Morreu em São Paulo em 21/4 Celso Horta, aos 74 anos, vítima de um infarto. Estava sendo submetido a uma cirurgia de próstata e teve problemas cardíacos. Não resistiu.

Nascido em Guaratinguetá, interior de São Paulo, Horta teve grande atuação na militância contra a ditadura militar. Em 1968, fez vestibular para Direito e iniciou sua trajetória na militância política junto à Ação Libertadora Nacional (ALN), como membro de um Grupo Tático Armado (GTA) da organização.

Foi preso em 1969 e solto somente em 1977. Após a soltura, iniciou a trajetória no jornalismo e formou-se na área pela ECA-USP, em 1982.

Atuou na imprensa comercial até 1991. Depois, trabalhou no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, onde foi coordenador da Tribuna Metalúrgica, jornal diário da categoria. Anos mais tarde, em 2005, passou a diretor do jornal ABCD Maior, idealizado por ele e sindicatos da CUT na região. Enquanto trabalhava com jornalismo, Horta teve atuação também no processo de consolidação do Partido dos Trabalhadores (PT).

Desde 2012, dedicava-se à carreira de escritor e pesquisador. Publicou recentemente o livro A repressão militar-policial no Brasil – O livro chamado João.

Entidades e colegas lamentaram a morte de Horta. Luís Nassif, que trabalhou com ele no Jornal da Tarde, destacou seu legado e importância para o jornalismo, lembrando o trabalho de Horta na reportagem sobre a distribuidora de valores Tieppo, que “movimentou a disputa jornalística nos anos 80”. Graças ao trabalho atencioso de Horta, foi possível produzir uma reportagem de página inteira desmontando a farsa dos arquivos da corretora. (Leia+)

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