Thiago Augustto, jornalista e criador pernambucano de conteúdo, lançou há pouco mais de um mês a plataforma antirracista Futuro Black, banco de talentos e de fontes profissionais negras, com o objetivo de fomentar a diversidade no mercado de trabalho.
A iniciativa para a criação do projeto deu-se por meio de uma planilha onde Augustto reunia os contatos de amigos, fontes e outros profissionais negros que conhecia. Esse banco de informações cresceu e ele resolveu compartilhar o que tinha reunido em uma plataforma pública e colaborativa.
Thiago Augustto
“Não sou o único que sinto falta de ver mais profissionais pretos sendo fontes de informação para matérias de rádio, revista, internet, jornal e, sobretudo, televisão. Não é extraordinário refletir que em boa parte das vezes que esses trabalhadores estão dando entrevistas, falam a partir da cor da sua pele. A partir do racismo”, escreveu Augustto em suas redes sociais.
Com equipe formada também por Dayse Rodrigues, pedagoga e consultora em diversidade racial, e Iron Santos, designer de produto, a Futuro Black já recebeu mais de 300 cadastros, além de promover um curso totalmente gratuito de formação sobre reeducação racial.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) promove nesta quarta-feira (22/9), às 17h, o programa SOS Repórter, que vai discutir o aumento de ataques contras jornalistas e à liberdade de imprensa no Brasil. Para debater o assunto, Xico Teixeira e Antônio Werneck conversam com os fotógrafos Lula Marques e Marcelo Carnaval, que comentarão sobre os desafios diários que enfrentam na profissão.
Na descrição do encontro, a ABI destaca um relatório da Unesco que aponta “aumento nos últimos anos dos casos de perseguição, detenção e violência física contra jornalistas, principalmente nas coberturas de manifestações, além de ameaças contra os profissionais e suas famílias, invasões de mídias sociais e divulgação de dados pessoais”.
Marcelo Carnaval formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense. Iniciou a carreira no Jornal do Brasil em 1985. Três anos depois, passou a integrar a equipe carioca da revista Veja e em 1999 entrou para o jornal O Globo. Atualmente atua como fotógrafo freelance. Venceu diversos prêmios nacionais e internacionais, como o Esso de Fotojornalismo em 2006, com uma foto que mostra o desespero de uma mãe amparando no colo o filho morto por tiros no Centro do Rio de Janeiro.
Lula Marques é formado pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília. Trabalhou durante 11 anos no Correio Braziliense e posteriormente na Folha de S.Paulo. Conquistou o Prêmio Folha de Fotografia em 1999 e o Esso de Jornalismo em 2000. Foi responsável por importantes trabalhos de cobertura da Constituinte e de campanhas presidenciais.
Maior revista de esportes americana, a Sports Illustrated publica anualmente, desde a década de 1960, sua célebre edição Swimsuit, reunindo ensaios fotográficos de modelos e atletas com pouca roupa.
A publicação − com seus produtos derivados − tornou-se um dos mais rentáveis projetos da indústria editorial, apostando na sensualidade das mulheres para agradar a uma audiência predominantemente masculina.
A última edição teve a tenista Naomi Osaka como uma das estrelas de capa, em um ensaio em Malibu com direito até a vestido branco molhado pela água do mar.
Osaka é dona do próprio nariz e adulta o suficiente para expor seu corpo da forma como quiser.
Naomi Osaka
No entanto, a sexualização do esporte ou de figuras associadas ao mundo das competições não é vista com bons olhos por todos. E tem levado até a questionamentos sobre as práticas da imprensa ao cobrir torneios esportivos.
Não foi a primeira vez que a austríaca Johanna Farber viveu a experiência que considerou desagradável. Em junho ela já tinha sido vítima de incidente semelhante, que chamou de “desrespeitoso e perturbador”.
Pegou mal para a Federação Internacional de Escalada Esportiva, que teve que pedir desculpas.
O presidente da entidade fez a autocrítica: “Quantas vezes as coisas terão que ser feitas de maneira errada antes de aprendermos como fazê-las da maneira certa?”.
Johanna Farber
É uma boa pergunta. A resposta começa a vir dos campos e das quadras, com movimentos indicando que nem todas as atletas gostam da ideia de ver seus atributos físicos utilizados como troféus para atrair ou reter audiência.
