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domingo, maio 5, 2024

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Matéria de Renan Oliveira é libelo contra o assassinato de reputações

Renan Antunes de Oliveira, um dos editores do Jornal Já, de Porto Alegre, publicou na edição de 19/7 do jornal a reportagem Tráfico: empresário leva 25 anos para provar inocência, reproduzida no Observatório da Imprensa de 29/7, que é um verdadeiro libelo contra o assassinato de reputações. Ele conta a história do empresário carioca José Germano Neto, de 65 anos, dono de uma revenda BMW, que o STJ acaba de absolver de um crime que nunca cometeu. Germano foi perseguido pela polícia como narcotraficante por 25 anos, enfrentou seis processos, pegou cadeia aqui, nos Estados Unidos e na França. Uma falsa denúncia feita por um alcaguete da polícia carioca, em 1989, deu início a um crescendo de acusações sem provas por parte de delegados e promotores, tudo reproduzido pela imprensa, sem filtros. Segundo Renan, “o linchamento de Germano não teve precedentes: o caso da Escola Base só aconteceria em 1994, cinco anos depois. Os jornais o moeram e jogaram na lama”. Tanto quanto a reportagem, o que chamou a atenção do Portal dos Jornalistas foi o fato de o próprio Renan acompanhar o caso há 15 anos, quase sempre por sua conta e risco e muitas vezes apesar de dúvidas sobre a inocência de Germano. Atitude, a bem da verdade, coerente com a sua linha de atuação profissional, pois é repórter conhecido pelo faro apurado para boas histórias e pela tenacidade com que enfrenta suas pautas. Foi por essas qualidades que ganhou o Prêmio Esso de Reportagem de 2004 com a matéria A tragédia de Felipe Klein, pelo mesmo Já, numa decisão que gerou polêmica – pois desbancou matérias de grandes veículos, entre elas o dossiê de Época sobre propinas nos Correios, que daria início ao escândalo do Mensalão –, o que inclusive levou o jurado Milton Coelho da Graça a publicar uma explicação no Observatório da Imprensa. A história de Felipe, quase um menino, filho de um político gaúcho muito influente na época, Odacir Klein – queria virar lagarto, fez tatuagens, piercings, mutilações diversas e acabou se atirando do prédio em que morava, num suicídio que a mídia escondeu –, é tão emocionante quanto a de Germano. Polêmica, aliás, é o que não falta na vida de Renan, que por suas atitudes teve cassadas suas credenciais em algumas oportunidades, foi demitido diversas vezes, preso outras tantas, algumas inclusive em locais distantes como a China e o Afeganistão. Bem a propósito, o título de seu perfil no portal Coletiva.net é Polêmica à vista. Renan está atualmente na Amazônia, certamente atrás de uma boa história. E como é de seu feitio, isolado do mundo, com pouco acesso a internet e telefone. 

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