O técnico do Palmeiras Abel Ferreira tomou o celular da mão do produtor Pedro Spinelli, da Globo Minas, nesse domingo (28/5), após o empate do Palmeiras por 1 x 1 contra o Atlético Mineiro. O caso ocorreu na zona mista do estádio Mineirão, local onde ocorrem entrevistas pós-jogo.
Spinelli filmava uma discussão entre Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, e o quarto árbitro Ronei Cândido Alves. Nas gravações, é possível ver a discussão entre os dois, até que o técnico palmeirense se aproxima e oferece uma camisa do time paulista para o membro da arbitragem, que educadamente recusa.
Após perceber que estava sendo filmado, Abel se aproxima de Spinelli, toma o celular da mão do produtor, e a gravação é interrompida. Abel só devolve o aparelho ao perceber que estava sendo filmado pelo também jornalista Henrique André, da rádio Itatiaia. O técnico do Palmeiras discutiu com a imprensa, dizendo que “o futebol brasileiro está assim por vossa responsabilidade”. Ele então sai do local, acompanhado de um segurança do clube.
🫣O técnico Abel Ferreira se aproximou e tentou presentear o membro da equipe de arbitragem com uma camisa do Palmeiras. Educadamente, o árbitro recusou a oferta
Após isso o português tomou o celular da mão do repórter Pedro Spinelli, da TV Globo.
Mais tarde, na entrevista coletiva pós-jogo, Abel comentou o ocorrido, pediu desculpas e disse que não sabia se Spinelli era jornalista ou torcedor: “Fazer um esclarecimento, uma vez que todo mundo aqui gosta de transformar um copo d’água em uma tempestade. Passou-se aqui uma discussão, uma confusão ali no túnel, entre nosso diretor esportivo e um dos assistentes da arbitragem. E tinha ali, não sei se repórteres, a filmarem tudo. Eu peço desculpas se me excedi. São coisas do futebol, isso é muito nosso, mas infelizmente hoje todos têm câmeras. Peço desculpas se me excedi”.
O técnico do Palmeiras, no entanto, declarou também que “há coisas que a imprensa não tem que saber” e que sentiu sua privacidade invadida. Vale lembrar que a gravação foi feita na zona mista do Mineirão, onde são realizadas entrevistas após os jogos, sob autorização da própria CBF.
Em nota, a Associação de Cronistas Esportivos do Brasil (ACEB) repudiou a atitude de Abel Ferreira: “A gravação estava sendo feita na zona mista do Mineirão, após o jogo Atlético-MG 1 x 1 Palmeiras, em local destinado às entrevistas quando o treinador tomou o telefone celular das mãos do repórter. A ACEB repudia qualquer ato contra a liberdade de imprensa e se solidariza ao repórter Pedro Spinelli”.
Na manhã desta segunda-feira (29/5), Abel fez uma chamada de vídeo com Pedro Spinelli, e pediu desculpas ao jornalista.
A Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) vai analisar as imagens do ocorrido.
Homenageados do Troféu Audálio Dantas 2023: Bruno Paes Manso, Gregório Duvivier e Juliana Campo Mello (acima); Leonardo Sakamoto, Rene Silva e Valmir Salaro (abaixo).
Será realizada na próxima semana, em São Paulo, a cerimônia de premiação da quarta edição do Troféu Audálio Dantas – Indignação, Coragem, Esperança. Criada em 2020, a distinção reconhece o trabalho de comunicadores pelos seus trabalhos contra injustiças sociais. Neste ano serão seis homenageados: Bruno Paes Manso, Gregório Duvivier, Juliana Dal Piva, Leonardo Sakamoto, Rene Silva e Valmir Salaro.
A cerimônia, que também celebrará o Dia do Jornalista (7/4) e o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa (7/6), será em 6/6 (terça-feira), a partir das 19h, no Auditório Prestes Maia/Plenarinho da Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100). Os homenageados receberão uma escultura produzida pelo designerRoger Matua a partir de um desenho da cartunista Laerte.
O prêmio tem curadoria de família Kunc Dantas e Oboré e conta com o apoio de Agência Sindical, Associação Brasileira de Imprensa, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Associação Paulista de Jornalistas Veteranos, Associação Profissão Jornalista, Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Canal da Praça, Centro Acadêmico Vladimir Herzog / Cásper Líbero, Centro Acadêmico Benevides Paixão / PUC-SP, Coletivo Amigos de Paúba, Coletivo Café Sem Pauta, Federação dos Professores do Estado de São Paulo, Gabinete Vereador Eliseu Gabriel, Instituto do Memorial de Artes Gráficas do Brasil, Instituto Elifas Andreato, Instituto Premier, Instituto Vladimir Herzog, Projeto Repórter do Futuro, Ricardo Viveiros & Associados e Sindicato dos Professores de SP.
