A repórter Nathalia Fruet, do SBT, foi barrada por seguranças no palácio do Planalto, em Brasília, nessa segunda-feira (20/9) por causa de suas roupas. Ela estava usando um traje social com bermuda de alfaiataria, e só conseguiu trabalhar depois de trocar a bermuda por uma calça.
Segundo reportagem do SBT Brasil, “o Gabinete de Segurança Institucional justificou a proibição utilizando uma norma interna editada em junho de 2020 pela Presidência. O documento prevê o uso de saias e calças por mulheres, mas não cita a proibição de bermudas”. A apresentadora Marcia Dantas classificou o episódio como “lamentável”.
Confira a Reportagem e a Opinião de @marciadantastv sobre o ocorrido no Planalto que obrigou a Repórter do SBT @nathaliaFruet a trocar de roupa pois segundo o "regulamento" , seria inapropriado a roupa da repórter do SBT para circular no Palácio
Em suas redes sociais, Nathalia contou que chegou a entrar no Planalto e deixou seus pertences no Comitê de Imprensa, antes de ser barrada no retorno do almoço. Ela disse que, para voltar para casa e realizar a troca, ou até comprar uma nova peça, precisava retornar à sala e pegar suas chaves ou carteira, mas os seguranças não queriam deixar que ela entrasse no prédio.
“Se tem uma regra, ela tem que ser cumprida, beleza. O problema foi a forma”, disse a repórter em seu perfil no Instagram. “A minha reclamação foi que faltou bom senso, porque eu gastei meia hora barrada na portaria para conseguir que alguém liberasse, e a liberação aconteceu desde que eu fosse acompanhada por alguém do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O que pegou mal foi a forma, e não a norma”.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) anunciou o segundo caso de seu Programa de Proteção Legal para Jornalistas, criado para combater os constantes ataques à liberdade de imprensa e dar suporte a profissionais que sofrem assédio judicial no Brasil.
Trata-se de Tania Pacheco, fundadora do blog Combate Racismo Ambiental, que está sendo processada por republicar matérias da Comissão Pastoral da Terra do Nordeste sobre conflitos entre antigos posseiros e latifundiários em Maraial (PE). O caso foi mantido em sigilo até agora por orientação da defesa da jornalista.
O empresário Walmer Almeida Cavalcante, filho de Walmer Almeida Silva, latifundiário citado nas reportagens, entrou com processo contra Tania, pedindo a retirada de duas publicações que tratam dos conflitos na área, além da publicação de uma retratação nas redes sociais, e o pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 20 mil.
O desembargador Francisco Tenório dos Santos, da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Pernambuco, atendeu a recurso de Cavalcante em segunda instância para a remoção das reportagens. O processo ainda aguarda julgamento de mérito do pelo juiz de primeiro grau.
Nos textos removidos, havia relatos de trabalhadores rurais que estavam sofrendo ameaças de despejo, além de episódios de perseguições e ameaças sofridas desde 2020 devido a reintegrações de posse solicitadas por Walmer Almeida Silva. Em seu blog, Tania fez uma curadoria de artigos e reportagens que abordavam conflitos fundiários e injustiças sociais e ambientais.
A defesa da jornalista disse que Cavalcante quer se blindar de “qualquer responsabilização social por divulgação de fatos na mídia que guardem relação com atos de truculência contra os posseiros”. Já o empresário declarou que sua empresa adquiriu por escritura pública de promessa de compra e venda uma gleba de terra de 960 hectares, e que somente após a compra deparou-se com invasores que passaram a ameaçar seus funcionários. Ele também classificou os textos republicados por Tania como caluniosos, e que estariam tentando acabar com a sua honra.
Morreu no último domingo (19/9) Roberto Petri, aos 85 anos, em uma casa de repouso, em São Paulo. Ele teve um AVC em 2017 e enfrentava problemas de saúde.
Petri consolidou-se no jornalismo esportivo. Iniciou a carreira na rádio Bandeirantes e passou por Tupi, Difusora e Jovem Pan. Na televisão, trabalhou em TV Cultura e TV Gazeta. Atuou também em jornais e revistas.
Ao lado de Eli Coimbra, idealizou o projeto Dente de Leite, que revelava jogadores. Um deles foi Muricy Ramalho. Além disso, foi responsável pela criação de um concurso na TV Gazeta que buscava novos nomes para a comunicação esportiva, que lançou narradores como Galvão Bueno, Jota Júnior, Osvaldo Maciel e Flávio Prado.
