista de móveis, construção e utilidades domésticas. O lance mínimo era de R$ 110,5 milhões.
A empresa compradora, que deverá transformar o espaço em galpões logísticos, ainda precisará desembolsar mais R$ 1 milhão para pagar o processo de encerramento da Licença de Operação do imóvel, emitida pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo).
O complexo de várias edificações que abrigavam a Editora Abril tem 55.414 m² de área construída, e foi símbolo da empresa. No alto dos seus oito andares há uma placa com o logotipo da Abril, visível para quem passa pela marginal Tietê. A gráfica da editora, que ficava no complexo da marginal Tietê, junto do prédio, foi vendida em janeiro de 2021.
A Abril está em recuperação judicial desde 2018 – ano em que somava dívidas de cerca de R$ 1,6 bilhão. O leilão fez parte do processo de recuperação, como aprovado em assembleia dos credores e pela Justiça em 2019.
Na abertura do leilão, em 18/5, a newsletter Jornalistas&Cia publicou uma edição especial com histórias e depoimentos sobre o complexo, escritas por Carlos Maranhão, Gerson Reis Júnior, Ignácio de Loyola Brandão, Júlio César Barros, Luiz Bonasio, Luiz Laerte Fontes, Marilda Varejão, Marlene Jaggi, Nelson Graubart, Nelson Romanini Filho, Tão Gomes Pinto e Silvio Lancellotti, todos com passagens marcantes pela empresa.
Foi a leilão, em São Paulo, em 21/3, o prédio de 55 mil m2 da Editora Abril, estrategicamente localizado na Marginal do Tietê. O complexo foi inaugurado em 1968, mesmo ano em que a empresa deu à luz a revista Veja, que viria a ser a mais importante do País e a quarta entre as semanais de informação do mundo.
Sede da Editora Abril foi arrematada em leilão pela varejista de móveis Marabrás por R$ 118 milhões
Com o arremate vencedor da Marabraz, desaparecerá, de forma melancólica, um dos símbolos mais nobres e reconhecidos do jornalismo brasileiro, por onde passaram milhares de profissionais que deram régua e compasso à imprensa do País, com publicações hegemônicas em praticamente todos os segmentos editoriais.
O Portal dos Jornalistas e a newsletter Jornalistas&Cia têm acompanhado com tristeza todo o desdobramento da decadência do império construído por Victor Civita e que começou a ruir com os múltiplos erros de gestão de seu sucessor e herdeiro, Roberto Civita, consumando-se poucos anos depois de sua morte.
Só que a Abril, muito mais do que um prédio, uma marca, miríades de publicações, era uma quase religião, tal o grau de afeição que todos por ela nutriam, fosse pelos bons salários, boas oportunidades profissionais, clima de camaradagem, fosse sobretudo pelo alto grau de liberdade existente, mesmo nos anos de chumbo.
Nas redações, pululavam cantores, dançarinos, jogadores de futebol, que usavam os intervalos para dar asas a seus dotes amadores, que encantavam quem por ali passava, certamente enervando os mais conservadores, sem que isso fosse um obstáculo intransponível.
Só quem lá esteve viu livreiros pararem as redações para conferir os últimos lançamentos, o carrinho de lanches que sinalizava a hora do recreio, cosméticos, roupas, tudo ali era uma festa. E até os sindicatos dos Jornalistas e dos Gráficos tinham liberdade de ação, com diretores que ali trabalhavam em algumas das publicações da empresa. Mas nem pensar em prescindir, irreverência à parte, de produzir e oferecer à sociedade o melhor do Jornalismo brasileiro.
Por essa razão, a newsletter Jornalistas&Cia, usando a sugestão de um de seus mentores e colaborador ocasional José Maria dos Santos, decidiu sair em campo para fazer uma edição especial e com ela celebrar um ciclo profícuo, que, tendo o famoso Edifício da Marginal do Tietê como símbolo, aportou uma das mais belas páginas da história do Jornalismo brasileiro. Que hoje, é certo, continua, mas agora num novo ciclo que, todos torcemos, seja também profícuo.
