A Confederação Nacional do Transporte (CNT) anunciou os vencedores do Prêmio CNT de Jornalismo 2021, que valoriza trabalhos que abordem aspectos do transporte, seja ele rodoviário, ferroviário, aquaviário ou aéreo, nos segmentos de cargas ou passageiros.
Os vencedores do Grande Prêmio foram Artur Rodrigues e Thiago Amâncio, da Folha de S.Paulo, com a reportagem Vivo no trânsito, que mostra como a redução de velocidades em São Paulo fez com que as mortes no trânsito caíssem em quase 50% na cidade. Os vencedores receberam R$ 60 mil.
José Maschio foi indiciado pela Polícia Civil do Paraná por ter divulgado em suas redes sociais uma foto que mostra a participação da juíza Isabelle Papafanurakis Ferreira Noronha, da 6ª Vara Criminal de Londrina, em um ato pró-governo que pedia, entre outros, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), no último 7 de setembro, em São Paulo. A magistrada aparece de verde e amarelo, ao lado de amigos, com uma faixa com os dizeres: “Supremo é o povo”.
Maschio publicou a foto da juíza em seu perfil no Facebook, em 11/9: “Só no Brasil encontramos essas insanidades: funcionário público a defender privatização, pobre a defender pautas de ricos e magistrados a pedir o fechamento da suprema corte nacional. E com slogan populista: supremo é o povo”, comentou.
Em 27/9, o jornalista prestou depoimento após a juíza registrar um Boletim de Ocorrência contra ele por calúnia e difamação. Um mês depois, o inquérito foi finalizado, e agora o caso está nas mãos do Ministério Público. Em seu perfil no Facebook, Maschio comentou o ocorrido: “Eu, acusado de calúnia e difamação por informar, noticiar o fato de uma juíza violar a Lei Orgânica da Magistratura e participar das manifestações de 7 de setembro, que entre outras coisas pedia o fechamento do STF”.
À Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), o jornalista disse que, “quando o Judiciário é ideológico, você fere de morte o Estado Democrático de Direito. O meu texto apenas denuncia o fato de uma juíza, em pleno exercício do cargo, manifestar-se politicamente. (…) Isso é criminalizar o jornalismo. Se um promotor ou promotora me denunciar com base numa aberração jurídica, que é eu noticiar um fato público e ser chamado de criminoso, é uma quebra total dos princípios democráticos”.
Miriam Leitão, do Grupo Globo, lançou o livro A Democracia na Armadilha − Crônicas do Desgoverno (Editora Intrínseca), que reúne ensaios da autora sobre atitudes antidemocráticas do Governo Federal, em especial do presidente Jair Bolsonaro.
Ao longo de 150 colunas curtas e diretas, escritas entre abril de 2016 e julho de 2021, Miriam mostra o “desgoverno” brasileiro, a partir de três grandes eixos principais: a incongruência entre a campanha e as ações de Bolsonaro, sua incompetência técnica para gerenciar o Estado e o ataque aos consensos que pareciam definidos desde a redemocratização.
Logo no começo da obra, a jornalista já indica que “vivemos a crise mais dolorosa com o pior governo que já tivemos”. O primeiro ensaio aborda a fala do então deputado Bolsonaro na votação do impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, quando exaltou a figura de Carlos Alberto Brilhante Ustra, chamando-o de “pavor de Dilma Rousseff”.
Em entrevista ao Portal Imprensa, Miriam contou que o livro mostra como Bolsonaro e o bolsonarismo como um todo podem ser interpretados como uma ameaça à democracia: “Ele nunca demonstrou apreço pela democracia, portanto faria um governo autoritário. No entanto, chegou lá e fez pior até do que muita gente poderia considerar. Eu sempre tive as piores expectativas, e isso se confirmou, e até se superou quando chegou a pandemia. Quando chegou a pandemia ele se mostrou um governante ainda pior do que antes”.