História
A primeira e única edição do prêmio jornalístico Indignação, Coragem, Esperança, criado por iniciativa de Agência Sindical, Barão de Itararé e Oboré, foi entregue ao próprio Audálio em 8 de julho de 2017, dia do seu aniversário de 88 anos.
Depois do falecimento dele, o troféu foi rebatizado, ganhou novas adesões de entidades de jornalistas, defesa da democracia e se tornou um prêmio unitário com o propósito de lembrar a importância do Audálio em momentos cruciais da história recente do Brasil e iluminar a trajetória de jornalistas que lutam pela democracia e contra as injustiças.
A primeira homenageada pelo novo formato, em 2020, foi a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. Em 2021 o prêmio foi entregue a Mara Régia Di Perna, Luis Nassif e Jamil Chade, e em 2022 para Julian Assange, Eliane Brum e aos jornalistas do Consórcio de Veículos de Imprensa pela cobertura da pandemia.
Perfil dos homenageados
Homenageados do Troféu Audálio Dantas 2023: Bruno Paes Manso (em cima, esq.), Gregório Duvivier e Juliana Dal Piva; embaixo, Leonardo Sakamoto, Rene Silva e Valmir Salaro.
Bruno Paes Manso – Como escritor, notabilizou-se pelo livro-reportagem A guerra: a ascensão do PCC e o mundo do crime no Brasil, que explora a fisionomia do crime no Brasil através de relatos de integrantes do grupo, feito em coautoria com Camila Nunes Dias. Em A república das milícias: Dos esquadrões da morte à era Bolsonaro, Paes Manso evidencia a proximidade do bolsonarismo ao sistema de milícias cariocas, que ocorre através do discurso de ódio e a fragilização do controle às armas e das instituições. É formado em economia, além de ser jornalista, mestre e doutor em ciência política. Atualmente, é um dos pesquisadores do NEV (Núcleo de Estudos da Violência) da USP. Como repórter, especializou-se na cobertura jornalística de temas ligados à segurança pública, no jornal O Estado de S. Paulo.
Gregório Duvivier – Nasceu no Rio de Janeiro (37 anos) e é apresentador do programa humorístico Greg News (HBO), produzido pelo coletivo Porta dos Fundos, do qual foi um dos fundadores em 2012 e que traduz temas considerados polêmicos sem censura. O semanal Greg News discute pautas de interesse público e em defesa da liberdade e da democracia através do humor e do rigor jornalístico. Duvivier é ator, escritor, poeta, comediante, roteirista, ativista, empresário e Youtuber. Iniciou a carreira artística na escola de teatro Tablado. Graduou-se em Letras pela PUC do Rio. Ainda aos 17 anos, passou a fazer parte, ao lado de colegas como Marcelo Adnet, Fernando Caruso e Rafael Queiroga. É autor dos livros “A partir de amanhã eu juro que a vida vai ser agora”, “Ligue os pontos – Poemas de amor e Big Bang” e “Put Some Farofa”. Como ator ou roteirista, teve participação em dezenas de programas de televisão, séries e longa metragens de grande sucesso.
Juliana Dal Piva – Jornalista vítima de assédio de Frederick Wassef, advogado do ex-presidente da República e a autora do livro O Negócio do Jair: A história proibida do clã Bolsonaro. O trabalho investiga as origens do patrimônio e as histórias ocultas da família do ex-presidente. Juliana também apresentou o podcast A Vida Secreta de Jair, do UOL Investiga, série de reportagens sobre os temas do livro, com sua apuração. Nasceu em Santa Catarina (37 anos) e é jornalista com mestrado pelo CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil), da Escola de Ciências Sociais da FGV-SP (Fundação Getúlio Vargas – São Paulo). Foi repórter do Portal Terra, da revista Istoé e dos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Dia. Foi vencedora de prêmios como Líbero Badaró e Embratel, além de ter recebido menção honrosa do Prêmio Vladimir Herzog, por suas reportagens acerca de temas dos direitos humanos.
