O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul ajuizou ação civil pública contra o apresentador Sikêra Jr. e a Rede TV por comentários discriminatórios contra a população LGBTQIA+ no programa Alerta Nacional. As falas foram a propósito da história em quadrinhos sobre o novo Superman, filho de Clark Kent, que se assumiu bissexual.
Em 26/11, durante o telejornal, Sikêra e a equipe do programa compuseram e interpretaram uma música com falas homofóbicas e que associa a comunidade LGBTQIA+ à pedofilia. A letra dizia:
“O mundo tá bagunçado,
tá de cabeça pra baixo, no banheiro da menina pode entrar macho. Agora o Super Homem
tá derretendo o anel.
E quem também entrou na onda foi Papai Noel. Mas a intenção dessa corja desgraçada
É tirar a inocência da nossa criançada.
Não vem com esse papo de ideologia
Vai se lascar pra lá com a sua pedofilia”.
A ação pede que os réus sejam condenados a pagar uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos, que seriam destinados à comunidade LGBTQIA+ por meio de estruturação de centros de cidadania, entidades de acolhimento, promoção de direitos, entre outros. Além disso, o MPF pede que o programa em questão seja excluído dos sites e redes sociais, “como forma de limitar o dano perpetrado pelas falas discriminatórias e preconceituosas”.
Vale lembrar que, em junho, o MPF ajuizou uma ação contra Sikêra e a Rede TV justamente por homofobia. O apresentador atacou uma campanha publicitária do Burger King com a temática da diversidade, e chamou o público LGBTQIA+ de “raça desgraçada”.
Morreu nesta quinta-feira (9/12), o jornalista, professor, historiador e escritor pernambucano Fernando Menezes, aos 86 anos, no Recife, vítima de parada cardíaca. Deixa a esposa Maria Norma Salvador Menezes; três filhos, Fred, Andrea e Henrique; e seis netos.
Segundo Henrique, seu primogênito, Fernando “dedicou a vida ao jornalismo”. Formado em Direito e História, foi professor do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco e do curso de Jornalismo da Universidade Católica.
O filho destacou que ele foi muito querido pelos amigos ao longo de mais de seis décadas dedicadas à comunicação: “Era uma pessoa simples, humilde, dedicada aos amigos e de uma correção exemplar. Muito ético, muito certo, e foi muito ligado aos amigos que fez durante a vida. Era muito amado”.
Em nota, Romerinho Jatobá, presidente da Câmara Municipal do Recife, prestou homenagens a Fernando e lembrou que o jornalista “teve uma atuação marcante em diversos veículos de comunicação, foi um dos mais importantes cronistas desportivos da história do futebol pernambucano, além de ter sido secretário de Imprensa do Estado”.
Funcionários da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em greve desde o dia 26 de novembro, denunciaram que foram intimidados por policiais militares acionados pela direção da empresa. A ação ocorreu nesta quarta-feira (8/12), um dia após os grevistas rejeitarem a proposta patronal da EBC.
Segundo vídeo postado no perfil Fica EBC no Instagram, Glen Valente, diretor da empresa, acionou duas viaturas e seis policiais por causa de som que estava com os funcionários. O aparelho, porém, estava desligado.
“Não aceitamos esse tipo de intimidação, EBC! Os jurídicos das entidades já analisam o caso como prática antissindical, perseguição e abuso de poder”, afirmou a Comissão de Empregados EBC, que classificou a ação da empresa como “claramente política”.
Em assembleia, os trabalhadores da EBC em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal rejeitaram a proposta patronal por 343 contra 137 votos. Tal proposta mantinha uma série de retirada de direitos, a instituição do banco de horas de forma pouco transparente, o reajuste não retroativo à data-base (1º de novembro de 2020) e a extinção da progressão de carreira vigente, bem como o anuênio e o quinquênio.
Segundo informações enviadas pela comissão à imprensa, cerca de 70% dos funcionários com cargos comissionados aderiram à paralisação. O e-mail denuncia também supostas tentativas de sabotagem da assembleia por parte da empresa.
