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sábado, abril 27, 2024

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Lance demite metade da Redação no Rio

Corte atinge a todas as áreas da empresa, inclusive a Redação paulista Na última 5ª.feira (25/9), o grupo Lance demitiu um grande contingente de seus funcionários. Saíram cerca de 65 colaboradores, entre Rio e São Paulo. Foram desligadas pessoas de todas as áreas da empresa: Redação, Industrial, Marketing, Comercial, Financeiro, RH etc.. Entre os desligados estão funcionários fixos, estagiários, colunistas, correspondentes e outros. Foram dispensados de imediato, sem ficar para cumprir o aviso prévio. O Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio publicou em sua página, na 2ª.feira (29/9), o comunicado interno, assinado por Walter de Mattos Jr., presidente do grupo, e distribuído entre os funcionários. Em seguida, a assessoria de imprensa do Lance emitiu uma nota oficial, com aquele conteúdo resumido. Da Redação no Rio, saíram 37 pessoas, o que corresponde à metade da equipe. A área mais desfalcada foi a TV Lance, que perdeu a editora nacional Ana Luiza Prudente e cuja equipe de dez pessoas ficou resumida a apenas uma. Foram também reduzidos os núcleos em que se divide o trabalho na redação. Entre os que saem estão os repórteres Alexandre Araújo, setorista do Vasco, e Leonardo Burlá, do futebol internacional. No enxugamento dos núcleos, alguns foram aproveitados no portal, para edição de material e não mais reportagem. Em São Paulo, a TV tinha seis pessoas e ficou com apenas duas. Da Redação paulista saíram Eduardo Viana (fotógrafo), Rubens Fortes (tratador de imagem), Juvenal Longo (diagramador), Marcelo Damato (colunista), Bruno Uliana (coordenador de TV), Amanda Alencar (editora de vídeo), e Daniela Caravaggi, Paulo Giannini, Luiz Fogaça, Fátima Petronieri e Juliana Arregui (estagiários). Parece que, no Rio, a decisão não surpreendeu a todos. Alguns comentam o zum-zum-zum que circulava nos corredores há cerca de três meses, quando terminou a Copa e o jornal diminuiu em oito ou dez páginas, denunciando dificuldades financeiras. Alguns chegaram a se preparar para sair. Causas do corte seriam modelo de negócio e perda de patrocínio Fontes ouvidas pelo Portal dos Jornalistas atribuem o corte no Lance ao modelo de negócio, com a migração do leitor para a internet e alguma canibalização do noticiário compartilhado pelas mídias do grupo, em que o impresso, último a sair, já chega com defasagem e tem pouco aprofundamento. Isto acrescido ao fato de a maioria dos veículos esportivos na internet permitir acesso a conteúdo premium apenas para assinantes, o que não ocorria com o Lance. Um dos argumentos da empresa é que a mídia passa por grandes movimentos de reestruturação, não só aqui, como em qualquer parte do mundo, e tais ajustes são necessários para se manter na disputa do mercado e investir em ferramentas e processos que garantam maior competitividade. Outro comentário atribui parte dos problemas ao corte de um patrocínio que o jornal receberia da Confederação Brasileira de Voleibol. Um escândalo que culminou com a renúncia do presidente da entidade, ainda no primeiro semestre, investigado pelo canal ESPN Brasil, teve enorme repercussão, forçando o Lance a noticiar o fato, o que teria posto fim à parceria. O Sindicato carioca, segundo comentários dos profissionais, demorou a divulgar o ocorrido, mas esta semana não perdeu tempo para mobilizar os demitidos. Chamou-os para uma reunião na manhã de 3ª.feira (30/9), ouviu as reclamações e prometeu acompanhar de perto o pagamento das verbas rescisórias. Com isso, põe lenha na fogueira de suas disputas com o Lance, que é acusado do não pagamento de participação nos lucros desde 2010, como previsto em convenção coletiva. O jornal chegou a propor pagar parceladamente, o que não foi aceito pelo Sindicato, porque incidiria Imposto de Renda para o funcionário sobre esses atrasados. Está marcada para 16/10, às 10h, mesa-redonda no Ministério do Trabalho, na terceira rodada de negociação desta e de outras dívidas que o Sindicato atribui ao jornal. No mesmo dia, às 13h, haverá reunião na sede da entidade com os funcionários. Por fim, o Departamento Jurídico do Sindicato estuda a possibilidade de caracterizar o ocorrido na semana passada como demissão em massa, já que metade da redação foi dispensada.

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