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segunda-feira, dezembro 15, 2025

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Edição 2021 do Jatobá PR dá a largada com 94 cases

Encerram-se nesta sexta-feira (17/9) as inscrições para a edição 2021 do Prêmio Jatobá PR, que este ano contempla 21 categorias.
Encerram-se nesta sexta-feira (17/9) as inscrições para a edição 2021 do Prêmio Jatobá PR, que este ano contempla 21 categorias.

Agências-butique lideram com 56 cases, seguidas pelas grandes agências, com 30, e empresas, com oito

O Prêmio Jatobá PR, que chega à quinta edição, teve seu melhor início de temporada. Deu a largada com 94 cases, que vão se credenciar até setembro para disputar as 21 categorias programadas para a edição 2021 do certame. Desse total, 56 são de agências-butique, 30, das grandes agências e oito, das empresas.

Essa quantidade, praticamente o dobro de 2020, quando na fase inicial a premiação recebeu perto de 50 cases, foi motivado pelo desconto de 20% nas inscrições, que vigorou até 31 de maio – mesmo desconto, aliás, concedido em 2020. O Grupo de Comunicação Empresarial (Gecom), mantenedor do Jatobá PR, fará uma nova ação promocional garantindo desconto de 15% para as inscrições feitas até 31 de julho.

Conforme lembra Hélio Garcia, diretor do Gecom, as organizações não precisam ter os cases prontos agora, podendo inscrevê-los depois: “Se a agência, a empresa ou a instituição pública tem cases de qualidade para concorrer pode valer-se agora desse benefício e fazer a inscrição depois, até 17 de setembro, prazo final determinado pelo Regulamento.

Desligamentos por morte no setor de Informação e Comunicação aumentaram 129%

Número de contratos encerrados por morte no setor de Informação e Comunicação aumentou 129%

Segundo o Boletim Emprego em Pauta do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o número de contratos de trabalho extintos por morte do trabalhador no setor de Informação e Comunicação, no qual os profissionais de imprensa estão inseridos, cresceu 129% nos primeiros quatro meses de 2021, em comparação ao mesmo período de 2020.

Com 672 contratos encerrados por morte, os trabalhadores de comunicação e informação foram o terceiro setor com maior número de desligamentos por óbitos no primeiro quadrimestre do ano, atrás apenas de profissionais da Educação (1.479) e da Administração Pública, Defesa e Seguridade Social (794).

Para a a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), esses números estão diretamente relacionados com o cenário de pandemia agravado no Brasil em 2021. A entidade destaca que, desde o início da crise sanitária, o trabalho da imprensa foi considerado como essencial, ou seja, os profissionais estão sujeitos a contaminação, e consequentemente, a morte.

Para o Departamento de Saúde e Segurança da Fenaj, que divulga trimestralmente novos dados sobre jornalistas vitimados pela Covid-19, houve um aumento de 277% na média mensal de mortes de profissionais de imprensa em decorrência do coronavírus em pouco mais de cinco meses, em comparação ao mesmo período no ano passado. O mês com o maior número de casos foi março deste ano, com 51 mortes.

Livro de Eliane Brum é finalista de prêmio literário internacional

Livro de Eliane Brum é finalista de prêmio literário internacional

Com o livro O colecionador das almas sobradas, Eliane Brum é uma das cinco finalistas do Prêmio Ryszard Kapuscinski de Reportagem Literária, uma das premiações mais importantes da Europa na categoria. Ela concorre com Jessica Brudar, Jelena Kostiuczenko, Karolina Sulej e Matilda Vos Gustavsson. É a primeira vez que apenas mulheres disputarão o grande prêmio.

A obra aborda questões atuais, como o custo humano da exploração de recursos naturais, a erradicação de um modo de vida pela Barragem de Belo Monte para aqueles que estão às margens do rio Xingu, e o contraste entre centros urbanos e vilas remotas. O livro traz também a linguagem das pessoas sobre as quais Eliane escreve.

