A rede Voces del Sur (VDS) divulgou seu Relatório Sombra sobre violência contra jornalistas na América Latina, referente ao ano de 2022. Os dados indicam que o ano passado foi o mais letal para jornalistas na região desde que o levantamento começou a ser feito, em 2018. Foram 31 jornalistas assassinados em decorrência do exercício da profissão e 1.953 vítimas de agressões físicas, atentados, destruição de equipamentos e ameaças.

Os dados do relatório foram obtidos por 17 organizações de países da região, que compõem a VDS; no Brasil, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). O levantamento traz informações sobre 13 tipos diferentes de agressão a jornalistas, além de mapear dados sobre as vítimas e atores dos ataques.

Em 2022, cerca de 56% dos casos tiveram como agressor o Estado. Outro dado que colabora para esse aumento da violência contra a imprensa na região é o número de casos de discursos estigmatizantes, que chegaram a 17% somando todos os países da região.

Destaque negativo para o Brasil no que se refere à violência de gênero contra jornalistas. Pela primeira vez o relatório incluiu dois indicadores sobre violência específica contra mulheres e pessoas LGBTQIA+. O primeiro trata sobre violência sexual dentro e fora das redes sociais, e o segundo é sobre ataques de gênero que podem acompanhar qualquer tipo de agressão. O Brasil lidera os dois rankings com mais vítimas de ambos os ataques.

Confira o relatório completo aqui (em espanhol).

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