O fotógrafo Filipe Granado, do jornal Bragança em Pauta, foi agredido em 5/6 enquanto acompanhava uma denúncia de aglomeração em Bragança Paulista, interior de São Paulo. O responsável pelo ataque foi o promotor de eventos André Felipe Silva do Nascimento, que também é assessor comissionado da prefeitura.
Segundo boletim de ocorrência, Nascimento admitiu ter agredido o fotógrafo, sob a justificativa de que “sentiu sua intimidade invadida por ele”. Em nota sobre o caso, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lembra que, “de acordo com a Constituição, qualquer cidadão tem o direito de gravar o que quiser em espaços públicos, em especial em momentos de interesse da sociedade. Quando um jornalista grava uma operação policial e, no caso, também da vigilância sanitária, isso não configura crime”.
As denúncias da Vigilância Sanitária apontavam um grupo que descumpria as normas estabelecidas para conter o avanço da Covid-19. O fotógrafo disse que “ia tirar uma foto das fiscais fazendo a autuação e já ia embora. Nesse momento, fui surpreendido com um soco”.
Na segunda-feira passada (7/6), Dia Mundial da Imprensa, a Ordem dos Advogados do Brasil/OAB Bragança Paulista emitiu uma nota lamentando o ocorrido e apoiando Granado.
A entidade declarou ser “solidária ao jornalista agredido, assim como ao veículo de imprensa por ele representado, informando que observa atentamente a evolução do caso. Nas palavras do Dr. Marcus Vinícius Furtado Coelho, ex-presidente do Conselho Federal da OAB, ‘para a ordem, para os males da liberdade, e para os males da democracia, só há um remédio: mais liberdade e mais democracia’”.
Por Milton Neves, com colaboração de Cláudia Carsughi
Para quem não sabe, passei a ser santista em 1960 graças a Pagão (1934-1991), o primeiro grande 9 de Pelé.
Pagão, com Pelé
É que o saudoso frei holandês Rafael Zevenkoven, vigário da Igreja de São José de Muzambinho, dizia sempre no seu “sermão para a juventude”, aos domingos, 8h, que ninguém podia morrer pagão.
E como eu morria de medo de ir morar naquele condomínio tão quente, resolvi “me proteger” no time do Pagão, o Santos FC.
E descobri Pagão e o futebol por acaso, quando meu primo Humberto e um primo dele, Milton Vânius, estavam ouvindo Santos x Palmeiras na decisão do Supercampeonato Paulista de 1959, já no início de 1960.
Não gostei do jogo e dos estalos da irradiação da Tupi na salinha do rádio-gaiola de minha avó Beatriz e fui chupar jabuticaba no fundo da horta.
Uns 30 minutos depois voltei para a salinha e encontrei o Humberto e o Milton tristes.
Perguntei o motivo e eles disseram: “O Santos perdeu”.
Havia sido 2 a 1 para o campeão Palmeiras, de virada.
E quis saber, de curioso, de quem era o Pagão, cujo nome me chamou a atenção.
Quando disseram que Pagão era do Santos, disse então que daquele dia em diante eu seria do Santos e ficaria livre de morrer desprotegido pelo frei Rafael Zevenkoven.
Sensacional, não é mesmo?
São coisas que quem ama o futebol não esquece.
Pare ou Pari?
Fernando Vieira de Mello
Já este “causo” envolve a minha primeira gafe no jornalismo em São Paulo, antes mesmo de ser contratado pela Jovem Pan. Foi em 1972, quando fiz meu teste-entrevista para ingressar na grande emissora paulistana.
Bem, o teste foi coordenado pelo jornalista Marco Antônio Gomes, que contou com a colaboração do operador Chico Vieira. Só precisava ler uma lauda apanhada aleatoriamente em cima de uma mesa lá da redação da avenida Miruna, 713, Aeroporto, em texto que noticiava um acidente. E gravei!
“Evitem a Celso Garcia, tudo parado por lá devido a um acidente entre um táxi placa tal e um ônibus da Auto Viação do… PARE”, falei.
O temido e competentíssimo Fernando Vieira de Mello foi verificar a gravação e ali ouvi a primeira de uma das 2.873 broncas que levei dele de 1972 até 1992, quando ele deixou a Pan pela Trianon (faleceu em 2001, vítima de Alzheimer).
