Estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio IREE de Jornalismo, criado em 2020 pelo Instituto para a Reforma das Relações entre Estado e Empresa (IREE), que valoriza a liberdade de expressão, de informação e de disseminação do conhecimento. As inscrições se encerram em 15 de novembro.
O prêmio tem três categorias: Prêmio IREE de Reportagem (cujo vencedor receberá R$ 50.000), Prêmio IREE de Reportagem – Política (vencedor ganhará R$ 30.000) e Prêmio IREE de Reportagem – Economia e Negócios (cujo vencedor também receberá R$ 30.000). Podem ser inscritos trabalhos publicados entre 5 de novembro de 2020 e 15 de novembro de 2021 em veículos impressos, sites, emissoras de TV e de rádio.
Os vencedores serão selecionados por uma comissão julgadora formada por profissionais de imprensa. O secretário dessa comissão será um jornalista indicado pela própria IREE. Os prêmios serão entregues em cerimônia em São Paulo. O local e a hora ainda serão definidos.
Na primeira edição do prêmio, os vencedores foram Rubens Valente (Reportagem), Carol Pires (Reportagem – Política) e André Borges (Reportagem – Economia e Negócios).
Washington Siqueira (mais conhecido como Washington Quaquá), vice-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), fez postagens em suas redes sociais atacando Berenice Seara, do jornal Extra, após ela publicar em sua coluna que o ex-presidente Lula teria “descascado” Quaquá diante de aliados, durante reuniões em Brasília, no começo do mês.
Quaquá publicou que a colunista estaria recebendo dinheiro de seus opositores políticos para publicar notas no Extra. Em uma das postagens, o vice-presidente do PT escreveu que as notas estariam sendo pagas por candidatos a deputado do partido, que estariam com medo dos votos que ele poderia receber.
Em outra publicação, Quaquá fez um ataque misógino à jornalista: “Quem disse, Berenice? ‘Tá’ ficando feio receber dinheiro que uns lindinhos conseguem somar para me atacar todo dia… Jabá tem limite, não é todo dia… Eu sei que botox custa caro”.
No Twitter, colegas de profissão apoiaram Seara. Juliana Dal Piva, colunista do UOL, escreveu que “nenhum ataque misógino deve ser tolerado”. Octavio Guedes, comentarista da GloboNews, publicou que “os ataques misóginos a jornalistas não são uma exclusividade da extrema direita”.
O Estadão anunciou mudanças em sua versão impressa a partir do próximo domingo (17/10), com a adoção do modelo berliner, de tamanho menor, conforme a newsletter Jornalistas&Cia havia adiantado em nota de capa na edição 1.328. Segundo informações enviadas ao Portal dos Jornalistas, entre as novidades estão as novas seções diárias A Fundo e Para Fechar… uma boa história, mudanças em Caderno 2 (C2) e Economia & Negócios, e os novos Sextou! (às sextas-feiras), Bem-Estar (sábados) e Aliás (domingos).
Da esquerda para a direita: Rodrigo Cavalheiro, Fabio Sales, Guilherme Evelyn, João Caminoto, David Friedlander, Ricardo Grinbaum e Luciana Garbin (Crédito: LinkedIn/João Caminoto)
A Fundo oferece um maior aprofundamento de determinado tema do Estadão, não necessariamente ligado ao noticiário do dia: “São temas que extrapolam a narrativa de um fato”. E Para Fechar, que marca o fim do primeiro caderno, trará conteúdo inspiradores e prepositivos, que vão muito além de um final feliz, com o objetivo de servir influenciar positivamente o leitor.
Economia & Negócios continuará com sua cobertura do setor econômico do País, e dará um maior destaque para assuntos que impactam diretamente a vida das pessoas, como finanças pessoais, carreiras e empreendedorismo, além de temas como empresas, tecnologia, ESG, inovação, entre outros.
O Caderno 2 – Cultura & Comportamento é a área de maior renovação de ofertas de conteúdo. Além de temas como televisão, música, cinema, literatura, streaming, artes visuais e teatro, a seção oferecerá assuntos de interesse da vida moderna, como turismo, gastronomia, roteiros, compras, moda, arquitetura e decoração
O Sextou!, como o próprio nome já diz, será publicado às sextas-feiras, com roteiros curados de cinema, guia de restaurantes, teatro, exposições, programas para crianças e shows. O caderno Bem-Estar, aos sábados, tratará de temas como saúde, prevenção, alimentação saudável, nutrição, exercícios e saúde mental. E o dominical Aliás, publicado no caderno Cultura & Comportamento, cobrirá os principais eventos e lançamentos da literatura e das artes visuais.