“Mesmo com a diretoria da EBC tentando manipular trabalhadores, com ameaças e ataques à livre organização sindical, o recado foi dado: não aos cortes de direitos, não ao banco de horas e não aos cortes salariais”, diz o texto.
Em encontros entre governantes, executivos e líderes de organizações, a profusão de palavras faladas nas reuniões e escritas em documentos é marca registrada, assim como extensas reportagens e artigos de opinião sobre grandes eventos globais.
Não foi diferente na COP26, que ao longo de duas semanas ocupou o noticiário internacional e a pauta da diplomacia em todo o planeta.
No entanto, imagens podem ser mais poderosas do que palavras. Mesmo aquelas usadas nos gritos de guerra entoados por manifestantes que tomaram as ruas da cidade escocesa de Glasgow sob chuva, inspirados pela sueca Greta Thunberg, pedindo “justiça climática agora”.
Veio da distante ilha de Tuvalu, no Pacífico Sul, o que muitos consideraram a ação de comunicação de maior impacto de toda a conferência.
O país insular está afundando, e isso não era novidade. Mas o hábil ministro do Meio Ambiente, Simon Kofe, que muito merecidamente acumula o cargo com a pasta da Comunicação, fez com que boa parte do mundo prestasse atenção no problema em seu famoso discurso com água pelos joelhos.
Simon Kofe: “Todos estamos afundando”
Não se pode dizer que ele também não tenha sido hábil com as palavras. A afirmação “We are sinking, but so is everyone else” (“Nós estamos afundando, mas todos estão”) é simples e eficiente, lembrando que a emergência climática é problema de todos.
Além de importante como mensagem para a causa ambiental, é um exemplo de ação de comunicação criativa e eficiente, daquelas que dá vontade de ter feito.
Na verdade, não é nova a ideia de um país ameaçado pelo aumento do nível dos oceanos fazer algo dentro d’água para chamar a atenção. Em 2009, antes da COP de Copenhagen, o primeiro-ministro das Maldivas fez uma reunião de gabinete dentro de uma piscina, com direito a coletiva de imprensa.
E se há um “pai” desse modelo, ele poderia bem ser o Greenpeace, que há 50 anos usa cenas de impacto para protestar contra a destruição do planeta.
Uma das ações mais recentes da organização aconteceu no Reino Unido, antes da COP26. Em um vídeo chamado Wasteminster ou Westminster, o Greenpeace denunciou a montanha de lixo plástico que o país despacha diariamente para países pobres.
No áudio, a voz do primeiro-ministro Boris Johnson em falas durante discursos sobre os compromissos ambientais do país. No vídeo, uma animação do plástico acumulando-se até cobrir a Downing Street 10, onde fica a sede do governo britânico.
O desafio de controlar as mudanças climáticas não é pequeno, e isso ficou evidente na COP26, que terminou sem o acordo que a ciência queria.
Para chegar lá, comunicação eficiente e um “jornalismo implacável”, como pede Mark Hertsgaard, fundador e diretor da coalizão de imprensa Covering Climate Now, são parte da equação.
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Cadu Doné, que atuava como repórter no jornal O Tempo, de Belo Horizonte, foi censurado e demitido do veículo após fazer uma reportagem sobre um vereador do estado que destinou R$ 640 mil de emenda parlamentar para seu próprio instituto. A informação é de Juca Kfouri, que publicou na íntegra a reportagem de Doné em seu blog no UOL, informando que O Tempo teria se recusado a publicá-la, o que gerou uma crise que terminou na demissão do repórter.
Na reportagem, Doné aponta que Álvaro Damião (DEM), vereador de BH e jornalista esportivo da Rádio Itatiaia e da TV Alterosa, destinou a quantia em questão para o instituto Bacana Demais, que pertence ao próprio vereador.
“Esse caso se relaciona com o orçamento impositivo recém-aprovado”, explica Doné. “(…) A emenda do tipo impositiva é algo que o vereador sugere e a prefeitura é obrigada a pagar. Cada vereador de BH tem direito de indicar cerca de dois milhões desse tipo de emenda. Verbas dessa natureza necessariamente precisam ser destinadas para algo em BH – não caberia encaminhar algum dinheiro ligado a esse mecanismo para o interior do estado”.