O vencedor do prêmio levará 100 mil zlotys (moeda polonesa), cerca de R$ 133 mil. Os tradutores das obras também receberão uma quantia em dinheiro. No caso do livro de Brum, Gabriel Borowski, que traduziu a obra para o polonês. O vencedor será conhecido em setembro.

O livro dela foi escolhido entre 128 obras de 41 editoras. A grande maioria dos inscritos era de autores poloneses. Ele foi também publicado em inglês e em italiano. Em breve, segundo Brum, uma edição será lançada em Taiwan.

Amazônia

Segundo Guilherme Amado (Metrópoles), Eliane Brum lançará em outubro um livro sobre a Amazônia, pela Companhia das Letras. Na obra, ela fará um “balanço pessimista e dramático da destruição da Amazônia, em especial nos últimos anos”. O título ainda não foi definido.

Nova série discute o impacto de temas do futuro na Comunicação

Megatrends in the automotive industry are facing new challenges for the materials used, yet at the same time opening up new opportunities. Electromobility and autonomous driving are set to revolutionize cars and put established vehicle concepts to the test. Modern vehicles already rely heavily on material solutions from the chemicals industry; however, in future, chemistry will play an even greater role, making a significant contribution to solving tomorrow’s mobility challenges. With high-performance plastics BASF is already supporting these trends and is offering innovative solutions.

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Primeira temporada, que conta com o oferecimento da General Motors, estreia com artigo de Lana Pinheiro sobre energias alternativas para o futuro do agronegócio

As newsletters Jornalistas&Cia e Jornalistas&Cia Imprensa Automotiva e o Portal dos Jornalistas estreiam nesta semana o espaço Comunicando o Futuro. Criada para discutir temas que estarão cada vez mais presentes no dia a dia das empresas e do mercado jornalístico, a plataforma contará com jornalistas especializados em diversos segmentos abordando um mesmo tema central, e seu impacto em diferentes editorias.

A primeira fase do projeto, que tem oferecimento da General Motors do Brasil, trará para o debate o impacto dos carros elétricos em diversos setores e como os jornalistas dessas áreas deverão preparar-se para uma nova realidade. Serão seis artigos, um por mês, até o final do ano. 

Na estreia, Lana Pinheiro, editora da Dinheiro Rural e editora de ESG da IstoÉ, destaca como o aumento da tendência sustentável no campo e o uso de energias alternativas, principalmente em veículos elétricos, podem contribuir para o agronegócio brasileiro.

Confira o artigo Veículos elétricos, campos mais verdes?

Comunicando o futuro: Veículos elétricos, campos mais verdes?

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(*) Por Lana Pinheiro

A agenda mundial em torno das boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) colocou o agronegócio brasileiro sob os holofotes inquisidores do mercado internacional. Em especial a União Europeia, mas também os Estados Unidos, levantaram o dedo em riste para acusar a produção de commodities agrícolas pelo desmatamento da Amazônia e pelo aumento da emissão de gases de efeito estufa no País. Sem um plano governamental de defesa, o produtor local busca alternativas para provar aos clientes externos que é um dos mais sustentáveis do mundo. Técnicas de agricultura regenerativa que sequestram carbono, substituição de agroquímicos por biológicos e produção de combustíveis verdes já estão em uso em larga escala para provar a sustentabilidade do negócio aos gringos. Agora, o mercado olha com atenção para a eletrificação de máquinas e equipamentos.

Eletrificar o campo será mandatório em algumas partes do mundo dentro do processo de transição para uma economia de baixo carbono. De acordo com o World Resources Institute (WRI), o consumo de energia – que inclui transporte e queimas de combustível – é de longe a maior fonte de emissões de carbono por seres humanos, 73% do total. Dentre os setores com maior crescimento de emissões, o transporte está em segundo (71%). Se o plano é reduzir o índice e parar o crescimento de novas emissões, a estratégia passará necessariamente pela busca da emissão zero também nos veículos e máquinas que servem ao agro. E esse é um bom negócio. O estudo “Veículos elétricos e robótica na agricultura 2020-2030”, realizado pela IDTechEx, estima em US$ 50 bilhões o mercado de veículos elétricos e robótica na agricultura global. O volume supera o PIB do Paraguai – US$ 38,15 bilhões, em 2019.