“Não é PARE, burro, caipira, é PARI! Mas, mesmo assim, está contratado em estágio. E não encha mais o saco”, esbravejou, já que eu estava mesmo implorando pela oportunidade.
“Mas ‘cumé ki é o negócio?'”, perguntei. E ele, já às gargalhadas ao lado de Reali Júnior, Wilson Fittipaldi, Antônio Del Fiol, Sargentelli e Ney Gonçalves Dias, em sua sala de vidro no canto da redação, mudou de novo seu rosto sorridente para um olhar duro e com dentes cerrados.
“Gostei de você falar ‘negócio’, do ‘Pare’, tem voz boa acaipirada e você vai para o Detran substituir o Clóvis Messias que foi para a Bandeirantes”.
“Mas o que vou fazer?”
“Você vai ser repórter de trânsito pelas ruas da cidade e no Detran”.
“Mas eu não conheço nenhuma rua de São Paulo”, balbuciei.
“Então vai para a ‘pqp’! Vire-se, moleque, estude, é assim, ou nada”, ralhou para mim e piscando para o Marquito, Marco Antônio Gomes.
Era o sinal de “contratado”! Ufa…
Dali em diante, a minha vida mudou para muito melhor e eu nem imaginava que pudesse chegar tão longe. Mas se não fosse essa oportunidade…
As histórias desta semana são de Milton Neves, jornalista profissional diplomado, publicitário, empresário, apresentador esportivo de rádio e TV, pioneiro em site esportivo e 1º âncora esportivo de mídia eletrônica do País, palestrante gratuito de universidades, escrivão de polícia aposentado em classe especial, pecuarista e cafeicultor.
Os textos tiveram colaboração de Cláudia Carsughi.
O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre.
O 1º Monitor de Mercado Abracom apurou que 50% das agências pesquisadas tiveram crescimento em seu faturamento no 1º trimestre de 2021.
O 1º Monitor de Mercado Abracom, abrangendo a movimentação econômica do setor de comunicação corporativa em sondagens trimestrais, apurou que 50% das agências pesquisadas tiveram crescimento em seu faturamento no 1º trimestre de 2021.
A amostra inclui 56 agências em todas as regiões do País e de variados portes. As empresas que não tiveram crescimento representam 25% das respostas e aquelas que apresentaram queda também somam 25%.
Os empresários indicaram que o mercado teve novas contratações em 42,9% das empresas, enquanto 37,5% mantiveram a mesma equipe de trabalho. Em 19,6% das agências houve diminuição nas equipes. A maioria (72%) das agências contratou até cinco funcionários e 16% afirmaram contratação de mais de dez profissionais. Setenta e cinco por cento das empresas que fizeram cortes demitiram até cinco funcionários no período. Os dados indicam que o mercado ampliou a oferta de empregos no primeiro trimestre de 2021.
O Google no Brasil anunciou em 9/6 ter renovado a parceria com o Instituto Palavra Aberta até 2023 com apoio financeiro de R$ 5 milhões.
O Google no Brasil anunciou em 9/6 ter renovado a parceria com o Instituto Palavra Aberta até 2023, com apoio financeiro de R$ 5 milhões, para a segunda fase do projeto EducaMídia. Criada em 2019, a iniciativa sem fins lucrativos age em combate à desinformação no País e, nos dois primeiros anos, o aporte dado foi de R$ 4 milhões. Para o Google Brasil, o projeto reafirma seu compromisso com a informação.
O objetivo é incentivar o engajamento da sociedade na educação midiática dos jovens e atuar diretamente na mesma. Segundo o site do EducaMídia, as ações são baseadas em três pilares: interpretação crítica das informações, produção ativa de conteúdos e participação responsável na sociedade.
Essa nova fase busca ampliar as parcerias com escolas públicas e privadas de todo o País, além de organizações civis. Até o momento, o foco era levar o conceito de educação midiática a professores por meio de cursos e capacitações. A nova abordagem deverá auxiliar na resolução de quatro desafios: inserção do tema nos planejamentos pedagógicos das escolas; aumento do número de idosos com alfabetização e fluência digital; ampliação de acesso à informação nas populações vulneráveis; e combate à disseminação das notícias falsas ou de baixa qualidade para os processos eleitorais.
