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sexta-feira, dezembro 19, 2025

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Comunicando o futuro: Veículos elétricos, campos mais verdes?

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(*) Por Lana Pinheiro

A agenda mundial em torno das boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) colocou o agronegócio brasileiro sob os holofotes inquisidores do mercado internacional. Em especial a União Europeia, mas também os Estados Unidos, levantaram o dedo em riste para acusar a produção de commodities agrícolas pelo desmatamento da Amazônia e pelo aumento da emissão de gases de efeito estufa no País. Sem um plano governamental de defesa, o produtor local busca alternativas para provar aos clientes externos que é um dos mais sustentáveis do mundo. Técnicas de agricultura regenerativa que sequestram carbono, substituição de agroquímicos por biológicos e produção de combustíveis verdes já estão em uso em larga escala para provar a sustentabilidade do negócio aos gringos. Agora, o mercado olha com atenção para a eletrificação de máquinas e equipamentos.

Eletrificar o campo será mandatório em algumas partes do mundo dentro do processo de transição para uma economia de baixo carbono. De acordo com o World Resources Institute (WRI), o consumo de energia – que inclui transporte e queimas de combustível – é de longe a maior fonte de emissões de carbono por seres humanos, 73% do total. Dentre os setores com maior crescimento de emissões, o transporte está em segundo (71%). Se o plano é reduzir o índice e parar o crescimento de novas emissões, a estratégia passará necessariamente pela busca da emissão zero também nos veículos e máquinas que servem ao agro. E esse é um bom negócio. O estudo “Veículos elétricos e robótica na agricultura 2020-2030”, realizado pela IDTechEx, estima em US$ 50 bilhões o mercado de veículos elétricos e robótica na agricultura global. O volume supera o PIB do Paraguai – US$ 38,15 bilhões, em 2019.

Dentro desse contexto, uma análise sobre a adequação dos veículos elétricos no Brasil requer um pouco mais de cuidado. Ao contrário do resto do mundo, a principal fonte emissora de carbono no País não vem do transporte. Vem do uso da terra, florestas e agropecuária (72% do total). Além disso, a produção e uso em larga escala do combustível verde sustenta o mais bem sucedido programa de descarbonização da economia brasileira, o Renovabio. Um eventual esforço para a eletrificação dos veículos esbarraria ainda na falta de infraestrutura nos rincões do Brasil para abastecer as máquinas.

Mesmo com uma realidade diferente da global, o agropecuarista brasileiro tem apetite por inovação. Ele já sabe também que tecnologias diferentes podem coexistir se o ganho for a produtividade. Etanol e elétricos, por que não? O desafio da indústria é provar a eficiência e a adequação dos elétricos ao campo brasileiro. Afinal, dentro do agronegócio e do discurso de sustentabilidade, o xadrez mundial é complexo, pois coloca em cheque quem vai ter mais capacidade de atrair investimentos sustentáveis (estimados atualmente em US$ 31 trilhões por ano no mundo) e quem conseguirá alimentar com mais ecoeficiência uma população que passará das atuais 7,6 bilhões de pessoas para 10 bilhões em 2050.

Fazer uma análise isenta das estratégias ESG aplicadas ao agronegócio, dando transparência aos interesses da indústria sucroenergética, ambientalista ou mesmo da automotiva sobre as melhores aplicações tecnológicas rumo à economia verde é o desafio que se impõe ao jornalista que cobre os setores associados.

(*) Lana Pinheiro é editora da Dinheiro Rural e editora de ESG (Ambiental, Social e Governança) da IstoÉ Dinheiro

E mais:


OAB e Comissão Arns denunciam na ONU ataques do governo à liberdade de expressão

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns denunciam à relatora sobre Liberdade de Expressão da ONU, Irene Kahn, os frequentes ataques a profissionais de imprensa e à liberdade de expressão pelo governo brasileiro.

O pronunciamento foi feito nesta sexta-feira (2/7). As entidades foram representadas por Claudia Costin, membro fundadora da Comissão Arns e ex-ministra de Administração e Reforma do Estado do governo Fernando Henrique Cardoso.

