Dermi Azevedo morreu na manhã dessa quinta-feira (1/9), aos 72 anos, no hospital do Ipiranga, em São Paulo, vítima de um infarto fulminante. Ele convivia há anos com a Doença de Parkinson.

Com grande atuação na defesa dos Direitos Humanos, jornalista e cientista político, Dermi nasceu em 1949 em Jardim do Seridó, no Rio Grande do Norte, e foi criado em Currais Novos, cidade que adotou como sua.

Autor de reportagens em América Latina, África e Europa, tendo sido por duas vezes diretor do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, ao longo de sua trajetória foi presidente do Diretório Acadêmico D. Hélder Câmara, da então Escola de Serviço Social de Natal. Em 1968, com outros líderes estudantis potiguares, participou do XXX Congresso da UNE, onde viveu sua primeira prisão política. Retornou a Natal e, diante da impossibilidade de permanecer em seu Estado, regressou ao Sudeste do País, exilando-se depois no Chile, entre 1970 e 1971. Voltou ao Brasil e foi novamente preso em 1974, por duas vezes.

Profissionalmente, cobriu o Sínodo Mundial dos Bispos, no Vaticano, por ocasião dos 25 anos do Concílio Vaticano II. Foi um dos fundadores, em 1982, do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, do qual foi secretário nacional de Comunicação e Políticas Públicas. Foi fundador e primeiro presidente da Cooperativa dos Jornalistas de Natal, ex-presidente da Comissão Justiça e Paz, da Arquidiocese de Natal, e ex-professor e coordenador do Curso de Comunicação Social da Universidade Metodista de Piracicaba.

Sua vivência de tortura na ditadura está contada no documentário Atordoado, eu permaneço atento, filme vencedor da Mostra Provocações, uma das categorias competitivas do 8º Curta Brasília – Festival Internacional de Curta-Metragem. (Veja+)

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