Durante a coletiva de imprensa online, Patrícia Blanco, presidente do Instituto Palavra Aberta, salientou a necessidade desse tipo de educação aos jovens usando como base dados apontados pela pesquisa da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O estudo mostra que 67% dos estudantes brasileiros de 15 anos não conseguem diferenciar fatos de opiniões e menos da metade (46%) recebeu treinamento na escola sobre como reconhecer informações tendenciosas.
Blanco disse ainda que, nesses primeiros anos, a iniciativa abriu caminho para a educação midiática no Brasil e que o trabalho desenvolvido por eles, assim como toda ação educacional, é pensado a longo prazo. Por isso, o apoio do Google torna-se tão importante, pois dá o caminho de maior duração do projeto.
Marco Túlio Pires, diretor do Google News Lab no Brasil, acredita que fortalecer a criticidade com as notícias é essencial, principalmente em um momento de aproximação das eleições presidenciais.
Para marcar a Semana Mundial do Meio Ambiente, 35 organizações da sociedade civil publicaram nesta quarta-feira (9/6) o manifesto Sem transparência, não há sustentabilidade, que evidencia os obstáculos ao acesso a informações e as irregularidades na gestão de dados socioambientais do Brasil. As entidades que assinam o documento exigem que os órgãos de controle atuem com maior intensidade na fiscalização e punição dos responsáveis.
O manifesto destaca seis grandes problemas no que se refere ao acesso a informações na área socioambiental: falta de produção de dados necessários ao controle social da execução de políticas públicas; falta de atualização de dados disponíveis e interrupção da produção de séries históricas; transparência ativa deficitária; descumprimento da Lei de Acesso à Informação; descentralização de dados em múltiplas fontes nem sempre consistentes entre si; e descumprimento da Política de Dados Abertos.
As organizações afirmam que tais problemas bloqueiam o desenvolvimento da ciência, prejudicam o desenvolvimento econômico e inviabilizam a participação social na política ambiental por jornalistas, sociedade civil e povos tradicionais afetados por ela.
A ação foi iniciada no âmbito do projeto Achados e Pedidos, de Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Transparência Brasil e Fiquem Sabendo. Desde 2020, a iniciativa faz o monitoramento do acesso a bases de dados e informações socioambientais.
O mundo corporativo está cheio de exemplos de executivos que se manifestaram nas redes sociais e acabaram enrascados por baterem de frente com políticas das empresas para as quais trabalhavam. Ou por abordarem temas sensíveis de forma pouco cuidadosa.
Mas quando esses incidentes envolvem celebridades e jornalistas, o impacto é ainda maior, já que em muitos casos sua influência é planetária. E a paixão de seus admiradores faz com que as opiniões sejam extremadas.
Dois casos ocorridos nos últimos dias no Reino Unido são exemplos de como as redes são um campo minado, seja pelo que se fala nelas no presente ou pelo que se falou no passado.
No primeiro, uma infeliz troca de mensagens no Twitter sobre o nome da filha do casal Harry e Meghan, Lilibet Diana, saiu caro para uma advogada e uma jornalista.
A conversa era sobre o uso do apelido familiar da rainha Elizabeth, que provocou controvérsias e especulações sobre se ela teria autorizado ou sido consultada.
Joana Toch, sócia de um escritório jurídico, e Julie Birchill, colaboradora do Daily Telegraph, debateram sobre o nome, com comentários considerados racistas e ofensivos. Toch foi suspensa e Birchil foi “desligada” do jornal, embora não tivesse vínculo.
Ambas se desculparam, como de praxe, mas a visibilidade que a conversa ganhou por envolver Harry, Meghan e rainha deve ter ajudado a fazer com que as organizações agissem rápido e de forma implacável.
O passado que condena
Ollie Robinson
O peso da fama também contribuiu para a dimensão alcançada pelo drama vivido pelo astro do críquete Ollie Robinson desde a semana passada.
A crise repete um padrão que vem acontecendo com cada vez mais frequência: postagens antigas que voltam para assombrar seus autores.
Há dez anos o atleta tuitou mensagens racistas e sexistas, que reapareceram em seu primeiro dia jogando pela seleção inglesa no mais importante campo de críquete do país, o legendário Lord’s Cricket.
