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quinta-feira, julho 3, 2025

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Celso Zucatelli vai apresentar novo programa da Record em parceria com a Discovery

Celso Zucatelli vai apresentar novo programa da Record em parceria com a Discovery
Celso Zucatelli vai apresentar novo programa da Record em parceria com a Discovery

Já recuperado da Covid-19, mas ainda cumprindo os protocolos médicos, Celso Zucatelli foi escolhido para apresentar o programa Quilos Mortais, novo trabalho da Record TV em parceria com a Discovery. A atração já é exibida em vários países na TV paga. Na Record, terá retoque próprios da emissora.

O programa vai acompanhar o dia-a-dia de pessoas que lutam para vencer a obesidade e retomar o controle de suas vidas. São casos de superação, muitas vezes dramáticos, de homens e mulheres que num determinado momento da vida resolvem alterar as suas rotinas diárias e encontram motivações para mudar.

Zucatelli foi contratado pela Record em novembro de 2019 para apresentar o Balanço Geral Manhã. Em setembro do ano seguinte, assumiu o Fala Brasil, além de comandar outros programas jornalísticos em plantões de fim de semana. Anteriormente, teve outra passagem pela Record, na qual apresentou o Hoje em Dia. Em 2015, deixou a emissora e passou por RedeTV e Gazeta SP.

Sobre o Quilos Mortais

Com nove temporadas, a série documental mostra o cotidiano de pessoas que sofrem com obesidade, os obstáculos, preconceitos e superações, com o tema: “Fartura pode se tornar excesso?”.

Abraji registra 100 jornalistas bloqueados por autoridades públicas no Twitter

Relatório diz que bloqueios de Bolsonaro nas redes impedem o debate público
Abraji registra 100 jornalistas bloqueados por autoridades públicas no Twitter

Monitoramento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) registrou 100 jornalistas bloqueados por autoridades públicas no Twitter desde que passou contabilizar esses casos de forma contínua, em setembro de 2020. Ao todo, foram 196 perfis bloqueados pelo presidente da República, e por ministros, deputados, governadores e outras autoridades públicas.

Os motivos dos bloqueios são diversos. Alguns profissionais sequer atuavam na cobertura direta das autoridades que os bloquearam, outros contestaram tweets com informações falsas ou mencionaram o perfil da autoridade no compartilhamento de uma reportagem.

O presidente Jair Bolsonaro foi quem mais bloqueou jornalistas, com 54 casos, seguido pelos irmãos Abraham e Arthur Weintraub, que impediram o acesso de 25 e 16 jornalistas, respectivamente, quando ainda faziam parte do governo. A Abraji ouviu seis profissionais de imprensa que contam como foram bloqueados e as consequências desse bloqueio.

Rodrigo Carvalho, correspondente da Globo em Londres, contou que foi bloqueado pelo presidente em dezembro do ano passado após perguntar a ele, via Twitter, quando os brasileiros seriam vacinados. À época, o Brasil tinha aprovado o uso emergencial de mais uma vacina no Reino Unido: “Pergunta simples, básica. Àquela altura, mais de 40 países haviam saído na frente. As pessoas estavam morrendo. Fui bloqueado”.

O correspondente comparou a postura de Bolsonaro com a do primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson: “Estamos diante de uma figura sem qualquer compromisso com a democracia, alguém que não é capaz de conviver com as muitas cobranças que recebe. Aqui no Reino Unido, diversas críticas podem ser feitas ao primeiro-ministro conservador Boris Johnson, mas ao menos existe a disposição em lidar com elas e em prestar contas. Na pandemia, nos acostumamos com entrevistas coletivas quase diárias do chefe de governo – com jornalistas fazendo perguntas duras e fundamentais. Como não suporta essa ideia básica de democracia, Bolsonaro coleciona gestos de violência contra a liberdade de imprensa e afunda o Brasil num buraco que, sabemos, sempre pode ser mais fundo. É o governo do autoritarismo, do negacionismo e do desprezo pela vida”.

Tai Nalon, diretora executiva e cofundadora de Aos Fatos, disse que “bloquear um jornalista é muito mais desrespeitoso do que eficaz. Se eu sair do meu perfil e entrar em outro, ou se eu não fizer login, conseguirei ver os tweets do político em questão. Bloquear conta é um recurso oferecido a usuários comuns que sofrem assédio. Políticos estão nas redes para prestar contas, o que é muito diferente do papel de um usuário comum”.

