A revista Funkamateur, de Berlim, publica na sua edição de março (já disponível para assinantes) artigo do radioamador Markus Schäfer sobre o padre-cientista brasileiro Roberto Landell de Moura. Intitulado Pioneiro do rádio e padre: Roberto Landell de Moura, o artigo destaca que o final do Século XIX foi marcado por uma série de pioneiros do rádio que, com engenhosidade e persistência, desenvolveram a comunicação sem fio. Entre eles, o padre Landell.
Em três páginas, conta a saga do brasileiro, com suas glórias e desventuras. Uma das principais fontes do artigo é o livro Pater und Wisenschaftler, do jornalista Hamilton Almeida, biógrafo do padre-cientista, publicado na Alemanha em 2004 pela editora Debras Verlag.
A revista, mensal, circula entre radioamadores da Alemanha, Áustria e Suíça, com tiragem superior a 30 mil exemplares.
Alexandre Campello, editor na TV Assembleia de MG, e sua família sobreviveram à queda do paredão no reservatório de Furnas, em Capitólio, no dia 8 de janeiro, que matou dez pessoas. Ainda se recuperando do trauma – e a esposa, de uma cirurgia por causa do acidente −, ele conversou sobre o ocorrido com Admilson Resende, correspondente de J&Cia em Minas.
Jornalistas&Cia − Você estava de férias em Capitólio?
Alexandre Campello − Eu estava em Capitólio com minha família (esposa e dois filhos) e familiares da minha esposa (uma cunhada, o marido e dois sobrinhos; outra cunhada com o filho) e dois casais de amigos, um deles com dois filhos. Foi uma viagem de férias planejada desde agosto de 2021. Queríamos conhecer as Escarpas do Lago e fazer o passeio pelos cânions do chamado Mar de Minas. Estávamos animados e felizes, desfrutando das férias. Nunca poderíamos imaginar que qualquer coisa de ruim pudesse acontecer. Isso nunca passou pelas nossas cabeças, mesmo com o clima adverso, de muita chuva durante os sete dias que passamos lá.
Alexandre com a família
J&Cia − Quem estava com você? Estava numa embarcação só para vocês ou havia outras pessoas? A embarcação forneceu colete salva-vidas?
Alexandre − No passeio de lancha, no sábado, dia 8 de janeiro de 2022, estávamos todos numa embarcação alugada apenas para levar a nossa família. Éramos 15 na lancha: eu, minha esposa e dois filhos (9 e 11 anos); minha cunhada e o marido, mais dois filhos (9 e 14 anos); minha outra cunhada e meu sobrinho (14 anos); um casal de amigos, com os dois filhos (9 e 11 anos); e o piloto da lancha. Ao chegarmos na embarcação, fomos informados de que o uso do colete salva-vidas era obrigatório apenas para as crianças e idosos. Colocamos os coletes nas crianças e nós, adultos, seguimos sem colete, o que, passada a tragédia, avaliamos como um erro nosso, do ponto de vista da segurança.
J&Cia − Descreva como foi, quando viu o que aconteceu. E depois do fato, o que fez?
Alexandre − Embarcamos no pier, em Capitólio, todos animados com o passeio, há muito esperado. Não estava chovendo na hora do passeio. No trajeto até os cânions, que dura cerca de 40 minutos, choveu um pouco, mas logo passou e o tempo continuou nublado. No caminho, passamos pelo bar Lagoa Azul, um bar flutuante, primeira parada do passeio. Como o local estava cheio de embarcações e com muita gente sem máscara, resolvemos não parar e seguir viagem para os cânions (talvez se tivéssemos parado lá uns 15 minutos teríamos escapado da tragédia, mas não há como saber o futuro). Chegando no cânion, como as demais lanchas que estavam no local, nos aproximamos da formação rochosa e da queda d’água, que são realmente de uma beleza natural que impressiona. Próximo ao paredão de pedra, observamos que algumas pedrinhas estavam caindo. Achamos que aquilo fosse normal, até mesmo o piloto da lancha não se incomodou. Mas como pedrinhas caíram mais duas vezes, já nos olhamos com um pouco de apreensão. Foi quando uma amiga nossa que estava na lancha pediu para que fossemos embora. Prontamente, o piloto da lancha iniciou as manobras para sair do local. Quando a lancha está de frente para sair do cânion, o paredão de pedra despencou. O impacto da pedra na água gerou uma onda gigante que atingiu nossa lancha, que em poucos minutos afundou. Felizmente, as crianças estavam de coletes salva-vidas e todos os adultos sabiam nadar e não perderam a consciência mesmo com o impacto da onda sobre a lancha. Nessa hora, pensei que fôssemos todos morrer. Todos empurrados para o fundo do lago. Mas, felizmente, conseguimos voltar à superfície e socorrer as crianças e nós todos. Hoje penso que foi um milagre de Deus, um livramento. Fomos para a margem do lago e ficamos aguardando ajuda. As lanchas que não foram atingidas pela tragédia voltaram para nos socorrer. Divididos em várias lanchas, fomos todos levados de volta ao bar Lagoa Azul, onde ficamos aguardando o socorro da Marinha, que, segundo os pilotos de lanchas, já havia sido avisada pelo rádio. Infelizmente, o socorro da Marinha não chegou. Como havia crianças com fraturas e cortes, resolvemos colocar os feridos numa lancha e voltar para o pier em Capitólio. Felizmente, quando chegamos em terra, as ambulâncias do SAMU já estavam chegando e fomos colocados nelas e distribuídos para as Santas Casas das cidades próximas.