Robinson se desculpou, dizendo lamentar o que fez e ter vergonha dos comentários. Mas acabou suspenso pelo BCE, o Conselho de Críquete da Inglaterra e País de Gales. Muitos jogadores criticaram o colega.
Até aí o roteiro seguiu como esperado. O que foi inesperado é que em seguida ele foi defendido publicamente. E por ninguém menos do que o secretário nacional de Mídia e Esportes, Oliver Dowden, e pelo primeiro-ministro Boris Johnson.
Dowden pediu que o Conselho reavaliasse a punição porque o caso ocorreu quando Robinson “ainda era um adolescente”. Nem tanto, pois já tinha 19 anos. Johnson manifestou apoio ao secretário, mas o BCE até agora ignorou.
Essa reação do governo é coerente com um pensamento comum entre figuras proeminentes do conservadorismo britânico, como o jornalista Piers Morgan: críticas a “excessos” do politicamente correto.
Morgan foi o que deixou o posto de apresentador do noticiário matinal da ITV em março por ter se recusado a pedir desculpas por comentários feitos sobre Meghan Markle. Ele é autor de um livro chamado Wake Up, um trocadilho com a palavra “woke”, que que significa o comportamento politicamente correto.
A manifestação do oficial sobre o caso de Robinson evidencia também o quanto o tratamento a desastres nas redes sociais está longe de alcançar a unanimidade.
Erros do passado (ou do presente) são imperdoáveis? Ou desculpáveis se a figura pública não tem um comportamento racista ou sexista como padrão?
O caso de Robinson ainda está nas redes sociais e na imprensa. O atleta pode até se safar de punição, mas ficará marcado, tornando-se mais um exemplo do risco de imprudências nas redes para as carreiras.
Robinson ainda levou colegas junto. Esta semana emergiram tweets de três outros jogadores. Um deles, Jimmy Anderson, de 38 anos, usou o Twitter em 2010 para comparar o novo corte de cabelo de outro atleta ao de “uma lésbica de 15 anos”.
Ele até tinha removido a postagem. Mas não adiantou, mostrando que o passado condena mesmo quando se tenta apagá-lo.
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Devido à notoriedade que a CPI da Covid tem despertado, a Agência Senado decidiu ampliar a cobertura das reuniões em tempo real. Na avaliação de Paola Lima, diretora da agência, historicamente a CPI já é um grande atrativo para a mídia e a população, mas quando o assunto é uma ameaça direta à vida das pessoas, esse interesse é ampliado.
De acordo com a Agência Senado, desde o início da CPI, em 27/4, os números de acesso aos conteúdos publicados no portal da Casa só crescem. Foram 3,5 milhões em maio. Encerrado o mês, o aumento contabilizado é de 28% em relação a abril, que registrou 2,8 milhões de entradas no portal. Mas o que tem medido o interesse nas informações sobre o que a CPI está investigando é o aumento da procura por notas instantâneas.
Paola ressaltou que, quando a comissão foi criada, houve preocupação em aprimorar os serviços. Com isso, a Agência decidiu ampliar a cobertura das reuniões por meio de notas em tempo real.
Inicialmente, essas notas são publicadas no formato do Senado Agora, ferramenta já usada para aprovações e notícias urgentes. Mas explicou que, em breve, as notas devem ganhar nova configuração para oferecer mais atratividade. “Até então, o tempo real era usado apenas para decisões do Plenário, das comissões e da Mesa. Com a CPI, resolvemos ampliar o serviço e divulgar notas instantâneas, com fotos, áudios ou vídeos, dos depoimentos realizados na CPI”, detalhou.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lança nesta quarta-feira (9/6) o curso online e gratuito Monitoramento e investigação de conteúdos digitais, que visa a capacitar os participantes para que saibam monitorar temas, personagens e plataformas digitais, além de investigar conteúdos produzidos pela audiência ou conteúdos suspeitos que disseminam desinformação nas redes sociais ou aplicativos de mensagem. As inscrições vão até 30/6.
O curso será realizado de 5 a 23 de julho, com carga horária total de 22,5 horas. As aulas serão divididas em quatro eixos principais: Desinformação, Monitoramento, Verificação e Narrativas. O curso terá também cinco sessões online para esclarecimento de dúvidas diretamente com instrutores. Ao final, os alunos que cumprirem todas as etapas no prazo receberão certificados de participação.