Leonardo Sakamoto – Natural de São Paulo (46 anos), fundou a ONG Repórter Brasil para investigar violações dos direitos humanos em 2001. As reportagens da organização levaram grandes empresas e governos a mudarem suas políticas a fim de combater a escravidão contemporânea. Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política pela USP e foi pesquisador visitante do Departamento de Política da New School, em Nova York. É professor de Jornalismo na PUC-SP. Na ONU, foi conselheiro do fundo global contra a escravidão (2014-2020), em Genebra. Como repórter, cobriu conflitos em Timor Leste, Angola e Paquistão. Ganhador do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, do Prêmio Gabo de Jornalismo e do Freedom Awards, entre outros, escreveu livros como Escravidão Contemporânea (2020) e O que aprendi sendo xingado na internet (2016).
Rene Silva – Nascido no Morro do Adeus (28 anos), que pertence ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, é o Fundador, com apenas 11 anos de idade, do jornal Voz das Comunidades, veículo que hoje conta com 35 profissionais e noticia os fatos e histórias não contados pela grande mídia sobre a vida na periferia. É referência no Brasil e no exterior. A atuação de destaque nas comunidades locais fez de Rene Silva uma personalidade de projeção internacional. Rene foi palestrante em Harvard (2013), recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia, foi apontado como uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo na lista da Forbes Under 30 (que faz o ranking dos influenciadores com menos de 30 anos), e hoje trabalha como captador de recursos para ONGs do setor para incentivar projetos jornalísticos nas escolas. Em 2012, tornou-se uma das personalidades brasileiras escolhidas para carregar a pira olímpica, nos jogos do Rio de Janeiro.
Valmir Salaro – Repórter paulistano (69 anos) marcado pela cobertura da Escola Base, de 1994, um dos maiores erros jornalísticos e de investigação policial. No documentário Escola Base: um repórter enfrenta o passado da Globoplay, de iniciativa própria, Salaro refaz o caminho da apuração, reconhece o erro jornalístico e busca se perdoar. O jornalista iniciou a carreira como laboratorista no jornal Shopping News, foi estagiário na Gazeta Esportiva e passou pelo Diário do Grande ABC, onde começou a cobertura de temas de segurança pública, que marcaria sua carreira daí em diante. Foi para a Agência Folha e para o jornal Folha de S. Paulo, onde publicou reportagem com a qual venceu pela primeira vez o Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Desde 1992, trabalha na Rede Globo, onde é repórter especial do Fantástico, responsável por matérias investigativas sobre crimes de grande repercussão.
A Justiça de São Paulo condenou em segunda instância o ex-presidente Jair Bolsonaro por dano moral coletivo e ataques à categoria dos jornalistas. Ele deverá pagar uma indenização de R$ 50 mil, quantia que será revertida para o Fundo Estadual de Defesa dos Direitos Difusos.
A 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) manteve decisão da 24ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, proferida em junho de 2022, modificando apenas o valor da indenização, que antes era de R$ 100 mil reais.
Em decorrência dos constantes e crescentes ataques e agressões de Bolsonaro contra a imprensa durante seu governo, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) ajuizou em abril de 2021 uma ação civil pública denunciando o ex-presidente por suas atitudes. Segundo a entidade, Bolsonaro praticou “assédio moral sistemático contra toda a categoria profissional, ao afrontar a imagem e a honra dos e das jornalistas de maneira indistinta”.
O SJSP usou como base levantamentos da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), que registrou 175 ataques de Bolsonaro à imprensa em 2020, e da organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), que mapeou 103 insultos contra jornalistas no mesmo ano.
O advogado Raphael Maia, coordenador jurídico do SJSP, sustentou no julgamento que “tais ataques reiterados do réu à categoria dos jornalistas, em pronunciamentos públicos ou em suas redes sociais, se dão de forma hostil, desrespeitosa e humilhante, com a utilização de violência verbal, palavras de baixo calão, expressões pejorativas, homofóbicas, xenófobas e misóginas”.
Segundo Maia, os ataques de Bolsonaro “extrapolam seu direito à liberdade de expressão e importam assédio moral coletivo contra toda a categoria de jornalistas, atentando contra a própria liberdade de imprensa e a democracia, porquanto têm o condão de causar temor nos profissionais da imprensa, muitas vezes atacados moral e até fisicamente pelos apoiadores do requerido, que o têm como exemplo.”
Até a próxima quarta-feira, 31 de maio, as agências e outras organizações que quiserem participar da edição 2023 do Prêmio Jatobá PR poderão pagar as inscrições antecipadamente, com 20% de desconto no valor total. E terão até 30 de setembro, prazo final das inscrições, para fazer o upload dos cases na plataforma da premiação.
