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quarta-feira, maio 1, 2024

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Mário Magalhães lançará livro sobre Carlos Marighella

Mário Magalhães está finalizando Marighella ? O Guerrilheiro que incendiou o mundo, fruto de nove anos de pesquisa sobre o comunista baiano Carlos Marighella, morto em 1969, numa emboscada de agentes da ditadura militar em São Paulo. ?Na semana passada, estava legendando uma última fotografia, de um policial que atirou em Marighella na cilada em que a polícia política paulista o assassinou?, conta o autor. Filho de pai italiano e mãe baiana, estudante de Engenharia Civil da Escola Politécnica da Bahia, Marighella era um dos estudantes de reivindicavam a instalação de uma constituinte democrática. Foi preso pela primeira vez em 1932, com outros 513 jovens, quando Juracy Magalhães, interventor despachado por Getúlio Vargas, comandava o Estado. ?Não vivi o tempo de Carlos Marighella, a não ser como criança cujos limites do mundo eram Zorro, National Kid e Speed Racer. Quando o mataram, em novembro de 1969, eu tinha cinco anos. Em 2003, mergulhei no projeto para contar a vida dele. Queria reconstituir uma trajetória fascinante, sem as amarras de tempo e espaço próprias de uma redação de jornal?. Em janeiro de 2010, Magalhães deixou a Redação da Folha, onde era repórter especial, para dedicar-se exclusivamente ao projeto. ?O épico de Marighella é capaz de hipnotizar e comover tanto quem se identifica com suas causas como quem as rejeita. E me permitiu um passeio apaixonante por quatro décadas, 1930-60, do século XX, com um ritmo frenético, inspirado no protagonista ? que era essencialmente um homem de ação, e não um teórico ?, além de drama, humor, romance, aventura, ideias, triunfos, quedas e muita, muitíssima ação. Outro desafio foi escrutinar a vida de quem foi obrigado a combater à sombra, escondendo suas pegadas. Minha tarefa foi descobrir os passos que Marighella, para sobreviver, tentara apagar?. Sobre as dificuldades e surpresas positivas encontradas durante sua pesquisa, Magalhães comenta que ?é difícil apurar a vida de quem certa historiografia oficial eliminou dos compêndios escolares. Além disso, a clandestinidade também dificulta a garimpagem de informações ? para ficar em um exemplo, Marighella era avesso a fotografias. A alma do livro são os depoimentos das 256 pessoas entrevistadas. Elas me surpreenderam quase sempre. A maioria conviveu com Marighella, de sua professora de inglês no velho ginásio da Bahia ao companheiro que foi buscá-lo na alameda Casa Branca e o encontrou morto. Também tive surpresas espetaculares de documentos oriundos de arquivos públicos e privados de Rússia, Estados Unidos, República Tcheca, Paraguai e, evidentemente, Brasil?. A obra, editada pela Companhia das Letras, já está em pré-venda e chega às lojas em outubro. O autor fará uma turnê de lançamento por todo o País, em datas ainda não definidas. Novidades podem ser conferidas no twitter de Mário Magalhães.

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