Como parte do processo de divulgação do estudo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira, foi realizado na semana passada o primeiro painel de debates sobre o tema, que reuniu Maurício Bandeira, o diretor de J&Cia/Portal dos Jornalistas Eduardo Ribeiro, as jornalistas Francisca Rodrigues e Nayara Fernandes, com mediação de Vinicius Ribeiro, que coordena o trabalho de divulgação.
Francisca, mais conhecida como Chica Rodrigues, é mestre em Comunicação pela Cásper Líbero, graduada em Comunicação Social pela PUC-Camp e teve passagens por Folha de S.Paulo, Diário do Comércio, Rádio Eldorado, TV Gazeta e Record. Atualmente, está licenciada da pró-reitoria acadêmica da Faculdade Zumbi dos Palmares, que é a primeira e única instituição da América Latina voltada para a inclusão dos afrodescendentes no ensino superior e no mercado de trabalho. Nayara é editora de engajamento do G1. Ela foi repórter especial no portal R7, onde analisou a eclosão dos protestos antirracistas do movimento Black Lives Matter e produziu inúmeras reportagens com recortes de gênero e raça. Recentemente participou da produção do especial Faces Negras, em comemoração aos 15 anos do G1. Tem especialização em jornalismo Internacional pela PUC-SP.
Nayara (em cima, à esquerda), Vinicius, Francisca, Maurício e Eduardo
Para Nayara, uma imprensa mais plural é extremamente necessária nesse momento de crise que o jornalismo está vivendo: “Várias empresas já perceberam a necessidade de trazer maior diversidade, tanto como compromisso social e até por ser mais lucrativo para própria a empresa. Diversos estudos que apontam que uma empresa que investe na diversidade, investe em funcionários de diferentes cenários, de diferentes contextos, é mais lucrativa. E aí não faz sentido que o mercado da notícia também não siga essa tendência”.
Francisca diz que a pesquisa já vem com atraso, mas é um primeiro passo: “É importante a gente ter um espelho da realidade, embora ela fatalmente vá mostrar que a presença do jornalista negro nas redações é muito pequena. Embora tenha melhorado um pouco em relação à época em que eu trabalhava em redação, ainda é mínima. Mas creio que essa pesquisa vai abrir um pouco a mente dos jornalistas e quem sabe − não tenho tanta certeza − dos donos da imprensa, que é majoritariamente branca. Sabemos que a diversidade nas empresas é benéfica, como a Nayara citou. Porque traz lucro, na medida em que o consumidor se vê ali representado. Mas na imprensa ela é fundamental. Porque o jornalista, a imprensa, traz a realidade, representa a sua sociedade, o seu país, a sua nação, representa o mundo. E tendo um lado só fica capenga. Por mais que o jornalista seja imparcial, ele não têm a vivência de como vivem, por exemplo, 55% da população no Brasil − que é a população negra”.
Redator do caderno de Cultura do Correio Braziliense, o paraibano Cosme Teixeira considerava-se um erudito. Viera de sua João Pessoa natal, rumo a Brasília, numa daquelas periódicas ondas partidas de estados onde os jornais e emissoras locais entravam em crise. No caso da Paraíba, fora mais um dos espasmos ocorridos nos Diários Associados, que lá mantinham O Norte, na capital, e Diário da Borborema, em Campina Grande. Fora em O Norte que Carlos Teixeira começara a se dedicar à área cultural, onde se considerava um peixe dentro d’água, apesar das passagens por várias outras editorias, sempre como copidesque.
Trabalhador, esforçado, dono de um texto correto, sempre contara com a confiança do comando das redações em que circulou. Sabia-se que ele dominava o fechamento do impresso, ainda que preferisse produzir textos sobre literatura, música, teatro ou cinema. Assim, primeiro no Jornal de Brasília e depois no Correio Braziliense por longos anos, Teixeira serviu como uma espécie de coringa no fechamento noturno.
Só havia um problema: Teixeira era normalmente um bom papo, ameno e comunicativo; no entanto, tinha pavio curto, aliás, curtíssimo. Quando se sentia fustigado de alguma forma, perdia o controle. Como definia um colega do caderno de Cultura, também chegado a palavras difíceis, Teixeira era colérico, ou melhor, irascível.
