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quinta-feira, agosto 14, 2025

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Forma RP e GPeS unem-se em joint venture com foco em empresas de saúde

Forma RP e GPeS unem-se em joint venture com foco em empresas de saúde

Nasce neste mês de outubro a joint venture Forma RP + GPeS, com foco em empresas e profissionais da saúde, para aportar valor, construir reputação e gerar resultados expressivos ao negócio dos clientes. O objetivo é unir o saber-fazer das duas empresas para atender a grandes marcas do setor de Relações Públicas.

O projeto será liderado por Flavia Meirelles, fundadora e sócia-diretora da Forma RP, e Gilmara Espino, sócia-diretora da GPeS. A equipe multidisciplinar da joint venture é formada por jornalistas, revisores técnicos da área da saúde, enfermeiros, planners e designers, que atuam em parceria estratégica e a partir de um processo de construção integrado com os clientes.

A joint venture foi realizada apenas este ano, mas a parceria entre Forma RP e GPeS já acontece há quase três anos. O projeto começa atendendo a grandes marcas e eventos do setor hospitalar, como HIS, Digital Journey, Instituto do Sono, Brasil Apoio, Afip Diagnóstica e o Grupo GSH.

Flavia atua na área de comunicação corporativa há mais de duas décadas. Anteriormente, trabalhou em Lowe, Leo Burnett Tailor Made, TV Globo, Young & Rubicam Wieden+Kennedy e Aktuellmix. Em 2017, venceu o Troféu Mulher Imprensa na categoria Assessora de Comunicação – Agência.

Gilmara tem quase 20 anos de experiência no setor de saúde. É mestre em Gestão de Saúde pela FGV. Foi a fundadora e publisher da revista Melhores Práticas em Saúde, Qualidade e Acreditação. Desenvolveu, em parceria com o IQG, uma pesquisa sobre cultura de segurança que já foi aplicada por mais de sete mil profissionais da saúde. É também professora de Marketing de Saúde para cursos de MBA e pós-graduação de FGV, IPOG, Rede D’Or e ONA.

Márcia Turcato lança livro sobre bastidores de reportagens

Márcia Turcato lança livro sobre bastidores de reportagens, da ditadura à pandemia

Márcia Turcato lança o livro Reportagem − da ditadura à pandemia (Editora Telha), que ao longo de 20 capítulos conta bastidores de matérias jornalísticas que a autora produziu desde o golpe que iniciou a ditadura militar em 1964 até a atual pandemia de Covid-19.

A obra fala sobre reportagens de política, mas também de turismo na capital federal, e duas viagens para a Antártida. Entre os destaques estão o retorno ao Brasil do ex-governador Brizola, epidemias que desafiaram o sistema público de saúde, como cólera, influenza e Covid-19, um pedal no Amapá e um segredo da revista A Granja, de Porto Alegre.

Natural de Porto Alegre, Márcia atuou em veículos de imprensa de Rio Grande do Sul e Santa Catarina até se mudar para Brasília em 1988 para cobrir a Assembleia Nacional Constituinte. Na capital federal, passou por várias redações e assessorias de imprensa.

Segundo ela, a intenção da obra é homenagear jornalistas profissionais que vivem o desafio de informar com ética e compromisso social em um cenário de pós-verdade. Ao Coletiva.net, disse que ficou muito feliz que o lançamento do livro coincidiu com a entrega do Prêmio Nobel da Paz para dois profissionais da imprensa estrangeiros que combatem fake news (Leia mais em MediaTalks by J&Cia).

É possível adquirir a obra em pré-venda no site da Editora Telha.

Marília Ruiz estreia na BandNews FM

Marília Ruiz estreia na BandNews FM

Marília Ruiz estreou nessa segunda-feira (18/10) como comentarista esportiva da rádio BandNews FM, na transmissão do clássico entre São Paulo e Corinthians, ao lado de Marcelo do Ó, Bruno Camarão e do ex-jogador Denílson. Ela já fazia parte do Grupo Bandeirantes, atuando no programa Bola Rolando, do BandSports, e no 3º Tempo, da Band TV. É também colunista do UOL.