J&Cia – Você ficou traumatizado com o episódio? E a sua família?
Alexandre − Não há como escapar de um certo trauma diante de um acidente tão grave, uma tragédia sem precedentes, que, além de nos atingir, levou à morte de dez pessoas. Foram momentos de sofrimento, insegurança e dor, que ficam marcados na nossa lembrança, principalmente dos meninos, que nos primeiros dias dormiam mal e tinham pesadelos. O mais importante é que estamos vivos e, com a benção de Deus, buscando ajuda para os danos físicos e psicológicos. O que é absolutamente normal nessas situações-limite, em que ficamos entre a vida e a morte. Para isso, buscamos apoio psicológico para nós – eu e minha esposa – e também para nossos filhos”.
J&Cia − Como tem sido a recuperação?
Alexandre − Tem sido boa. Com resiliência e perseverança, estamos melhorando dia a dia. Minha esposa teve um esmagamento no pulso direito e teve que passar por uma cirurgia, colocou uma placa e sete parafusos. Agora, já retirou o gesso e está fazendo fisioterapia. Meu menino mais novo, Henrique (de 9 anos), quebrou o braço direito, quase uma fratura exposta, ainda está com o gesso, mas deve retirá-lo já nesta semana. Eu e o mais velho, Matheus, tivemos apenas escoriações. Mas, como já disse, estamos todos bem, graças à mão de Deus. Com fé, gratidão e perseverança vamos superar esses momentos, essas lembranças, e buscar voltar à nossa rotina de família.
J&Cia − Como vocês estão hoje?
Alexandre − Como jornalista, acredito que o que aconteceu foi uma fatalidade. Tenho dúvidas se essa tragédia poderia ser evitada ou mesmo prevista. O que julgo importante é que o que aconteceu sirva de alerta para que as autoridades tomem medidas que possam aprimorar a segurança nos passeios de lancha nas Escarpas do Lago. Nos depoimentos à Polícia Civil e à Marinha, elenquei algumas sugestões, como delimitar a distância que as embarcações devem manter até as quedas d’água e paredões de pedra. Não vejo necessidade de chegar tão perto. Defendo também uma presença mais significativa da Marinha no lago, com uma embarcação potente, que permita a fiscalização dos passeios e também o socorro em caso de qualquer eventualidade. E, ainda, o uso obrigatório de colete salva-vidas para todos que embarcarem nas lanchas. São apenas sugestões. Na verdade, caberá a Polícia Civil, prefeituras, Marinha e Ministério Público, a partir dos resultados das investigações, buscarem as medidas que se fazem necessárias para dar maior segurança aos turistas.
J&Cia – Você se sentiu “a própria notícia”? Como lidou com isso?
Alexandre − O fato de virar notícia, numa situação tão delicada, de tanto sofrimento e dor, realmente não me deixou confortável. Sem dúvida, preferiria estar do outro lado, apenas cobrindo os fatos, como muitos dos colegas que vi no dia da tragédia e nos dias que se seguiram ao fato, em entrevistas agendadas para vários veículos de comunicação do Brasil e do exterior. Mas, como jornalista, tinha a obrigação de atender aos colegas e mostrar que estávamos todos bem àqueles que se preocuparam com nossa família.