Ao longo da obra, a jornalista destaca também as constantes agressões do presidente à imprensa: “Ele fez agressões até a mim! Muito sórdidas. Mas não trato da minha agressão, como não tratei na coluna. Mas da agressão à imprensa, de uma forma geral, como parte do mesmo arsenal: todo autoritário faz isso. Os autoritários seguem um manual, e atacam a imprensa. Tentam controlar, tirar credibilidade, e principalmente, escolhem alvos, pessoas físicas, para personalizar a campanha de descrédito. Hugo Chavez fez isso”.
A Lupa Educação, da Agência Lupa, realiza na próxima terça-feira (16/11), das 18h às 20h, uma oficina sobre assédio online, que visa a ajudar os participantes a se protegerem de ataques cibernéticos.
Participam Gilberto Scofield Jr,, diretor de Marketing e Relacionamento da Lupa, e Taís Gasparian, advogada especializada em Direito Civil relacionado a mídia, publicidade e internet.
Serão abordados temas como identificação de assédios online; compreensão sobre como a legislação brasileira e internacional interpreta o tema; o conceito de privacidade; quais são e como operam os principais grupos de assédio; como blindar suas redes sociais e proteger sua família; conceito de segurança digital; diferenças entre ambiente de trabalho e pessoal; e como se proteger de ataques e documentá-los, e quando é preciso levá-los a autoridades para fazer a denúncia.
O evento será transmitido via plataforma Sympla Streaming. O preço da inscrição é de R$ 60. Mais informações aqui.
O Centro Knight disponibilizou em suas plataformas o curso online e gratuito Estratégias de Produto para Jornalismo: Como alinhar editorial, público, negócios e tecnologia, que ensina ferramentas e conceitos para criar e manter produtos de informação sustentáveis.
O curso, autodirigido e disponível em português, inglês e espanhol, aborda temas como mentalidade de produto, identificação de público-alvo, elaboração de produto final, entre outros. Na versão em português, a instrutora é Paty Gomes, que se junta a outros dez palestrantes convidados de diferentes regiões do mundo.
As aulas incluem um plano de estudos, videoaulas, videoentrevistas com palestrantes convidados, transcrições de cada vídeo e leituras. Lançado originalmente em 23 de agosto, o curso atraiu perto de 7 mil pessoas de 148 países. Acesse as aulas aqui.
A redação da TV Globo na Praça Marechal Deodoro era uma universidade de desafios diários do jornalismo. Ali se costurava o novo figurino da televisão brasileira. Não sei ao certo, devo ter sido o primeiro chefe de Reportagem da madrugada, duradouro, do BDSP, que começou em 1977. Acho que eu e João Montenegro fomos os dois que, por mais tempo, aturaram aquelas longas e gigantescas jornadas noite a dentro, até que fui promovido.
Este compêndio de reconhecimento do repórter e apresentador Britto Jr., um dos melhores repórteres com quem trabalhei, define e mostra a grandeza do começo do padrão de qualidade da Globo. Os cinegrafistas, ou repórteres cinematográficos, para mim, que lidava diariamente com cada um deles, eram os grandes formuladores de enquadramentos, de quadros perfeitos, que continham não somente a beleza da ação, mas, o principal, o recado que o telespectador precisava receber. Sem esses cinegrafistas, ousados, corajosos, alguns loucos, a TV brasileira não existiria, ou, na melhor das hipóteses, seria um emaranhado de bobagens desfocadas. Eu sei que eles não ficavam parados, babando, na frente de um Dali, Aldemir Martins, Tarsila, Calasans, Van Gogh, contudo, produziam uma arte que faz transformações sociais também, em nome da vida, da dignidade e da verdade. Diz Britto:
“Se hoje estou aqui diante do celular no tripé sobre uma pilha de livros, gravando para o YouTube, é porque passei 40 anos aprendendo com grandes repórteres cinematográficos. Trabalhei com mais de 50 e cada um tem seu estilo. Assim, me tornei eclético.
Hugo Sá Peixoto, parceiro de Caco Barcellos, me ensinou a valorizar os entrevistados; Marco Antônio Gonçalves, a ter paciência na busca pelo melhor ângulo; já Valdir Ferreira me mostrou que o fato pode estar nos lugares mais inusitados; Américo Figueiroa, com seu monopé, valoriza o enquadramento perfeito; Davi de Almeida gostava do improviso e Edson Soh é um bailarino com a câmera no ombro.