Confira os outros depoimentos no site da Abraji.

Morre de Covid-19 o jornalista, escritor e artista plástico Alípio Freire

Alípio Freire, de 75 anos, faleceu na manhã de 22/4, em São Paulo, vítima de complicações da Covid-19. Ele foi internado há cerca de 20 dias em decorrência da doença, mas não resistiu.
Alípio Freire, de 75 anos, faleceu na manhã de 22/4, em São Paulo, vítima de complicações da Covid-19. Ele foi internado há cerca de 20 dias em decorrência da doença, mas não resistiu.

Alípio Freire, de 75 anos, faleceu na manhã de 22/4, em São Paulo, vítima de complicações da Covid-19. Ele foi internado há cerca de 20 dias em decorrência da doença, mas não resistiu.

Natural de Salvador, o jornalista, escritor e artista plástico fez parte da Ala Vermelha, grupo do PCdoB que combatia a ditadura militar. Ficou preso e foi torturado por três meses com companheiros na Operação Bandeirantes (Oban), em 1969, quando ainda tinha 23 anos. Permaneceu preso até 1974, no Presídio Tiradentes.

Alípio foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), do jornal Brasil de Fato e da revista Sem Terra, diretor do Sindicato dos Jornalistas de SP e primeiro presidente da representação paulista da ABI. Trabalhou em Folha de S.Paulo, TV Cultura e TV Bandeirantes, entre outros veículos. Publicou os livros Estação Paraíso e Estação Liberdade, além de ter organizado Tiradentes, um presídio da ditadura, com o relato de 35 pessoas que lá ficaram presas naquele período.

 

Quando Filippelli conquistou o mundo

Quando Filippelli conquistou o mundo
Quando Filippelli conquistou o mundo

Por Albino Castro

Um inquieto e visionário paraibano de Umbuzeiro, de nome afrancesado, Francisco de Assis Chateaubriand (1892-1968), mas com sobrenomes lusitaníssimos, Bandeira de Mello, criaria, em 1950, em São Paulo, a TV Tupi, a primeira emissora de televisão de língua portuguesa do planeta – e, também, a primeira da América Latina. Só no ano seguinte a novidade chegaria à Argentina do casal Juan Domingo (1895-1974) e Evita Perón (1919-1952). Itália e Espanha fundariam suas estações em 1956 – e Portugal um ano depois.

A televisão foi ao ar, pela primeira vez, em 22 de março de 1935, na Alemanha – embora a França reivindique a invenção, por ter iniciado em 1931 estudos experimentais. O Reino Unido ganharia uma TV em 1936 e, em 1941, a magia do “petit écran” desembarcaria nos Estados Unidos.

A ousadia de Chateaubriand encorajaria, em meados dos anos 1970, outro inquieto e visionário brasileiro, o publicitário paulistano José Roberto Filippelli, responsável pela divulgação e comercialização em todos os continentes, com extraordinário sucesso, das novelas da Rede Globo. Aos 84 anos, de volta à sua desvairada São Paulo, Filippelli, de família originária de Nápoles, acaba de publicar o livro A Melhor Televisão do Mundo. A obra, escrita em tom de memórias, é fruto dos quase 25 anos nos quais o autor esteve na linha de frente, como um “caixeiro-viajante”, a vender os produtos da emissora carioca do Jardim Botânico. Residiu, inicialmente, na espanhola Barcelona, seguindo, após, para Roma, instalando-se entre as colinas do Circo Massimo, onde estão os bairros do Aventino e San Saba, e, por último, na esplêndida Londres.

A novela campeã de vendas foi A Escrava Isaura, de 1976, sucesso em todos os países em que foi exibida. Da Itália à China e de Portugal às Áfricas. A estrela da trama, Lucélia Santos, atriz nascida em Santo André, no ABC paulista, de 64 anos, se tornaria um dos ícones da teledramaturgia mundial – e, aqui, aparece ao lado de Filippelli. O desempenho de Lucélia, como uma jovem branca escravizada, comoveria os telespectadores até no Leste europeu. E, na Hungria, então sob regime comunista, fãs chegaram a organizar uma “vaquinha”, como recorda Filippelli, para que a personagem, que acreditavam ser verdadeira, pudesse pagar sua alforria.