Os colegas precisaram, certa vez, arranjar-lhe um advogado às pressas. Enfurecido com o alarme disparado por um carro, já alta madrugada, desceu de seu apartamento com um revólver e fuzilou o pobre do veículo. Meteu-lhe uma sequência de balas e ainda ameaçou um vizinho a quem responsabilizou pela encrenca.
Outro episódio teve ainda mais potencial de encrenca. À falta de coisa melhor para fazer, engatou um flerte com uma redatora – e ainda por cima casada. Conseguiu que lhe emprestasse o carro para ir a uma festa, mas o veículo apagou no meio do caminho. Estava sem combustível. Teixeira não teve dúvidas. Pegou o celular, ligou para a colega e, enfurecido, acusou-a de entregar-lhe o carro sem gasolina por puro ciúme. Ofendidíssimo, trancou as portas e deixou o veículo no meio da pista. Evidentemente, foi abalroado pouco depois. Ignora-se até hoje como a moça explicou o caso ao maridão.
Como todos sabem, jornalistas de cabeça esquentada são alvo frequente dos trotes comuns a todas as redações. No caso de Teixeira, porém, a imprevisibilidade de suas fúrias deixava-o impune. Até que, numa tarde, um colega não resistiu. Fazia-se uma faxina nos armários do Correio Braziliense e o malvado temerário – pois só um temerário ousaria despertar a fúria de Teixeira – encontrou na pilha de lixo um exemplar de livro do poeta Cassiano Nunes, professor da Universidade de Brasília e assíduo frequentador de rodas culturais, assim como de redações de jornais.
Pegou o livro poeirento, adormecido nos armários fazia uns três anos e sapecou uma dedicatória: “Ao brilhante confrade Carlos Teixeira, para sua preciosa avaliação e não menos preciosos comentários, que aguardo impaciente, Cassiano Nunes”. Entregou o livro a um dos contínuos – nessa época remota as redações ainda tinham contínuos – e disse que entregasse a encomenda ao colega.
Teixeira recebeu o exemplar, viu a dedicatória e constatou que estava datada de três anos antes. Seu rosto avermelhou, ele agarrou o contínuo pelo braço e começou a sacudi-lo pela redação, afirmando que ele privara uma importante fonte da atenção que merecia por parte do jornal. Quanto mais o rapaz explicava que nada tinha a ver com aquilo, mais Teixeira se enfurecia.
Claro, formou-se uma roda. Os colegas perceberam de imediato a gozação. Mas quem teria coragem de explicar a Carlos Teixeira que ele era alvo de um trote e não da expectativa ansiosa do confrade? Sugeriram então que telefonasse a Cassiano e explicasse tudo. Certamente o poeta o acalmaria.
Era subestimar Teixeira e o professor. A vítima enfurecida imediatamente pegou o telefone e localizou Cassiano. Não prestou. O poeta respondeu-lhe que realmente enviara o livro a Teixeira, tanto lhe prezava os conhecimentos literários, e informou que estava indócil pela falta de resposta, mas que agora certamente o Correio publicaria toda uma página sobre o livro. Foi apagar o incêndio com gasolina. Teixeira desligou o telefone, agarrou de novo o infeliz contínuo e arrastou-o à sala do editor executivo, exigindo que demitisse o faltoso.
Histórias de trotes em redação acabam, em geral, com o chefe explicando o caso e com riso geral, senão de toda a equipe, ao menos dos malvados envolvidos. Não no caso de Teixeira. Nem o editor executivo, que imediatamente compreendeu toda a gozação, arriscou-se a enfrentá-lo. Deu dois dias de folga ao contínuo e pediu a Teixeira que fizesse uma página inteira de análise do livro de Cassiano. Evidentemente o texto nunca foi publicado, mas Cosme Teixeira passou alguns dias sossegado.
Eduardo Brito da Cunha
A história desta semana é novamente uma colaboração de Eduardo Brito da Cunha, ex-Estadão, Jornal do Brasil, Correio Braziliense e Jornal de Brasília. Ele afirma que os fatos são reais, mas que, para evitar embaraços, os personagens secundários não são identificáveis e que o nome do personagem principal, embora já falecido, é fictício − “pois, como verão, com ele não se brinca”.
Nosso estoque do Memórias da Redação está muito baixo. Se você tem alguma história de redação interessante para contar mande para [email protected].
