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quinta-feira, maio 2, 2024

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Memórias da redação ? Tá faltando mais um

O artigo a seguir, que Carlos Brickmann, da Brickmann & Associados, publicou no Observatório da Imprensa em 26/8, presta homenagem a Carlos Tavares, assessor da Presidência da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, falecido em 14 de agosto. Tá faltando mais um Há muitos e muitos anos, um grande jornal brasileiro só publicava fotos de negros na primeira página em dois casos: ou Pelé ou um dirigente africano. Um dia, a norma foi abruptamente rompida: Zé Keti, compositor de morro, autor entre outros dos monumentais A Voz do Morro e Máscara Negra, foi a principal foto da primeira página. Quem violou a norma não escrita, de tal maneira que os donos do jornal só souberam do fato com a edição nas ruas, foi um grande jornalista, que morreu há poucos dias: Carlos Tavares. Tavares era de primeiro time e sempre gostou de trabalhar com gente de primeiro time. Foram seus companheiros Samuel Wainer, Jorge de Miranda Jordão, Henrique Veltman, Luiz Ernesto Kawall, o jovem foca Merval Pereira; para dirigir a ótima revista Problemas Brasileiros, da Federação do Comércio de São Paulo, foi um dos que escolheram Isaac Jardanovski. Cansado de redações, Tavares trocou o Rio por São Paulo, onde se dedicou à assessoria de políticos. Fez campanhas eleitorais, foi secretário de Estado; e, na Federação do Comércio, onde ficou muito tempo, foi um dos conselheiros mais próximos do presidente Abram Szajman. E – um de seus maiores feitos – participou de alguns dos grandes embates políticos do País sem perder a classe, mantendo os amigos de um lado e de outro, ignorando os insultos e se recusando a fazê-los. Um cavalheiro, enfim; uma pessoa elegante. Um cavalheiro a menos no jornalismo.

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