O policial militar Sandro da Silva Rego, acusado de racismo por um garçom do Rio de Janeiro, perdeu um processo contra o jornal O Globo e o SBT Rio, no qual pedia a censura de reportagens que mostravam seu rosto. As matérias em questão mostravam imagens do PM gravadas pelo celular do atendente de quiosque Patrick Gonçalves, durante suposta abordagem arbitrária.

Segundo informações do Notícias da TV, Rego fez um pedido de tutela de urgência para retirar as reportagens do ar, mas para o juiz José Maurício Helayel Ismael, obrigar os veículos a cumprirem a medida “seria classificado como censura à liberdade de imprensa”.

A decisão destaca que “não se identifica, ao menos em sede de cognição sumária, conduta dos réus que extrapolam o exercício regular do direito de informar nos vídeos mencionados. Ao contrário, a princípio, os meios de comunicação apenas reproduziram a versão narrada pelos envolvidos (o suposto autor do fato e algumas testemunhas), sem fazer juízo de valor a respeito do ocorrido”.

No começo de fevereiro, Patrick Gonçalves atendia a clientes em um quiosque na praia de Ipanema quando foi abordado pelo PM Sandro da Silva Rego, que alegou que o atendente, negro, tinha as mesmas características de um assaltante descrito por uma vítima que havia sido assaltada minutos antes. Gonçalves sacou o celular e filmou a abordagem e o rosto do policial.

O SBT Rio reproduziu o vídeo gravado pelo atendente em reportagem produzida por Caio Álex, veiculada no SBT Notícias. Além disso, o apresentador Darlisson Dutra entrevistou Gonçalves ao vivo sobre o ocorrido. Já O Globo veiculou a gravação e produziu duas matérias sobre o assunto.

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