Estão abertas as inscrições para a segunda edição da oficina de jornalismo investigativo na área de alimentação, promovida pela ACT Promoção da Saúde e pelo site O Joio e o Trigo, em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
O principal tema do treinamento será como empresas que fabricam produtos causadores de doenças crônicas estão lucrando com a pandemia. O treinamento será online, em 27 de abril, das 10h às 12 horas. O investimento é de R$ 10 para estudantes e de R$ 20 para profissionais. Também serão aceitas doações de qualquer valor para a campanha Tem Gente com Fome. São apenas 30 vagas, e para participar é preciso preencher este formulário até 9/4. Os selecionados serão anunciados em 16 de abril.
Entre os palestrantes estão Bruno Carazza, autor de Dinheiro, eleições e poder (Companhia das Letras), professor do IBMEC e colunista do Valor Econômico; e Paula Johns, diretora-executiva da ACT Promoção da Saúde.
Os participantes da oficina vão concorrer a duas bolsas no valor de R$ 8 mil cada, para realizar apurações originais sobre temas relevantes para a sociedade. As regras para concorres às bolsas serão conhecidas no próprio encontro.
Washington Post revoga proibição de repórter assediada cobrir casos de agressão sexual
O Washington Post, que há dois anos proibiu a repórter política Felicia Sonmez de trabalhar em matérias envolvendo assédio sexual por ter sido vítima de agressão semelhante, retirou a proibição em 29 de março.
O veto havia sido criticado por muitos funcionários da empresa. O jornal alegou que a medida ocorreu pois Felicia poderia escrever com parcialidade sobre o assunto, devido à sua experiência anterior. Confira os detalhes do caso em MediaTalks by J&Cia.
A RedeTV anunciou nessa terça-feira (30/3) novidades em sua programação. Uma das novas atrações será o programa de Luís Ernesto Lacombe, Agora Lacombe, com lançamento previsto para 15 de abril, às 23h30. A atração terá debates e discussões sobre temas relevantes do momento.
No Esporte, a RedeTV vai transmitir as lutas do One Championship, principal torneio de MMA da Ásia na atualidade, que tem previsão de estreia para o mês de abril. As lutas serão exibidas nas noites de sexta-feira, com narração de Marcelo do Ó e comentários de Jaqueline Batista. Além disso, irá ao ar o programa Galera F.C, apresentado por Flávia Noronha e o youtuberJúlio Cocielo. A ideia é apresentar os conteúdos esportivos sob a visão dos torcedores.
Outro programa anunciado pela RedeTV é o Me Poupe Show, comandado por Nathalia Arcuri, a +Premiada Jornalista da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças de 2020. A atração vai ao ar às terças-feiras, às 22h30. E o TV Fama passará a ter a apresentação da radialista Ligia Mendes, da jornalista Aline Prado e do ator Júlio Rocha. O programa ganhou 15 minutos e será mais interativo, com participação do público nas redes sociais.
A edição de 2020 do relatório sobre Direitos Humanos, publicada pelo Departamento de Estado americano, destacou o crescente aumento de violações à liberdade de imprensa no Brasil. E, pela primeira vez, associou diretamente o presidente Jair Bolsonaro aos frequentes ataques a jornalistas no país.
Em 2019, o documento registrava violações, mas não havia uma associação direta ao presidente ou ao governo federal, como foi agora o caso. Segundo o texto, “a constituição e a lei preveem a liberdade de expressão, inclusive para a imprensa, mas o governo nem sempre respeitou esse direito”. Este é mais um dos vários estudos divulgados recentemente apontando obstáculos ao trabalho da imprensa no Brasil. Leia mais em MediaTalks by J&Cia.
Redações latino-americanas adotam mais home office na jornada de trabalho
Artigo da Rede de Jornalistas Internacionais (IJNet) mostrou que o home office está cada vez mais presente no cotidiano de profissionais de imprensa latino-americanos, com uma combinação de trabalho virtual e presencial, e, em alguns casos, a maior parte remotamente, com oportunidades ocasionais de reuniões presenciais.
O jornal uruguaio El Salvador, por exemplo, adotou escritórios muito menores e um sistema de trabalho coworking. Antes da pandemia, todos os repórteres iam à redação todos os dias. Agora, eles vão apenas algumas vezes por semana, e este modelo, adotado em dezembro, será utilizado daqui para a frente.
“Planejando a longo prazo, a ideia é ser o mais flexível possível com nosso modelo de trabalho, lembrando que o trabalho presencial é útil e necessário, mas não todos os dias”, declarou Ignacio Chans, editor-chefe adjunto do El Salvador.
