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quarta-feira, dezembro 10, 2025

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Investigação de 600 jornalistas revela paraísos fiscais e empresas offshore

Pandora Papers, investigação que reuniu mais de 600 jornalistas em 117 países, começou a divulgar seus trabalhos no último domingo (3/10), pelos veículos que integram a iniciativa. Considerada a maior colaboração jornalística da história, a investigação revelou como políticos, empresários e celebridades utilizam paraísos fiscais e empresas offshore para evitar o pagamento de impostos.

No Brasil, quatro veículos fizeram parte do projeto: o site Poder360, a revista piauí, a agência Pública e o portal Metrópoles. A investigação envolve personalidades brasileiras, como o ministro da economia Paulo Guedes, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e os empresários bolsonaristas Otávio Fakhoury e Marcos Bellizia, investigados no inquérito das fake news.

Pandora Papers analisou cerca de 12 milhões de documentos sobre paraísos fiscais e empresas offshore, utilizados como base para a investigação. Iniciado há um ano, o projeto foi coordenado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, em inglês).

A investigação do jornal El País, de Marina Rossi e Regiane Oliveira, destaca que Luciano Hang, dono da Havan, manteve por quase vinte anos uma empresa em um paraíso fiscal, no valor de 112,6 milhões de dólares, e não comunicou ao Governo sobre a existência dessa empresa, “o que configura crime de sonegação fiscal”, explica a publicação.

“O empresário só não se veste de patriota quando o assunto é o retorno que os impostos podem proporcionar ao país”, diz a reportagem.

Entre as personalidades citadas no Pandora Papers estão três presidentes e dez ex-presidentes na América Latina, celebridades como os cantores Elton John e Shakira e o jogador de futebol Di Maria, e até a Rainha Elizabeth II.

Em setembro do ano passado, o ICIJ também comandou a investigação FinCEN Files, que revelou que cinco bancos multinacionais movimentaram US$ 2 trilhões em operações suspeitas. Poder360, Época e piauí participaram do projeto.

Outras investigações também coordenadas pelo consórcio internacional são Panama Papers e Luanda Leaks.

Dossiê aponta aumento de casos de censura na EBC

Dossiê aponta 292 denúncias de censura e governismo na EBC

O número de casos de censura na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) aumentou no período de agosto de 2020 e julho de 2021. É o que aponta o 3º Dossiê de Censura e Governismo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que será lançado nesta terça-feira (5/10), às 20h, no canal do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF) no YouTube. Haverá também um debate sobre imprensa e liberdade de expressão.

Pela primeira vez, o levantamento separou casos de censura e governismo na empresa. O dossiê destaca cortes de pautas sugeridas, que nem chegaram a ser produzidas, grande parte delas sobre temas considerados delicados ao governo, como direitos humanos e meio ambiente.

O levantamento é feito com base em denúncias anônimas de trabalhadores de todos os veículos e mídias sociais da EBC. O primeiro dossiê, publicado em 2018, contabilizou 61 casos de censura e governismo. Já no ano seguinte, a segunda edição do levantamento detectou aumento dos casos e registrou 138 episódios.

Participam do lançamento do dossiê Denise Dora, da ONG Artigo 19; Giuliano Gali, do Instituto Vladimir Herzog; Emmanuel Colombié, da Repórteres sem Fronteiras (RSF); e Márcio Garoni, da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

Coluna sobre “sinhás pretas” na Folha provoca reações e acusações de racismo

Coluna de Leandro Narloch sobre “sinhás pretas” na Folha provoca reações e acusações de racismo

Thiago Amparo, professor de Direito na Fundação Getulio Vargas (FGV), publicou um artigo na Folha de S.Paulo no qual repudia coluna de Leandro Narloch, cujo título é Luxo e riqueza das ‘sinhás pretas’ precisam inspirar o movimento negro, que, segundo ele, relativiza a escravidão, utilizando como exemplo mulheres negras que conquistaram sua liberdade e enriqueceram. Por meio de nota, a Folha pronunciou-se sobre a polêmica. Narloch também comentou o caso, reiterando que o texto “não suaviza a escravidão”.