J&Cia − Pretende tomar alguma atitude e/ou ação em relação ao ocorrido?
Alexandre − Não pretendemos acionar a Justiça. Como falei, julgamos que o que aconteceu foi uma fatalidade. Ao contrário disso, nossa preocupação foi ajudar ao dono da lancha, que perdeu seu único meio de sustento. Ao nos depararmos com essa situação, todos da casa concordaram em fazer alguma coisa para ajudar o Guilherme. Criamos então uma vaquinha virtual, em que as pessoas podem fazer doações, para que o dono da lancha possa reformá-la ou comprar uma nova, que custa em torno de R$ 400.000,00. Alguns dias após a tragédia, o Guilherme dispôs-se a devolver o dinheiro do passeio, que não aconteceu, mas de pronto recusamos e falamos que o dinheiro iria ajudá-lo até ter condições de voltar a trabalhar. A ideia é ajudá-lo, da mesma forma como fomos ajudados por todas as pessoas que nos atenderam nas Santas Casas de Capitólio, Passos e Piumhi. A solidariedade das pessoas, nos hospitais e fora deles, foi muito grande. Antes mesmo de chegarmos em terra, depois do acidente, várias pessoas, inclusive enfermeiras que também estavam fazendo o passeio, deram os primeiros socorros à nossa família, permitindo que pudéssemos esperar até chegar aos hospitais. O link para as doações é http://vaka.me/2631066. Até agora (18/2), já arrecadamos mais de R$ 21.000.
O deputado estadual de Roraima Jalser Renier (Solidariedade), acusado de ser o mandante do sequestro do jornalista Romano dos Anjos, em outubro de 2020, perdeu o mandato nesta segunda-feira (28/2) por quebra de decoro. A cassação foi aprovada em sessão marcada por confusões e xingamentos, na Assembleia Legislativa de Roraima, por 18 dos 24 colegas de parlamento.
Sem mandato, o político pode responder a processos na Justiça comum. No caso do sequestro de Romano dos Anjos, Renier foi denunciado pelo Ministério Público por oito crimes em outubro de 2021, mas a ação ainda não foi aceita pelo judiciário.
Romano dos Anjos foi sequestrado em outubro de 2020 por homens armados e encapuzados em sua casa, enquanto jantava com a esposa. O apresentador da TV Imperial, afiliada da Record em Roraima, ficou 12 horas desaparecido, e foi encontrado no dia seguinte, na zona rural da cidade, com hematomas e fraturas pelo corpo.
Segundo investigações, o crime foi executado por policiais militares que tinham ligação direta com Renier. Os envolvidos foram presos durante a Operação Pulitzer, realizada em 17 de setembro do ano passado. O político chegou a ser preso em seu gabinete, em Boa Vista, na segunda fase da operação. Após ficar detido por cinco dias, o parlamentar foi liberado depois de conseguir um habeas corpus.
Segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Renier tentou interferir nas investigações em novembro de 2020. O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima, Soldado Sampaio, depôs ao Ministério Público do estado, em setembro de 2021, sobre uma ameaça que o deputado teria feito ao governador Antonio Denarium (PSL).
O policial militar Sandro da Silva Rego, acusado de racismo por um garçom do Rio de Janeiro, perdeu um processo contra o jornal O Globo e o SBT Rio, no qual pedia a censura de reportagens que mostravam seu rosto. As matérias em questão mostravam imagens do PM gravadas pelo celular do atendente de quiosque Patrick Gonçalves, durante suposta abordagem arbitrária.
Segundo informações do Notícias da TV, Rego fez um pedido de tutela de urgência para retirar as reportagens do ar, mas para o juiz José Maurício Helayel Ismael, obrigar os veículos a cumprirem a medida “seria classificado como censura à liberdade de imprensa”.
A decisão destaca que “não se identifica, ao menos em sede de cognição sumária, conduta dos réus que extrapolam o exercício regular do direito de informar nos vídeos mencionados. Ao contrário, a princípio, os meios de comunicação apenas reproduziram a versão narrada pelos envolvidos (o suposto autor do fato e algumas testemunhas), sem fazer juízo de valor a respeito do ocorrido”.