Helio Garcia, diretor do Gecom (Grupo Empresarial de Comunicação), mantenedor do certame, explica que, assim, as empresas se beneficiam desse bônus e podem depois escolher com calma os cases que desejam inscrever: “O desconto vale tanto para as agências (grandes e butiques, sendo que para as butiques o valor é mais em conta) quanto para as demais organizações empresariais e públicas. E temos ainda o desconto por volume, ou seja, quanto maior o número de cases inscritos por uma mesma organização maior o desconto concedido”.
As inscrições antecipadas para as organizações empresariais e grandes agências terão um desconto de R$ 430, caindo até 31 de maio de R$ 2.150 para R$ 1.720. E para as agências-butique, esse desconto será de R$ 290 (de R$ 1.450 por R$ 1.160). Garcia dá um exemplo do desconto por volume: “Se uma grande agência, que tem 40, 50 ou mesmo 100 clientes, quiser comprar um pacote com dez inscrições e, desse modo, fazer uma ação de RP com eles, em especial com suas principais marcas, o valor de tabela, que seria de R$ 16.878, com o desconto progressivo de 20% pela compra antecipada cairia para R$ 13.502,40 (desconto total de R$ 3.375,60). E para as butiques, cairia de R$ 11.383 para R$ 9.106,40 (R$ 2.276,60 de desconto total)”.
O Prêmio Jatobá PR abrange 31 categorias, uma delas internacional, focada na América Latina, aberta a todo o mercado. As outras 30 são exclusivas e dividem-se em dez para as organizações empresariais e públicas; dez para as grandes agências; e dez para as agências-butique. Marco Rossi, também diretor do Gecom, lembra que no caso das agências as categorias são as mesmas, porém grandes e butiques concorrem apenas entre si e são contempladas de modo igual: “Desde que o Prêmio Jatobá PR foi lançado essa é uma preocupação presente, conceder às agências-butique a mesma premiação das grandes, porém cada uma concorrendo em sua faixa de mercado. Nessas dez categorias, portanto, são dez troféus de campeã para as grandes e outros dez para as butiques; e dez shortlists para cada um dos segmentos”.
As inscrições vão até 30/9 e a festa de premiação, novamente programada para o Hotel Renaissance, em São Paulo, será em 5 de dezembro. Clique neste link para outras informações.
A Jornalistas Editora divulga nesta edição especial os profissionais e veículos +Admirados da Imprensa do Agronegócio 2023 e nela também conta um pouco da história desses
comunicadores e de suas relações com o setor do Agro.
A edição apresenta os TOP 30 +Admirados Jorna listas Nacionais e os TOP 3 Veículos em cada categoria temática: Agência de Notícias, Canal Digital, Podcast, Programa de Rádio, Programa de TV – Especializada, Programa de TV – Geral, Site, Veículo Impresso – Especializado e Veículo Impresso – Geral.
A disputa foi acirrada, com vários empates técnicos, sendo que muitos dos vencedores foram definidos apenas nas últimas horas de votação, casos, por exemplo, das categorias Agência de Notícias e Programa de TV Especializada. Na categoria Jornalistas, esse cenário levou a organização a elevar de 25 para 30 a premiação dos jornalistas, que, desse modo, vão figurar como os TOP 30 +Admirados Jornalistas da Imprensa do Agronegócio.
Renovação é a palavra que define esses TOP 30 +Admirados Jornalistas de 2023; temos 14 estreantes, quase metade do total. São eles: Bruno Blecher (Poder360), Ingrid Alves (Record News), Isadora Duarte (Agência Estado), Kelly Godoy (Record News), Luiza Cardoso (Climatempo), Marusa Trevisan (Canal Rural), Nelson Araújo (Globo Rural), Pryscilla Paiva (Canal Rural), Regina Dourado (Terraviva), Simone Garcia (AgroMais), Thiago Silva (AgroMais), Valter Puga Jr. (SBA), Vera Ondei (Forbes) e Vinicius Marra (Terraviva).
Além disso, estão presentes oito profissionais que também foram indicados em todas as outras edições anteriores da premiação, desde 2021: Alexsander Horta (Notícias Agrícolas), Cassiano Ribeiro (CBN/Globo Rural), Lilian Munhoz (Terraviva), Luiz Patroni (Canal Rural), Mauro Zafalon (Folha de S.Paulo), Sidnei Maschio (Terraviva), Virginia Alves (Notícias Agrícolas) e Viviane Taguchi (Grupo Bandeirantes).