Há os que, ao contrário, passam dias com a câmera no tripé na captura de uma imagem exclusiva, como Amaury Trolize, parceiro de Isabela Assumpção. E os sensitivos, como Renato Rodrigues, que fez dupla antológica com Carlos Dornelles.
Sempre dei importância para a forma, roteirizar passagens e gravá-las em partes ou em plano sequência. Nem todos têm disposição para estripulias, outros até acrescentam molho com lentes especiais e luzes macias.
Voltando aos primórdios, Dino de Britto gostava do meu jeito e me incentivou a quebrar a rigidez dos manuais e criar linguagem própria. No interior de São Paulo, meu parceiro foi Dimer Ramos, que conseguia tirar leite de pedra. Naqueles tempos, não havia recursos digitais e a criatividade era tudo. Levamos três dias para gravar uma passagem sobre atropelamentos em São Paulo. Era preciso aproveitar o farol fechado e a faixa de pedestres, a câmera subjetiva ‘caia’ do ombro de Marcão e eu surgia ao lado da roda, falando. Que bom que o chefe Coelho esticou o prazo e a matéria ganhou destaque no JN.
Em outra pauta especial, com Renato, a câmera saia da brasa de um cigarro entre meus dedos e percorria a sala até o lado de fora da casa, entrando num carro. Ele andando de costas com a câmera firme. A cena levou cinco horas e ficou um minuto no ar. Mas valeu a pena.
Hoje, quando faço vídeos solitariamente, em meu home-estúdio, penso no quanto esses profissionais contribuíram efetivamente para eu me tornar o que sou: um Cronista Eletrônico independente, que sabe muito porque aprendeu com quem sabia.”
Fernando Coelho
O texto desta semana é de Fernando Coelho, ex-TVs Globo e Cultura, entre outras, que hoje se dedica à literatura. Ele pega carona em publicação de Britto Jr. no YouTube para homenagear os repórteres cinematográficos.
Morreu nesta quinta-feira (11/11) Cristiana Lôbo, da GloboNews, aos 64 anos, em decorrência de um mieloma múltiplo, um tipo de câncer que ataca células da medula óssea. Ela tratava a doença há alguns anos, mas recentemente o quadro foi agravado por uma pneumonia. No último final de semana, foi internada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Jornalista há 30 anos, dedicando-se especialmente à cobertura de política, era comentarista da GloboNews e colunista do g1. Estava afastada da televisão desde o ano passado, em licença médica.
Cristiana começou a carreira cobrindo política em Goiás, até se mudar para Brasília. No jornal O Globo, foi setorista do Ministério da Saúde, na época da criação da carteira de vacinação. Acompanhou também decisões do Ministério da Educação, e assinou a coluna Panorama Político.
Após 13 anos no jornal, foi para o Estadão, onde assumiu a coluna de política.
Em março de 1997, estreou na televisão pela GloboNews. Passou a integrar o time de comentaristas do Jornal das Dez, e participou de diversos telejornais da emissora. Comandou também o programa Fatos e Versões e a coluna Bastidores da Política, no g1.
Miriam Leitão emocionou-se ao falar sobre a colega: “Sempre foi boa entrevistando, levantando bastidores. Como colega, mostrou uma força. Nosso sentimento é muito forte até para falar. Queria passar aos familiares da Cris, nosso abraço e nosso carinho enorme. Foi uma grande jornalista e uma grande colega”.
A agência Fiquem Sabendo lançará em 18 de novembro, dia em que a Lei de Acesso à Informação (LAI) completa dez anos, o portal WikiLAI, site educativo que tem o objetivo de ensinar como acessar, interpretar e utilizar informações públicas no País. A ideia é facilitar o trabalho da imprensa, de pesquisadores e de qualquer um que tenha interesse na LAI.
O projeto será apresentado em live também no dia 18, a partir das 10 horas. Participarão Fernando Rodrigues, fundador e diretor do Poder 360, e Samira Bueno, diretora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A mediação será de Maria Vitória Ramos, diretora e cofundadora da Fiquem Sabendo.
