Por Assis Ângelo
Guimarães Rosa foi realmente uma figura importantíssima para a literatura brasileira.
Ele. Rosa, estreou pra lascar no ano da graça de 1946. Seu livro de estreia foi Sagarana.
Em Sagarana acha-se o conto São Marcos.
No conto São Marcos nos deparamos com o Brasil real de todos os tempos e até aqui.
São Marcos começa com um médico recém-formado chegando a um vilarejo de nome Calango-Frito, localizado no fim do mundo de Minas.
O médico tem por nome João José. É figurinha antipática e metida a besta, movida a preconceito e tudo o mais que não presta. A cor da sua pele é branca.
O branco médico passa na frente de um local onde mora o preto curandeiro Mangolô. Não resistindo, o médico recém-saído dos cueiros vai chegando e já dizendo: “Todo negro é cachaceiro. Todo negro é vagabundo. Todo negro é feiticeiro”.
Mangolô até então ouvindo com paciência o que dizia o doutorzinho, cuspiu de lado e bateu a porta furioso.
Encurtando conversa: o doutor, montado no seu cavalinho, seguiu trilhas até um bosque. Na verdade, uma mata cheia de plantas e bichos, cuja beleza ia além da imaginação. De repente, o doutor João José ficou cego e desesperado sem saber o que fazer. Apurou o ouvido e ouvido apurado conseguiu chegar à casa do curandeiro Mangolô. E mais não digo.
Pois é, a vida é cheia de mistérios.
Mistérios há em todo canto desde sempre.
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