O presidente Jair Bolsonaro bloqueou em 18/1 o perfil da agência de checagem Aos Fatos no Twitter. Em resposta ao ocorrido, o site escreveu que a atitude de Bolsonaro é “arbitrária e demonstra crescente intolerância do mandatário ao contraditório”.
Para Tai Nalon, diretora executiva de Aos Fatos, o bloqueio soa como uma “reação agressiva ao acompanhamento sistemático que é feito das declarações do presidente no contador de checagens. (…) É uma ação casuística, autoritária e também contraproducente, já que qualquer outro perfil, logado ou deslogado, pode ler o que Bolsonaro publica na rede social”. Em 15/1, a agência contabilizava quase 2.300 informações falsas do presidente desde que assumiu o cargo.
No texto, Aos Fatos destaca a opinião de Francisco Cruz, advogado e diretor do Internet Lab: “Ao bloquear o acesso de jornalistas, o presidente tenta criar obstáculos para que a imprensa e a população possam debater e questionar as propostas do governo. (…) Apesar de ser uma conta pessoal, ela é efetivamente usada pela Presidência da República, o que confere caráter público às suas publicações”.
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), ao menos 32 jornalistas já foram bloqueados por Bolsonaro no Twitter. O mesmo estudo detectou que, de 2014 até o começo desta semana, 65 jornalistas tinham sido bloqueados por autoridades públicas brasileiras com perfis nas redes sociais, somando 128 casos. Vale lembrar que Bolsonaro já responde a ações sobre o tema.