“Em um momento em que a LAI sofre duros retrocessos, o WikiLAI vem para impulsionar o conhecimento, o uso e a defesa do nosso direito constitucional de acessar informações públicas”, disse Maria Vitória.
O WikiLAI é financiado pelo edital anual da Seção Imprensa, Educação e Cultura do Consulado-Geral dos EUA em São Paulo. O site terá também uma seção especial sobre a lei de acesso à informação americana, o Freedom of Information Act (FOIA), que trará sua história, exemplos de uso e outras curiosidades.
A live de lançamento será pela plataforma Zoom, com tradução simultânea. O evento também será transmitido pelo canal da Fiquem Sabendo no YouTube, mas com áudio original. As inscrições são gratuitas.
O evento de premiação da edição 2021 do Prêmio +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças terá no comando os também jornalistas Fátima Turci e Joaquim Maria Botelho. A cerimônia será realizada em 30/11, entre 11h e 13h30, no Hotel Renaissance, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo canal do Portal dos Jornalistas no YouTube.
Fátima Turci
Fátima, que esteve entre os premiados nas primeiras edições e que apresentou as últimas, atuou por vários anos na grande imprensa, em veículos como Estadão, JB e Agência Estado; e na comunicação corporativa, primeiro como executiva e, na sequência, como empresária, sócia que foi da CDI por mais de cinco anos. Em seu regresso ao jornalismo, liderou por quase duas décadas, entre 2000 e 2019, o Economia e Negócios, na Record News.
Joaquim, também escritor, que lecionou por mais de uma década na Universidade Taubaté e por um ano na Uniban, tem 40 anos de atividade, tendo nesse período liderado equipes em revista Manchete, TV Globo Vale do Paraíba (atual Vanguarda), TV Bandeirantes e Jornal ValeParaibano. Passou também pela comunicação corporativa, nas áreas pública e privada, e foi presidente da União Brasileira de Escritores (UBE) entre 2010 e 2015.
Joaquim Maria Botelho
Esse será o primeiro evento híbrido da série +Admirados, decisão que está permitindo aos premiados participarem presencialmente da premiação, em almoço no Hotel Renaissance, ali recebendo ao vivo os certificados e troféus, ou virtualmente, com eventuais entradas ao vivo, sendo que, nestes casos, os certificados e troféus serão encaminhados por delivery, nos respectivos endereços.
Em sua sexta edição, Os +Admirados da Imprensa de Economia, Negócios e Finanças2021 homenageará os TOP 50 Brasil e, pela primeira vez, os TOP 3 das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Além disso, distinguirá os veículos TOP 3 nas categorias Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de TV, Programa de Rádio, Site/Blog, Jornal e Revista. Patrocinam o certame as organizações BTG Pactual, Captalys, Deloitte, Gerdau e Telefônica | Vivo e o apoiam Ibri – Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, I’Max e LATAM.
O Conselho Universitário da Universidade Federal do Amapá (Unifap) decidiu conceder o título de DoutorHonoris Causa ao jornalista paraense Lúcio Flávio Pinto, um dos mais prestigiados do Brasil, atualmente colaborador da agência Amazônia Real. A proposta da honraria foi submetida ao Consun em 23 de setembro de 2019, não por acaso exatamente o dia em que ele completava 70 anos.
Os dois anos de tramitação do processo demonstram o quanto o pedido foi avaliado antes da deliberação. A concessão preencheu os mais exigentes critérios de qualificação dos conselheiros. A deliberação/resolução entrou em vigor na data de sua assinatura, 1º de novembro de 2021.
A honraria é um reconhecimento do meio acadêmico ao também sociólogo e pesquisador que há décadas dá voz aos povos tradicionais, seja denunciando crimes ambientais, seja por seus estudos e pelo profundo conhecimento da Região Amazônica. Com vasta experiência no chamado jornalismo tradicional, Lúcio Flávio sempre demonstrou apreço pelo jornalismo alternativo e ao longo da sua carreira contribuiu com publicações como os jornais Opinião, Movimento, Bandeira 3 e Informe Amazônico. O mais simbólico foi o Jornal Pessoal, que ele publicou quinzenalmente, em Belém, de 1987 até janeiro de 2019.