Com o objetivo de elevar o número de participantes do estudo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira, os organizadores optaram por uma segunda prorrogação de 15 dias, até 31/10, para permitir que um maior número de jornalistas participe do projeto. Paralelamente, já foi iniciada a segunda etapa de entrevistas com jornalistas negros que se dispuseram a conversar por telefone com os pesquisadores, sobre temas mais sensíveis abrangendo a questão racial no desenvolvimento da carreira.
O estudo é uma iniciativa deste Jornalistas&Cia e do Portal dos Jornalistas, em parceria com o I’Max e com o Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas, que fará a apresentação dos resultados durante a celebração da Semana da Consciência Negra, em novembro, dentro da programação preparada pela Universidade Zumbi dos Palmares, instituição apoiadora do estudo.
Também apoiam institucionalmente o projeto ABI, Ajor, Aner, ANJ, APJor, Conajira/Fenaj, Jeduca, Ecos do Meio, Projor e Universidade Metodista. O projeto conta ainda com o apoio das organizações ADM, Grupo Boticário e Uber e de inúmeras personalidades da sociedade civil como Bresser Pereira, João Carlos Martins, Laurentino Gomes, Luiza Trajano, Maílson da Nóbrega, Miguel Jorge, Paulo Betti, Pedro Bial, Vahan Agopyan e Zuenir Ventura.
“Mais do que um estudo, essa é uma causa, e uma causa das mais importantes, pois se trata de uma avaliação meticulosa de como estão compostas racialmente as redações brasileiras e quais os impactos dessa composição na produção jornalística, aquela que chega cotidianamente à sociedade”, diz o coordenador da pesquisa Maurício Bandeira, do Instituto Corda. “Estamos sendo de fato justos, imparciais, plurais, independentes, éticos nas múltiplas coberturas jornalísticas País afora, em casos de violência policial, de escolha de fontes de informação, no linguajar adotado, nas abordagens escolhidas, nos substantivos e adjetivos utilizados quando se fala de brancos, negros, pardos, orientais, indígenas e outros?”. Segundo ele, “tendo parâmetros confiáveis de como estão hoje efetivamente montadas as redações, em termos raciais, será possível a adoção progressiva de políticas afirmativas para maior equilíbrio racial e maior diversidade nos quadros jornalísticos, o que favorecerá que a atual representatividade geral da sociedade, com mais de 50% de negros, seja também estabelecida no jornalismo. É isso o que busca o estudo, ao legar a todo o mercado uma informação substancial e estratégica, para podermos abrir caminhos neste segmento para aqueles que, por décadas, séculos, têm sido alijados desse processo”.
Paulo Marinho, hoje diretor de Canais da Globo, assumirá em fevereiro de 2022 a Presidência da Globo. Já João Roberto Marinho comandará o Grupo Globo. Ambos substituirão a Jorge Nóbrega, atual presidente executivo do Grupo Globo e da Globo.
Em comunicado enviado à imprensa, a Globo escreveu que “a substituição, planejada já há algum tempo, faz parte da jornada de profunda transformação digital da empresa, que foi iniciada por Nóbrega em setembro de 2018”. Nóbrega atua nas empresas do Grupo Globo desde 1996 e em 2017 assumiu a Presidência do Grupo. Foi o primeiro presidente fora da família Marinho.
João Roberto Marinho passará a estar à frente do Conselho de Administração, composto por Roberto Irineu Marinho e José Roberto Marinho, como vice-presidentes, e por Paulo Marinho, Roberto Marinho Neto e Alberto Pecegueiro, como conselheiros. Nóbrega continuará a integrar o Conselho. João Roberto também estará no comando do Conselho Editorial e do Conselho Institucional.
Em sua gestão, Nóbrega foi responsável pela adoção do modelo operacional Uma só Globo, que unificou as marcas TV Globo, Globosat, Globo.com, Globoplay, diretoria de Gestão Corporativa e Som Livre − recentemente vendida para a Sony Music.
O 10º Prêmio Amaerj Patrícia Acioli de Direitos Humanos divulgou os cinco finalistas da categoria Reportagens jornalísticas. São matérias de Amanda Rossi, para o UOL, Letícia Lopes, para o projeto Colabora, Artur Rodrigues, para a Folha de S.Paulo, Rafael Soares, para os jornais O Globo e Extra, e Kátia Brasil, para os portais Amazônia Real e Repórter Brasil.