As telenovelas expandiram sua popularidade, inegavelmente, a partir do Brasil, porém, surgiram em Cuba, no século XIX, onde os textos de folhetins são lidos para entreter homens e mulheres que trabalham na confecção dos charutos. Passaram, no início da década de 1930, ao rádio e, 20 anos depois, à televisão. Uma das mais celebradas autoras de novelas cubanas, Glória Magadan (1920-2001), refugiou-se em São Paulo, em 1964, contratada por Chateaubriand e, posteriormente, pela Rede Globo.

O livro de Filippelli tem a colaboração de Mary Lou Paris, da Editora Terceiro Nome, e a apresentação do jornalista Dácio Nitrini. O título, ao contrário do que possa parecer, não afirma que a Rede Globo é a melhor televisão do mundo. Trata-se de uma brincadeira com o fato de que, nas feiras internacionais, todos os vendedores se diziam representantes da melhor TV do mundo. Inclusive Filippelli.   

O sucesso, contudo, nunca lhe subiu à cabeça. Modestíssimo, lembro-me dele, entre os anos 1970 e 1980, quase se “justificando” pelo enorme êxito de suas vendas. Eu era correspondente de O Globo e seu vizinho, em Roma, à Via Latino Malabranca. Ouvi dele em várias ocasiões que o sucesso só fora possível pela qualidade dos produtos da Globo. E, cá entre nós, arremataria respondendo que, sem Filippelli, talvez a emissora da família Marinho jamais teria alcançado o merecido destaque universal. 


Albino Castro

A história desta semana é novamente uma colaboração de Albino Castro, ex-SBT, EBC, tevês Gazeta-SP e Cultura, entre outros, que atualmente publica a coluna Mundos ao Mundo no jornal semanal luso-brasileiro Portugal em Foco.

Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br.

Ações protocoladas pela ABI no Supremo defendem a liberdade de imprensa no País

Empresária

Por Kátia Morais, editora de J&Cia em Brasília

A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, deu dez dias para que o presidente Bolsonaro se manifeste sobre a ação movida pela Associação Brasileira de Imprensa que contesta o “declínio da liberdade da expressão no Brasil”. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI-6792/21 ), protocolada em 8/4, a entidade descreve um quadro de “ameaças a jornalistas e atividades”, “hostilização progressiva de profissionais de imprensa por autoridades governamentais e apoiadores”, “instauração de procedimentos de responsabilização criminal” pelo governo com base na Lei de Segurança Nacional, além de “restrições administrativas à liberdade de expressão de professores e pesquisadores”, “imposição de censura por decisões judiciais e matérias  jornalísticas”, “imposição de indenizações desproporcionais” e “ajuizamento de ações de reparações de danos” contra jornalistas e veículos de imprensa, “com o propósito de lhes impor constrição econômica e de dificultar o exercício do direito de defesa”. Para a ABI, as práticas “empobrecem progressivamente a esfera pública no Brasil, concorrendo para a erosão das bases do regime democrático”. Na decisão, Rosa Weber também pede explicações do Senado e da Câmara dos Deputados.

Em 13/4, a ABI também acionou o STF para que a Corte declare a inconstitucionalidade do emprego abusivo de ações judiciais e de inquéritos policiais que, com fundamento em crime contra a honra, serviriam para desestimular a participação crítica no debate público. A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF – 826/21) foi distribuída ao ministro Gilmar Mendes.

Na ação, a ABI sustenta que, desde o início do atual governo, o Ministério da Justiça e da Segurança Pública vem requisitando a abertura de inquéritos policiais para apurar publicações de jornalistas e outras manifestações públicas críticas. Segundo a associação, em 2019 e 2020, foram abertos 77 inquéritos, muitos deles com fundamento nos crimes contra a honra previstos nos Códigos Penal e Eleitoral (calúnia, difamação e injúria). “Ainda que sem viabilidade jurídica, tais procedimentos investigatórios servem ao propósito ilícito de silenciar jornalistas”, alega.