Crédito: Reprodução/Blog do Juca
O repórter destaca ainda que a informação veiculada na reportagem é pública e que no próprio site do Instituto Bacana Demais há um texto apresentando Álvaro Damião como fundador do projeto.
Por fim, Doné deixa claro que a ação do vereador não é ilegal, mas chama a atenção o fato da quantia ser destinada a um projeto próprio: “Ele pode afirmar que sua intenção ‘é de desenvolver atividades de assistência social’. Mas obviamente seria, para pegar leve e recorrendo a um eufemismo, de bom tom que direcionasse seu suposto ímpeto humanitário para uma instituição que não a sua – e buscar apoios, financiamento para seu projeto por outros caminhos”.
O Terra lançou esta semana a plataforma Visão do Corre, canal de conteúdo que visa a dar maior visibilidade às vozes e iniciativas de favelas e periferias do Brasil. A equipe da plataforma é formada por jornalistas e produtores audiovisuais vindos das favelas de todo o País, que vivem o verdadeiro “corre” do dia a dia, inspirando o nome da plataforma.
O objetivo é mostrar uma agenda positiva sobre periferias e comunidades, destacando temas como diversidade, criatividade e riqueza de projetos, negócios e histórias de vida. Visão do Corre já tem parcerias com Alma Preta, Ponte Jornalismo e Agência de Notícias das Favelas (ANF).
“Queremos valorizar as iniciativas de quem vive nas comunidades, favelas e periferias do País, abrindo janelas para projetos culturais, eventos esportivos, programas profissionalizantes e histórias inspiradoras desses espaços pouco explorados nos veículos tradicionais de comunicação”, explica Claudia Caliente, diretora do Terra. “E tudo isso com a linguagem das ruas, de forma inclusiva e genuína, proporcionando uma aproximação verdadeira com o público. Conteúdo produzido por e para quem vive nas ‘quebradas’”.
A plataforma está dividida em seis editorias: em Corre pro Futuro, o internauta encontra temas ligados a educação, profissionalização e preparação para o mercado de trabalho; Bora Empreender estimula o espírito empreendedor dos moradores de comunidades, valorizando iniciativas criativas e inspiradoras; Rolê de Quebrada traz ações e projetos artísticos que tenham como protagonistas os moradores de periferias; Tá On? aborda a digitalização e como ela pode ajudar a impulsionar o sucesso pessoal e profissional; Deu Jogo divulga projetos sociais e incentiva a prática do esporte como meio de inclusão; e Pega a Visão destaca personagens, histórias e negócios de moradores de periferias que deram certo.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) realiza nesta quarta-feira (8/12), às 17h, um debate sobre a perseguição judicial contra jornalistas. O evento marca a nova fase do Projeto Ctrl+X, que passa a monitorar processos com características de assédio à imprensa.
Participam Tais Gasparian, advogada especialista em mídia e internet; Carlos Eduardo Gaio, advogado da ONG Media Defence; e Tai Nalon, diretora executiva de Aos Fatos. A mediação é de Reinaldo Chaves, coordenador de projetos da Abraji.
Além do debate, o evento apresentará a nova fase do Ctrl+X, que tem 5.526 processos registrados, sendo 5.514 deles com pedidos de retirada de conteúdo e 342 com pelo menos uma das novas variáveis adicionadas: solicitação de indenizações, processos diretamente contra pessoas, processos com origem nos Juizados Especiais Cíveis e ações criminais.
Carlos Eduardo Gaio explica que “a utilização do Judiciário para perseguir jornalistas e defensores de direitos humanos é um fenômeno mundial”, que frequentemente ocorre na forma de ações judiciais estratégicas contra a participação pública (SLAPPs, na sigla em inglês).
Sob o crivo de 66 jurados de grande experiência e reconhecimento, o Prêmio Latino Americano de Excelência e Inovação em PR conheceu, em 2/12, Dia Nacional das Relações Públicas, os cases que conquistaram o Troféu Jatobá PR e as organizações e cases que fizeram jus às premiações especiais. O certame foi prestigiado por 98 organizações, que inscreveram 225 cases, 112 deles classificados nas shortlists para a etapa final.