Dentro desse contexto, uma análise sobre a adequação dos veículos elétricos no Brasil requer um pouco mais de cuidado. Ao contrário do resto do mundo, a principal fonte emissora de carbono no País não vem do transporte. Vem do uso da terra, florestas e agropecuária (72% do total). Além disso, a produção e uso em larga escala do combustível verde sustenta o mais bem sucedido programa de descarbonização da economia brasileira, o Renovabio. Um eventual esforço para a eletrificação dos veículos esbarraria ainda na falta de infraestrutura nos rincões do Brasil para abastecer as máquinas.

Mesmo com uma realidade diferente da global, o agropecuarista brasileiro tem apetite por inovação. Ele já sabe também que tecnologias diferentes podem coexistir se o ganho for a produtividade. Etanol e elétricos, por que não? O desafio da indústria é provar a eficiência e a adequação dos elétricos ao campo brasileiro. Afinal, dentro do agronegócio e do discurso de sustentabilidade, o xadrez mundial é complexo, pois coloca em cheque quem vai ter mais capacidade de atrair investimentos sustentáveis (estimados atualmente em US$ 31 trilhões por ano no mundo) e quem conseguirá alimentar com mais ecoeficiência uma população que passará das atuais 7,6 bilhões de pessoas para 10 bilhões em 2050.

Fazer uma análise isenta das estratégias ESG aplicadas ao agronegócio, dando transparência aos interesses da indústria sucroenergética, ambientalista ou mesmo da automotiva sobre as melhores aplicações tecnológicas rumo à economia verde é o desafio que se impõe ao jornalista que cobre os setores associados.

(*) Lana Pinheiro é editora da Dinheiro Rural e editora de ESG (Ambiental, Social e Governança) da IstoÉ Dinheiro

E mais:


OAB e Comissão Arns denunciam na ONU ataques do governo à liberdade de expressão

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns denunciam à relatora sobre Liberdade de Expressão da ONU, Irene Kahn, os frequentes ataques a profissionais de imprensa e à liberdade de expressão pelo governo brasileiro.

O pronunciamento foi feito nesta sexta-feira (2/7). As entidades foram representadas por Claudia Costin, membro fundadora da Comissão Arns e ex-ministra de Administração e Reforma do Estado do governo Fernando Henrique Cardoso.

“O direito à liberdade de expressão do Brasil, obtido a muitas custas, está sob ataque. Profissionais da impressa são intimidados, opositores políticos são ameaçados e criminalizados sob a Lei de Segurança Nacional”, disse Costin em seu pronunciamento.

A representante das entidades também citou os casos de Sonia Guajajara e Almir Suruí, lideranças indígenas citadas pela Polícia Federal por criticarem o tratamento destinado às atuais políticas indígenas na pandemia de Covid-19, e o de Marcus Lacerda, membro da Fundação Oswaldo Cruz que está sendo investigado pelo Ministério Público pela publicação de um artigo alertando sobre os riscos da cloroquina a pacientes com Covid-19. “Peço que apoie os brasileiros que estão lutando para conter esses retrocessos”, apelou Costin para a relatora da ONU.

Debate sobre liberdade de expressão

Na próxima quinta-feira (8/7), às 10h, a OAB e a Comissão Arns promoverão um debate sobre liberdade de expressão no Brasil, que terá a participação de Patrícia Campos Mello, repórter da Folha de S.Paulo; Felipe Neto, youtuber e empresário; Pierpaolo Cruz Bottini, advogado e coordenador do Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB Nacional; e Paulo Coelho, escritor. O evento será ministrado por José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça do Governo FHC e presidente da Comissão Arns; e Felipe Santa Cruz, advogado e presidente da OAB. A transmissão será pelo canal da OAB Nacional no YouTube.