Para a ABI, o consenso em torno do estado democrático de direito tem sido abalado pela emergência de práticas autoritárias que têm como um de seus principais alvos a liberdade de expressão. A finalidade da ação é que o STF interprete, conforme a Constituição, diversos dispositivos do Código Eleitoral, do Código Penal e do Código Penal Militar que tratam dos crimes contra a honra e, ainda, o que tipifica esses crimes em relação ao presidente da República, a chefe de governo estrangeiro ou a funcionário público, a fim de coibir o emprego abusivo de procedimentos criminais para impedir o exercício pleno da liberdade de expressão.

Mariana Scalzo assume a Comunicação do McDonald’s no Brasil

Mariana Scalzo assume a Comunicação do McDonald’s no Brasil
Mariana Scalzo assume a Comunicação do McDonald’s no Brasil

Mariana Scalzo é a nova diretora de Comunicação no Brasil da Arcos Dorados, franquia que representa o McDonald’s na América Latina e Caribe. Ex-Grupo Boticário, onde liderou a área de assuntos institucionais e comunicação corporativa, em 25 anos de carreira ela também passou por Odebrecht, ali respondendo pela diretoria de comunicação do estádio do Maracanã, e por redações das editoras Globo e Abril e Folha de S.Paulo. Mariana, vale acrescentar, foi premiada pela ONU Mulheres pela campanha Com Você eu Jogo Melhor, em prol da equidade feminina; e pela Aberje, por ações de comunicação interna. Em 2020, foi TOP 5 entre os executivos de comunicação do País pela Mega Brasil.

Outras movimentações por lá foram a promoção de Mariana Augusto a gerente sênior de comunicação corporativa, e de Ana Flávia Andrade e Anderson Marin Lima a especialistas em comunicação corporativa, além da chegada de Carolina Tavares (ex-Edelman, Vivo e Claro), nessa mesma função.

A partir da esquerda, em cima: Mariana Scalzo, Carolina Tavares, Mariana Augusto, Anderson Marin e Ana Andrade.

A área reporta-se a David Grinberg, vice-presidente de Comunicação Corporativa, que atualmente comanda a área sediado na Argentina.

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Pandemia e redes sociais estão no bojo dos ataques à liberdade de imprensa

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

A edição 2021 do Ranking Mundial Liberdade de Imprensa da organização Repórteres sem Fronteiras, apresentado em Paris nesse 20 de abril, trouxe resultados preocupantes. Apenas 12 dos 180 países avaliados oferecem um ambiente seguro para a prática do jornalismo.

Não foi exatamente novidade, já que notícias sobre obstáculos ao trabalho da imprensa, agressões e mortes de jornalistas viraram quase rotina.

Duas culpadas foram apontadas: a pandemia, por ter servido como pretexto para bloqueios e censura, e as redes sociais.

Não se discute o valor das plataformas para a própria imprensa e para a sociedade. Mas o efeito colateral tem sido o uso que se faz delas para alimentar ódio contra o jornalismo como instituição, contra profissionais e contra veículos.

A RSF afirma em seu relatório que a desinformação, associada à intensificação da violência política na internet direcionada contra jornalistas, é um dos maiores desafios da atualidade para a garantia do direito à liberdade de expressão.

A entidade aponta que nos últimos anos governos de diversos países e matizes ideológicas incorporaram ao seu discurso público uma estratégia de minar a legitimidade do papel da imprensa como mediadora social e fiscalizadora do poder.

E critica o uso das plataformas por chefes de estado, parlamentares e autoridades para incentivar ataques contra profissionais e empresas de mídia “como forma de desviar a atenção sobre revelações comprometedoras, manter sua base política mobilizada e ter controle sobre o debate público”.

O Brasil caiu quatro posições no ranking deste ano e entrou para a zona vermelha, que sinaliza países em situação crítica. O presidente Bolsonaro figura no documento como governante que tem se destacado nos ataques à mídia e na desinformação, com referências à promoção do medicamento hidrocloroquina sem comprovação de sua eficácia.

Embora o presidente tenha se notabilizado pelos embates com a mídia, o problema não está só nele e nem no Brasil polarizado politicamente. Mesmo em países cujos líderes respeitam a imprensa (casos da Alemanha, do Reino Unido), as redes sociais estão contaminadas por discurso de ódio contra jornalistas.