No artigo As sinhás pretas da Folha, escreveu Amparo: “Abro este jornal. Nele, um artigo sobre ‘negras prósperas no ápice da escravidão’. Eu pauso. Verifico a data do jornal: não é o século 19. O autor promete ‘complicar as narrativas de ativistas’; afirma que a ‘culpada é a época e seus valores diferentes dos nossos’; e que nos traria ‘maturidade e conciliação’ as ‘lindas histórias de vida das sinhás pretas’”.

O professor da FGV questionou: “Folha, por que ainda precisamos nos masturbar coletivamente com a relativização da dor preta?”, indicando também que, ao longo do texto de Narloch, foram usadas fotos da Máscara de Flandres, que à época era utilizada como instrumento de tortura.

“Narloch usa histórias individuais para mascarar a brutalidade do seu argumento: legitimar a escravidão ao relativizá-la”, declarou Amparo. “Imagino como se sentiriam as escravas diariamente estupradas lendo seu texto; ou os escravos doentes jogados ao mar: faltou-lhes capitalismo?”.

Narloch escreveu na coluna que “ativistas do movimento negro não deveriam desprezar as lindas histórias de vida das sinhás pretas. O costume de tratar negros somente na voz passiva (‘escravizados, humilhados, exterminados’) acaba por menosprezar o protagonismo deles na história do Brasil”.

Em resposta, Amparo explicou que “o problema não é fazer referência a ‘negras minas’ – que eventualmente enriqueceram – ou a outras figuras históricas, o problema é, de forma ao mesmo tempo risível e desonesta, utilizá-las para suavizar a brutalidade da escravidão”.

“O que está em jogo é se a pluralidade que este jornal preza inclui racismo”, conclui Amparo. “Jornais são documentos históricos: eu me reservo a dignidade derradeira de dizer com todas as letras que a coluna de Leandro Narloch é racista; que publicá-la faz do jornal conivente; e que em algum momento a corda do pluralismo esticou a tal ponto que nos enforcará”.

No mesmo tom, Matheus Moreira, repórter da Folha e autor do blog Vidas Negras Importam no jornal, também escreveu texto criticando a coluna de Narloch. Ele escreveu que, “ao sugerir que casos de mulheres negras ricas com escravos ‘certamente não eram raros’, o colunista deslegitima toda a história dos povos negros brasileiros e abre margem, por exemplo, para a supressão de políticas afirmativas sob a luz de uma suposta democracia racial”.

O repórter da Folha ouviu professores, estudiosos e especialistas sobre o assunto, e adicionou a opinião deles no texto. Ynaê Lopes dos Santos, doutora em história pela USP e especialista em história da escravidão nas Américas, por exemplo, acredita que Narloch “pega as exceções, as retira do contexto e reforça a estrutura racista. Isso está não só no que ele diz, mas na forma como diz. O problema é ele tirar as exceções do seu lugar de exceções”.

“Sempre haverá entre nós, negros ou brancos, aqueles que discordam, que agem de má fé ou que nem sequer se importam o bastante para pensar a respeito de qualquer coisa”, termina Moreira. “Na Folha, já houve avanços na discussão sobre a complexidade dos movimentos negros ao longo da história. Faria bem a Narloch ler o jornal para o qual escreve”.

O Portal dos Jornalistas entrou em contato com Leandro Narloch para ouvir a resposta dele às críticas. Ele explicou que o texto “não suaviza a escravidão”: “Fiquei muito triste com a acusação de racismo e com a interpretação que fizeram. O texto discorda de algumas ideias do movimento negro, mas não suaviza a escravidão (que é obviamente discriminatória e contra a meritocracia). E está muito longe de defender aberrações como a submissão ou a inferioridade de alguma etnia”.

