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terça-feira, julho 22, 2025

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“Fox News britânica” pode aumentar as divisões no Reino (des)Unido

Por Luciana Gurgel

Luciana Gurgel

Muito já se falou sobre tendências que a pandemia acelerou ou aprofundou. A intolerância é uma delas. Discordância sobre isolamento social, uso de máscaras ou risco de tomar a vacina estragam amizades e afastam parentes em todo o mundo.

Em sociedades já divididas antes, como o Brasil e o Reino Unido, os efeitos do coronavírus sobre a paz social encontraram terreno ainda mais fértil para florescer. Com o potencial de modificar − talvez para sempre − o espírito cordial descontraído dos brasileiros e cordial respeitoso dos britânicos.

O Brexit dividiu o Reino Unido ao meio, literalmente. O plebiscito que decidiu pela saída do país da União Europeia, em 2016, teve resultado apertado.

Em 2019 a pressão se elevou, com os descontentes fazendo de tudo para reverter a partida iminente. Mas em janeiro de 2020 ela se deu, como previsto.

E aí veio a pandemia.

O tamanho da discórdia tem sido medido por uma pesquisa atrás da outra. O Financial Times desta terça-feira publicou um gráfico que mostra a extensão da guerra cultural que se instalou no país.

O instituto Ipsos examinou a dificuldade das pessoas em manterem amizade com que têm opiniões diferentes. O isolamento social vem em primeiro, praticamente empatado com o Black Lives Matter.

Isso tem uma explicação: no Reino Unido, a reação ao movimento intensificou o debate sobre colonialismo, desencadeando um movimento para remover estátuas que homenageiam pessoas ligadas à escravidão. Até a Rainha foi “cancelada”, com sua foto retirada de uma sala de convivência em Oxford.

GB News, a “Fox News” britânica

Foi nesse ambiente que nasceu esta semana um projeto que pode sepultar de vez a possibilidade de que as feridas abertas pelo Brexit e pela pandemia cicatrizem. Trata-se da emissora de TV GB News, criada e financiada por expoentes do Partido Conservador.

Ela estreou domingo com seus jornalistas e executivos debatendo-se contra a alcunha de “Fox News britânica”.

A holding que detém o canal foi criada em setembro de 2019, quando o primeiro-ministro Boris Johnson havia assumido o lugar de sua antecessora,Theresa May, que caíra desgastada pela dificuldade em negociar um acordo com Bruxelas.

Em janeiro, depois das eleições gerais que o confirmaram no cargo, a emissora ganhou concessão para operar. E assumiu algumas bandeiras: o nacionalismo, o combate ao “politicamente correto”, a voz para excluídos de fora da capital e o combate à BBC.

As promessas se confirmaram. Quem acompanha o canal americano pode até achar o tom da GB News normal. Mas aqui não era até domingo passado, pelo menos no jornalismo.

Não quer dizer que os jornalistas britânicos sejam benevolentes com o governo. BBC e Sky têm programas dominicais que “imprensam”, sem trocadilho, os poderosos contra a parede.

Mas é com elegância, sem exasperação, sem discordar do convidado como se estivesse numa mesa de bar depois de cinco chopes. E este foi o tom que a GB News adotou. Chega a ser angustiante assistir alguns programas da nova rede.

No primeiro dia, a audiência bateu as de BBC, ITV e Sky. Mas nas redes sociais muitos comentaram que seria por curiosidade, com gente sintonizando para conhecer ou confirmar a má impressão que já tinha antes de assistir.

No entanto, esta é uma sociedade dividida. Dar voz a figuras da extrema direita radical que estavam no ostracismo político, como o controvertido Nigel Farage, ou promover a desobediência ao isolamento social chega a ser perigoso, mas encontra seguidores.

A TV já não é a principal formadora de opinião. Mas no Reino Unido, graças ao hábito criado pela BBC, resiste como influência importante.

E o que sai nas TVs é amplificado nas redes sociais, sobretudo o que é polêmico. Como a pauta da GB News.

Ela chegou jogando gasolina numa fogueira que já ardia. E pode acabar sendo o instrumento que vai colocar fim ao império da gentileza britânica.