Os motivos são diferentes. Em alguns países o problema é o governante. Em outros, grupos radicais e teóricos da conspiração. Mas o resultado é um só: um desgaste do jornalismo que diminui a confiança da sociedade e limita seu acesso a informações confiáveis e a diferentes opiniões.

A Europa tem sido particularmente afetada pelo extremismo de direita, que a pandemia só fez piorar. Negacionistas da Covid-19 e grupos inconformados com as medidas de isolamento social por seu impacto na economia deram-se as mãos em uma perigosa aliança, que levou a cenas inacreditáveis de repórteres perseguidos durante manifestações, fugindo ao som de cânticos pedindo a sua morte.

Facebook, novamente na berlinda

A imprensa não é a única vítima. Discurso de ódio e abuso online afetam minorias raciais, crianças, celebridades e anônimos. Por isso, está no radar de muitos que se preocupam com a ausência de limites e a fragilidade dos atuais sistemas de moderação de conteúdo.

Em março, o jornal britânicoThe Guardian teve acesso às regras do Facebook para os  moderadores. A orientação é de que ataques e até pedidos de morte não sejam removidos, à luz da liberdade de opinião.

No início desta semana, o Reino Unido elevou o tom contra a plataforma para que reveja os planos de implantação da criptografia de ponta a ponta no Instagram e no Messenger. O argumento é o risco de dificultar a investigação de abusos online contra crianças, terrorismo e extremismo.

As plataformas resistem, e talvez isso se deva à própria dificuldade de estabelecer os parâmetros entre o que é opinião e o que é violência − ainda que os mais críticos apontem o interesse comercial.

O agravamento de situações como a queda de confiança na imprensa, no entanto, não deixa muita alternativa senão encontrar fórmulas para que os danos das redes sociais não superem seus benefícios.


Veja em MediaTalks Nicarágua: repressão à imprensa agravada pela “Lei da Mordaça”, em que jornalistas contam como é trabalhar sob ameaças e perseguições.

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Morre o repórter fotográfico Lilo Clareto

Faleceu nessa terça-feira (20/4), em São Paulo, o repórter fotográfico Maurilo Clareto, o Lilo Clareto, que se tratava da Covid-19 no Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Ele havia sido transferido de Altamira, no Pará, onde morava com a família, na madrugada de 22 de março. Lilo foi por 11 anos repórter fotográfico de O Estado de S. Paulo e por sete anos trabalhou na revista Época.

A amiga Eliane Brum, colunista de El País, que trabalhou com ele em Época, liderou nesse período de internação uma campanha de arrecadação de fundos para pagar gastos com médicos, remédios, transporte e hospital. Emocionada, ela escreveu no Facebook:

“Nosso Lilo, meu Lilo, virou árvore, virou rio, virou floresta. Virou luz e virou chuva. Virou vagalume, borboleta amarela na Terra do Meio.

Lilo, meu Lilo, você é em mim e em todos que te amaram e que foram amados por ti. Você é em cada janela que abriu no mundo com sua câmera. Lilo, você é.

A causa direta da morte de Lilo Clareto foi Covid-19. Mas não foi o vírus que matou Lilo. Foi quem disseminou o vírus no Brasil, quem chamou a Covid de “gripezinha”, quem recusou vacinas, quem produziu aglomerações, quem agiu contra o uso de máscaras. Quem praticou crime de extermínio contra centenas de milhares de brasileiros e brasileiras, crime conta a humanidade.

Meu Lilo, nosso Lilo, não morreu por doença. Lilo morreu assassinado.

Eu te responsabilizo, Jair Messias Bolsonaro, por assassinato. Eu te responsabilizo, Jair Messias Bolsonaro, por crime de extermínio. Eu te responsabilizo, Jair Messias Bolsonaro. Eu te responsabilizo.

Eliane Brum e Lilo Clareto
Eliane Brum e Lilo Clareto

Organizações lançam site para pressionar governo por dados confiáveis sobre a vacinação

Organizações lançam site para pressionar governo a divulgar dados confiáveis sobre a vacinação
Organizações lançam site para pressionar governo a divulgar dados confiáveis sobre a vacinação

Sete organizações da sociedade civil lançaram nesta terça-feira (20/4) o site transparenciavacina.org.br, para divulgar informações sobre a vacinação contra a Covid-19 e pressionar o governo a disponibilizar dados confiáveis e acessíveis à população.