Estiveram em disputa 31 categorias, dez delas exclusivas para Grandes Agências, outras dez para Agências-Butique, cinco para Organizações Empresariais, cinco para Organizações Públicas e uma – PR Internacional – aberta a todo o mercado.
O Jatobá PR é uma iniciativa do GECOM – Grupo Empresarial de Comunicação, que tem a Jornalistas Editora (responsável por este J&Cia e pelo Portal dos Jornalistas) entre seus organizadores. São parceiros na empreitada Boxnet (também patrocinadora do evento de premiação), Business News e Mega Brasil Comunicação. O prêmio contou ainda com o apoio institucional de Abracom, Conrerp 2ª Região e I’Max.
Além dos cases campeões, a premiação distinguiu com o Troféu Jatobá PR os Cases do Ano e as Organizações do Ano, nas quatro verticais existentes, e também a Organização Destaque do Ano. Confira aqui todos os vencedores da edição 2021 da premiação.
O NeoFeed, plataforma especializada em economia, empreendedorismo e transformação digital, reforçará a sua equipe com a chegada de Angela Klinke. Ela estreia em janeiro, quando passará a cuidar de uma nova área da publicação dedicada à temas sobre cultura, arte, comportamento, bem-estar e opinião.
“A Angela é uma referência no mercado e trará uma grande experiência ao nosso time”, destaca Carlos Sambrana, co-fundador da plataforma ao lado de Ralphe Manzoni Jr.. “Estamos cada vez mais nos consolidando como um veículo de negócios de primeira linha, com ótima aceitação pelo público, e que agora irá criar algo novo, trazendo novas opções de conteúdo para nossos leitores”.
Profissional com mais de 30 anos de carreira, Angela passou pelas redações de O Globo, IstoÉ, Caras, Veja, Playboy e Valor Econômico, atuando como editora, colunista e articulista. É autora do romance Luxo e Crime (2012) e organizadora de À mesa com o Valor, livro lançado em 2015 para celebrar os 15 anos do Valor Econômico. Nos últimos três anos vinha atuando em agências de Comunicação.
Angela Klinke
“Estou adorando essa oportunidade”, comemora Angela Klinke. “Será a primeira vez que vou trabalhar em um veículo nativo digital. Passei por várias redações tradicionais, inclusive com suas áreas digitais, mas essa será a primeira em uma startup independente. E o NeoFeed tem ainda outro ponto que eu considero muito empolgante, que é o fato de ter se tornado um sucesso a partir do esforço de dois jornalistas, que colocam o Jornalismo como protagonista. É um veículo que representa o futuro e eu espero contribuir muito nessa nova fase”.
Levantamento elaborado pelo Notícias da TV (UOL) nos últimos 45 dias revelou que a Globo viu explodir o número de disputas judiciais trabalhistas: São mais de 17 mil processos, da Justiça do Trabalho e da esfera cível, sendo a grande maioria de ex-funcionários de diversas áreas da emissora.
Segundo a pesquisa, os processos aumentaram após a implementação do projeto Uma só Globo, que unificou as empresas do grupo. Desde 2017, quando a iniciativa teve início, foram mais de 4 mil novas ações protocoladas por ex-funcionários. O pedido mais frequente nas ações é de comprovação de vínculo empregatício para contratados como Pessoa Jurídica (PJ).
Muitos dos processos alegam acúmulo de funções, em especial no Jornalismo: PJs contratados como repórteres ou editores, por exemplo, alegam que trabalharam também em outras funções sem ganhar a mais por isso.
Segundo o Notícias da TV, a maioria dos casos deve ser julgada nos próximos dois anos, o que pode gerar uma dor de cabeça para a emissora. O advogado trabalhista Juliano Santana disse ao site que “a quantidade de processos impressiona até mesmo para uma empresa do tamanho da Globo. A depender do número de condenações, a empresa precisa se preparar e equalizar gastos para cumprir os seus compromissos”.
Procurada pela reportagem, a Globo declarou que não comenta detalhes sobre processos judiciais e que o volume de ações “é compatível com o tamanho da empresa e que o acompanhamento das contingências é feito seguindo as melhores práticas do mercado”.