Nas Olimpíadas de Tóquio, ginastas alemãs trocaram os maiôs por macacões que cobriam todo o corpo. Justificaram o ato como uma forma de incentivar atletas mulheres a escolherem os trajes que as façam se sentir mais confortáveis durante as competições.
Meses antes, as norueguesas da equipe de handebol de praia haviam sido multadas por vestir shorts em vez de biquínis em uma partida do campeonato europeu na Bulgária. A Federação Européia de Handebol (EHF) disse em comunicado que sua comissão disciplinar havia lidado com “um caso de vestimenta imprópria” na partida pela medalha de bronze contra a Espanha. Só não disse para quem era imprópria.
Os dirigentes da Noruega apoiaram a atitude de suas meninas, declarando orgulho das mulheres que se levantaram contra uma prática arraigada no esporte. Tão arraigada que chega a fazer parte do regulamento. Segundo as normas da Federação, os uniformes determinados são destinados a melhorar a performance esportiva e “manter coerência com a imagem atrativa do esporte”. Mais claro impossível.
Os uniformes da equipe norueguesa (Crédito: Reprodução Twitter / @NORhandball)
Assim como tantos outros regulamentos de outras eras, esse pode acabar sendo revisto diante de manifestações individuais ou coletivas, assim como os padrões adotados pelas emissoras de TV na cobertura de grandes eventos, porque os ventos começam a soprar em outra direção.
Papel social do esporte
Um estudo publicado por Lorenzo Kurras e Sasha Schmidt, pesquisadores da escola de negócios alemã Otto Beisheim, analisa o futuro do marketing esportivo depois da pandemia, examinando o efeito do afastamento do público dos estádios devido às restrições impostas pelas autoridades sanitárias.
O trabalho contabiliza o impacto do coronavírus sobre os investimentos em patrocínios esportivos, que segundo a empresa de pesquisas GlobalData caiu de US$ 22 bilhões em 2019 para US$ 12,9 bilhões em 2020.
Mas os pesquisadores são otimistas, apontando “um futuro brilhante e lucrativo” para os negócios em esportes, principalmente devido à tecnologia, que melhora o desempenho e aumenta as chances de interação dos fãs com as competições. Eles citam o engajamento de torcedores pelas mídias sociais e novidades como óculos de realidade virtual e aplicativos de realidade aumentada.
Mas alertam que, mesmo com estádios vazios, o esporte é baseado em emoções. E que, por isso, “um elemento-chave desse tipo de patrocínio é a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças e de estar próximo do consumidor e de suas emoções − onde quer que estejam”.
Segundo os pesquisadores, justiça e igualdade são valores que se espera que o mundo do esporte reflita, indo além do perder ou ganhar.
Sob esse prima, a sexualização das figuras esportivas − mais comum sobre as mulheres, mas também aplicada a homens − é algo que pode estar com os dias contados. E mudanças começarem a acontecer nas quadras, campos, placares de propaganda, vestiários e mesas de edição.
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Ronny Hein lançou o livro O Silêncio de Krisia – A garota que não estava na Lista de Schindler (Editora Europa), que conta a história de uma garota que ficou dos oito aos 14 anos em guetos e campos de concentração, incluindo o de Plaszow, na Polônia, onde ocorreu o episódio da famosa Lista de Schindler.
A obra mostra tudo pelo que passou a menina Krisia, mãe do autor, durante seis anos em que viveu à mercê de diversos carrascos nazistas. Além da comida escassa, ela convivia diariamente com tortura e mortes ao seu redor. O livro conta também os motivos pelos quais Krisia e sua mãe não conseguiram colocar seus nomes na Lista de Schindler, diferentemente de outros membros de sua família.
“O silêncio inabalável da garota, contudo, fez com que ela sobrevivesse”, conta Ronny Hein. “Mesmo tendo de passar, depois, pelos campos de concentração de Auschwitz e Bergen-Belsen, onde foi salva por tropas inglesas. Por obra do destino, Krisia veio recomeçar a existência no Brasil, onde se casou, teve filhos e morreu em 2019, sempre cercada por longos silêncios”.
Nascido em São Paulo, Ronny Hein é escritor, jornalista e publicitário. Dirigiu diversas revistas e é autor de seis livros. O Silêncio de Krisia foi lançado também em inglês, pela Amsterdam Publishers, da Holanda.