Criado em 2012 pela Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, o concurso celebra a memória da juíza Patrícia Acioli, assassinada em Niterói no ano anterior, e tem a proposta de dar continuidade à luta da magistrada em prol da dignidade humana. A categoria jornalística reuniu 122 inscrições, e os jurados Chico Santos, Karine Rodrigues e Sérgio Torres relataram a dificuldade em selecionar finalistas, diante da excelência dos trabalhos apresentados.
Os vencedores – a serem anunciados na cerimônia de premiação em 8/11, com transmissão online pelo canal da Amaerj no YouTube – vão receber R$ 15 mil o primeiro colocado, R$ 10 mil o segundo, e R$ 5 mil o terceiro. Os demais finalistas serão homenageados com Menções Honrosas.
O jornal O Estado de S. Paulo vai mudar sua versão impressa a partir do próximo domingo (17/10), oferecendo a seus leitores o modelo chamado de berliner, de tamanho menor, em substituição ao standard usado até agora pela publicação.
Em texto publicado no último dia 12, sobre como famílias conservam o hábito de ler o jornal por gerações, o Estadão escreveu que a nova versão foi feita com base “nas expectativas dos leitores, ouvidos durante os 11 meses do projeto de transformação”, e que o novo impresso terá mudanças no conteúdo, com novas seções, que priorizam “o aprofundamento e o contexto dos fatos”.
“Mais fácil de manusear, ler e carregar, ele se adapta melhor ao dia a dia do leitor e já vem sendo adotado por jornais em vários países”, escreveu o jornal. “Todas as mudanças têm como alicerce o jornalismo profissional e independente, ativos inegociáveis do jornal fundado há 146 anos”.
No que se refere à redução do papel, o formato standard tem 600 x 750 mm, enquanto o berliner, que será adotado pelo Estadão, tem as dimensões 315 x 470 mm.
O abandono do formato standard vem ocorrendo com certa frequência em jornais ao redor do mundo. O britânico The Guardian, por exemplo, passou a ser publicado em berliner em 2005, até que, em 2018, adotou o modelo de tabloide. No Brasil, o Jornal do Brasil passou a ser entregue em formato berliner em 2006, até deixar as bancas quatro anos mais tarde. Folha de Pernambuco, O Popular (Goiás) e Correio (Bahia) são exemplos de publicações que diminuíram de tamanho e seguem em atividade.
A organização do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou nesta quinta-feira (14/10) os finalistas de sua 43ª edição. A premiação reconhece e valoriza trabalhos que abordem temas relacionados à Democracia e aos Direitos Humanos.
Os selecionados concorrem em sete categorias: Arte, Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio, Produção jornalística em multimídia e Livro-reportagem.
O júri de premiação e a divulgação dos vencedores serão no sábado (16/10) em sessão pública de julgamento transmitida ao vivo no canal do prêmio no YouTube. A tradicional roda de conversa com os vencedores será em 24/10, das 17h às 19h, em formato online, e a solenidade de premiação, um dia depois, em 25/10, das 20h às 21h30, no mesmo canal.
Vale lembrar que, neste ano, Neusa Maria Pereira e Alex Silveira receberão o troféu símbolo do prêmio, a meia lua recortada com a silhueta de Vlado, criação do artista plástico Elifas Andreato.
Neusa foi a primeira mulher negra a publicar um texto sobre feminismo negro na imprensa brasileira e uma das organizadoras do ato nas escadarias do Theatro Municipal de São Paulo que marcou a fundação do Movimento Negro Unificado (MNU). Segundo a organização, “homenagear Neusa Maria Pereira é jogar luz sobre a história invisibilizada de quem, com sua luta, ajudou a abrir as portas do jornalismo brasileiro às mulheres negras”.
Silveira perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingido por uma bala de borracha da PM paulista durante manifestação em maio de 2000. Ele teve indenização concedida em primeira instância, mas o TJ-SP reformou a decisão, sob a alegação de que Alex optou por permanecer no local do tumulto e, portanto, culpando o próprio fotógrafo pelo ocorrido. Somente em junho deste ano o Supremo Tribunal Federal decidiu que o Estado de São Paulo deveria indenizá-lo.
“A indicação de Alex Silveira para receber o Prêmio Especial Vladimir Herzog é um reconhecimento por sua luta em defesa do exercício profissional e uma posição pelo fortalecimento da liberdade de imprensa”, diz a organização.
E in memoriam, os homenageados são Abdias Nascimento e José Marques de Melo.