Formada pela Universidade de Brasília, iniciou a carreira como comentarista na TV CNT. Foi repórter em Band, TV Record e RedeTV, e assinou colunas em Lance, Folha de S. Paulo, Diário do Grande ABC e nas revistas Alfa e Veja São Paulo.

Anunciados os vencedores do 43º Prêmio Vladimir Herzog

43º Prêmio Vladimir Herzog
43º Prêmio Vladimir Herzog

A comissão organizadora do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos divulgou em 16/10 os vencedores de sua 43ª edição. O anúncio foi realizado através de sessão pública online, exibida ao vivo pelo canal da premiação no YouTube. Neste ano, a iniciativa contou com 700 inscrições, divididas entre suas sete categorias.

A cerimônia de premiação será realizada na próxima segunda-feira (25/10), a partir das 20h, também pelo Youtube do Prêmio Vladimir Herzog. Além dos premiados pelas reportagens, neste ano a iniciativa homenageará os jornalistas Neusa Maria Pereira e Alex Silveira, com o troféu símbolo do Prêmio, e Abdias Nascimento e José Marques de Melo (in memoriam).

Outros dois eventos completarão a programação do concurso. No sábado (23/10), às 10h, haverá um encontro com atividades de dança, poesia, música e literatura na praça Vladimir Herzog, localizada na Rua Santo Antônio, no bairro Bela Vista, em São Paulo. E no domingo (24/10), das 17h às 19h, os vencedores do prêmio participarão da tradicional roda de conversa virtual sobre os bastidores de suas reportagens.

Para Cristina Zahar, secretária-executiva da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e integrante da comissão avaliadora do prêmio, a edição deste ano contou com trabalhos excelentes em todas as categorias, o que dificultou a escolha dos vencedores. “Feminicídio, moradia, reforma agrária, meio ambiente e políticas de combate às drogas foram alguns dos temas abordados, mostrando a importância do jornalismo em apontar violações de direitos humanos e contribuir para oferecer soluções”, afirmou.

Confira a lista com os vencedores e as menções honrosas:

Arte

Título: Motociatas
Autor: Zé DAssilva
Veículo: Diário Catarinense

Charge Motociatas, de Zé Dassilva, para o Diário Catarinense

MENÇÃO HONROSA

Título: LGBTfobia está atrelada ao processo de colonização?
Autores: Norberto Liberator, Marina Duarte Maidana e Aline Correia Antonini
Veículo: Revista Badaró

 

Fotografia

Título: Grito do Subúrbio
Autor: Brenno Farias
Veículo: O Globo

Imagem Grito do Subúrbio, de O Globo, foi uma das vencedoras na categhoria Fotografia

Título: Paradoxo amazônico: 66% dos piores municípios do Brasil estão na Amazônia
Autores: Tarso Sarraf, Renato Tavares, Cleo Soares e Daniel Nardin
Veículo: O Liberal

Paradoxo Amazônico, de O Liberal, também foi premiada na categoria Fotografia

MENÇÃO HONROSA

Título: Jacarezinho
Autor: Mauro Pimentel
Veículo: Revista Badaró

 

Produção jornalística em áudio

Título: O prato do preso
Autores: João Peres, Marina Yamaoka, Victor Matioli, Victor Oliveira, Denise
Matsumoto
e Amanda Flora
Veículo: O Joio e o Trigo

MENÇÃO HONROSA

Título: Crianças refugiadas discutem no Radinho BdF o direito de migrar 
Autores: Camila Salmazio, Lua Gatinoni e Sarah Fernandes
Veículo: Brasil de Fato

 

Produção jornalística em multimídia

Título: Estado alterado
Autores: Paula Leite, Fernando Sciarra, Mariana Goulart, Luciana Coelho, Marcelo Leite, Lalo de Almeida, Sylvia Colombo, Fabiano Maisonnave, Ana Estela de Sousa Pinto, Fernanda Mena, Patrícia Campos Mello, Fábio Zanini, Thiago Amâncio, Eduardo Anizelli, Gustavo Queirolo, Simon Ducroquet, Irapuan Campos, Rubens Fernando Alencar, Danilo Verpa e Rogério Pilker
Veículo: Folha de S. Paulo