A equipe de instrutores é composta por Claire Wardle (First Draft), Patrícia Campos Mello (Folha de S.Paulo), Daniel Bramatti (Estadão Verifica), Taís Seibt (Fiquem Sabendo), Ana Carolina Moreno (TV Globo), José Antonio Lima e Hélio Miguel Filho (Projeto Comprova), Cido Coelho (SBT), Luisa Alcantara e Silva (Folha de S.Paulo) e Alessandra Monnerat (Estadão Verifica). A coordenação é de Sérgio Lüdtke, editor do Projeto Comprova e coordenador de cursos da Abraji.
Haverá também duas apresentações abertas de divulgação do programa, nos dias 16/6, às 11h, e 23/6, às 14h. Não há necessidade de inscrição prévia.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu um inquérito para investigar Leandro Demori, editor do The Intercept Brasil, pela publicação de uma reportagem que denuncia a atuação da Core, grupo da Polícia Civil, na favela do Jacarezinho.
“Em uma inversão total de prioridades éticas e funcionais, a polícia decidiu agir contra o jornalista mensageiro em vez de investigar a grave denúncia feita pelo editor executivo do Intercept”, destacou texto publicado no Intercept sobre o caso. “Em uma newsletter enviada a nossos assinantes em 8 de maio, Demori elenca evidências apuradas com fontes sobre a possível existência de um grupo de matadores agindo no coração da corporação”.
A reportagem mostra que diversas ações da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, a mesma que foi protagonista no massacre do Jacarezinho no mês passado, resultaram em dezenas de mortes seguindo o mesmo roteiro.
“Em democracias saudáveis, a polícia estaria preocupada com a pilha de mortos que a Core vem deixando em suas operações. No Brasil dos nossos tempos, a polícia quer intimidar e pressionar o mensageiro”, completa o texto.
Leandro Demori foi intimado a comparecer na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática nesta quinta-feira (10/6), às 14h. A DRCI é a mesma que intimou Willam Bonner, Renata Vasconcellos e Felipe Neto, em casos com evidente viés político.
A Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (Imesp) demitiu em 2/6 mais de 150 trabalhadores concursados, entre gráficos e jornalistas. Ao menos 12 deles são profissionais de imprensa.
Os trabalhadores demitidos protestaram em frente à empresa. Muitos estavam surpresos com a decisão e indignados com a forma como foi comunicada a dispensa, em muitos casos enviada via WhatsApp.
A Imesp está sendo incorporada à Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), com base em lei aprovada em 2019. Os setores de Gráfica e Conteúdo Editorial serão desmantelados sob a alegação de que “não são mais viáveis”.
Na sexta-feira (4/6), diretores de sindicatos e advogados conversaram durante mais de uma hora com uma equipe de assessoria da Imesp. Porém, não houve avanço, com os representantes patronais limitando-se a dizer que o fim dos setores levou às demissões e que tudo foi feito de forma legal.
Os sindicatos exigiam a anulação de todas as demissões e que não haja nenhuma até o fim da vacinação ou da pandemia (nesse período, seria negociada a manutenção da gráfica ou a realocação dos profissionais), além do acesso a um estudo Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que avaliou a necessidade de extinção dos setores. Esse estudo foi contratado pela Imesp, sem licitação, ao custo aproximado de R$ 9 milhões, e é objeto de investigação do Ministério Público de São Paulo por supostas irregularidades.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo escreveu que “tem uma posição histórica de defesa da Imesp como empresa pública de comunicação e, particularmente, dos jornalistas que ali trabalham. Por isso, engajou-se desde o início a organizar a luta contra o projeto, dirigindo-se às entidades representativas dos trabalhadores de outras empresas e constituindo a Frente Sindical contra o PL 1/2019. Apesar de manifestações de rua organizadas pela frente e da realização de audiências públicas na Alesp, não conseguimos barrar a aprovação da proposta de Doria”.
Estava marcada para esta terça-feira (8/6) uma reunião do deputado José Américo (PT), solidário ao movimento, com representantes dos trabalhadores, o presidente da Alesp e o líder do governo na Assembleia Legislativa de São Paulo.