Narloch publicou na manhã desta quarta-feira (6/10) uma resposta ao ocorrido, na coluna Distorções cognitivas e seus monstros imaginários

Também ouvimos Sérgio Dávila, diretor de Redação da Folha. Em nota, ele informou que o “time de colunismo está sob reavaliação constante”. Confira a íntegra:

A Folha tem um entendimento bastante abrangente sobre liberdade de expressão, reservando-se, como explicado no Manual, o direito de vetar textos que incorram em calúnia, injúria e difamação ou que possa dar margem a processo judicial (página 87).

O pluralismo é pilar do projeto do jornal, como defendido e explicado no Manual, por exemplo na página 22 (“Praticar o pluralismo não significa abrir mão da apuração factual, mas entender que, muitas vezes, existe uma dimensão sujeita a controvérsias, a ser contemplada em termos de dosagem, perspectiva e proporção”) e na página 87 (“A preocupação da Folha com o pluralismo deve se manifestar também na escolha de textos de opinião.”)

Além disso, a Folha acredita na maturidade da sociedade brasileira e do seu leitorado para lidar com o amplo espectro das opiniões que circulam no país e nas nossas páginas. A melhor resposta para um ponto de vista que repudiamos é a publicação do contraditório na arena pública.

É dentro dessa perspectiva que o jornal faz a escolha de seu time de 202 colunistas e blogueiros, que, como sempre aconteceu, está sendo constantemente reavaliado em relação ao que agrega de qualidade em relação ao que é oferecido ao leitor da Folha.

Deputado de Roraima é preso por suspeita de envolvimento em sequestro de jornalista

Jalser Renier, deputado estadual de Roraima desde 1994, foi preso em 1º/10 por suspeita de ter sido o mandante do sequestro do apresentador Romano dos Anjos, em outubro de 2020. O político foi detido de forma preventiva.

Renier criticou a ação policial: “Ao meu ver, é uma condução caluniosa que está sendo feita comigo. Mas eu vou respeitar a emissão da Justiça”. A Operação Pulitzer II, que deteve o político, cumpriu também outros três mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão em Boa Vista. Além disso, sete prisões preventivas anteriores foram convertidas em prisões temporárias.

Sobre as prisões, Romano declarou que “é o início de um novo ciclo. Foram 11 meses de tratamento de saúde, de recuperação física e psicológica. Só de eu saber que essas pessoas estão presas, e que outros também podem ser presos, é que posso pensar em levar a minha vida normalmente”.

No final de outubro do ano passado, Romano foi sequestrado enquanto jantava com a esposa. Conhecido por fazer críticas contra políticos locais, o apresentador foi levado para uma área rural e torturado por homens encapuzados e armados. O carro dele foi queimado e ele foi localizado 12 horas após o sequestro.

Nessa segunda-feira (4/10), a Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR) decidiu manter a prisão do deputado estadual. Os 17 parlamentares presentes na sessão extraordinária acompanharam o voto do relator nomeado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Coronel Chagas (PRTB).

CNN Brasil tem primeira atração 100% internacional

CNN Brasil tem primeira atração 100% internacional

A CNN brasil estreia em 17 de outubro, às 22h30, Entre Mundos, comandado por Pedro Andrade, ex-Manhattan Connection. Filmado e produzido no exterior, o programa, que integra a marca CNN Soft, é a primeira produção 100% internacional da emissora.

Ao longo de dez episódios, Andrade percorre os Estados Unidos, mostrando a cultura e as pessoas de diversas regiões do país, aproximando-se dos indivíduos e mostrando o lado humano dos lugares visitados. “O apresentador conhecerá as pessoas de uma forma mais próxima e são elas que definirão os rumos da aventura”, escreveu a CNN em nota de divulgação da novidade.

Entre as comunidades visitadas pelo apresentador, estão uma tribo indígena de Washington, bairros de judeus ortodoxos no Brooklyn, e pescadores da costa de Massachusetts. Andrade convive também com pessoas que largaram tudo para trabalhar remotamente em vans, em uma jornada pela América do Norte. O jornalista vivenciou, “de forma profunda, a rotina de comunidades que normalmente têm acesso muito restrito a quem é de fora”, diz a emissora.