CFA Society Brazil lança prêmio para reportagens sobre finanças

A CFA Society Brazil abriu inscrições para a primeira edição do Prêmio CFA Society Brazil de Jornalismo, que reconhecerá a melhor reportagem ou artigo de finanças e economia publicado entre 2020 e 2021. O vencedor receberá R$ 10 mil. Poderão ser concedidas, ainda, duas menções honrosas. As inscrições vão até 31 de outubro.

Segundo o regulamento do prêmio, o trabalho vencedor deve apresentar três aspectos: explicar e divulgar a importância dos profissionais de investimento, consolidar a literacia financeira no Brasil, e contribuir para a ética no mundo dos investimentos e mercados financeiros.

Podem participar apenas trabalhos de teor econômico, publicados em jornais, revistas e sites entre 1º de novembro de 2020 e 31 de outubro de 2021. A cerimônia de premiação está prevista para dezembro. A avaliação será feita por uma banca composta por até sete profissionais, quatro com certificação CFA e três da área de jornalismo, indicados pelo Conselho de Administração da CFA Society Brazil.

Mais informações e inscrições aqui.

Leia também:

 

Dança das cadeiras no Jornalismo da Globo

Dança das cadeiras no Jornalismo da Globo

A Globo promoveu mudanças na estrutura de seu Jornalismo. Uma delas é a volta de Chico Pinheiro, que estava afastado desde o começo da pandemia, para o Bom Dia Brasil. Ele dividirá a bancada com Ana Paula Araújo já a partir da próxima segunda-feira (5/7). Segundo apuração do UOL, outro que está perto de retornar à emissora é o apresentador Carlos Tramontina, ainda na dependência do calendário de vacinação.

Além disso, Giuliana Morrone, que por oito anos integrou a equipe do Bom Dia Brasil, trocará as manhãs pelas noites e irá para o Jornal da Globo. Para o lugar dela, acompanhando as notícias de Brasília, irá Heraldo Pereira. Ele estava no comando do J10, da GloboNews, que também passará a ter comentários de Giuliana. No lugar de Heraldo, entra Aline Midlej.

Peruzzi, o “inventor” da expressão “acabou tudo em pizza”

Se existir vida eterna do outro lado, o jornalista Milton Peruzzi (1925-2001) deve estar servindo pizza para São Pedro e demais nomes da corte celeste há 20 anos, pois esse é o tempo que ele nos deixou. A pizza é aqui valorizada porque foi através dela que Peruzzi conquistou seu lugar na cultura brasileira. Não é qualquer um que consegue introduzir algo seu em um idioma, no caso, o Português. A festejada expressão “acabou tudo em pizza”, disseminada por todos os países lusófonos, e até em outras paragens, é da autoria dele, brotou da sua criatividade. 

Naturalmente, a rememoração desse episódio não é inédita, ao contrário, mas o episódio merece ser recuperado, pois além da data significativa, está enriquecida com detalhes pouco conhecidos sobre a prática do jornalismo na época, possivelmente ignorados pelos colegas jornalistas que ainda não dobraram o Cabo da Boa Esperança.

Estamos nos anos 1960. O Brasil está consolidando seu predomínio nos gramados apoiado em duas copas conquistadas. Nessa época, nosso futebol era governado por três estrelas, cada uma com um ícone principal: Santos FC (Pelé) e, em segunda posição, Sociedade Esportiva Palmeiras (Julinho Botelho) e Botafogo Futebol e Regatas (Garrincha). 