No começo de fevereiro, Patrick Gonçalves atendia a clientes em um quiosque na praia de Ipanema quando foi abordado pelo PM Sandro da Silva Rego, que alegou que o atendente, negro, tinha as mesmas características de um assaltante descrito por uma vítima que havia sido assaltada minutos antes. Gonçalves sacou o celular e filmou a abordagem e o rosto do policial.
O SBT Rio reproduziu o vídeo gravado pelo atendente em reportagem produzida por Caio Álex, veiculada no SBT Notícias. Além disso, o apresentador Darlisson Dutra entrevistou Gonçalves ao vivo sobre o ocorrido. Já O Globo veiculou a gravação e produziu duas matérias sobre o assunto.
Após o cancelamento do clássico entre Grêmio e Internacional, devido ao apedrejamento do ônibus do time gremista por torcedores do colorado, Alessandro Barcellos, presidente do Internacional, lamentou a violência, mas disse que a imprensa também deveria ser responsabilizada, pois “passa o tempo todo provocando muitas vezes iras internas dentro dos clubes, dos seus torcedores com os jogadores, e depois lamenta os episódios”.
Jornalistas esportivos manifestaram-se contra a declaração de Barcellos. Nando Gross, da Rádio ABC FM, escreveu no Twitter que, “depois de uma hora e meia do episódio, o presidente do Inter, Alessandro Barcellos, se manifestou publicamente lamentando o fato, mas com ressalvas ao ‘desiquilíbrio técnico’ (?) do campeonato. Além, é claro, de culpar a imprensa por tudo de ruim que vem acontecendo no Inter”. Já Eduardo Matos, da Rádio Gaúcha, disse que o presidente do Internacional “tinha que ter dado os nomes de quem faz isso na imprensa”.
Algumas horas após a declaração, Barcellos publicou texto de retratação no Twitter: “Erramos sempre quando generalizamos, errei em generalizar sobre a imprensa. Temos todos, sim, responsabilidades naquilo que falamos e agimos. Não é momento de construir narrativas, e sim de construir solidariedade, apoio às vítimas, punição e paz”.
Em nota, a Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos (Aceg) repudiou a declaração do presidente do Internacional: “É injustificável que aponte culpa para a mídia profissional, ainda mais quando, na mesma manifestação, isenta o próprio clube do episódio. Os cronistas esportivos informam e repercutem os fatos que acontecem nos clubes, independentemente dos interesses e conveniências de qualquer dirigente”.
A Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul (Arfoc-RS) também lamentou o ocorrido, destacando que “a transferência de responsabilidade em uma situação extrema como a de uma agressão, além de não promover o diálogo para o enfrentamento ao problema, multiplica a violência contra profissionais de imprensa”.
Torcedores intimidam equipe do SBT-RS
Após o cancelamento do Grenal, o repórter Matheus Schenk e o cinegrafista Cristiano Junkheer, do SBT-RS, foram impedidos de fazer uma entrada ao vivo por torcedores do Internacional. Durante mais de dez minutos, os jornalistas sofreram ameaças e foram agredidos com um cone.
A Arfoc-RS repudiou o ocorrido, e pediu que os clubes de futebol recobrem a consciência da importância de uma relação harmônica com a imprensa: “Não podemos permitir que profissionais se sintam intimidados e precisamos frear o crescimento das reações violentas ao trabalho da mídia”.
Priscilla Cortezze será a primeira brasileira a comandar a Comunicação Corporativa global do Grupo Volkswagen
A Volkswagen anunciou na última quinta-feira (24/2) a promoção de Priscilla Cortezze, sua atual diretora de Assuntos Corporativos, Relações com a Imprensa e Sustentabilidade, ao cargo de head global de Comunicação Corporativa do Grupo Volkswagen. Com a decisão, ela seguirá para a sede global do Grupo, em Wolfsburg, na Alemanha, onde aconselhará diretamente os membros do Conselho em todas as atividades de comunicação estratégica e desenvolverá mensagens para a mídia internacional.
Segundo o comunicado da empresa, Priscilla assumirá o novo posto em maio, quando se tornará primeira profissional brasileira a desempenhar um papel de liderança global na Comunicação da companhia.