Ao todo, são 19 mulheres e 11 homens entre os +Admirados Jornalistas. O veículo que teve mais jornalistas entre os TOP 30 foi o Grupo Bandeirantes, com um total de nove
indicados, somando-se seis do Terraviva, dois do AgroMais e um da própria Bandeirantes. O Canal Rural tem quatro profissionais indicados, seguido por Globo Rural, Notícias
Agrícolas e Record News, com dois indicados cada.
Em relação às categorias de veículos, destaque para o Grupo Globo, que aparece nos TOP 3 em quatro categorias diferentes. Canal Rural e Notícias Agrícolas estão entre os +Admirados veículos em três categorias cada. Vale destacar também que houve empates nas categorias Podcast e Veiculo Impresso Especializado, o que elevou para quatro os indicados nelas.
Na cerimônia de premiação, marcada para 26/6, em São Paulo, conheceremos os mais admirados entre os mais admirados, ou seja, os TOP 5 +Admirados Jornalistas. E também os veículos vencedores em cada uma das categorias temáticas. E, é claro, o campeoníssimo ou campeoníssima de admiração da Imprensa do Agronegócio em 2023.
O prêmio +Admirados da Imprensa do Agronegócio conta com os patrocínios de Cargill,
Syngenta e Yara; apoios de Elanco, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Mosaic Fertilizantes e Portal dos Jornalistas; colaboração de BRF e Press Manager; e apoio institucional da CNA e da Rede Brasil de Jornalistas Agro (Agrojor). Empresas interessadas em apoiar a iniciativa podem obter mais informações com Vinicius Ribeiro (vinicius@jornalistasecia.com.br).
O BM&C News, novo canal de notícias da TV por assinatura, deve estrear já na próxima quinta-feira (1º/6). O canal tem negociações avançadas com a operadora Claro, mas ainda há uma indefinição quanto à posição no dial. Deve ficar perto de concorrentes como BandNews, Record News, Jovem Pan e CNN Brasil.
Agora com contrato envolvendo uma grande operadora do País, o BM&C News está investindo em sua equipe de jornalistas. O canal anunciou a contratação da âncora Thaís Herédia, ex-CNN Brasil, especializada em temas de economia. Ela deve apresentar um programa focado em economia e política.
O BM&C News existe desde 2020 no YouTube, com 500 mil inscritos. A chefe do projeto é Paula Moraes, que foi apresentadora, repórter e correspondente da Record nos Estados Unidos. Rodrigo Mariz, executivo que já passou por SBT, Band, Globo e Jovem Pan, também é um dos líderes do projeto.
O edital busca incentivar produções jornalísticas que abordem temas importantes na educação pública do Brasil.
A Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) e a Fundação Itaú abrem inscrições para o 5º Edital de Jornalismo de Educação. A iniciativa busca incentivar produções jornalísticas que abordem temas importantes na educação pública do Brasil.
O edital tem duas categorias: Jornalista e Estudante. A primeira concede bolsas para a produção de reportagens e segunda premia TCCs (Trabalhos de Conclusão de Curso). Podem se inscrever estudantes de jornalismo recém-formados ou profissionais que comprovem atuar na área.
Este ano, devido ao aumento de casos de ataques e ameaças de violência em escolas, o foco são pautas ligadas a desigualdades educacionais e à cultura de paz. Contudo, pautas que fujam dessa temática não serão descartadas.
Serão distribuídas seis bolsas de R$ 8 mil cada para o desenvolvimento das reportagens, com possibilidade de R$ 2 mil adicionais, caso haja solicitação. A quinta edição por enquanto está com inscrições abertas, até 7 de julho, somente para a Categoria Jornalista; os estudantes poderão se inscrever no final do ano.
No começo da semana, funcionárias e funcionários da Globo em São Paulo promoveram o Movimento Esmeralda, manifestação silenciosa contra o assédio sexual. Composto por artistas, jornalistas, técnicos e auxiliares administrativos, o movimento apoia a engenheira Esmeralda Silva (nome fictício), que trabalhou na Globo entre 2017 e 2018 e foi assediada em quatro ocasiões diferentes, durante o horário de trabalho.