Mas a Abril que desaparece deixou marcas indeléveis em milhares de profissionais de inúmeras formações. Jornalistas, publicitários, marqueteiros, administradores, advogados, médicos e por aí vai. Uma saga que coincidentemente teve as modestas contribuições de três integrantes da equipe de Jornalistas&Cia: Silvio Ribeiro, nosso diretor comercial, que ali trabalhou entre 1967 e 1969, na Distribuidora Abril; Wilson Baroncelli, editor executivo, que esteve por lá entre 1975 e 1979, e o diretor Eduardo Ribeiro, que em duas passagens, entre 1969 e 1977, ali iniciou e reiniciou sua jornada profissional.
O especial conta com depoimentos de Carlos Maranhão, Gerson Reis Júnior, Ignácio de Loyola Brandão, Júlio César Barros, Luiz Bonasio, Luiz Laerte Fontes, Marilda Varejão, Marlene Jaggi, Nelson Graubart, Nelson Romanini Filho, Tão Gomes Pinto e Silvio Lancellotti, todos com passagens marcantes pela empresa.
O Prêmio Aberje 2021 prorrogou até 10/8 o prazo de inscrições. O objetivo de divulgar os esforços e as iniciativas na área da comunicação
O Prêmio Aberje 2021 está com as inscrições abertas até 22 de junho. Em sua 47ª edição, a premiação tem por objetivo promover e divulgar esforços e iniciativas na área da comunicação empresarial em todo o País. Visando maior inclusão e participação de diferentes instituições, este ano os valores para inscrição são de acordo com o porte e o tipo de organização − empresas de grande porte, médio porte e pequeno porte, ONGs e órgãos públicos. O prazo para pagamento é de 30 dias, com 20% de desconto.
Assim como na edição anterior, a entrega dos cases deve ser exclusivamente digital, pelo site da premiação. Podem ser enviados programas, projetos, campanhas e/ou ações de comunicação de empresas, assessorias, agências e organizações associadas ou não à Aberje. Além do cadastro, o participante deverá preencher a ficha de identificação, acompanhada do trabalho e vídeocase.
São 16 categorias, subdivididas em três eixos: Foco no Tema, Foco em Públicos e Foco em Meios. A premiação está dividida em cinco regiões, por meio das quais as organizações concorrem ao Prêmio Regional, cujos vencedores são automaticamente classificados para competir pelo Prêmio Brasil, apresentando o case à bancada de jurados em sessão aberta ao público.
Rodrigo Müzell, gerente de Produto da RBS TV, é o novo coordenador do Grupo de Investigação (GDI) da emissora, que tem o objetivo de evidenciar irregularidades e chamar a atenção de órgãos responsáveis, trazendo à tona fatos escondidos do público e, por meio de jornalismo de alto impacto, contribuir para a democracia. Ele foi indicado para o cargo por Dione Kuhn, editora-chefe de Zero Hora. Com a mudança, Jaime Silva, chefe de Reportagem do jornal, assume a função de editor de referência do GDI na Redação Integrada.
Dione esteve à frente do GDI desde 2018, após a saída de Carlos Etchichury, primeiro coordenador. Desde então, ela acompanhou apurações como o golpe do seguro que lesou aposentados do INSS, a fraude nas solicitações de auxílio emergencial e as irregularidades na compra da nova frota da Trensurb.
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Em cerca de quatro anos e meio de existência, o GDI recebeu dezenas de prêmios nacionais e estaduais por seu trabalho investigativo em reportagens. O grupo também foi tema de eventos promovidos pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pela Associação Nacional de Jornais (ANJ).
As investigações do Grupo de Investigação já provocaram 65 denúncias do Ministério Público, 31 investigações policiais, 25 sindicâncias, auditorias e decisões administrativas do MP, 11 prisões, oito operações policiais e seis processos judiciais. O GDI conta com a atuação de repórteres de TV, rádio e jornal dos diferentes veículos da RBS (Zero Hora, RBS TV, Gaúcha e Diário Gaúcho).
O grupo pretende também expandir o projeto de checagens É Isso mesmo, que checa a veracidade de declarações durante períodos eleitorais. Nas eleições presidenciais de 2018, foram 60 falas checadas. Já em 2020, na disputa municipal, 85 declarações de candidatos passaram pelo filtro.