“Nesse mundo hiperconectado de hoje em dia, quais são as nossas diferenças?”, questiona Andrade. “E, o mais importante, o que a gente tem em comum? Estou conhecendo pessoas fascinantes, mas não vou com roteiro, vou com verdade e uma vontade visceral”.

Matinal Jornalismo lança curso sobre criação de podcasts

O Matinal Jornalismo realiza, de 6 a 18/10, das 19h às 20h30, o Curso Prático de Criação de Podcasts, que vai abordar concepção, montagem, distribuição, mensuração de sucesso e monetização de podcasts.

As aulas serão ministradas por Edu Mendonça, ator, roteirista, comunicador e podcaster; FêCris Vasconcellos, professora, pesquisadora e gerente de produto e estratégia do Matinal Jornalismo; Filipe Speck, produtor do podcast Noites Gregas e diretor do Matinal Jornalismo; e Tércio Saccol, professor com especialização em informação/conteúdo multiplataforma, pesquisa e desenvolvimento de projetos em comunicação.

Segundo FêCris, “o curso pretende, em cinco aulas, mostrar que é possível produzir de forma barata, utilizando os equipamentos que as pessoas têm disponíveis em casa. Também se pretende ajudar as pessoas a criarem, executarem e divulgarem seus podcasts com diferentes graus de estrutura e conhecimento do assunto. Vai ser útil tanto para quem quer fazer o seu próprio podcast como também para quem estuda essa ferramenta como solução para conversar com sua audiência”.

Os participantes terão acesso também a uma mentoria individual de 40 minutos. As aulas ficarão disponíveis para consulta durante um mês. O investimento é de R$ 600 para o público geral e R$ 400 para assinantes e apoiadores do Matinal Jornalismo. Inscrições aqui (vagas limitadas).

Prêmio CNT de Jornalismo anuncia finalistas

Prêmio CNT de Jornalismo 2021

Iniciativa distribuirá quase R$ 300 mil em prêmios

A Confederação Nacional do Transporte divulgou a lista com os 30 trabalhos finalistas do Prêmio CNT de Jornalismo 2021. A iniciativa destacou pautas que abordaram aspectos do transporte, seja ele rodoviário, ferroviário, aquaviário ou aéreo, nos segmentos de cargas ou passageiros.

Nesta edição serão distribuídos R$ 275 mil em prêmios, sendo R$ 35 mil para cada trabalho vencedor nas categorias regulares (Impresso, Internet, Fotografia, Vídeo, Áudio e Meio Ambiente e Transporte), e R$ 60 mil para o Grande Prêmio, entregue para a reportagem mais bem avaliada entre todas as inscritas.

Compõem o corpo de jurado que definirá os trabalhos vencedores os jornalistas Matheus Leitão (Veja), Patrícia Campos Mello (Folha de S.Paulo), Paula Scarpin (Rádio Novelo) e Murilo Rocha (Grupo Bandeirantes/MG), além do professor e coordenador de cursos de pós-graduação no IPOG e colaborador na IDP Engenharia, Edésio Lopes. O resultado final será divulgado no mês de novembro.

Confira a relação dos finalistas:

 

ÁUDIO

– A luta por sobrevivência do Brasil que anda de moto

Tércio Saccol, Vos.social

– A vida pede carona

Juliana Contaifer, Portal Metrópoles

– Balada segura: mortes em acidentes de trânsito caem 29,1% em uma década no RS

Eduardo Rodrigues Paganella, Rádio Gaúcha

– Falta de planejamento precariza transporte público no Brasil

Rene da Silva Almeida, Agência Radioweb

– Trabalhadoras do transporte público

Gabriela Mayer, BandNews FM

 

FOTOGRAFIA

– A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia: rodovias que separam o sonho do pesadelo