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Impacto de militares na segurança pública é tema de livro de Natalia Viana

Natalia Viana
Natalia Viana

Natalia Viana, cofundadora da Agência Pública, lançará em breve o livro Dano Colateral: A intervenção dos militares na segurança pública (Editora Objetiva), fruto de dois anos de pesquisa e mais um ano e meio de escrita. A obra já está em pré-venda.

O livro aborda a atuação de integrantes das Forças Armadas na segurança pública na última década e o que isso tem a ver com o governo Bolsonaro e seus generais. “No caminho, um rastro de civis mortos e 100% de impunidade”, escreveu Natalia em seu Twitter sobre o conteúdo da obra.

O objetivo do livro é explicar quais são os danos colaterais que o uso crescente de militares em operações de segurança pública trouxe para a sociedade. Tais danos, segundo descrição da autora, podem ser poucos “para efeitos estatísticos, mas têm desdobramentos enormes, e não só para familiares e amigos. Eles resultam numa gradual e constante perda da confiança na Justiça e representam uma ampliação do papel dos militares na política que parece ir na contramão do desenvolvimento de um Estado democrático”.

Leia também

Fátima Turci discute media training em tempos de CPI

A jornalista e apresentadora de tevê Fátima Turci é a entrevistada do Comunicação S/A desta quarta-feira (16/6). A atração vai ao ar a partir das 14h, na Rádio/TV Mega Brasil Online.

Em tempos de CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, um tema passou a frequentar o noticiário quando relacionado a depoentes que, de certa forma, têm o que se costuma chamar de “telhado de vidro”.

O receio se comprometer diante da sabatina a eles imposta, fez que com esses personagens, recorressem a um expediente que até aqui, tinha uma conotação bastante diferente de uma ferramenta de subterfúgio a perguntas embaraçosas: o media training.

Desse modo, o media traning passou a compor o vocabulário de senadores, jornalistas e os quase 15 mil espectadores que acompanham diariamente as sessões da CPI da Pandemia e entendido como um truque que subverte a verdade, cria subterfúgios, ludibria a inteligência alheia.

Neste Comunicação S/A, Fátima Turci, analisa este cenário, relembra as origens do media training no Brasil e critica os caminhos que a ferramenta tomou nas mãos, segundo elas, de pessoas despreparadas.

Assista pelo YoutTube, ou ouça no Spotify e em www.radiomegabrasilonline.com.br.

ABI denuncia TV Brasil ao MPF

A ABI denunciou ao Ministério Público Federal o uso da TV Brasil para divulgação pessoal de Jair Bolsonaro e de evento religioso.
A ABI denunciou ao Ministério Público Federal o uso da TV Brasil para divulgação pessoal de Jair Bolsonaro e de evento religioso.

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) o uso da TV Brasil para divulgação pessoal de Jair Bolsonaro e de evento religioso. Na denúncia foi encaminhada a Manifestação 20210050138.

Em 9/6 a TV Brasil transmitiu, ao vivo, o Culto Interdenominacional das Igrejas de Anápolis, que teve a participação, entre outros, de Jair Bolsonaro, do ministro da Educação Mílton Ribeiro, e do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Onyx Lorenzoni.

Segundo a ABI, a participação das três autoridades na transmissão de um culto “é um atentado à laicidade do País e à Constituição Federal, que em seu artigo 37 proíbe a promoção pessoal”.

A Associação pediu ao MPF que investige o evento e adote as providências para impedir a ocorrência de fatos semelhantes.

Nesse mesmo evento, segundo a Agência Lupa, Bolsonaro mentiu sobre fraude em eleições e óbitos pela Covid-19.

E mais:

Palavra Aberta recebe apoio do Google em projeto de educação midiática

Aner lança projeto especial para resgatar sua relevância

Logo Aner
Logo Aner

A Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) vem desenvolvendo desde o começo de 2021 um projeto especial com o objetivo de, a partir da opinião de executivos das associadas e de outras empresas de mídia, reposicionar e resgatar o valor da entidade.

Liderada por Regina Bucco, profissional com experiência no negócio de revistas − foi vice-presidente da Símbolo Editora e diretora de Marketing da Editora Globo −, a iniciativa é sustentada por três premissas: que a entidade volte a ser relevante para o mercado e para seus associados, que volte a prestar serviços para associados e que sejam criadas novas fontes de receita para a instituição.