A página é parte da campanha Caixa Aberta, que reivindica transparência do Ministério da Saúde sobre o enfrentamento da pandemia. A iniciativa foi criada pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pelas organizações Open Knowledge Brasil, Transparência Brasil, Transparência Internacional − Brasil, Observatório Covid-19 BR e Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade. O projeto tem apoio e supervisão do Laboratório Anticorrupção da Purpose e foi endossado por mais de 50 entidades.

O site mostra para os usuários quais dados e informações são divulgados pelo Ministério da Saúde e quais são os que deveriam ser de conhecimento público, mas não estão acessíveis ou disponíveis. Nestes últimos, as pessoas são convidadas a clicar em um botão e “pressionar o governo” para que divulgue a informação. Elaborada por uma equipe de especialistas em políticas públicas, transparência e saúde, a página mostra perguntas frequentes sobre a vacinação, como dúvidas a respeito do calendário de aplicações ou a distribuição de doses pelo País.

Nicole Verillo, gerente de Incidência Anticorrupção da Transparência Internacional – Brasil, declarou que “a falta de dados disponíveis sobre a vacinação contra a Covid-19 não é surpresa, considerando o histórico da atual administração federal, que vem adotando medidas para reduzir a transparência das informações públicas. Disponibilizar de forma fácil, ágil e completa as informações sobre a vacinação é fundamental não só para a população saber quando será vacinada, mas também para que possa acompanhar esse processo, reduzindo as possibilidades de descumprimento do cronograma”.

 

Repórteres Sem Fronteiras cobra solução de assassinatos de jornalistas no Brasil

Repórteres Sem Fronteiras cobra solução de assassinatos de jornalistas no Brasil
Repórteres Sem Fronteiras cobra solução de assassinatos de jornalistas no Brasil

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) cobrou esclarecimentos e punição para os casos de assassinato de dois jornalistas no Brasil nas últimas semanas, em circunstâncias ainda não esclarecidas. A entidade lamenta o “ambiente de trabalho extremamente tenso” e pede que as autoridades garantam a proteção da imprensa no País.

O radialista Weverton Rabelo Fróes, de 32 anos, conhecido como Toninho Locutor, foi executado em 4 de abril, na cidade de Planaltino, na Bahia. Fundador de uma rádio amadora local, ele apresentava um programa humorístico para a Rádio Antena 1. Foi assassinado na porta de sua casa por um homem armado em uma motocicleta, que fugiu logo em seguida.

Cinco dias depois, em 9 de abril, José Bonfim Pitangueiras, de 43 anos, produtor da Record TV, foi executado em Salvador por indivíduos armados. Segundo informações de pessoas próximas, Pitangueiras não havia mencionado ameaças recentes relacionadas ao seu trabalho.

Emmanuel Colombié, diretor do escritório da RSF para a América Latina, declarou que “toda luz deve ser lançada sobre esses assassinatos. As autoridades locais e federais devem identificar e levar à justiça os responsáveis por esses crimes, fazendo todo o possível para garantir a proteção dos jornalistas”.

A entidade lembra de outros casos recentes de ataques contra a liberdade de imprensa no Brasil: No começo do mês, a rádio Comunidade, de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco, foi invadida por simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro, após o radialista Júnior Albuquerque criticar a postura do presidente durante a pandemia de Covid-19. Em março, um bombeiro admitiu ter ateado fogo na sede do jornal Folha da Região, em Olímpia, no norte de São Paulo, em um ato de “revolta contra a imprensa”.

Vale lembrar que, nesta terça-feira (20/4), a RSF divulgou seu ranking sobre liberdade de imprensa ao redor do globo. O Brasil caiu quatro posições em relação ao levantamento anterior, e está agora em 111º lugar entre as 180 nações analisadas. Além disso, entrou na zona vermelha, composta por países onde o trabalho da imprensa é considerado “difícil”. Confira mais detalhes do ranking em MediaTalks by J&Cia.

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