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sexta-feira, abril 26, 2024

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Memórias da Redação ? ?Santo? Expedito

Basta um dia típico de lançamento de um automóvel ou motocicleta chegar (quase) ao fim, que nós, os jornalistas, não vemos a hora de encostar a barriga no balcão do bar do hotel, antes de sumir à francesa para o quarto, para tentar ouvir algumas das lendárias histórias vividas durante eventos de outrora. E parece que os protagonistas são sempre os mesmos. Nestes 37 anos da minha vida de revistas de automóveis, já vivi muitas dessas histórias, só que a dos outros parece ser sempre mais divertida. Um dos jornalistas mais “aprontões” que conheci foi justamente o meu pai, Expedito Marazzi. Até chegamos a nos encontrar em alguns desses eventos, só que, nesses casos, estranhamente ele ficava (um pouco) mais comportado. Às vezes não. Uma de suas histórias que mais me persegue, às vezes contada por mim, às vezes por algum seu colega contemporâneo (engraçado como as versões têm variações), é a de quando o Expedito roubou um carro. Isso mesmo, só que era um carro de teste (naquela época ainda não chamávamos o teste de um novo modelo em seu lançamento de test-drive). Tudo aconteceu em 1976, durante o lançamento do Fiat 147, em Minas Gerais. Expedito era o editor da revista Autoesporte e lá estava para conhecer o novo carro. Só que lá ele descobriu que a revista concorrente já havia antecipado o teste, e ficou muito zangado. Na estrada, com um funcionário da fábrica ao seu lado, este começou a ficar nervoso porque o ponto de retorno já havia passado há tempos. Expedito parou no acostamento e perguntou pro Zequinha: – Quer ir para São Paulo? Não? Então desça! E lá foi ele com Fiat 147 roubado. Sem o Zequinha, é claro, que não sei como voltou pro evento. Quando chegou em casa, 600 km depois, ele buzinava freneticamente na porta da garagem como se alguém o tivesse seguido desde lá. Eu mesmo abri a garagem para ele. Coincidentemente, eu, então com 17 anos, estava estreando no mundo do jornalismo especializado, fazendo avaliações de motocicletas justamente para a Autoesporte. Por isso lembro bem dessa noite, quando ele me contou a história, ainda excitado: – Roubei este carro! Abre aí! Roubei este carro! No dia seguinte, fui com ele ajudar nas fotos do simpático Fiat 147 vermelho, pelo qual depois me apaixonei e comprei um assim que pude. Nas fotos estamos eu e ele atrás do Autódromo de Interlagos. Sei que muitos de vocês conhecem a história de forma um pouco diferente, eu já ouvi por aí, e existe a chance de que minha memória, depois de 37 anos, possa me trair. Pena eu não poder mais perguntar ao protagonista o que aconteceu realmente. Por isso gostaria de ouvir a versão de todos vocês, que já conhecem a história. Mandem para [email protected]. Mandem também outras histórias para contarmos aqui (se for possível).

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