Rafaela Feliciano da Silva, Portal Metrópoles

– Firme e forte

Domingos Peixoto, Jornal Extra

– Tecnologia antiviral deve sobreviver à covid-19

Werther Santana, Estado de S. Paulo

Transportando vacinas

Antonio Scorza, O Globo

– Um dia após recorde de mortos, SP registra aglomerações

Fábio Comerão Vieira, Portal Metrópoles

 

IMPRESSO

– Como o vírus anda

Rone Fabio Carvalho Junior, Jornal Diário da Região

– Corrida pelo carro voador

Luciana Dyniewicz, Estado de S. Paulo

– Jornada da vida

Rone Fabio Carvalho Junior, Jornal Diário da Região

– Pouco investimento e muita demanda

Luiz Maciel de Oliveira Filho, Valor Econômico

– Vivo no trânsito

Thiago Zacarias Amâncio, Folha de S.Paulo

 

INTERNET

– A rota do tráfico humano na fronteira da Amazônia: rodovias separam o sonho do pesadelo

Mirelle Cristina Alves Pinheiro, Portal Metrópoles

– Conexão zero estrelas: trabalhadores de aplicativos se endividam para pagar a internet

Alice Cristiny Ferreira de Souza, Agência Pública

– Os desafios de grávidas e cuidadores para ir e vir na cidade

Anamaria Melo do Nascimento, Lunetas

– Por um novo transitar (Link 1, Link 2, Link 3 e Link 4)

Roberta Soares, Jornal do Commercio

– Teleférico do Alemão, 10 anos depois (Link 1, Link 2, Link 3 e Link 4)

Caio Sartori, Estado de S. Paulo

 

MEIO AMBIENTE E TRANSPORTE

– Arriscando a própria vida em defesa da natureza (Link 1, Link 2, Link 3 e Link 4)

Luiz Ribeiro dos Santos, Estado de Minas

– Desafios da BR-319 (Link 1, Link 2, Link 3 e Link 4)

Fábio Diniz, Rede Amazônica (TV Globo)

– Etanol x elétricos – Carros na tomada levantam debate ambiental e abrem espaço para o álcool combustível

Rafaela Rodrigues Trajano Borges, Portal UOL

– O que é preciso mudar para tornar as cidades mais sustentáveis (Link 1, Link 2, Link 3 e Link 4)

Priscila Mengue, Estado de S. Paulo

– Um país fora dos trilhos

Renato de Souza Santos, Correio Braziliense

 

VÍDEO

– Dossiê Carajás (Link 1 e Link 2)

Laura Ferla, Record TV

– Embarcações clandestinas (Link 1 e Link 2)

Daniel Paulino Mota, Record TV

– Ônibus clandestino: o perigo no asfalto

Flávia Prado Domingos da Silva, Record TV

– Transamazônica: 50 anos (Link 1, Link 2, Link 3, Link 4 e Link 5)

Lígia Scalise, CNN Brasil

– Transamazônica: A estrada sem fim – 50 anos (Link 1, Link 2, Link 3, Link 4, Link 5, Link 6, Link 7, Link 8 e Link 9)

Aldrich Kanashiro, Record TV

Jornalista é preso por difamação contra ex-diretor do Corinthians

A Polícia Civil de São Paulo prendeu na semana passada Paulo Cezar de Andrade Prado, autor do Blog do Paulinho. Ele foi condenado em março a mais de cinco meses de prisão em regime semiaberto pela publicação em 2016 de textos difamatórios contra o empresário Paulo Sérgio Menezes Garcia, proprietário da Kalunga, que à época era vice-presidente do Corinthians. O juiz do caso negou pedido de cumprimento da pena em regime aberto.

Prado publicou matérias sobre supostas “manobras contábeis” que o dono da Kalunga teria realizado para fazer doações para a campanha do vereador André Negão (PDT-SP), hoje vice-presidente do conselho deliberativo do Corinthians. O blog usou dados de gastos do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo como fonte. Garcia moveu queixa-crime contra o jornalista, alegando que os textos “são prejudiciais à honra objetiva”.

