Por Ciro Dias Reis (*)

O Fórum Econômico Mundial informou em junho que economistas-chefes de bancos e consultorias previam um crescimento do PIB global entre 5,5% e 6,0% em 2021, significando o início de uma retomada que levaria a economia global aos níveis pré-Covid no primeiro semestre de 2022. Mas é diferente a percepção de cidadãos de 29 países entrevistados em outra pesquisa do mesmo Fórum Econômico Mundial e divulgada neste mês de agosto.

Em termos globais, de acordo com este segundo levantamento:

  • Apenas 7% dizem que a economia de seu país já se recuperou da pandemia;
  • 19% acreditam que sua economia terá se normalizado no período de um ano;
  • 35% afirmam que serão necessários de dois a três anos para isso ocorrer;
  • Para 39% levará mais de três anos para a economia de seu país se recuperar

A pesquisa indica que finanças verdes, métricas ESG e inclusão serão vetores robustos. Mostra ainda que três entre quatro pessoas acreditam que:

  • empresas e governos devem compartilhar a responsabilidade pela retomada;
  • sociedade civil desempenhará papel importante como espécie de organismo regulador, influenciando na direção de maior coesão e suporte social

Vale refletir também sobre as conclusões preocupantes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (que mede impactos na atmosfera; a degradação dos oceanos e florestas; o degelo nos polos). Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres expressa a urgência do momento: “Código vermelho para a humanidade”.

Empresas terão papel fundamental no planeta das próximas décadas. Delas espera-se “diálogo” e integração entre diferentes linhas dos organogramas para o exercício de práticas ESG, diversidade e inclusão. Walter Schalka, presidente da Suzano, diz: “Quando uma empresa promete ser carbono zero em 2050, não vejo como uma coisa relevante (…) Acho muito mais válido dizer que vai reduzir emissões em 30% até 2030”.


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(*) Ciro Dias Reis é fundador e presidente da Imagem Corporativa, Global Chair da PROI Worldwide e board member da International Communications Consultancy Organisation (ICCO) e ex-presidente da Abracom

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