Peruzzi, o “inventor” da expressão “acabou tudo em pizza”
Milton Peruzzi

Nossa imprensa esportiva tinha sua maior representação em dois jornais. O primeiro, não necessariamente pela ordem, era o Jornal dos Sports (1931-2010), que se caracterizava pelo papel cor-de-rosa e cujo nome mais expressivo foi Mário Filho, irmão de Nelson Rodrigues e inventor do Estádio do Maracanã; o segundo, a paulista A Gazeta Esportiva (1947-2001), fundada por Cásper Líbero, teve em Thomaz Mazzoni o sucedâneo de Mário Filho em São Paulo. E que também teve seus inventos. (Era um italiano que veio, menino, para São Paulo. Tornou-se o segundo de Cásper Líbero a partir de 1930). A ele, além da competência jornalística, devemos os apelidos de Choque-rei para o clássico São Paulo x Palmeiras e Majestoso para São Paulo x Corinthians. Também deu os apelidos de Mosqueteiro ao Corinthians; Clube da Fé ao Palmeiras; Moleque Travesso ao Juventus e Nhô Quim ao XV de Piracicaba. Consta que também teria dado o cognome de Timão para o São Paulo; posteriormente, ao que tudo indica, a designação foi, segundo tricolores, usurpada pelo Corinthians. Neste último caso, porém, há controvérsias. Luiz Carlos Ramos, aposentado, premiado ex-editor de Esporte do Estadão, suspeita que o apelido do alvinegro partiu de Solange Biba (1918-1982), outro monumento da crônica esportiva paulista. 

É interessante registrar que as coberturas de jogos tinham cacoetes próprios. Os repórteres-fotográficos, diferentemente de hoje, em que ficam posicionados comportadamente em local demarcado bem além da linha das traves, naquela época enxameavam atrás do gol. (Um goleiro renomado, já falecido, confidenciou-me que essa aglomeração policiava – prejudicava, melhor dizendo – seu eficiente recurso de defesa, quando havia cruzamento alto para a área, em caso da cobrança de falta ou de escanteio. Antes do apito autorizador, ele se agachava, a título de flexão e voltava com as mãos cheias de areia para aspergir sobre o rosto, leia-se olhos, dos atacantes adversários com a finalidade de abortar cabeceadas. No passado, a linha de gol era recoberta com areia quase até o limite da pequena área, talvez para demarcar um território protetor absoluto do goleiro, pois a regra era clara: qualquer contato físico dos adversários com o arqueiro naquele espaço em princípio era falta. A certa altura esse lugar acabou gramado. Mas cunhou uma frase atribuída, salvo engano, a João Saldanha ou ao lendário filósofo Neném Prancha, no futebol de praia: goleiro é tão desgraçado que, no lugar em que pisa não nasce grama). Nos jogos noturnos os goleiros ficavam indignados com os flashes que espocavam nos seus olhos, prejudicando a orientação na sequência da jogada. Por outro lado, a experiência de perder a imagem de um gol, fosse por problema técnico ou inabilidade, levou os jornais a criarem o artifício do dinheiro sonante. No laboratório fotográfico da redação havia uma salvadora moedinha de 10 centavos com a efigie do presidente Getulio Vargas, que também aparecia nas notas de dez cruzeiros, cuja circunferência imitava perfeitamente uma bola. O truque era adicionado no processo de revelação do filme ou ampliação da imagem, não me recordo. Os repórteres já estavam condicionados a memorizar a posição da bola – gol rasteiro, a meia altura ou no alto – para não haver contradição com a concorrência bem-sucedida na documentação. Convém lembrar que naqueles tempos não havia videotape. 

Milton Peruzzi era repórter de A Gazeta Esportiva, em cujo grupo, rádio e TV, construiu sua bela carreira. 

Naqueles inícios dos anos 1960 explodiu um sério arranca-rabo, eis a definição precisa, entre as diversas alas políticas do Palmeiras; nada a estranhar, pois a gestão dos clubes, mais do que hoje, era sobretudo amadorística; diretores eram fervorosos torcedores. Eles se intrometiam em tudo. Por isso seus nomes eram quase tão citados como os dos jogadores e técnicos nas matérias. No caso do Palmeiras, naquela ocasião, havia o Delfino Facchina, o Ferrucio Sandoli, o Pascoal Byron Giuliano, Nelson Duque, Nicola Raccioppi… 

O engalfinhamento foi de tal ordem que chegou a ganhar projeção nacional. Em certo momento houve necessidade de se promover uma reunião pacificadora entre as alas, pois a desavença já estava afetando a performance do time em campo. 

Segundo os registros, foram mais de dez horas de debates. Fumado o cachimbo da paz, o bom desfecho foi comemorado em um jantar na Cantina Papa Genovese, na Avenida Pompeia, próxima ao Parque Antártica. Evidentemente era um território alviverde. (Posteriormente a cantina esteve em frente ao Parque Antártica e hoje, salvo engano, encontra-se na Rua Itapicuru – naquele mesmo pedaço).

