O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou pedido de indenização feito à Globo e ao médico Drauzio Varella pelo pai de uma criança estuprada e assassinada em 2010. Na ação, o pai alega que a reportagem Mulheres trans presas enfrentam preconceito, abandono e violência, exibida pelo Fantástico, lhe causou abalo psicológico por contar com uma entrevista com a detenta Susy, condenada pelo assassinato de seu filho.

O pai da vítima alegou também que foi procurado por outros veículos de imprensa e teve que reviver o trauma. Seus advogados declararam que a Globo abusou do direito à informação e solicitaram indenização por danos morais no valor de R$ 200 mil.

Na reportagem, Varella mostra o cotidiano de mulheres trans em presídios masculinos. Ele solidarizou-se com Susy, que há oito anos não recebia visitas, e deu-lhe um abraço. Contrariando decisão de primeira instância, o TJSP entendeu que a Globo e o médico não ultrapassaram o limite da liberdade de imprensa. Na decisão, a corte entendeu a revolta do pai da vítima, mas destacou que a reportagem não menciona o crime sofrido pelo filho do autor da ação e nem o nome da vítima. A defesa da Globo argumentou também que a matéria foi feita sem o conhecimento do crime cometido por Suzy.

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