O litígio foi encaminhado para o Juizado Especial Criminal (Jecrim), responsável por julgar delitos de menor potencial ofensivo. Em seu blog, Prado contou que o Jecrim “tentou me citar em um endereço em que eu não morava fazia algum tempo. Houve uma única tentativa, depois o juizado alegou que eu estava foragido e transferiu o processo para a 26ª Vara Criminal”.

Em março de 2018, a juíza Érica Rodrigues considerou que Prado cometeu crimes contra a honra: “O conjunto probatório produzido em juízo e os antecedentes criminais do querelado (Prado) comprovam que com contumácia se oculta sob o véu da liberdade de expressão para atacar de forma difamatória seus desafetos, entre eles o querelante (Garcia)”.

A defesa do jornalista pediu a suspensão do mandado de prisão, citando a condição profissional de Prado como jornalista formado e paciente de risco por causa da pandemia. Mas o ministro Reynaldo Soares da Fonseca, da quinta turma do STJ, não acatou o recurso, mantendo a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que apontou o réu como reincidente, além de não ter apresentado pedido para audiência de conciliação.

ABI, Abraji e Fenaj repudiaram a prisão do jornalista e defenderam “o livre exercício da profissão”. O Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ) pediu a libertação de Prado.

Abraji disponibiliza mais documentos de interesse público no Pinpoint (Google)

Abraji disponibiliza mais documentos de interesse público no Pinpoint (Google)

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) disponibilizou duas novas coleções de documentos de interesse público na ferramenta Pinpoint (Google), da qual a entidade é curadora no Brasil. Ao todo, foram mais de 35 mil arquivos de prestação de contas partidárias em 2020, e mais de 4.200 relatórios de auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) publicados desde 2018.

Estão disponíveis os arquivos dos partidos que tiveram mais votos na eleição de 2018 à Câmara dos Deputados: PSL, PT, PSDB, PSD, PP, MDB, PSB, Partido Liberal, Republicanos e DEM.

Já em relação aos relatórios da CGU, a Abraji destaca que os documentos “são fontes riquíssimas para buscar indícios de corrupção”. A ferramenta de pesquisa do Pinpoint facilita a busca por arquivos específicos, como, por exemplo, aqueles que contêm determinada palavra-chave, ou uma ação governamental específica.

A ideia é que as duas novas coleções sejam atualizadas ao longo dos próximos meses. Em breve, outras duas coleções de arquivos serão disponibilizadas na plataforma. Recentemente, a Abraji adicionou arquivos sobre a CPI da Pandemia e sobre o inquérito 4.828, que investiga manifestações antidemocráticas.

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38º Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo recebe inscrições até 19/11

Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo anuncia vencedores

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) do RS abriu inscrições para a 38ª edição do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, que estimula trabalhos que denunciem violações de Diretos Humanos nas sociedades da América do Sul. A premiação é feita com a colaboração da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul (Arfoc-RS) e da Ordem dos Advogados do Brasil RS (OAB-RS). As inscrições vão até 19 de novembro.

A comissão julgadora escolherá os três melhores trabalhos nas categorias Reportagem, Fotografia, Rádio, Televisão, Jornalismo Online, Crônica, Documentário, Grande Reportagem (livro) e Acadêmicos. Haverá também a categoria especial Pandemia Econômica, Social e Ambiental, que premiará narrativas sobre isolamento, economia deficitária, desemprego, estrangulamento do sistema de saúde e outros impactos da pandemia de Covid-19.

Podem ser inscritos trabalhos veiculados em todo os País entre 16 de novembro de 2020 e 15 de novembro de 2021. Serão concedidos troféus aos primeiros colocados e diplomas aos segundos e terceiros lugares. Não haverá premiação em dinheiro.

A solenidade de premiação ocorrerá em 10 de dezembro, data da Declaração Universal dos Direitos do Homem, às 20h, em Porto Alegre. O evento será transmitido ao vivo nas redes sociais do MDJH.

Inscrições aqui.

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