MENÇÃO HONROSA

Título: Mercúrio, uma chaga na floresta
Autores: Gustavo Faleiros, Bram Ebus, James Alberti, Tom Laffay, Ewald Scharfenberg, Marcos David Valverde, Kate Wheeling, Sonia Bridi, G. I.Sutherland, Wilfred Leeuwin, Sam Cowie, Fabiano Villela, Mônica Reolom, Cristine Kist, Fillipi Nahar, Patricia Marcano, Laura Clisanchez e Marcelo Marques
Veículo: InfoAmazonia + Fantástico + Armando.info

Produção jornalística em vídeo

Título: Eles Matam Mulheres
Autores: Vanessa Lorenzini, Laíze Câmara, Claudia Machado, Daiane Alioto, Laura Cantal, Marici Capitelli, Plinio Delphino, Marici Arruda, Sidney Turaça, Nilo Moraes, Tadeu Vicentin, Adriano Tavares, Jorio Silva, Ricardo Ramiro, Valdecy Messias, José Antonio Lippo, Jefferson Alves, Henrique Bacana, Marilia Assef e Leão Serva
Veículo: TV Cultura

MENÇÃO HONROSA

Título: Parou por quê? A reforma agrária no governo Bolsonaro
Autores: Carlos Juliano Barros, Caue Angeli e Ana Magalhães
Veículo: Repórter Brasil/UOL

Produção jornalística em texto

VENCEDOR

Título: Café com pólvora
Autora: Sabrina Felipe
Veículo: The Intercept Brasil

MENÇÃO HONROSA

Título: Os filhos de Itaipu
Autor: Mauri König
Veículo: The Intercept Brasil

 

Livro-reportagem

VENCEDOR

Título: Brasil, construtor de ruínas – Um olhar sobre o país, de Lula a Bolsonaro (Arquipélago Editorial)
Autora: Eliane Brum

Alex Escobar assumirá Gols do Fantástico

Alex Escobar assumirá Gols do Fantástico

O apresentador Alex Escobar assumirá a partir de 21 de novembro o Gols do Fantástico, quadro esportivo do programa com os cavalinhos, em substituição a Tadeu Schmidt, que anunciou sua ida para o Big Brother Brasil 2022. Escobar estreia na mesma data que Maju Coutinho, que apresentará o programa ao lado de Poliana Abritta.

No último domingo (17/10), Escobar apareceu ao lado de um dos fantoches para comunicar a novidade. Ele continuará no comando do Globo Esporte RJ durante a semana.

“É um desafio dar continuidade a esse trabalho por tudo que o Tadeu representa”, declarou Escobar em comunicado da Globo à imprensa. “Ele deixou um legado no esporte do Fantástico, que quero aproveitar. Quero levar a alegria que estou sentindo e dar continuidade ao que ele fez todos esses anos. Mais do que um desafio, é uma felicidade enorme”.

Escobar iniciou a trajetória na Globo em 2008, depois de cinco anos como comentarista do SporTV. Cobriu edições de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, atuou como comentarista de Esporte no Bom Dia Rio e no Bom Dia Brasil, apresentou o Esporte Espetacular e transmissões de Carnaval da série A e das escolas do Grupo Especial do Rio de Janeiro. É titular do Globo Esporte RJ há dez anos.

2º Prêmio IREE de Jornalismo abre inscrições

2º Prêmio IREE de Jornalismo abre inscrições

Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio IREE de Jornalismo, criado em 2020 pelo Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), que valoriza a liberdade de expressão, de informação e de disseminação do conhecimento. As inscrições se encerram em 15 de novembro.

O prêmio tem três categorias: Prêmio IREE de Reportagem (cujo vencedor receberá R$ 50.000), Prêmio IREE de Reportagem – Política (vencedor ganhará R$ 30.000) e Prêmio IREE de Reportagem – Economia e Negócios (cujo vencedor também receberá R$ 30.000). Podem ser inscritos trabalhos publicados entre 5 de novembro de 2020 e 15 de novembro de 2021 em veículos impressos, sites, emissoras de TV e de rádio.

Os vencedores serão selecionados por uma comissão julgadora formada por profissionais de imprensa. O secretário dessa comissão será um jornalista indicado pela própria IREE. Os prêmios serão entregues em cerimônia em São Paulo. O local e a hora ainda serão definidos.