Peruzzi passou todo o dia em cobertura. Na medida em que a noite avançou, tratou de avisar a redação que passaria a matéria por telefone, pois esse era o procedimento devido ao prazo de fechamento dos jornais, que correria por volta das 10 da noite. Não haveria tempo de voltar à redação e escrever o texto. Era o tempo de rodar e de distribuir. (Por volta das 5 da manhã os caminhões-baús saíam numa corrida assustadora das oficinas para o interior e litoral. Em certa ocasião, quando trabalhava nos Diários Associados, peguei uma carona para ir a Jaú, minha cidade – cerca de 320 km da capital – e, mal entrado na Via Anhanguera, decidi viajar na carroceria para sobreviver a possíveis desastres, cercado de pacotes de jornal. Os policiais rodoviários recebiam exemplares gratuitos e talvez a gentileza contribuísse para prevenir multas. À propósito, ainda não existiam pontos a perder na carteira).

Quando os guardanapos foram dobrados sobre os pratos no Papa Genovese, Peruzzi correu ao telefone preto – ainda não havia celular – e transmitiu sua matéria sob o título, aliás, manchete, com direito a ponto de exclamação: A crise do Palmeiras acabou em pizza! Bom repórter, Peruzzi, judiciosamente, enxertou dados convincentes para justificar sua proclamação. O jantar deu conta de 18 pizzas grandes e dez brotinhos, regadas a 15 garrafas do vinho Valpolicella, o bom e velho néctar do Veneto. A manchete provocou viva empatia e foi reverberada em outras ocasiões até se tornar definitivamente expressão idiomática.

Creio que o episódio foi revelado pela primeira vez pelo próprio Milton Peruzzi no programa do colega Milton Neves. Devido à enorme repercussão, ele se deu conta da importância de sua magnifica criação e, no tempo que lhe restou de vida, bem-humorado, pedia aos colegas que sempre lembrassem dele por meio dela.

Milton era publicamente palmeirense. Merecidamente, deu o seu nome à sala de imprensa do belíssimo Allianz Parque.


José Maria dos Santos

Esta é novamente uma colaboração de José Maria dos Santos, ex-Diários Associados, Manchete, Abril e Diário do Comércio, de São Paulo, entre outros.

Tem alguma história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].


NZN anuncia Tayara Simões como sua nova CEO

Tayara Simões é a nova CEO da NZN. A comunicadora é a primeira mulher a ocupar o posto, no Brasil, de empresas do portfólio do H.I.G Capital.
Tayara Simões é a nova CEO da NZN. A comunicadora é a primeira mulher a ocupar o posto, no Brasil, de empresas do portfólio do H.I.G Capital.

Tayara Simões é a nova CEO da NZN, empresa criadora de marcas como Baixaki e TecMundo. No novo cargo desde 1º/7, a comunicadora torna-se a primeira mulher a ocupar o posto, no Brasil, de empresas do portfólio do H.I.G Capital, principal acionista da corporação.

O papel de Tayara, que faz parte do time da empresa desde 2010, será acelerar o crescimento das unidades de negócios e consolidar a NZN como um dos maiores publishers do País, bem como dedicar-se ao âmbito de produto e tecnologia.

Segundo ela, seu principal objetivo será gerar mais valor às marcas: “Agora, à frente do novo desafio, o foco é dar continuidade ao excelente trabalho que já estava sendo realizado, buscando expandir ainda mais nossos serviços e pilares para o mercado”.

Rodrigo Feitosa, presidente do Conselho de Administração da NZN e Managing Director do H.I.G Capital, disse que a escolha da comunicadora para o novo cargo foi considerada essencial para os planos de crescimento do grupo e é consequência de seu trabalho na empresa.

A executiva iniciou sua trajetória na empresa como coordenadora de comunicação em 2010. Especialista na área, não demorou muito até tornar-se gerente do setor, em 2014.

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