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sexta-feira, abril 26, 2024

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Oeste Notícias não completa a maioridade

Por “questões empresariais”, a família Oliveira Lima, de Presidente Prudente, decidiu fechar em 31/1 o Oeste Notícias, exatamente uma semana antes que ele completasse 18 anos. Com isso, por volta de 30 pessoas foram demitidas, entre elas 12 jornalistas. Segundo Ulisses de Souza, que foi o primeiro e o último editor-chefe do jornal (nesse período saiu e voltou três vezes), o Oeste Notícias revolucionou o mercado da comunicação social na região de Prudente: “Foi o primeiro a ser impresso em cores no interior do Estado e nasceu em 6 de fevereiro de 1995 com uma redação de 25 jornalistas, circulando na maioria das 53 cidades da região. Adotamos desde o princípio uma linha de jornalismo investigativo, tanto que grandes jornais passaram a nos procurar quando precisavam de informações sobre fatos importantes ocorridos na região, como no caso das recentes escutas clandestinas feitas pela Polícia Militar da cidade, que repercutiram na Folha de S.Paulo e na TV Globo. O problema é que, principalmente em função das inovações tecnológicas – era, por exemplo, um dos poucos do interior a usar o sistema CTP para gravação de chapas –, sempre tivemos elevado custo de produção, o que, aliado a problemas de gestão, levou o jornal a ser altamente deficitário”. Ulisses conta que outro fator a interferir na saúde do diário foi o seu engajamento em campanhas políticas, como nesta última, em que o fundador Agripino Oliveira Lima e seu filho Paulo César, atual gestor da empresa, foram derrotados em suas candidaturas a prefeito e vice, respectivamente: “Cada vez que esse engajamento acontecia, eu ia embora, pois meu negócio é fazer jornalismo. Depois, me chamavam de volta e aí levava pelo menos dois anos para reerguer o jornal. Da última vez que voltei, há cerca de um ano e meio, primeiro fiz um diagnóstico da situação e depois comecei a preparar a migração do jornal para o digital. A ideia era transformar no G1 local o portal iFronteira, da TV Fronteira, afiliada Globo que também pertence à família. Quando paramos, tínhamos em média 50 mil leitores gratuitos nas plataformas digitais (site, iPhone e tablets), dez mil dos quais aceitariam pagar pelo conteúdo. Tudo isso foi jogado no lixo. A versão impressa tirava apenas dois mil exemplares”. Dos profissionais de Redação que saíram, três estavam no jornal desde a fundação: Cícero Affonso, Nel Oliveira e André Barbosa. Ulisses, que também esteve por 14 anos na Folha de S.Paulo (nove deles sediado em Prudente) e editou revistas de Medicina e Radiologia, vai agora reativar seu portal de notícias regionais www.uniol.com.br (hospedado no UOL), editar três vezes por semana seu próprio jornal, O Fato, na vizinha cidade de Rancharia (onde mora) e concluir três livros, um sobre seu período na Folha e dois de crônicas – “Só dos últimos anos, são 1.350”, garante. Em Presidente Prudente sobra apenas um jornal diário, O Imparcial.

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