“O direito à liberdade de expressão do Brasil, obtido a muitas custas, está sob ataque. Profissionais da impressa são intimidados, opositores políticos são ameaçados e criminalizados sob a Lei de Segurança Nacional”, disse Costin em seu pronunciamento.

A representante das entidades também citou os casos de Sonia Guajajara e Almir Suruí, lideranças indígenas citadas pela Polícia Federal por criticarem o tratamento destinado às atuais políticas indígenas na pandemia de Covid-19, e o de Marcus Lacerda, membro da Fundação Oswaldo Cruz que está sendo investigado pelo Ministério Público pela publicação de um artigo alertando sobre os riscos da cloroquina a pacientes com Covid-19. “Peço que apoie os brasileiros que estão lutando para conter esses retrocessos”, apelou Costin para a relatora da ONU.

Debate sobre liberdade de expressão

Na próxima quinta-feira (8/7), às 10h, a OAB e a Comissão Arns promoverão um debate sobre liberdade de expressão no Brasil, que terá a participação de Patrícia Campos Mello, repórter da Folha de S.Paulo; Felipe Neto, youtuber e empresário; Pierpaolo Cruz Bottini, advogado e coordenador do Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB Nacional; e Paulo Coelho, escritor. O evento será ministrado por José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do Governo FHC e presidente da Comissão Arns; e Felipe Santa Cruz, advogado e presidente da OAB. A transmissão será pelo canal da OAB Nacional no YouTube.

CFA Society Brazil lança prêmio para reportagens sobre finanças

A CFA Society Brazil abriu inscrições para a primeira edição do Prêmio CFA Society Brazil de Jornalismo, que reconhecerá a melhor reportagem ou artigo de finanças e economia publicado entre 2020 e 2021. O vencedor receberá R$ 10 mil. Poderão ser concedidas, ainda, duas menções honrosas. As inscrições vão até 31 de outubro.

Segundo o regulamento do prêmio, o trabalho vencedor deve apresentar três aspectos: explicar e divulgar a importância dos profissionais de investimento, consolidar a literacia financeira no Brasil, e contribuir para a ética no mundo dos investimentos e mercados financeiros.

Podem participar apenas trabalhos de teor econômico, publicados em jornais, revistas e sites entre 1º de novembro de 2020 e 31 de outubro de 2021. A cerimônia de premiação está prevista para dezembro. A avaliação será feita por uma banca composta por até sete profissionais, quatro com certificação CFA e três da área de jornalismo, indicados pelo Conselho de Administração da CFA Society Brazil.

Mais informações e inscrições aqui.

Leia também:

 

Dança das cadeiras no Jornalismo da Globo

Dança das cadeiras no Jornalismo da Globo

A Globo promoveu mudanças na estrutura de seu Jornalismo. Uma delas é a volta de Chico Pinheiro, que estava afastado desde o começo da pandemia, para o Bom Dia Brasil. Ele dividirá a bancada com Ana Paula Araújo já a partir da próxima segunda-feira (5/7). Segundo apuração do UOL, outro que está perto de retornar à emissora é o apresentador Carlos Tramontina, ainda na dependência do calendário de vacinação.

Além disso, Giuliana Morrone, que por oito anos integrou a equipe do Bom Dia Brasil, trocará as manhãs pelas noites e irá para o Jornal da Globo. Para o lugar dela, acompanhando as notícias de Brasília, irá Heraldo Pereira. Ele estava no comando do J10, da GloboNews, que também passará a ter comentários de Giuliana. No lugar de Heraldo, entra Aline Midlej.

Peruzzi, o “inventor” da expressão “acabou tudo em pizza”

Se existir vida eterna do outro lado, o jornalista Milton Peruzzi (1925-2001) deve estar servindo pizza para São Pedro e demais nomes da corte celeste há 20 anos, pois esse é o tempo que ele nos deixou. A pizza é aqui valorizada porque foi através dela que Peruzzi conquistou seu lugar na cultura brasileira. Não é qualquer um que consegue introduzir algo seu em um idioma, no caso, o Português. A festejada expressão “acabou tudo em pizza”, disseminada por todos os países lusófonos, e até em outras paragens, é da autoria dele, brotou da sua criatividade. 