Na primeira edição do prêmio, os vencedores foram Rubens Valente (Reportagem), Carol Pires (Reportagem – Política) e André Borges (Reportagem – Economia e Negócios).

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Vice-presidente do PT faz ataque misógino a jornalista

Vice-presidente do PT faz ataque misógino a jornalista

Washington Siqueira (mais conhecido como Washington Quaquá), vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), fez postagens em suas redes sociais atacando Berenice Seara, do jornal Extra, após ela publicar em sua coluna que o ex-presidente Lula teria “descascado” Quaquá diante de aliados, durante reuniões em Brasília, no começo do mês.

Quaquá publicou que a colunista estaria recebendo dinheiro de seus opositores políticos para publicar notas no Extra. Em uma das postagens, o vice-presidente do PT escreveu que as notas estariam sendo pagas por candidatos a deputado do partido, que estariam com medo dos votos que ele poderia receber.

Em outra publicação, Quaquá fez um ataque misógino à jornalista: “Quem disse, Berenice? ‘Tá’ ficando feio receber dinheiro que uns lindinhos conseguem somar para me atacar todo dia… Jabá tem limite, não é todo dia… Eu sei que botox custa caro”.

No Twitter, colegas de profissão apoiaram Seara. Juliana Dal Piva, colunista do UOL, escreveu que “nenhum ataque misógino deve ser tolerado”. Octavio Guedes, comentarista da GloboNews, publicou que “os ataques misóginos a jornalistas não são uma exclusividade da extrema direita”.

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As novidades da reformulação do Estadão impresso

As novidades da reformulação do Estadão impresso

O Estadão anunciou mudanças em sua versão impressa a partir do próximo domingo (17/10), com a adoção do modelo berliner, de tamanho menor, conforme a newsletter Jornalistas&Cia havia adiantado em nota de capa na edição 1.328. Segundo informações enviadas ao Portal dos Jornalistas, entre as novidades estão as novas seções diárias A Fundo e Para Fechar… uma boa história, mudanças em Caderno 2 (C2) e Economia & Negócios, e os novos Sextou! (às sextas-feiras), Bem-Estar (sábados) e Aliás (domingos).

Da esquerda para a direita: Rodrigo Cavalheiro, Fabio Sales, Guilherme Evelyn, João Caminoto, David Friedlander, Ricardo Grinbaum e Luciana Garbin (Crédito: LinkedIn/João Caminoto)

A Fundo oferece um maior aprofundamento de determinado tema do Estadão, não necessariamente ligado ao noticiário do dia: “São temas que extrapolam a narrativa de um fato”. E Para Fechar, que marca o fim do primeiro caderno, trará conteúdo inspiradores e prepositivos, que vão muito além de um final feliz, com o objetivo de servir influenciar positivamente o leitor.

Economia & Negócios continuará com sua cobertura do setor econômico do País, e dará um maior destaque para assuntos que impactam diretamente a vida das pessoas, como finanças pessoais, carreiras e empreendedorismo, além de temas como empresas, tecnologia, ESG, inovação, entre outros.

O Caderno 2 – Cultura & Comportamento é a área de maior renovação de ofertas de conteúdo. Além de temas como televisão, música, cinema, literatura, streaming, artes visuais e teatro, a seção oferecerá assuntos de interesse da vida moderna, como turismo, gastronomia, roteiros, compras, moda, arquitetura e decoração

O Sextou!, como o próprio nome já diz, será publicado às sextas-feiras, com roteiros curados de cinema, guia de restaurantes, teatro, exposições, programas para crianças e shows. O caderno Bem-Estar, aos sábados, tratará de temas como saúde, prevenção, alimentação saudável, nutrição, exercícios e saúde mental. E o dominical Aliás, publicado no caderno Cultura & Comportamento, cobrirá os principais eventos e lançamentos da literatura e das artes visuais.

Painel debate a importância do estudo sobre o Perfil Racial da Imprensa brasileira

Painel debate a importância do estudo sobre o Perfil Racial da Imprensa

Como parte do processo de divulgação do estudo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira, foi realizado na semana passada o primeiro painel de debates sobre o tema, que reuniu Maurício Bandeira, o diretor de J&Cia/Portal dos Jornalistas Eduardo Ribeiro, as jornalistas Francisca Rodrigues e Nayara Fernandes, com mediação de Vinicius Ribeiro, que coordena o trabalho de divulgação.

