O Flamengo apresentou uma queixa-crime por calúnia e difamação contra 11 jornalistas do UOL, além do engenheiro José Augusto Bezerra, pela matéria Engenheiro acusa: Flamengo adulterou cena do incêndio, publicada em 6 de março deste ano.

Segundo informações do próprio UOL, o Flamengo está processando cada jornalista individualmente, e não o UOL como veículo. O time acusou no processo Léo Burlá, autor da reportagem, além de Alexandre Araújo, Igor Siqueira, Bruna Sanches, René Cardillo, Márcio L. Castro, Lucas Lima, Bruno Doro, Diego Assis, Leonardo Rodrigues e Pedro Lopes, responsáveis pela edição do conteúdo.

A reportagem em questão fala sobre o incêndio no Ninho do Urubu, que matou garotos da base do Flamengo em fevereiro de 2019. O UOL conversou com o engenheiro José Augusto Bezerra, que declarou ter visto o CEO Reinaldo Belotti ordenar a retirada de partes de uma instalação elétrica problemática, o que alteraria a cena do incêndio enquanto a perícia ainda acontecia. O clube nega as acusações.

Em 23 de março, após a publicação da reportagem, o Flamengo barrou a entrada do UOL no Ninho do Urubu para acompanhar um treino do time. Outros veículos foram liberados para cobrir a mesma atividade. O UOL tentou conversar com o clube sobre a proibição, mas sem sucesso. Depois disso, a reportagem do UOL foi barrada em mais cinco treinos abertos, antes de conseguir liminar que permitiria o acesso.

A advogada Taís Gasparian, diretora do Instituto Tornavoz, comentou sobre o caso: “O uso de processos criminais contra jornalistas visa ao constrangimento. Pretender levar jornalistas à prisão pelo exercício da profissão é prática eticamente abusiva”.

Para Luis Francisco Carvalho Filho, advogado do UOL, “este processo mostra como o futebol brasileiro não tem compromisso com a transparência. É uma tentativa bisonha de intimidação”.

0 0 votes
Article Rating
Subscribe
Notify of
guest
0 Comentários
Inline Feedbacks
View all comments