Naturalmente, a rememoração desse episódio não é inédita, ao contrário, mas o episódio merece ser recuperado, pois além da data significativa, está enriquecida com detalhes pouco conhecidos sobre a prática do jornalismo na época, possivelmente ignorados pelos colegas jornalistas que ainda não dobraram o Cabo da Boa Esperança.

Estamos nos anos 1960. O Brasil está consolidando seu predomínio nos gramados apoiado em duas copas conquistadas. Nessa época, nosso futebol era governado por três estrelas, cada uma com um ícone principal: Santos FC (Pelé) e, em segunda posição, Sociedade Esportiva Palmeiras (Julinho Botelho) e Botafogo Futebol e Regatas (Garrincha). 

Peruzzi, o “inventor” da expressão “acabou tudo em pizza”
Milton Peruzzi

Nossa imprensa esportiva tinha sua maior representação em dois jornais. O primeiro, não necessariamente pela ordem, era o Jornal dos Sports (1931-2010), que se caracterizava pelo papel cor-de-rosa e cujo nome mais expressivo foi Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues e inventor do Estádio do Maracanã; o segundo, a paulista A Gazeta Esportiva (1947-2001), fundada por Cásper Líbero, teve em Thomaz Mazzoni o sucedâneo de Mário Filho em São Paulo. E que também teve seus inventos. (Era um italiano que veio, menino, para São Paulo. Tornou-se o segundo de Cásper Líbero a partir de 1930). A ele, além da competência jornalística, devemos os apelidos de Choque-rei para o clássico São Paulo x Palmeiras e Majestoso para São Paulo x Corinthians. Também deu os apelidos de Mosqueteiro ao Corinthians; Clube da Fé ao Palmeiras; Moleque Travesso ao Juventus e Nhô Quim ao XV de Piracicaba. Consta que também teria dado o cognome de Timão para o São Paulo; posteriormente, ao que tudo indica, a designação foi, segundo tricolores, usurpada pelo Corinthians. Neste último caso, porém, há controvérsias. Luiz Carlos Ramos, aposentado, premiado ex-editor de Esporte do Estadão, suspeita que o apelido do alvinegro partiu de Solange Biba (1918-1982), outro monumento da crônica esportiva paulista. 

É interessante registrar que as coberturas de jogos tinham cacoetes próprios. Os repórteres-fotográficos, diferentemente de hoje, em que ficam posicionados comportadamente em local demarcado bem além da linha das traves, naquela época enxameavam atrás do gol. (Um goleiro renomado, já falecido, confidenciou-me que essa aglomeração policiava – prejudicava, melhor dizendo – seu eficiente recurso de defesa, quando havia cruzamento alto para a área, em caso da cobrança de falta ou de escanteio. Antes do apito autorizador, ele se agachava, a título de flexão e voltava com as mãos cheias de areia para aspergir sobre o rosto, leia-se olhos, dos atacantes adversários com a finalidade de abortar cabeceadas. No passado, a linha de gol era recoberta com areia quase até o limite da pequena área, talvez para demarcar um território protetor absoluto do goleiro, pois a regra era clara: qualquer contato físico dos adversários com o arqueiro naquele espaço em princípio era falta. A certa altura esse lugar acabou gramado. Mas cunhou uma frase atribuída, salvo engano, a João Saldanha ou ao lendário filósofo Neném Prancha, no futebol de praia: goleiro é tão desgraçado que, no lugar em que pisa não nasce grama). Nos jogos noturnos os goleiros ficavam indignados com os flashes que espocavam nos seus olhos, prejudicando a orientação na sequência da jogada. Por outro lado, a experiência de perder a imagem de um gol, fosse por problema técnico ou inabilidade, levou os jornais a criarem o artifício do dinheiro sonante. No laboratório fotográfico da redação havia uma salvadora moedinha de 10 centavos com a efigie do presidente Getulio Vargas, que também aparecia nas notas de dez cruzeiros, cuja circunferência imitava perfeitamente uma bola. O truque era adicionado no processo de revelação do filme ou ampliação da imagem, não me recordo. Os repórteres já estavam condicionados a memorizar a posição da bola – gol rasteiro, a meia altura ou no alto – para não haver contradição com a concorrência bem-sucedida na documentação. Convém lembrar que naqueles tempos não havia videotape. 