A repórter Nathalia Fruet, do SBT, foi barrada por seguranças no palácio do Planalto, em Brasília, nessa segunda-feira (20/9) por causa de suas roupas. Ela estava usando um traje social com bermuda de alfaiataria, e só conseguiu trabalhar depois de trocar a bermuda por uma calça.
Segundo reportagem do SBT Brasil, “o Gabinete de Segurança Institucional justificou a proibição utilizando uma norma interna editada em junho de 2020 pela Presidência. O documento prevê o uso de saias e calças por mulheres, mas não cita a proibição de bermudas”. A apresentadora Marcia Dantas classificou o episódio como “lamentável”.
Confira a Reportagem e a Opinião de @marciadantastv sobre o ocorrido no Planalto que obrigou a Repórter do SBT @nathaliaFruet a trocar de roupa pois segundo o "regulamento" , seria inapropriado a roupa da repórter do SBT para circular no Palácio
Em suas redes sociais, Nathalia contou que chegou a entrar no Planalto e deixou seus pertences no Comitê de Imprensa, antes de ser barrada no retorno do almoço. Ela disse que, para voltar para casa e realizar a troca, ou até comprar uma nova peça, precisava retornar à sala e pegar suas chaves ou carteira, mas os seguranças não queriam deixar que ela entrasse no prédio.
“Se tem uma regra, ela tem que ser cumprida, beleza. O problema foi a forma”, disse a repórter em seu perfil no Instagram. “A minha reclamação foi que faltou bom senso, porque eu gastei meia hora barrada na portaria para conseguir que alguém liberasse, e a liberação aconteceu desde que eu fosse acompanhada por alguém do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O que pegou mal foi a forma, e não a norma”.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) anunciou o segundo caso de seu Programa de Proteção Legal para Jornalistas, criado para combater os constantes ataques à liberdade de imprensa e dar suporte a profissionais que sofrem assédio judicial no Brasil.
Trata-se de Tania Pacheco, fundadora do blog Combate Racismo Ambiental, que está sendo processada por republicar matérias da Comissão Pastoral da Terra do Nordeste sobre conflitos entre antigos posseiros e latifundiários em Maraial (PE). O caso foi mantido em sigilo até agora por orientação da defesa da jornalista.
O empresário Walmer Almeida Cavalcante, filho de Walmer Almeida Silva, latifundiário citado nas reportagens, entrou com processo contra Tania, pedindo a retirada de duas publicações que tratam dos conflitos na área, além da publicação de uma retratação nas redes sociais, e o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil.
O desembargador Francisco Tenório dos Santos, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Pernambuco, atendeu a recurso de Cavalcante em segunda instância para a remoção das reportagens. O processo ainda aguarda julgamento de mérito do pelo juiz de primeiro grau.
Nos textos removidos, havia relatos de trabalhadores rurais que estavam sofrendo ameaças de despejo, além de episódios de perseguições e ameaças sofridas desde 2020 devido a reintegrações de posse solicitadas por Walmer Almeida Silva. Em seu blog, Tania fez uma curadoria de artigos e reportagens que abordavam conflitos fundiários e injustiças sociais e ambientais.
A defesa da jornalista disse que Cavalcante quer se blindar de “qualquer responsabilização social por divulgação de fatos na mídia que guardem relação com atos de truculência contra os posseiros”. Já o empresário declarou que sua empresa adquiriu por escritura pública de promessa de compra e venda uma gleba de terra de 960 hectares, e que somente após a compra deparou-se com invasores que passaram a ameaçar seus funcionários. Ele também classificou os textos republicados por Tania como caluniosos, e que estariam tentando acabar com a sua honra.
Morreu no último domingo (19/9) Roberto Petri, aos 85 anos, em uma casa de repouso, em São Paulo. Ele teve um AVC em 2017 e enfrentava problemas de saúde.
Petri consolidou-se no jornalismo esportivo. Iniciou a carreira na rádio Bandeirantes e passou por Tupi, Difusora e Jovem Pan. Na televisão, trabalhou em TV Cultura e TV Gazeta. Atuou também em jornais e revistas.
