O jornalismo está incorporando Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) em suas práticas na mesma velocidade cobrada das empresas e organizações públicas? Por que inclusão importa não apenas para jornalistas, mas também − ou principalmente − para quem consome notícias? Qual a situação da diversidade na mídia e as soluções para aumentar inclusão e alcançar equidade?

Esses são alguns dos temas abordados na edição especial do MediaTalks que já está em circulação. O relatório foi produzido a partir de Londres, por Luciana Gurgel e Aldo De Luca, com a participação de experientes e reconhecidas correspondentes brasileiras em cinco países.

Da Argentina, Márcia Carmo fala sobre como o movimento Ni Una Menos impactou a diversidade de gênero na mídia do país. Da França, Deborah Berlinck relata o “susto” que a grande imprensa tomou com os protestos dos subúrbios em 2005 − e o que mudou desde então. Da Itália, Fernanda Massarotto mostra como o país amigável com imigrantes também os aceita melhor do que outros nas redações.

De pontos opostos do planeta, Catarina Freire (Canadá) e Liz Lacerda (Austrália) contam como a imprensa local ainda não conseguiu incluir pessoas não brancas e os povos originários, segregados em canais próprios. E o que está sendo feito para reverter esse quadro.

A edição traz também entrevistas com jornalistas como Sylvia Zappi (Le Monde), Belén Spinetta (Associação Civil para Comunicação pela Igualdade/Argentina) e Leonard Berbieri (Corriere della Sera), e com especialistas em diversidade como Marita Caballo (socióloga argentina que presidiu a Associação Mundial de Pesquisa de Opinião Pública), Madeleina Kay (diretora do projeto europeu Get The Trolls Out), Cristiane Fontes, autora de um estudo sobre representação de povos indígenas na mídia, e Luis Albornoz, professor de jornalismo da Universidade Carlos III de Madri, autor do capítulo de mídia do mais recente relatório da Unesco sobre diversidade na indústria cultural.

O relatório mostra que o problema da diversidade varia de acordo com o país e afeta vários grupos sociais e profissionais − de mulheres cientistas relegadas como fontes a jornalistas esportivas desrespeitadas em seu trabalho. A boa notícia é que em todas as nações há iniciativas que podem inspirar a busca por mais inclusão e equidade.

Ao olhar a questão pelas lentes do mundo corporativo, Nelson Silveira, diretor de Estratégia de Comunicação da GM América do Sul, faz um alerta importante, válido para qualquer empresa, seja ela de mídia ou não: “Não basta só dizer; é preciso praticar o que se diz”.

O Especial MediaTalks DEI tem o apoio de Vale, Philip Morris, AngloAmerican e Itaú.

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