Francisca, mais conhecida como Chica Rodrigues, é mestre em Comunicação pela Cásper Líbero, graduada em Comunicação Social pela PUC-Camp e teve passagens por Folha de S.Paulo, Diário do Comércio, Rádio Eldorado, TV Gazeta e Record. Atualmente, está licenciada da pró-reitoria acadêmica da Faculdade Zumbi dos Palmares, que é a primeira e única instituição da América Latina voltada para a inclusão dos afrodescendentes no ensino superior e no mercado de trabalho. Nayara é editora de engajamento do G1. Ela foi repórter especial no portal R7, onde analisou a eclosão dos protestos antirracistas do movimento Black Lives Matter e produziu inúmeras reportagens com recortes de gênero e raça. Recentemente participou da produção do especial Faces Negras, em comemoração aos 15 anos do G1. Tem especialização em jornalismo Internacional pela PUC-SP.

Nayara (em cima, à esquerda), Vinicius, Francisca, Maurício e Eduardo

Para Nayara, uma imprensa mais plural é extremamente necessária nesse momento de crise que o jornalismo está vivendo: “Várias empresas já perceberam a necessidade de trazer maior diversidade, tanto como compromisso social e até por ser mais lucrativo para própria a empresa. Diversos estudos que apontam que uma empresa que investe na diversidade, investe em funcionários de diferentes cenários, de diferentes contextos, é mais lucrativa. E aí não faz sentido que o mercado da notícia também não siga essa tendência”.

Francisca diz que a pesquisa já vem com atraso, mas é um primeiro passo: “É importante a gente ter um espelho da realidade, embora ela fatalmente vá mostrar que a presença do jornalista negro nas redações é muito pequena. Embora tenha melhorado um pouco em relação à época em que eu trabalhava em redação, ainda é mínima. Mas creio que essa pesquisa vai abrir um pouco a mente dos jornalistas e quem sabe − não tenho tanta certeza − dos donos da imprensa, que é majoritariamente branca. Sabemos que a diversidade nas empresas é benéfica, como a Nayara citou. Porque traz lucro, na medida em que o consumidor se vê ali representado. Mas na imprensa ela é fundamental. Porque o jornalista, a imprensa, traz a realidade, representa a sua sociedade, o seu país, a sua nação, representa o mundo. E tendo um lado só fica capenga. Por mais que o jornalista seja imparcial, ele não têm a vivência de como vivem, por exemplo, 55% da população no Brasil − que é a população negra”.

Confira a íntegra do debate.

A fúria de Teixeira

Redator do caderno de Cultura do Correio Braziliense, o paraibano Cosme Teixeira considerava-se um erudito. Viera de sua João Pessoa natal, rumo a Brasília, numa daquelas periódicas ondas partidas de estados onde os jornais e emissoras locais entravam em crise. No caso da Paraíba, fora mais um dos espasmos ocorridos nos Diários Associados, que lá mantinham O Norte, na capital, e Diário da Borborema, em Campina Grande. Fora em O Norte que Carlos Teixeira começara a se dedicar à área cultural, onde se considerava um peixe dentro d’água, apesar das passagens por várias outras editorias, sempre como copidesque.

Trabalhador, esforçado, dono de um texto correto, sempre contara com a confiança do comando das redações em que circulou. Sabia-se que ele dominava o fechamento do impresso, ainda que preferisse produzir textos sobre literatura, música, teatro ou cinema. Assim, primeiro no Jornal de Brasília e depois no Correio Braziliense por longos anos, Teixeira serviu como uma espécie de coringa no fechamento noturno.

Só havia um problema: Teixeira era normalmente um bom papo, ameno e comunicativo; no entanto, tinha pavio curto, aliás, curtíssimo. Quando se sentia fustigado de alguma forma, perdia o controle. Como definia um colega do caderno de Cultura, também chegado a palavras difíceis, Teixeira era colérico, ou melhor, irascível.