O próprio Galvão postou uma homenagem a Petri em suas redes sociais, ressaltando o concurso do qual participou em 1974, que “mudou sua vida”. Veículos como Jovem Pan, Gazeta e Folha de S.Paulo também lhe prestaram homenagens.
O fotógrafo Alex Silveira, que perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingido por uma bala de borracha da PM paulista durante manifestação em maio de 2000, será homenageado no Prêmio Vladimir Herzog. Ele vai receber o troféu especial na categoria Carreira, que valoriza “relevantes serviços prestados às causas da Democracia, Paz, Justiça e contra a Guerra”.
Ana Luisa Zaniboni Gomes, curadora da 43ª edição do prêmio, declarou que a homenagem “é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional, uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa e a celebração de uma decisão que responsabiliza o Estado pelos ferimentos causados a um jornalista que estava no local dos fatos, exercendo uma atividade de interesse público e social”.
Neste ano, além de Silveira, também serão homenageados na categoria os jornalistas Neusa Maria Pereira e José Marques de Melo (falecido em 2018), e o ator Abdias do Nascimento (que morreu em 2011). No ano passado, os homenageados foram a cartunista Laerte, a filósofa Sueli Carneiro e o advogado abolicionista Luiz Gama. A cerimônia de premiação será online, em 25 de outubro.
Ele teve indenização concedida em primeira instância, mas o TJ-SP reformou a decisão, sob a alegação de que Alex optou por permanecer no local do tumulto e, portanto, culpando o próprio fotógrafo pelo ocorrido. À época, ele trabalhava no Agora São Paulo. Somente em junho deste ano o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Estado de São Paulo deveria indenizá-lo.
Começa em 23/9 (quinta-feira) a votação para a sexta edição do Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças. O concurso, criado em 2016 por este Jornalistas&Cia, conta com patrocínio de BTG Pactual, Gerdau e Telefônica | Vivo, apoio de Captalys e Deloitte, além do apoio institucional do IBRI. A cerimônia de premiação está marcada para 30 de novembro. A organização vai avaliar a evolução da pandemia da Covid-19 para definir o formato do evento.
Entre as novidades deste ano está a votação para as categorias regionais, em que serão escolhidos os jornalistas TOP 3 das cinco regiões do País e, depois, os campeões. No primeiro turno a indicação é livre para as oito categorias de veículos e os TOP Jornalistas Nacionais e Regionais (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul). As categorias de veículos são Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio, Site/Blog, Veículo Impresso e Veículo Impresso Especializado.
O Prêmio segue o modelo da série +Admirados, iniciado em 2013 com o prêmio +Admirados da Imprensa Brasileira e que hoje também contempla jornalistas e veículos +Admirados nas editorias de Agronegócio, Automotiva, Esportes e Saúde.
O link de votação será aberto no próprio dia 23 e para votar basta preencher um breve cadastro (ou fazer login caso já tenha participado de outras votações) e fazer até cinco indicações por categoria. Importante ressaltar que não é necessário indicar em todas as categorias nem ter cinco indicações para cada uma delas. Todos os votos, ainda que parciais, serão computados.
Eleandro Passaia estreou nesta segunda-feira (20/9) no comando do Balanço Geral Manhã, da Record TV. Ele ficará no ar das 5 às 7h, e depois entregará a apresentação para Geraldo Luis, das 7 às 8h30. Passaia assumirá também o Cidade Alerta − Edição de Sábado já no próximo final de semana.
O apresentador trocou Curitiba pela sede da emissora na Barra Funda, em São Paulo. Até então, estava no comando do programa Tribuna da Massa, da Rede Massa, afiliada do SBT no Paraná.
Natural de Capitão Leônidas Marques, no interior do Paraná, Passaia iniciou a carreira em uma rádio esportiva local. Foi repórter da TV Dourados, atual RIT (Rede Internacional de Televisão), em Dourados (MS). Atuou também como repórter e apresentador na TV Morena.
Durante seis anos foi repórter da Globo Internacional e da Rede Record. Produziu documentários sobre turismo em 10 países asiáticos. No exterior, também atuou como repórter da Sky Perfetc TV na cobertura de jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo da Alemanha, em 2006.
Terminam na próxima quarta-feira (22/9) as inscrições para o programa InfoVacina, da Agência Bori, em parceria com o Sabin Vacinne Institute, que oferece mentoria e apoio durante quatro meses a 20 jornalistas interessados em contar boas histórias sobre vacinas, como a da Covid-19. Ao fim do programa, as melhores reportagens receberão o Prêmio InfoVacina.