Outro exemplo é o do colombiano El Espectador, que passa por mudança semelhante ao El Salvador. A maioria dos funcionários está trabalhando de casa e deve seguir operando dessa forma. A ideia de um modelo que mistura trabalho presencial com home office vinha sendo discutida há seis anos. A pandemia apenas acelerou o processo.
O jornal bilíngue La Voz de Guanacaste, da Costa Rica, cujo foco é jornalismo investigativo, teve que encerrar sua produção impressa e fechar o escritório físico em Guanacaste por causa dos impactos econômicos da pandemia. Gabriela Brenes, diretora executiva da publicação, acha que os repórteres vão continuar a trabalhar à distância, com um encontro físico por semana.
Parece roteiro de filme. Um senhor de 85 anos, dono de uma fortuna de mais de US$ 5 bilhões, sai da zona de conforto para disputar a compra de um jornal lendário e salvá-lo das garras de um fundo de hedge notório por ceifar cabeças nas empresas que adquire.
A história está acontecendo nos Estados Unidos. O jornal é o Chicago Tribune, do grupo Tribune Publishing, também dono de uma lista de títulos regionais importantes. O bilionário é o suíço Hansjörg Wyss, que vendeu em 2012 sua empresa de produtos médicos para a J&J e passou a se dedicar a causas sociais.
Romantismo à parte, o que está em jogo é mais do que o destino do Tribune ou uma vitória do bem contra o mal. Até porque, embora os funcionários do grupo sejam contra a compra da empresa pelo Alden Global Capital, isso não significa que fundos de investimento ou de private equity sejam predadores por essência.
O Brasil tem casos de aquisições que salvaram marcas e empresas da falência e geraram empregos ao invés de eliminá-los.
Procurando distanciamento das paixões envolvidas na história do Tribune, a disputa chama a atenção para como o setor privado, os filantropos e as ONGs, incluindo fundações criadas por empresas ou famílias, podem ser parte da solução para o desafio de manter vivo o jornalismo de qualidade.
Gerir uma companhia ou uma fundação é coisa para profissionais. Empresários, administradores de ONGs e seus conselheiros sabem como fazer isso.
Experiência empresarial, ideias novas e recursos financeiros podem ser a tábua de salvação para uma indústria que se vê confrontada pelas mudanças tecnológicas e pelas transformações no modelo de propaganda da era pré-digital – e que nem sempre acha a saída.
Nos debates globais sobre o futuro da mídia, analistas e acadêmicos apontam a entrada do setor privado e das fundações como caminho promissor para garantir a sobrevivência de organizações jornalísticas centenárias. E para impulsionar as emergentes.
Porque empresários se engajariam? Alguns podem vislumbrar a possibilidade de ganhar dinheiro. Outros, de ganhar prestígio. Os idealistas podem querer salvaguardar empresas de mídia que funcionem como baluarte da democracia.
Para além do idealismo, nunca é demais lembrar que negócios precisam de um ambiente democrático para prosperar. Um ambiente em que as instituições sejam respeitadas, em que leis sejam contemporâneas e claras. Um imprensa sólida e de qualidade é parte dessa engrenagem.
Aos 85 anos, Wyss pode não estar planejando novas empreitadas comerciais. Mas para empresários e executivos que ainda estão na ativa, comandando ou dirigindo companhias, vale a reflexão. Será que as corporações estão fazendo o que está ao seu alcance para garantir a saúde do jornalismo de qualidade, tão importante para os seus negócios?
Combatendo a desinformação
A contribuição das ONGs para a sociedade pode não estar apenas no apoio direto à indústria de mídia, mas também no combate a uma de suas maiores ameaças: a desinformação que mina a confiança.
A notícia ganhou as manchetes porque o príncipe Harry, crítico feroz das fake news e do bullying nas redes sociais, é um dos membros. O grupo vai formular um plano com propostas para conter o flagelo da desinformação. Pelos nomes recrutados, deve vir coisa boa.
E quem está pagando a conta de US$ 3,5 milhões é a Craig Newmark Philanthropies, criada por Craig Newmark, fundador da plataforma de anúncios classificados Craiglist. Mais um exemplo inspirador a ser observado.
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Ainda que o crime de feminicídio conste no Código Penal desde 2015, cresce no País o número de mulheres mortas apenas por serem mulheres
Ainda que o crime de feminicídio conste no Código Penal desde 2015, cresce no País o número de mulheres mortas apenas por serem mulheres. No primeiro semestre de 2020, ano do início da pandemia, foi registrado aumento de 1,9% dos crimes: foram mortas 648 brasileiras, a maioria negras e vivendo em desigualdade social.
