O repórter Victor Pereira, de TV Nova Nordeste e O Povo, foi abordado por homens que se identificaram como policiais no Catar, durante a cobertura da Copa do Mundo. O jornalista, acompanhado de voluntários, carregava uma bandeira de Pernambuco, que tem um arco-íris. Os homens acharam que a bandeira era da comunidade LGBTQIA+.

Victor filmou a abordagem, mas os homens pegaram seu telefone e só devolveram o aparelho depois que o vídeo foi apagado. Em relato nas redes sociais, ele contou que os homens chegaram a jogar a bandeira no chão e pisar nela. As filmagens que mostram os homens pisando na bandeira também foram apagadas.

No Twitter, um vídeo mostra o momento em que um dos homens pega o celular do jornalista, e pergunta “quem é você?”. Victor responde que é jornalista e exige que o aparelho seja devolvido, enquanto os voluntários tentam explicar que a bandeira é de Pernambuco, e não da comunidade LGBTQIA+. Depois de um tempo, algumas pessoas chegaram e amenizaram a situação.

“Estou nervoso. Só me devolveram o telefone depois que eu apaguei o vídeo”, contou Victor no Twitter. “Isso é um absurdo, porque temos autorização da Fifa para filmar absolutamente tudo aqui no estádio”.

Colegas de imprensa e personalidades da política solidarizaram-se com Victor e repudiaram o ocorrido. Juliana Dal Piva, do UOL, comentou: “Uma ditadura ao vivo”. Gustavo Hofman, comentarista da ESPN, declarou: “Essa é a Copa do Mundo no Catar”.

Luana Alves (PSOL), vereadora eleita em São Paulo, escreveu que o ocorrido é “o resultado de a Fifa ter escolhido um país ditatorial para sediar um evento mundial: Polícia apreendendo uma bandeira de Pernambuco porque tem um arco-íris nela. Que coisa mais absurda!”.

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