“Estou muito feliz que, com a chegada da Priscilla, ganhamos uma profissional de alto nível vinda de nossa própria equipe para assumir a Comunicação Corporativa do Grupo”, explica Nicole Mommsen, Head de Comunicação Global do Grupo Volkswagen, a quem ela se reportará. “Priscilla apoiou a virada de nossos negócios no Brasil com uma abordagem de comunicação moderna e orientada à tecnologia e está apta a desempenhar um papel de liderança no processo de mudança de nossa comunicação do Grupo. Com nossa equipe de liderança diversa, ajudaremos a impulsionar a transformação do Grupo VW em direção ao New Auto, com novos formatos e conteúdos diferentes“.
Contratada em 2018, na época em substituição a André Senador, Priscilla vinha de passagens de destaque por Citi e Microsoft. Como diretora sênior de contas na FSB, foi responsável, entre outras, pelas contas de O Boticário, Tetra Pak, Bosch e Continental Airlines. Mas o começo de sua carreira foi justamente no setor automotivo, onde chegou a ocupar o posto de editora-chefe da Carro Hoje, antiga publicação da Motorpress.
Segunda mulher na história a liderar a Comunicação da Volkswagen no Brasil – a primeira foi Junia Nogueira de Sá, de 2002 a 2008 –, Priscilla teve papel preponderante na estratégia global para acelerar a transformação digital da marca como provedora de mobilidade baseada em softwares. Como resultado de seu trabalho, em setembro do ano passado passou a comandar a recém-criada Diretoria de Sustentabilidade, integrando a nova área à Diretoria de Assuntos Corporativos e Relações com a Imprensa.
“Priscilla fez um trabalho excepcional de transformação da imagem da Volkswagen na região da América do Sul, tornando a marca mais digital e humana, apoiando o lançamento da maior ofensiva de novos produtos em nossa história”, conclui Pablo Di Si, chairman executivo da Volkswagen na América Latina.
A sucessão de Priscilla Cortezze, que ainda não se pronunciou sobre seus novos desafios, será anunciada posteriormente.
A Mega Brasil prorrogou até sexta-feira (4 de março) o prazo final de preenchimento da Pesquisa com Agências de Comunicação, que serve de base para a realização do Ranking das Agências de Comunicação e a formulação dos indicadores setoriais. “Embora já tenhamos registrado a participação de quase 150 agências, nossa meta é chegar pelo menos a 200 respondentes”, diz Maurício Bandeira, diretor do Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas e coordenador da pesquisa. Segundo os organizadores, várias agências estão em meio a muitas concorrências e uma intensa agenda de trabalho e com isso não conseguiram reunir todos os dados das 31 questões formuladas, entre elas duas inéditas que contribuirão para identificar o Perfil Racial das Agências de Comunicação, no Brasil.
A Pesquisa é aberta a todas as agências de comunicação em atividade no País, independentemente de porte, especialidade e regiões em que atuem. As respostas são confidenciais e serão apresentadas de forma consolidada. Há apenas uma exceção, os rankings por faturamento e colaboradores que identificarão todas as agências participantes, sendo que no caso do faturamento a resposta é opcional. Os participantes também terão direito a um exemplar impresso do Anuário da Comunicação Corporativa – 2022, que publicará a íntegra da pesquisa.
Para participar e preencher a pesquisa clique aqui.
Morreu nesta sexta-feira (25/2) o fotojornalista Francisco de Assis Sampaio, conhecido como Dida Sampaio, aos 52 anos, no Distrito Federal. O profissional de O Estado de S. Paulo teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 10 de fevereiro e estava internado em um hospital particular de Brasília, mas não resistiu. Deixa a mulher, Ana Sampaio, duas filhas, Raissa e Gabriela; um filho, Fellipe, e cinco netos.
Nascido no Ceará, Dida atuou como fotógrafo em Correio Brasiliense, Jornal de Brasília e em outros veículos de imprensa durante os governos de Fernando Collor (1990), Fernando Henrique (1995 e 1999), Luiz Inácio Lula da Silva (2003 e 2007), Dilma Rousseff (2011 e 2015), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019). Também participou de inúmeras exposições no Brasil e no exterior.
Em 2015, venceu o Esso de Jornalismo, na categoria Regional Sudeste, e o Esso de Fotografia, além do Vladimir Herzog e do Estadão de Jornalismo pela foto Lava Jato Planalto, que mostra a ex-presidente Dilma Rousseff pedalando nas proximidades de um lava-jato, em Brasília. Especializado na cobertura dos Três Poderes, o fotojornalista tem ao todo dois Essos e três Vladimir Herzog na carreira.