Milton Peruzzi era repórter de A Gazeta Esportiva, em cujo grupo, rádio e TV, construiu sua bela carreira. 

Naqueles inícios dos anos 1960 explodiu um sério arranca-rabo, eis a definição precisa, entre as diversas alas políticas do Palmeiras; nada a estranhar, pois a gestão dos clubes, mais do que hoje, era sobretudo amadorística; diretores eram fervorosos torcedores. Eles se intrometiam em tudo. Por isso seus nomes eram quase tão citados como os dos jogadores e técnicos nas matérias. No caso do Palmeiras, naquela ocasião, havia o Delfino Facchina, o Ferrucio Sandoli, o Pascoal Byron Giuliano, Nelson Duque, Nicola Raccioppi… 

O engalfinhamento foi de tal ordem que chegou a ganhar projeção nacional. Em certo momento houve necessidade de se promover uma reunião pacificadora entre as alas, pois a desavença já estava afetando a performance do time em campo. 

Segundo os registros, foram mais de dez horas de debates. Fumado o cachimbo da paz, o bom desfecho foi comemorado em um jantar na Cantina Papa Genovese, na Avenida Pompeia, próxima ao Parque Antártica. Evidentemente era um território alviverde. (Posteriormente a cantina esteve em frente ao Parque Antártica e hoje, salvo engano, encontra-se na Rua Itapicuru – naquele mesmo pedaço).

Peruzzi passou todo o dia em cobertura. Na medida em que a noite avançou, tratou de avisar a redação que passaria a matéria por telefone, pois esse era o procedimento devido ao prazo de fechamento dos jornais, que correria por volta das 10 da noite. Não haveria tempo de voltar à redação e escrever o texto. Era o tempo de rodar e de distribuir. (Por volta das 5 da manhã os caminhões-baús saíam numa corrida assustadora das oficinas para o interior e litoral. Em certa ocasião, quando trabalhava nos Diários Associados, peguei uma carona para ir a Jaú, minha cidade – cerca de 320 km da capital – e, mal entrado na Via Anhanguera, decidi viajar na carroceria para sobreviver a possíveis desastres, cercado de pacotes de jornal. Os policiais rodoviários recebiam exemplares gratuitos e talvez a gentileza contribuísse para prevenir multas. À propósito, ainda não existiam pontos a perder na carteira).

Quando os guardanapos foram dobrados sobre os pratos no Papa Genovese, Peruzzi correu ao telefone preto – ainda não havia celular – e transmitiu sua matéria sob o título, aliás, manchete, com direito a ponto de exclamação: A crise do Palmeiras acabou em pizza! Bom repórter, Peruzzi, judiciosamente, enxertou dados convincentes para justificar sua proclamação. O jantar deu conta de 18 pizzas grandes e dez brotinhos, regadas a 15 garrafas do vinho Valpolicella, o bom e velho néctar do Veneto. A manchete provocou viva empatia e foi reverberada em outras ocasiões até se tornar definitivamente expressão idiomática.

Creio que o episódio foi revelado pela primeira vez pelo próprio Milton Peruzzi no programa do colega Milton Neves. Devido à enorme repercussão, ele se deu conta da importância de sua magnifica criação e, no tempo que lhe restou de vida, bem-humorado, pedia aos colegas que sempre lembrassem dele por meio dela.

Milton era publicamente palmeirense. Merecidamente, deu o seu nome à sala de imprensa do belíssimo Allianz Parque.


José Maria dos Santos

Esta é novamente uma colaboração de José Maria dos Santos, ex-Diários Associados, Manchete, Abril e Diário do Comércio, de São Paulo, entre outros.

Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].


NZN anuncia Tayara Simões como sua nova CEO

Tayara Simões é a nova CEO da NZN. A comunicadora é a primeira mulher a ocupar o posto, no Brasil, de empresas do portfólio do H.I.G Capital.
Tayara Simões é a nova CEO da NZN. A comunicadora é a primeira mulher a ocupar o posto, no Brasil, de empresas do portfólio do H.I.G Capital.