Os colegas precisaram, certa vez, arranjar-lhe um advogado às pressas. Enfurecido com o alarme disparado por um carro, já alta madrugada, desceu de seu apartamento com um revólver e fuzilou o pobre do veículo. Meteu-lhe uma sequência de balas e ainda ameaçou um vizinho a quem responsabilizou pela encrenca.

Outro episódio teve ainda mais potencial de encrenca. À falta de coisa melhor para fazer, engatou um flerte com uma redatora – e ainda por cima casada. Conseguiu que lhe emprestasse o carro para ir a uma festa, mas o veículo apagou no meio do caminho. Estava sem combustível. Teixeira não teve dúvidas. Pegou o celular, ligou para a colega e, enfurecido, acusou-a de entregar-lhe o carro sem gasolina por puro ciúme. Ofendidíssimo, trancou as portas e deixou o veículo no meio da pista. Evidentemente, foi abalroado pouco depois. Ignora-se até hoje como a moça explicou o caso ao maridão.

Como todos sabem, jornalistas de cabeça esquentada são alvo frequente dos trotes comuns a todas as redações. No caso de Teixeira, porém, a imprevisibilidade de suas fúrias deixava-o impune. Até que, numa tarde, um colega não resistiu. Fazia-se uma faxina nos armários do Correio Braziliense e o malvado temerário – pois só um temerário ousaria despertar a fúria de Teixeira – encontrou na pilha de lixo um exemplar de livro do poeta Cassiano Nunes, professor da Universidade de Brasília e assíduo frequentador de rodas culturais, assim como de redações de jornais.

Pegou o livro poeirento, adormecido nos armários fazia uns três anos e sapecou uma dedicatória: “Ao brilhante confrade Carlos Teixeira, para sua preciosa avaliação e não menos preciosos comentários, que aguardo impaciente, Cassiano Nunes”. Entregou o livro a um dos contínuos – nessa época remota as redações ainda tinham contínuos – e disse que entregasse a encomenda ao colega.

Teixeira recebeu o exemplar, viu a dedicatória e constatou que estava datada de três anos antes. Seu rosto avermelhou, ele agarrou o contínuo pelo braço e começou a sacudi-lo pela redação, afirmando que ele privara uma importante fonte da atenção que merecia por parte do jornal. Quanto mais o rapaz explicava que nada tinha a ver com aquilo, mais Teixeira se enfurecia.

Claro, formou-se uma roda. Os colegas perceberam de imediato a gozação. Mas quem teria coragem de explicar a Carlos Teixeira que ele era alvo de um trote e não da expectativa ansiosa do confrade? Sugeriram então que telefonasse a Cassiano e explicasse tudo. Certamente o poeta o acalmaria.

Era subestimar Teixeira e o professor. A vítima enfurecida imediatamente pegou o telefone e localizou Cassiano. Não prestou. O poeta respondeu-lhe que realmente enviara o livro a Teixeira, tanto lhe prezava os conhecimentos literários, e informou que estava indócil pela falta de resposta, mas que agora certamente o Correio publicaria toda uma página sobre o livro. Foi apagar o incêndio com gasolina. Teixeira desligou o telefone, agarrou de novo o infeliz contínuo e arrastou-o à sala do editor executivo, exigindo que demitisse o faltoso.

Histórias de trotes em redação acabam, em geral, com o chefe explicando o caso e com riso geral, senão de toda a equipe, ao menos dos malvados envolvidos. Não no caso de Teixeira. Nem o editor executivo, que imediatamente compreendeu toda a gozação, arriscou-se a enfrentá-lo. Deu dois dias de folga ao contínuo e pediu a Teixeira que fizesse uma página inteira de análise do livro de Cassiano. Evidentemente o texto nunca foi publicado, mas Cosme Teixeira passou alguns dias sossegado.


Eduardo Brito da Cunha

A história desta semana é novamente uma colaboração de Eduardo Brito da Cunha, ex-Estadão, Jornal do Brasil, Correio Braziliense e Jornal de Brasília. Ele afirma que os fatos são reais, mas que, para evitar embaraços, os personagens secundários não são identificáveis e que o nome do personagem principal, embora já falecido, é fictício − “pois, como verão, com ele não se brinca”.

Nosso estoque do Memórias da Redação está muito baixo. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para baroncelli@jornalistasecia.com.br.

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