O trabalho iniciou-se a partir mais de 50 entrevistas com associadas e ex-associadas, editoras que nunca pertenceram aos quadros da associação, produtores de conteúdo, associações congêneres, prestadores de serviços, mídias digitais, sistemas educacionais e Big Techs e com pessoas das mais variadas áreas de atuação.

Após a análise dessas entrevistas, a Aner deu início às primeiras mudanças na sua forma de atual. A primeira foi a criação de comissões com tempo determinado de atuação, objetivos claros para atender a demandas específicas, ações que levem a entregas efetivas, e, assim, prestar serviços e criar mais engajamento das associadas.

Veja mais:

Profissionais de Sergipe são infectados pela Covid-19 após cobertura de incêndio

23 jornalistas que atuaram na cobertura do incêndio no Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em Sergipe, foram contaminados.
23 jornalistas que atuaram na cobertura do incêndio no Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em Sergipe, foram contaminados.

Vinte e três jornalistas que atuaram na cobertura do incêndio que atingiu o Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em 27/5, em Aracaju, testaram positivo para a Covid-19. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor/SE). A perspectiva é que esse número seja superior diante da provável existência de assintomáticos.

O levantamento apontou que a infecção do vírus atingiu repórteres de rádio, televisão, jornal impresso e portais de notícias, além de repórteres cinematográficos, fotográficos, chefes de reportagem, editores, assessores de comunicação e imprensa, e até motoristas.

O quadro de infectados vai desde profissionais de empresas de comunicação pública e privadas, com atuação, em especial, na capital sergipana. O Sindijor e a Fenaj decidiram por preservar a identidade deles.

O caso chamou atenção para a exposição dos jornalistas que não deixaram de trabalhar desde o início da pandemia, bem como a necessidade de inclusão da categoria no calendário de vacinação contra o vírus. Esses dados fazem parte do dossiê criado pela entidade sindical desde 14/3/2020, quando o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Saúde, registrou oficialmente o primeiro caso da doença.

Milton Alves Júnior, presidente do Sindijor/SE disse que “desde o início deste ano temos chamado a atenção dos gestores estaduais e dos parlamentares sergipanos com atuação em Brasília para a inclusão dos jornalistas no Plano Nacional de Imunização (PNI), e ao próprio plano estadual. Estamos, seja nas atividades externas e/ou nas redações e assessorias de imprensa, diariamente expostos ao risco da contaminação. Esse número referente ao trabalho desenvolvido no Nestor Piva mostra na prática o real nível de vulnerabilidade que enfrentamos”.

No decreto de número 10.288/2020, o Governo Federal definiu como essenciais as atividades e serviços relacionados à imprensa.

Hoje Sergipe tem mais de 2.000 jornalistas profissionais, sendo que desse total pouco mais de 1.400 atuam diariamente na atividade-fim. Fora da modalidade home office, menos de 350 seguem atuando em atividades externas. Desde o início da pandemia, 240 profissionais testaram positivo para a Covid-19 e cinco morreram.

Revistas viram garantia em renegociação da Abril com o governo

Em processo de recuperação judicial, a Abril Comunicações assinou um acordo de renegociação de dívidas com o governo federal. O valor total do passivo chega a R$ 830 milhões, e como garantia o grupo ofereceu 16 marcas, entre elas Veja, Quatro Rodas, Capricho, Você S/A, Mundo Estranho, Placar, Viagem e Turismo, Cláudia, Boa Forma e Guia do Estudante.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a transação tributária dará à empresa até 70% de desconto sobre o total devido, percentual máximo permitido em lei. A redução aplica-se a multas, juros e encargos, não sendo válida para o principal da dívida (valor original do passivo). O governo e a empresa não informaram o montante final a ser pago. O acordo foi assinado entre a Abril e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, em 18 de maio.

Segundo o documento, a transação tem como objetivo equacionar o passivo fiscal, encerrar disputas na Justiça e superar a “situação transitória de crise econômico-financeira” da empresa. O montante a ser pago após o desconto será parcelado e as dívidas não previdenciárias terão um prazo de dez anos, enquanto as previdenciárias, de cinco.