Tayara Simões é a nova CEO da NZN, empresa criadora de marcas como Baixaki e TecMundo. No novo cargo desde 1º/7, a comunicadora torna-se a primeira mulher a ocupar o posto, no Brasil, de empresas do portfólio do H.I.G Capital, principal acionista da corporação.

O papel de Tayara, que faz parte do time da empresa desde 2010, será acelerar o crescimento das unidades de negócios e consolidar a NZN como um dos maiores publishers do País, bem como dedicar-se ao âmbito de produto e tecnologia.

Segundo ela, seu principal objetivo será gerar mais valor às marcas: “Agora, à frente do novo desafio, o foco é dar continuidade ao excelente trabalho que já estava sendo realizado, buscando expandir ainda mais nossos serviços e pilares para o mercado”.

Rodrigo Feitosa, presidente do Conselho de Administração da NZN e Managing Director do H.I.G Capital, disse que a escolha da comunicadora para o novo cargo foi considerada essencial para os planos de crescimento do grupo e é consequência de seu trabalho na empresa.

A executiva iniciou sua trajetória na empresa como coordenadora de comunicação em 2010. Especialista na área, não demorou muito até tornar-se gerente do setor, em 2014.

E mais:

Após denúncia do MPF, RedeTV posiciona-se sobre homofobia

A RedeTV disse em nota repudiar a homofobia e o preconceito após o MPF pedir a condenação da emissora e do apresentador Sikêra Jr.
A RedeTV disse em nota repudiar a homofobia e o preconceito após o MPF pedir a condenação da emissora e do apresentador Sikêra Jr.

A RedeTV disse em nota repudiar a homofobia e o preconceito após o Ministério Público Federal (MPF) pedir a condenação da emissora e do apresentador Sikêra Jr. em R$ 10 milhões de indenização por danos morais coletivos, e de perder patrocinadores em decorrência do episódio: “O compromisso com a população LGBTQIA+ faz parte de seus valores editoriais e empresariais”, afirmou.

Em 25/6, durante o Alerta Nacional, Sikêra referiu-se à população LGBTQIA+ como “uma raça desgraçada”, além de atacar uma campanha com a temática diversidade exibida pelo Burger King e relacionar orientação sexual a práticas de crime e uso de drogas.

O valor da indenização será destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+. A ação também requer a exclusão, na íntegra, das redes sociais do programa que foi ao ar no dia 25 de junho.

No texto, a emissora diz que o episódio foi lamentável, afirmando possuir uma programação plural e “políticas internas de inclusão no seu sentido mais amplo”. Declarou ainda que “o compromisso com a população LGBTQIA+ faz parte dos valores editoriais e empresariais da empresa”.

O perfil Sleeping Giants liderou em 28/6 – data em que se celebrou o orgulho da comunidade – uma manifestação virtual em que pedia que as marcas patrocinadoras retirassem seu apoio do programa. Desde então, as empresas TIM, Betsul, Seara MRV, HapVida e Sorridents comunicaram que a atração não fará mais parte de seu plano de mídia e que não compactuam com as opiniões do apresentador.

Confira a nota na íntegra

“O respeito à diversidade sexual e a não discriminação de cor, raça, gênero ou religião é uma tradição dos 22 anos de existência da RedeTV!, que possui uma programação plural e políticas internas de inclusão no seu sentido mais amplo. O compromisso com a população LGBTQIA+ faz parte dos valores editoriais e empresariais da RedeTV!.

A emissora reprova veementemente todos os tipos de discriminação e preconceito. Nesse sentido, a RedeTV! vem a público manifestar condenação a qualquer expressão de homofobia. Queremos também agradecer a todos os nossos colaboradores por ajudarem a construir uma empresa cada dia mais forte e plural.

No caso do lamentável episódio envolvendo o apresentador Sikêra Jr. às vésperas do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, o mesmo desculpou-se publicamente durante o programa da última terça-feira, reconhecendo o equívoco de suas declarações perante a todos que se sentiram justificadamente ofendidos e a todos seus telespectadores, o que certamente servirá para o seu aprimoramento pessoal e profissional. Mesmo assim, a RedeTV! ressalta que tal comportamento não representa, de forma alguma, o posicionamento e o respeito da emissora à diversidade e população LGBTQIA+.

