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segunda-feira, abril 29, 2024

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Clóvis Rossi e José Hamilton Ribeiro debatem sobre diploma

Com posição histórica contra a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, a Folha de S.Paulo abriu espaço ao tema na seção Tendências/Debates na edição do último sábado (1°/9). Deu a palavra a dois dos principais nomes do jornalismo brasileiro, um contra (Clóvis Rossi, no texto Verbos que não se ensinam) e outro a favor (José Hamilton Ribeiro, em Que jornalista é esse?). Clóvis, em seu artigo, considera que as noções básicas para um bom exercício da profissão não são ensinadas em faculdade: ?Pode, sim, desenvolver o talento, de todo modo natural, para contar histórias. Mas qualquer faculdade pode fazê-lo, acho?. Ele mesmo formado em Jornalismo, cita dois profissionais sem formação acadêmica que são considerados os melhores em suas áreas: ?(…) aprendi mais, na prática, com [Ricardo] Kotscho, [Cláudio] Abramo e tantos outros sem diploma do que na faculdade?. E encerra defendendo que o ideal é um candidato a jornalista ser formado em qualquer outra área sobre a qual deseja especializar-se e depois aprender, na prática, os requisitos básicos da profissão. ?Mas é de uma presunção absurda supor que só faculdades de Jornalismo ensinam ética?, finaliza. Já Zé Hamilton vai direto na jugular dos detratores do diploma, veículos de comunicação inclusos: ?A universidade brasileira, que deveria estar entre as dez melhores do mundo (…) não aparece nem entre as cem. Num país assim, tão atrasado e carente, ser contra escola de Jornalismo, qualquer escola, é cinismo ou má intenção?. A seguir, critica argumentos recorrentes ? como o de ser ?entulho autoritário? da ditadura ? e revê a decisão do STF: ?Liberdade de expressão tem a ver com partidos políticos livres, as pessoas poderem se unir em sindicatos e associações (…). Nada a ver com requisitos para ingresso numa profissão, como de advogado, jornalista e médico?. Recupera os dados de uma pesquisa de 1997 sobre a existência de 19 jornalistas sindicalizados e analfabetos em São Paulo ? muitas vezes por terem ?rolado? na profissão a partir de um trabalho braçal na distribuição, por exemplo, até chegarem à fotografia ? e termina com a pergunta: ?Qual jornalista é melhor para um País que um dia quer ser sério, desenvolvido??.

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