Com o objetivo de denunciar a omissão do Estado e exigir a proteção da vida das mulheres, nasce o Levante Feminista contra o Feminicídio – frente suprapartidária lançada em 25/2, por meio da campanha Nem Pense em Me Matar, apoiada na ideia Quem mata uma mulher mata a humanidade!.
Com apoio da Fenaj, a iniciativa partiu de Vilma Reis, socióloga, referência dos movimentos negros no País, integrante da Coalizão Negra Por Direitos; Marcia Tiburi, filósofa, escritora e artista; e Tania Palma, pesquisadora e assistente social.
O Levante, que rapidamente ganhou corpo, é formado por cerca de 200 pessoas que se articulam remotamente para a construção de uma ação conjunta pela vida das mulheres. Entre elas, estão mulheres negras, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, das águas, das florestas, antiproibicionistas, parlamentares, dos movimentos LBTQIA+ e de outros segmentos das organizações populares e da sociedade civil.
O manifesto, tornado público em 12/3, já reúne mais de 20 mil assinaturas. A campanha, presente nas redes sociais, terá ações pontuais em cada estado, organizadas pelas mulheres que vivem e conhecem a realidade específica do feminicídio em cada lugar.
Para isso, estão sendo criados materiais de comunicação, exaltando a imagem dos girassóis amarelos, símbolo do Levante, que figura como sinal de esperança e celebração da vida. Com a hashtag #NemPenseEmMeMatar, a frente busca atingir um público amplo e disseminar a ideia de que a violência contra a mulher é um problema que afeta não só as famílias, mas a sociedade inteira.
Um princípio de incêndio atingiu o prédio do jornal Folha de S.Paulo na tarde desta terça-feira (30/3), na Alameda Barão de Limeira, Centro de São Paulo. O edifício foi evacuado, o fogo controlado, e não houve vítimas, segundo o Corpo de Bombeiros.
Em nota, a Folha escreveu que o incidente ocorreu na retirada de um tanque de tinta, durante operação de desmontagem da antiga gráfica do jornal, mas sem provocar vítimas: “A operação jornalística da Folha não sofreu interrupção, e o jornal agradece as manifestações de apoio dos leitores”.
Brasil teve 150 violações à liberdade de imprensa em 2020, diz Abert
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert) divulgou nesta terça-feira (30/03) o Relatório Abert sobre Violações à Liberdade de Expressão. O estudo indicou 150 casos de violência não letal, envolvendo pelo menos 189 profissionais e veículos de comunicação no Brasil. O número de ataques é 167% maior em comparação a 2019.
Entre os casos registrados, quase 40% (59 dos 150) foram classificados como ofensas. Os dados indicaram também 39 agressões físicas (26% do total) e 25 intimidações (aproximadamente 17%). O relatório foi divulgado por Flávio Lara Resende, presidente da Abert, em evento virtual que contou com a participação de representantes de instituições parceiras e de profissionais de imprensa.
O estudo reiterou que os ataques foram feitos durante um ano de pandemia, com ataques de todos os lados e até acusações de provocar pânico ao divulgar dados sobre infectados e mortos pela Covid-19. Mas, diz o relatório, “nem mesmo as constantes tentativas de intimidação, ameaças e até agressões físicas, além do linchamento virtual, foram capazes de parar o jornalismo profissional, considerado serviço essencial no combate à pandemia, e que continua nas ruas, para levar à população brasileira, ainda em isolamento social, sua melhor produção: conteúdo de credibilidade”.
O relatório destaca também um estudo encomendado no ano passado pela Abert à Bites, empresa de análise de dados para decisões estratégicas, que registrou 2,9 milhões de posts negativos contra a mídia em geral. O levantamento apontou que a imprensa sofreu, em média, 7.945 ataques virtuais por dia, ou quase seis agressões por minuto.
Em abril do ano passado, a Repórteres Sem Fronteiras publicou o Ranking Mundial de Liberdade de Imprensa. O Brasil ficou em 107º lugar entre os 180 países participantes da pesquisa, atrás de nações vizinhas como Chile (51º), Argentina (64º) e Paraguai (100º).
Fox News é processada em US$ 4,3 bilhões por fake news
A Fox News está sendo processada pelas empresas Smartmatic e Dominion por veicular, sem questionamentos, entrevistas de apoiadores de Donald Trump que as acusaram de envolvimento em fraudes durante as últimas eleições presidenciais nos Estados Unidos. Somadas, as indenizações totalizam US$ 4,3 bilhões.
A Smartmatic, cujos donos são venezuelanos, foi associada a Hugo Chávez. Segundo a empresa, o ocorrido causou grande dano à sua imagem. Leia em MediaTalks by J&Cia quais podem ser os impactos do processo.