Ao lado de Eli Coimbra, idealizou o projeto Dente de Leite, que revelava jogadores. Um deles foi Muricy Ramalho. Além disso, foi responsável pela criação de um concurso na TV Gazeta que buscava novos nomes para a comunicação esportiva, que lançou narradores como Galvão Bueno, Jota Júnior, Osvaldo Maciel e Flávio Prado.
O próprio Galvão postou uma homenagem a Petri em suas redes sociais, ressaltando o concurso do qual participou em 1974, que “mudou sua vida”. Veículos como Jovem Pan, Gazeta e Folha de S.Paulo também lhe prestaram homenagens.
O fotógrafo Alex Silveira, que perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingido por uma bala de borracha da PM paulista durante manifestação em maio de 2000, será homenageado no Prêmio Vladimir Herzog. Ele vai receber o troféu especial na categoria Carreira, que valoriza “relevantes serviços prestados às causas da Democracia, Paz, Justiça e contra a Guerra”.
Ana Luisa Zaniboni Gomes, curadora da 43ª edição do prêmio, declarou que a homenagem “é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional, uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa e a celebração de uma decisão que responsabiliza o Estado pelos ferimentos causados a um jornalista que estava no local dos fatos, exercendo uma atividade de interesse público e social”.
Neste ano, além de Silveira, também serão homenageados na categoria os jornalistas Neusa Maria Pereira e José Marques de Melo (falecido em 2018), e o ator Abdias do Nascimento (que morreu em 2011). No ano passado, os homenageados foram a cartunista Laerte, a filósofa Sueli Carneiro e o advogado abolicionista Luiz Gama. A cerimônia de premiação será online, em 25 de outubro.
Ele teve indenização concedida em primeira instância, mas o TJ-SP reformou a decisão, sob a alegação de que Alex optou por permanecer no local do tumulto e, portanto, culpando o próprio fotógrafo pelo ocorrido. À época, ele trabalhava no Agora São Paulo. Somente em junho deste ano o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Estado de São Paulo deveria indenizá-lo.
Começa em 23/9 (quinta-feira) a votação para a sexta edição do Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. O concurso, criado em 2016 por este Jornalistas&Cia, conta com patrocínio de BTG Pactual, Gerdau e Telefônica | Vivo, apoio de Captalys e Deloitte, além do apoio institucional do IBRI. A cerimônia de premiação está marcada para 30 de novembro. A organização vai avaliar a evolução da pandemia da Covid-19 para definir o formato do evento.
Entre as novidades deste ano está a votação para as categorias regionais, em que serão escolhidos os jornalistas TOP 3 das cinco regiões do País e, depois, os campeões. No primeiro turno a indicação é livre para as oito categorias de veículos e os TOP Jornalistas Nacionais e Regionais (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul). As categorias de veículos são Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio, Site/Blog, Veículo Impresso e Veículo Impresso Especializado.
O Prêmio segue o modelo da série +Admirados, iniciado em 2013 com o prêmio +Admirados da Imprensa Brasileira e que hoje também contempla jornalistas e veículos +Admirados nas editorias de Agronegócio, Automotiva, Esportes e Saúde.
O link de votação será aberto no próprio dia 23 e para votar basta preencher um breve cadastro (ou fazer login caso já tenha participado de outras votações) e fazer até cinco indicações por categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter cinco indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados.
Eleandro Passaia estreou nesta segunda-feira (20/9) no comando do Balanço Geral Manhã, da Record TV. Ele ficará no ar das 5 às 7h, e depois entregará a apresentação para Geraldo Luis, das 7 às 8h30. Passaia assumirá também o Cidade Alerta − Edição de Sábado já no próximo final de semana.
O apresentador trocou Curitiba pela sede da emissora na Barra Funda, em São Paulo. Até então, estava no comando do programa Tribuna da Massa, da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná.
Natural de Capitão Leônidas Marques, no interior do Paraná, Passaia iniciou a carreira em uma rádio esportiva local. Foi repórter da TV Dourados, atual RIT (Rede Internacional de Televisão), em Dourados (MS). Atuou também como repórter e apresentador na TV Morena.
Durante seis anos foi repórter da Globo Internacional e da Rede Record. Produziu documentários sobre turismo em 10 países asiáticos. No exterior, também atuou como repórter da Sky Perfetc TV na cobertura de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006.