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quinta-feira, maio 2, 2024

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Roberto Carmona comemora 50 anos de jornalismo esportivo

O repórter da Transamérica Esportes e comentarista do programa Papo de Craque Roberto Carmona completa 50 anos no jornalismo esportivo e tem mais dois motivos para celebrar: recebeu recentemente o Troféu Ford Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo) e o prêmio especial do júri da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes). Entregues respectivamente nos dias 6 e 9/12, os prêmios vêm em reconhecimento das cinco décadas de cobertura de diversos eventos esportivos, que incluem dez Copas do Mundo e corridas da Fórmula 1. Em entrevista a este Portal dos Jornalistas Roberto contou, entre outras coisas, que sua carreira começou por acaso, como uma brincadeira entre amigos:   Portal dos Jornalistas – O que o estimulou a ingressar no jornalismo? Roberto Carmona – Na verdade, comecei como uma brincadeira, sem estímulo ou desejo de ser jornalista. Há muitos anos, na cidade onde eu morava, Arapongas, no Paraná, eu e um amigo que trabalhava comigo no escritório íamos ao estádio assistir ao time local jogar e ficávamos narrando os jogos na arquibancada, utilizando latinhas de molho de tomate para dar potência na voz. Assim seguiu até que o Arapongas montou um time que disputaria o campeonato estadual e contrataram um locutor para narrar os jogos na rádio local. Justamente na primeira partida do campeonato o time perdeu e esse locutor falou mal de um dos jogadores, reclamou de seu comportamento fora do campo, sua indisciplina, disse que ele bebia demais e só queria saber de farra. O jogador, quando soube, ficou bravo e bateu no locutor, que precisou ficar afastado para se recuperar. O gerente da rádio se desesperou e alguém sugeriu que ele chamasse a mim e meu amigo para narrar, já que muitas pessoas gostavam de nós e nos conheciam da arquibancada. Assim comecei. Depois pedi para o meu amigo narrar o jogo sozinho, porque eu queria ser repórter. Mas nessa rádio o trabalho nem era remunerado, eu fazia pela diversão. Portal dos Jornalistas – Quando o jornalismo esportivo se tornou sua profissão? Roberto Carmona – O Joseval Peixoto morava na mesma cidade, fizemos o primário juntos. Quando ele chegou à idade de estudar, foi para Presidente Prudente (SP), mas nas férias voltava para Arapongas a fim de visitar a mãe. Acabamos desenvolvendo uma amizade. Em 1963 vim para São Paulo  trabalhar na minha área de formação, a contabilidade. Em um sábado fui assistir a uma partida de futebol, com meu filho pequeno, e no intervalo encontrei o Joseval no banheiro. Ele havia acabado de sair da Bandeirantes, e me disse que estava me procurando feito agulha no palheiro, porque estavam precisando de um repórter na Record, para onde ele tinha ido. Fui fazer o teste na 4ª.feira seguinte, 31/10/1993, um dia depois fiz uma narração, e me aceitaram para um período de experiência de 90 dias. Não saí mais. O salário ainda era ótimo, muito melhor do que o da contabilidade, eu não tinha como recusar. Portal dos Jornalistas – Qual foi a cobertura mais marcante de que participou nesses 50 anos? Roberto Carmona – A Copa na Argentina, em 1978. Na partida de terceiro e quarto lugares, entre Brasil e Itália, acabei entrando no gramado, e não é permitido entrar repórter de rádio no gramado. Consegui isso por causa de um bombeiro santista que estava de férias e foi com colegas passear na Argentina, me viu lá e me chamou para ajudar a traduzir. Entrei com eles, conheci todo o estádio, fui ao campo e fiquei sentado em uma pequena arquibancada onde ficavam os fotógrafos. Eu estava com o microfone no casaco, fiz a cobertura de dentro do gramado. Aquilo foi emocionante, era tudo o que eu queria. Portal dos Jornalistas – Qual considera ser a principal dificuldade da carreira de jornalista esportivo? Roberto Carmona – No início, quando comecei, a dificuldade era fazer amizade com os dirigentes, com as pessoas que poderiam te dar a noticia. Era preciso ter “jogo de cintura”, conversar amigavelmente, saber respeitar se a informação era em off ou se podia divulgar quem havia dado. E assim ganhava a confiança. Com a evolução das coisas, fazíamos amizade com os jogadores, e não havia assessor de imprensa, segurança, ninguém para barrar, era mais fácil. Hoje em dia não é assim. Portal dos Jornalistas – E qual é a maior graça? Roberto Carmona – É maravilhoso. Eu trabalhava no esporte que adorava, o futebol, e se não fosse jornalista teria que pagar para ver o jogo. Como jornalista eu ganhava pra isso. Quer algo melhor? Além disso, realizei meu sonho de infância, que era viajar o mundo todo. Dei a volta ao mundo duas vezes.      

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