Faleceu na manhã desse sábado (12/6), aos 62 anos, Domingos Fraga, um dos diretores nacionais de Jornalismo da Record TV. A emissora não divulgou a causa da morte, mas ele foi vítima de Covid-19.

Carioca, mas há muitos anos vivendo em São Paulo, Fraga tinha quase quatro décadas de profissão. Começou a carreira no Rio de Janeiro, como repórter no Última Hora e no Jornal do Commercio. Em São Paulo, foi um dos diretores do Jornal do Comércio e teve passagens por IstoÉ e Grupo Globo, em que integrou o time de fundadores da Quem. Também atuou como professor de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero.

Na Record, onde começou há 15 anos como redator-chefe do Jornal da Record, Domingos Fraga foi ainda chefe de Redação do telejornal. Em 2010, promovido, tornou-se um dos principais diretores do R7, o portal de notícias da emissora, ocupando o posto durante dez anos seguidos. Também atuou como colunista de política do portal e fazia análises sobre o tema na Record News.

Em março de 2020, foi transferido para Brasília e assumiu a gestão do Jornalismo da rede na capital, em uma tentativa de conter danos de um escândalo racista deflagrado na gestão anterior. Seis meses depois, voltou para São Paulo e, ao lado de outros quatro executivos, assumiu a Diretoria Nacional de Jornalismo.

Segundo site TV Pop, o estado de saúde de Fraga agravou-se rapidamente após o seu diagnóstico positivo para Covid-19. Em 20/3, uma reportagem do TV Pop afirmava que ele estava afastado das funções na Record e que seu quadro clínico preocupava colegas de trabalho − ele já estava intubado. Depois da internação dele, a emissora optou por tomar medidas mais drásticas para tentar debelar o surto de Covid-19 em seu Jornalismo, e colocou a maior parte dos funcionários do setor em regime de teletrabalho.

Márcio Novaes, presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), distribuiu nota lamentando a morte dele e afirmando que a entidade está indignada com o tratamento dado aos jornalistas nesta pandemia:

“O governo federal tem demonstrado total incoerência ao definir o trabalho da imprensa como serviço essencial e não garantir aos profissionais comunicadores a vacina contra a Covid-19. A morte de Fraga, que não recebeu a vacina, é o símbolo do descaso com a solicitação feita pela Abratel para que os jornalistas fossem incluídos como grupo prioritário dentro do Plano Nacional de Imunização (PNI). A Abratel ratifica seu pedido para a inclusão imediata dos profissionais de comunicação no referido plano, para que possam ter o mínimo de segurança no cumprimento da grande missão que tem salvado muitas vidas no atual cenário: levar informações de qualidade e credibilidade aos brasileiros. Enquanto choramos por este grande profissional e mais outros 235 comunicadores brasileiros mortos por essa terrível doença, questionamos: quantos mais terão que morrer para que a categoria seja devidamente respeitada e inserida no Plano Nacional de Imunização?”.

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