“Tendo em vista que a Abril não tem como objetivo a venda dos seus títulos editoriais a terceiros, manter as marcas em garantia foi uma solução inteligente, pois dá a tranquilidade para a procuradoria de contar com a garantia sobre os ativos mais importantes e históricos da Abril, ao passo que não representa nenhum constrangimento operacional no desempenho das atividades editoriais do grupo”, informou a empresa em comunicado à Folha.

Em 2018, após anunciar uma dívida de cerca de R$ 1,6 bilhão, a Abril entrou com pedido de recuperação judicial. No mesmo ano, a família Civita, que controlava o grupo, fechou a venda da companhia para o empresário Fábio Carvalho por um valor simbólico de R$ 100 mil. O gestor tem histórico de assumir empresas em dificuldades e trabalhar pela retomada do negócio.

Como parte do plano de recuperação, o grupo vendeu a revista Exame no fim de 2019 para o BTG Pactual, por R$ 72 milhões. Em maio deste ano, os prédios que compunham a sede da Abril na Marginal Tietê, em São Paulo, foram arrematados por R$ 118,8 milhões em leilão, pela Marabraz.

Prêmio Comunique-se 2021 anuncia indicados

Prêmio Comunique-se
Prêmio Comunique-se

Com cerca de 150 mil votos, o Prêmio Comunique-se 2021 anunciou a lista dos indicados à disputa. Os profissionais e empresas foram escolhidos com base nos dez mais bem votados em cada categoria e/ou subcategoria. O segundo turno de votação, que selecionará os finalistas do prêmio, já está aberto e vai até 4 de julho. Para participar, basta usar uma conta de Facebook ou Gmail e registrar os votos nos comunicadores de interesse.

A edição deste ano conta com os seguintes apoiadores de mídia: SBT, Band, RedeTV, BandNews TV, Record News, BandSports, TV Gazeta, TV Cultura, TV Justiça, Jovem Pan, BandNews FM, Rádio Bandeirantes, Metrópoles, SBT News, Olhar Digital, Portal Terceiro Tempo, Observatório da TV, Observatório dos Famosos e Grupo RBS. A live de premiação está programada para 16 de novembro.

Confira a lista completa dos indicados no site do prêmio.

Millena Machado é a nova apresentadora do RedeTV News

A RedeTV anunciou nesta segunda-feira (14/6) que a apresentadora Millena Machado é a nova âncora do RedeTV News, telejornal que vai ao ar de segunda a sábado. No ano passado, ela comandou o Festival de Prêmios RedeTV e em uma passagem anterior na emissora foi repórter de Cultura & Variedades no programa A Casa é Sua.

Millena Machado e Franz Vacek (superintendente de Jornalismo, Esportes e Digital da RedeTV) – Crédito: Divulgação/RedeTV

Formada em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, com pós-graduação em Marketing pela ESPM e MBA em Economia na Faap, Millena começou a carreira no rádio, migrou para internet até chegar à televisão. Apresentou por oito anos o programa Auto Esporte, da Globo.

Anteriormente, passou por Band News, onde atuou como âncora, e TV Bandeirantes, na apresentação dos noticiários SP Acontece e Primeiro Jornal. Atualmente, é também apresentadora do podcast Lado Pessoal, na rádio Antena 1.

Desde a saída de Mariana Godoy, a RedeTV estava fazendo um rodízio entre os jornalistas da casa para apresentar o RedeTV News. As últimas edições do telejornal foram comandadas por Gabriela Di França.

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Conselho Nacional de Justiça debate a liberdade de expressão

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza nesta segunda-feira (14/6), às 17h, o primeiro Encontro Virtual sobre Liberdade de Expressão, cujo tema será A liberdade de expressão artística e os limites do Poder do Estado. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do CNJ no YouTube.

Participam os cantores Gilberto Gil e Daniela Mercury; o cineasta Luiz Carlos Barreto; a advogada Cris Oliveiri; a ex-procuradora geral da República Raquel Dodge; e o ministro Luiz Fux, presidente do CNJ.

A série de encontros foi proposta por Daniela Mercury ao Observatório de Direitos Humanos do Poder Judiciário, colegiado de que ela participa. Sobre o evento, declarou que “é importante se pronunciar sobre censura, represamento de projetos, a asfixia de recursos financeiros para a arte. Calar artistas é calar o povo”.

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