A partir de outubro, os selecionados terão sessões quinzenais com especialistas no tema, que abordarão os temas mais importantes e relevantes sobre vacinas no momento. A mentoria médica será responsabilidade de Denise Garrett, médica epidemiologista e vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, que ajudará os participantes na interpretação das últimas atualizações sobre a vacina da Covid-19 e de outras campanhas de imunização.
Já a mentoria de dados do projeto ficará a cargo de Marcelo Soares, jornalista de dados e fundador da Lagom Data, que orientará os 20 jornalistas no uso de bases de dados para a produção de pautas densas, aprofundadas e criativas.
Ao final do programa, as melhores reportagens concorrerão ao Prêmio InfoVacina, que concederá R$ 10 mil aos trabalhos mais inovadores e que trazem informação de qualidade para a sociedade.
Os recém-completados vinte anos dos atentados de 11 de setembro lembraram a todos detalhes da data fatídica. Aqueles eventos geraram uma imediata e dolorosa revisão dos manuais de prevenção e gestão de crises, visando adequar empresas e governos para o enfrentamento de outros possíveis acontecimentos extremos.
O que assistimos hoje é um movimento mais silencioso, mas não menos relevante de revisão de posicionamento por parte de empresas de todos os setores, e que traz a reboque transformações nos processos de comunicação e interação de suas marcas junto a públicos de interesse.
Além do core business desenvolvido com competência, a escolha e o exercício do propósito são fatores fundamentais de credibilidade e competitividade. Cada vez mais empresas avançam na questão ambiental, no engajamento de caráter social e na valorização da governança, valores sintetizados na sigla ESG, variável esta aparentada à diversidade e inclusão.
É nesse contexto que estamos, ao chegar aos nossos vinte anos de mercado, organizando na IC diversos debates sobre temas que já ajudam a moldar novas atitudes corporativas.
Nesta semana realizamos o evento Futuro do Presente, dois dias de diálogos sobre Saúde no pós-pandemia (com Gil Bashe, Global Chair Health da Finn Partners de Nova York); ESG na estratégia de negócios (com Susy Yoshimura, diretora do GPA, e Uilson Paiva, gerente da Klabin); Futuro do trabalho, talento e engajamento, com Cristina Palmaka, presidente para América Latina e Caribe da SAP.
Diálogos serão sempre necessários, e nada mais natural do que profissionais de comunicação ajudando a multiplicá-los em diferentes dimensões do ambiente corporativo, dessa forma atuando menos como operadores e mais como indutores de processos e soluções inovadores.
(*) Ciro Dias Reis é fundador e presidente da Imagem Corporativa, Global Chair da PROI Worldwide, board member da International Communications Consultancy Organisation (ICCO) e ex-presidente da Abracom
A CNN brasil estreia em 26/9 o WW, programa comandado por William Waack, que discutirá os temas mais relevantes da atualidade no Brasil e no mundo com diferentes opiniões e pontos de vista.
Na atração, o apresentador terá três convidados, entre juristas, economistas, representantes de grandes empresas e outros especialistas, para debater tópicos importantes do momento. A ideia é abordar os temas de forma objetiva, mas também aprofundada, a partir de olhares diversos.
A previsão era de que o programa entrasse no ar logo na estreia da CNN Brasil, em março de 2020, mas acabou sendo adiado por causa da pandemia. Agora que Waack está de volta aos estúdios, após a vacinação, o projeto foi retomado.
Ele, que se assinava S Stéfani, foi, na sua geração, o mais importante jornalista da área de economia e negócios a cobrir a indústria de veículos e de autopeças e os negócios da distribuição. Repórter arguto, dispunha de incrível memória e raramente tomava anotações. Deixou uma legião de amigos e admiradores ao morrer no sábado, 11 de setembro, enquanto tomava o café da manhã, em casa, vítima de forças fulminantes.
Tinha 72 anos, completados em maio, e em família atendia por Aparício, homenagem do pai corinthiano a ídolo de época.
Pois Aparício de Siqueira Stéfani viveu para acompanhar o começo das comemorações dos primeiros 29 anos de uma de nossas obras comuns, a AutoData Editora, que começou a funcionar na rua Machado de Assis, na Vila Mariana, em São Paulo, exatamente na quarta-feira, 2 de setembro, ano 1992.
29 anos atrás, na rua Machado de Assis: Stéfani batuca as “pretinhas”
Conhecemo-nos no início dos anos 1980, eu na Quatro Rodas e ele na Gazeta Mercantil, em meio aos eventos do setor, mas quem nos colocou em contato, mesmo, foi Sérgio Duarte, que nos deixou em 2019.