Dida recebeu diversas homenagens de colegas. Ao g1, Andreza Matais, diretora da sucursal de Brasília do Estadão, declarou que “morre um pouco da grande reportagem. Dida foi o mais importante repórter fotográfico brasileiro da sua geração. A perda para o jornalismo e para o País é imensurável”.
Wanderlei Pozzebom, diretor do Sindicato dos Jornalistas do DF, contou que ele e Dida trabalharam juntos no Jornal de Brasília, na década de 1980, onde Dida iniciou a carreira como laboratorista: “Dida era um profissional exemplar, dedicado e com muito compromisso com o jornalismo e com a família dele. Ele entendia de política de forma excepcional e prestava um serviço maravilhoso ao jornalismo e ao Brasil. As imagens do Dida entraram para a história”.
Outra marca registrada do fotojornalista era a humildade. Segundo colegas e amigos, Dida sempre ajudava repórteres e fotojornalistas iniciantes na cobertura do Congresso Nacional. Em uma postagem no Twitter, publicou: “O protagonismo tem que ser da foto e não do fotógrafo”.
A repórter Branca Andrade, do SBT Rio, foi impedida de fazer uma entrada ao vivo por homens não identificados durante greve de funcionários do sistema de ônibus BRT, no terminal Alvorada, no bairro Barra da Tijuca. Os indivíduos insistiam em permanecer em frente à câmera do SBT, impedindo que a repórter aparecesse na TV, além de interromper a fala da jornalista.
“Neste momento, nós estamos tendo nossa liberdade de expressão cerceada, aqui”, declarou Branca. “O senhor está atrapalhando meu trabalho! Não é assim que funciona. Eu estou tentando andar. O meu chefe me pediu para eu entrar ao vivo, eu estava andando”.
GRAVÍSSIMO:
A nossa repórter, Branca Andrade, teve o trabalho interrompido ao vivo por homens sem identificação no terminal Alvorada, na Barra da Tijuca.#sbtriopic.twitter.com/ZJQaJkVLZj
Os homens, que se apresentaram como seguranças do BRT, não usavam uniformes e, quando questionados de seus nomes, não revelaram suas identidades. Um deles chegou a pisar em um cabo do equipamento do SBT, afetando a comunicação de Branca com a apresentadora Isabele Benito.
O vídeo que mostra a intimidação viralizou nas redes sociais e causou indignação de internautas. No Twitter, o prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes classificou o ocorrido como absurdo: “Certamente nenhum desses sujeitos tem qualquer relação com a Prefeitura. Já determinei ao secretário de Ordem Pública a devida apuração para que eles possam responder por essa situação”.
Em nota, o SBT Rio repudiou o ocorrido, destacando que “o jornalismo presta um serviço essencial para a população e não deve sofrer nenhum tipo de censura”. A emissora pede também a imediata identificação dos envolvidos.
Seis capitais brasileiras tiveram nesta sexta-feira (25/2) protestos em favor da libertação do jornalista Julian Assange, fundador do Wikileaks, que tornou públicos documentos secretos sobre violações cometidas pelo governo dos Estados Unidos contra populações e governos, como brutalidade das operações militares em Afeganistão e Iraque. O ativista é perseguido pelos EUA há 12 anos.
As mobilizações ocorreram em São Paulo, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e em diversos outros países. Em paralelo às mobilizações, jornalistas, políticos e juristas realizarão em Nova York o Tribunal de Belmarsh, inspirado no Tribunal Russell-Sartre, de 1966, para cobrar a libertação de Assange. A mobilização internacional é articulada por Assembleia Internacional dos Povos (AIP) e Internacional Progressista.
Assange está sendo acusado de crimes de conspiração e espionagem pelo governo estadunidense, e poderia pegar até 175 anos de prisão. Em janeiro, a justiça britânica acatou uma ação movida pelo ativista, que poderá recorrer à Suprema Corte do Reino Unido contra sua extradição para os Estados Unidos.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Giovani del Prete, secretaria operativa da AIP, disse que a mobilização “é uma luta anti-imperialista, é uma luta fundamental no que diz respeito a revelações da verdade sobre os crimes de guerra. Imagina só se Assange estivesse revelando crimes de guerra da China, por exemplo? Ele estaria sendo tratado pelos EUA como um herói. Agora, como ele está revelando crimes de guerra dos EUA e seus aliados, tem essa perseguição política”.