Entendemos que o exercício da tolerância e o respeito às diferenças são valores fundamentais numa sociedade democrática como a brasileira.”.

Carlos Cereto deixa a Globo após 20 anos

Carlos Cereto deixa a Globo após 20 anos

O comentarista Carlos Cereto anunciou sua saída do Grupo Globo após 20 anos de casa. O comunicado foi feito em texto publicado em suas redes sociais. Na empresa, ele atuou como repórter, produtor, editor, editor-chefe, chefe de Reportagem, chefe de Redação e apresentador.

Na publicação, Cereto escreveu “acabou a brincadeira”, em alusão ao nome do programa que comandou no SporTV. Ele agradeceu a Marco Mora, ex-diretor da Central Globo de Esportes, que morreu em 2018, e a Cléber Machado, a quem chamou de “amigo querido”. O comentarista escreveu também que “o SporTV e a TV Globo que conheci não existem mais. Muita coisa mudou”.

A saída dele vem após atritos com seu colega de trabalho André Rizek sobre posicionamentos políticos no jornalismo esportivo. Em junho, uma das pautas mais comentadas no SporTV foi a relevância da realização da Copa América no Brasil, com os crescentes números de casos e óbitos no País.

Cereto escreveu no Twitter que existia “muita lacração política” por parte dos companheiros de imprensa: “Quando foi que o jornalismo esportivo se transformou numa grande lacração política? Saudade de quando a imprensa esportiva achava que só entendia de futebol”.

Rizek também tuitou sobre o assunto, sem citar o nome de Cereto: “Queridinhos e queridonas, não se enganem. ‘Não se posicionar’ é, também, um posicionamento e uma escolha política. Ainda mais no Brasil de hoje. Bom dia”.

Até a publicação dessa nota, a Globo não havia se manifestado sobre a saída de Cereto.

Assédio moral a ex-funcionária

Segundo informações de Daniel Castro (Notícias da TV), a Globo responde na Justiça a um processo movido por uma ex-funcionária por ser conivente com suposto assédio moral que ela teria sofrido de Cereto. No processo, ela diz que o comentarista a xingava e a fazia dar voltinhas para mostrar seu corpo. O Notícias da TV escreveu, porém, que “a saída de Cereto nada teve a ver com a situação.

Dony de Nuccio é vítima de falsidade ideológica

Dony de Nuccio é vítima de falsidade ideológica

O apresentador do SBT Dony de Nuccio anunciou em suas redes que está sendo vítima de falsidade ideológica na internet. Ele alertou seus seguidores de que fotos suas estão sendo usadas em redes sociais e aplicativos de relacionamento para a aplicação de golpes.

“Todo santo dia recebo no mínimo 3 directs/dms de pessoas dizendo que ‘minhas fotos estão sendo usadas’, ‘estão tentando aplicar golpes’, que estão falando comigo em sites de relacionamento, WhatsApp etc”, contou o jornalista.

Com fotos dele, os golpistas já tentaram enganar pessoas em países como Brasil, Vietnã, Tailândia, Holanda e Indonésia. Tentaram inclusive extorquir o próprio pai de Dony.

Histórias do Jornalismo Esportivo – Quase convidada para a lua de mel

Por Helô Campanholo

Sempre me perguntam, me pedem para contar passagens com jogadores, atletas, jornalistas e essas vivências são muitas. Uma delas guardo com carinho porque mostra o grau de amizade que estabeleci durante a carreira, e também é divertida.

Histórias do Jornalismo Esportivo - Quase convidada para a lua de mel, por Helô Campanholo
O troféu da Aceesp que recebeu em 2017

Era final de 1993. Eu ainda no início da carreira, senti-me importante quando chegou na minha casa um belo convite de casamento. A festa aconteceria em um dos salões mais chiques da capital paulista. Logo liguei para a minha amiga e repórter Marisa de França, para saber se também havia sido convidada. Sim, ela estava na lista. Então, fomos ao até a av. Rebouças, naquelas lojas de locação de roupas de festas – fizemos uma zona incrível, pena que não tinha celular com câmera na época. Foi muito divertido – e depois de provarmos vários vestidos escolhemos um. O meu era rosa e o da Marisa, azul marinho. Comparamos sapato e bolsa, aquelas de casório. Bem, investimos uma grana, afinal não poderíamos fazer feio. Era só esperar o grande dia.