O que nos unia, naquele instante mais remoto, era o fato de sermos repórteres de economia e negócios e termos nosso foco exclusivamente no mundo dos veículos. Nossas exclusividades rendiam muita conversa e intermináveis trocas de ideias e de pautas.
É preciso compreender a época, também conhecida como a Década Perdida, período de mercado fechado para veículos importados e para a informática estrangeira, de veículos nacionais que ficavam em linha de produção por 20, 25 anos, na mesma geração, de inflação em expansão, de movimento sindical em ascensão, da última eleição presidencial realizada de maneira indireta, da derrocada da ditadura civil-militar.
Nossas fontes estavam em todas as inflexões dos níveis das empresas, e as mais completas habitavam aquele espaço em que eram tomadas as decisões solitárias, as salas das presidências. Os presidentes, vale recordar, tinham outro matiz, um verniz diferente: discutiam música, literatura, cinema e teatro com o mesmo desprendimento que reservavam a automóveis, a caminhões, ônibus e tratores. Àquela economia engessada.
Neste movimento cheio de ebulições tivemos a ideia de criar um serviço de informações exclusivo para o setor automotivo que funcionasse a partir de máquinas maravilhosas que começavam a chegar ao Brasil a peso de ouro, tudo contrabando: as faxes. Era o ano de 1987.
E assim, pela primeira vez, começamos a beber uísque juntos e a gastar noites e madrugadas na tentativa de gestar, com Serjão e com Ciro Dias Reis, o serviço inédito de informação a ser distribuído por meio de máquinas de fax. Fomos atropelados pelas consequências do Plano Funaro. Tempos depois o próprio ministro telefonou: soubera de nosso projeto tornado inviável e nos pedia desculpas “em nome dos melhores interesses do País”. Aquele era ministro sério.
AutoData surgiu quase cinco anos depois quase que como consequência lógica do serviço tocado à, hoje, fornalha do fax que não deu certo.
Nos últimos tempos, antes de pandemia, em reunião na rua Pascal
À custa de muitas concordâncias e de muita divergência completamos 29 anos de jornada de um projeto que poderia, muito bem, ter ficado prostrado no meio do caminho. Mas ele caminhou desde a rua Machado de Assis e, depois, da Casa Rosada da Saccab foi para as casas da Pascal e para a Verbo Divino e, por fim, pousou de volta ao mesmo quarteirão da Pascal.
Nossa sociedade, que por pouco tempo, infelizmente, incluiu Sérgio Duarte, e, de forma mais duradoura, Fred Carvalho e o irmão Márcio Stéfani, até hoje, foi extremamente feliz ao descobrir-se como tendo a missão de Transformar a Informação em Conhecimento, axioma no qual Stéfani investiu muitos neurônios. E tivemos muito sucesso, também, ao descobrir que havia uma revolução em curso e que requeria ser explicitada, o processo de globalização pelo qual passavam as novas vidas, as atividades das pessoas no mundo.
Fomos dos primeiros a tratar de entender a tal de globalização e Stéfani certamente foi um dos maiores expoentes daquela autêntica clarificação de mentes. Foram dois, três anos em que nossa principal dedicação era decodificar virtudes e amadorices da globalização e a sua aplicação sobre o mundo de veículos nativo. A partir desse instante, de sucesso diante de nosso público e de nossa autocrítica, sabíamos que tínhamos, definitivamente – nós, AutoData – ganho nosso lugar no panteão reservado aos especiais do jornalismo econômico e de negócios dedicado ao setor automotivo. Tínhamos suficiente massa crítica para nos sentirmos quase que à vontade para criar, por exemplo, o Prêmio AutoData.
Tivemos anos felizes.
E também anos difíceis, de rearranjos e de reacertos internos, de exercício de maior ou menor tolerância e empatia. Os feudos, os feudos!
Mas nada transcendeu tanto nossas resistências como aquela passagem difícil de 2015 para 2016, principalmente os acontecimentos daquele inverno. Retornamos, em pleno verão de 2017, já outros e certos da necessidade de criarmos o nosso revival, a nossa transformação. E Stéfani foi um dos artífices desse processo. Até o último instante.
O que acontece, agora, como diz Marco Piquini, é a falta de nossos contemporâneos, de nossos interlocutores privilegiados.
Vicente Alessi, filho
O texto desta semana é de Vicente Alessi, filho, que integra o Conselho da AutoData Editora. Ele foi publicado na edição de 11/9 da AutoData.
Nosso estoque do Memórias da Redação acabou. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected].