Por Ciro Dias Reis (*)

Ao longo do ano passado 26 empresas abriram capital na B3. Em 2021, apenas até agosto, já foram 34 IPOs. O ritmo frenético da jornada destinada a listar ações na bolsa muitas vezes deixa de dar o devido peso a outras três letras fundamentais. Afinal, não há IPO sem ESG.

Empresas de capital aberto precisam ter à sua disposição uma narrativa precisa, capaz de demonstrar a efetiva integração do compromisso de performance do negócio com as dimensões ambiental, social e de governança.

Não se pode esquecer que os critérios ESG estão diretamente relacionados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável indicados pela Agenda 2030 da ONU. Assim, é preciso falar não apenas a língua que o mercado entende, mas também os dialetos de alguns públicos de interesse específicos. Por exemplo: alguns desses podem ter especial proximidade com temas relacionados a educação (ODS 4); outros estarão mais focados em energia limpa (ODS 7); outros ainda, em igualdade de gênero (ODS 5).

Existem hoje 39 empresas listadas na B3 que fazem parte do seu Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE). Nesse grupo, evidentemente, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são referências que ajudam a guiar decisões destinadas a integrar a sustentabilidade aos negócios. Mas aquelas 39 empresas representam menos de 10% dos nomes listados na B3.

O sucesso em ESG depende da efetiva integração de equipes de perfis diferentes dentro das empresas, tais como Comunicação, RH, RI, Saúde e Segurança, Relações Institucionais. Só assim, alinhando internamente abordagens e iniciativas, é possível levar a empresa toda a olhar na mesma direção e entregar os resultados desejados.


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(*) Ciro Dias Reis é fundador e presidente da Imagem Corporativa, Global Chair da PROI Worldwide, board member da International Communications Consultancy Organisation (ICCO) e ex-presidente da Abracom

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