Marisa tinha um Uno vermelho e no dia, 29 de novembro, lá fomos nós para uma igreja Batista, tradicional, bem no centro de São Paulo, atentas a tudo. Era o segundo casamento do craque, que tinha se separado havia pouco tempo e na igreja, durante os cultos, conhecera uma moça bem jovem – a noiva tinha 17 anos e, salvo engano, o pai era pastor. 

A igreja começou a ficar cheia. Os atletas, que só víamos de uniforme e chuteiras, todos no maior luxo, também estranhavam as duas de vestido de festa. Foram muitos elogios.

O noivo era fera, jogava no São Paulo Futebol Clube e na Seleção; então, o que não faltava era famoso. Cerimônia concluída, bora pra festa! Entramos novamente no Uno vermelho, som no último e rumamos para o Itaim Bibi.

Nessa hora demos graças a Deus de entrar no carro, porque os pés já estavam doendo muito. Chegando ao bufê, uma escadaria, mas tudo bem. Paramos o carro na rua, um pouco afastado – a cidade não era tão violenta ou nem pensávamos nisso na época. Subimos a escada, apresentamos o convite e ufa!, entramos. Lugares marcados nas mesas, mas nem lembro com quem sentamos, porque pouco paramos ali. “Comes e bebes” rolando e na madrugada resolvemos deixar o salão. Descemos a escadaria – feita pra gente que não bebe –, claro, já descalças, e chegamos na rua rumo ao nosso Uno de tantas histórias. 

De repente, passa por nós uma limusine branca; eram os noivos rumo à lua de mel. Cem metros à frente, o carro para.

Marisa falou: “Helô, o carro parou. Será que esqueceram a camisinha?” Caímos na gargalhada. Eu disse: “Espera! Parou mesmo!”

A porta traseira da direita abriu e surgiu a cabeça do craque. Ele falou:

– Meninas, vocês querem uma carona? Já está tarde…

Fala sério! Esse é amigo… Atrasar a lua de mel para dar uma carona às jovens jornalistas? Agradecemos e apontamos para o nosso carrinho. 

O casamento dele não durou muito, mas a nossa amizade está firme até hoje.

Piupiu duro de frio

Foi na cobertura da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. O técnico da Seleção Brasileira era uma retranca só. Jogadores não podiam nem olhar para os jornalistas, quanto mais dar entrevista. O Brasil iria enfrentar a Coreia do Sul e eu queria assistir à partida. Ganhei do Kaká um ingresso para ver o jogo na área dos familiares. Chegando lá encontrei os familiares de todos os jogadores e fiz muitas amizades. Me aproximei da mãe do Robinho, da esposa e do filho mais velho dele, o Júnior, ainda criança.

Aproveitei o gancho e no dia seguinte fui fazer matéria com a família do Robinho, já que o jogador não podia falar. A equipe e eu fomos ao hotel onde eles estavam hospedados. O repórter, entrevistando o Júnior, perguntou o que ele estava achando de estar na África, vendo o pai jogar. O menino, pequeno na época, mandou essa:

– Aqui é tão frio que fico até de piupiu duro…

Aí foi aquela gargalhada geral. 

Bem, nessa hora, entra no saguão do hotel a Seleção da Holanda, que se encantou com o filho do Robinho, que estava brincando com uma bola. 

A matéria rendeu, os holandeses ficaram encantados com o garoto. 

Aquele ditado cai bem aqui: “Do limão fizemos uma caipirinha”.

Dias depois consegui uma exclusiva com o Robinho. Na era Dunga o trabalho não foi fácil, mas onde há uma bola e uma criança tudo fica mais divertido.

Histórias do Jornalismo Esportivo - Quase convidada para a lua de mel, por Helô Campanholo
Helô com os filhos de Robinho

O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre. A história desta semana é de Helô Campanholo, gerente de Produção do canal Fox Sports. 

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