A revista digital AzMina desenvolveu, em parceria com colegas de trabalho da América Latina, uma ferramenta que vai monitorar discursos de ódio e palavras misóginas no período das eleições deste ano. A interface de programação de aplicativos (API) detectará por meio de um modelo treinado em Processamento de Linguagem Natural (NLP) os ataques contra mulheres em duas línguas, espanhol e português.

Fazem parte da equipe as brasileiras Helena Bertho e Marina Gama Cubas da Silva, junto com Fernanda Aguirre, do Data Crítica (México), Gaby Bouret, do La Nación (Argentina), e José Luis Peñarredonda, do CLIP (Colômbia), para desenvolver o que virá a ser o Monitor de Discurso Político Misógino.

Para a construção da ferramenta foi necessário que a equipe editasse um dicionário contendo termos de ataques de gênero contra mulheres, criado anteriormente pela AzMina para treinar o modelo de aprendizado de máquina de PLN. Cada veículo em espanhol também criou o seu, e uma base de dados de termos ofensivos foi criada.

Pelo Monitor será possível sistematizar e automatizar a análise de mensagens nas redes sociais para que jornalistas possam mirar no que é importante durante as investigações de gênero. Além dos insultos de gênero, o dicionário contém insultos sobre aparência física, intelecto, raça, sexuais e transfóbicos, entre outros.

Com capacidade de identificar as relações das palavras dentro dos contextos, a ferramenta já está em funcionamento, entretanto continuará passando por melhorias antes de ser aplicada na prática jornalística.

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