Ao longo da programação, funcionárias vestiram a cor verde em frente às câmeras, como símbolo de protesto contra o assédio sexual. No Mais Você, a apresentadora Ana Maria Braga vestiu verde. No Encontro, Patrícia Poeta, fez o mesmo. A jornalista Clara Velasco, do Hora 1, também usou roupas verdes no telejornal. Outras jornalistas usaram figurino verde ao longo da programação, na Globo e na GloboNews.
Na segunda-feira (22/5), um grupo de 80 mulheres reuniu-se em frente à sede da Globo em São Paulo para tirar uma foto oficial do movimento. Todas vestiam verde e seguravam cartazes com frases como “Mexeu com uma, mexeu com todas” e “Somos todas Esmeralda”. A própria Esmeralda Silva emocionou-se com o movimento: “O verde traz a esperança de que eu possa um dia voltar a ser como eu era, feliz. Tenho esperança de que as mulheres que sofreram assédio tenham coragem como eu tive de procurar justiça”, disse.
A articulação do movimento ocorreu após a publicação da reportagem A Globo e o assédio sexual, da revista piauí, que aborda casos de assédio na emissora, como os da própria Esmeralda e o que teve como protagonista o humorista Marcius Melhem.
Esmeralda moveu ação trabalhista contra a Globo por assédio sexual, moral e xenofobia. Ela ganhou uma indenização no valor de R$ 2 milhões. A emissora propôs um acordo, que não foi aceito, e depois recorreu. O caso agora está no Tribunal Superior do Trabalho.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo declarou apoio ao Movimento Esmeralda: “O SJSP acredita que é obrigação das empresas garantir um ambiente de trabalho seguro e, em face a ocorrências de assédio, punir os responsáveis e dar suporte às vítimas”.
O projeto do programa de treinamento do Clube Mural aborda o impacto dessas alterações nas periferias de São Paulo e Grande São Paulo.
A Agência Mural de Jornalismo das Periferias lançou Periferias no Clima, série de reportagens com foco nas mudanças climáticas. O projeto do programa de treinamento do Clube Mural aborda o impacto dessas alterações nas periferias de São Paulo e Grande São Paulo.
Nas próximas semanas, serão publicadas histórias sobre justiça climática e o papel dos moradores de periferia, que contribuem para a preservação do meio ambiente através de ações sociais. Com o apoio da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, o projeto busca expor e ressaltar a importância do combate coletivo às variações causadas pelo clima.
“O combate às mudanças climáticas é um ponto-chave da política externa dos Estados Unidos, e o Brasil tem um papel fundamental nessa luta”, disse o cônsul-geral dos EUA em São Paulo, David Hodge. “Esperamos que esse projeto ajude a conscientizar mais pessoas sobre os impactos das mudanças climáticas em suas vidas e sobre o que cada um pode fazer para ajudar a construir um futuro mais seguro, saudável e sustentável para as próximas gerações”.
A última reportagem da série está prevista para 5/6, no Dia Mundial do Meio Ambiente.
Para ter acesso à série basta acessar o site da Agência Mural.
Palco de tensões entre colonizadores e povos originários, a Austrália está vivendo um drama que expõe as barreiras à inclusão na sociedade e na mídia, que resistem a projetos bem escritos e compromissos verbais cheios de boas intenções.
Em 19/5, o premiado jornalista Stan Grant, apresentador da rede pública ABC e uma das estrelas da mídia australiana, anunciou em sua coluna a decisão de se afastar, pelo menos temporariamente. Ele é indígena, da etnia Wiradjuri, e estava no comando do programa de debates Q+A.
A gota d’água foi uma onda de insultos racistas em reação a comentários contrários à monarquia feitos durante a transmissão da coroação do rei Charles III. A parcela mais conservadora da Austrália discorda do movimento republicano, que deseja remover o monarca inglês da chefia de Estado.
Premiado jornalista, que já foi correspondente da CNN, entrevistou líderes globais e tem mais de 30 anos de experiência profissional, Grant escreveu que estava deixando o jornalismo devido aos abusos em redes sociais e ao comportamento da imprensa e da ABC: “A mídia transformou a discussão pública em um parque de diversões. A mídia social […] é um espetáculo sórdido. […] Vidas são reduzidas à zombaria e ao ridículo”.
No texto corajoso, ele diz ser regularmente ridicularizado ou abusado racialmente, assim como membros de sua família (a filha também é jornalista). E afirma que a esposa é alvo por ser casada com um Wiradjuri.
A onda de ataques subsequente à coroação fez o copo transbordar e respingar até no conglomerado News Corp, de propriedade do magnata da mídia Rupert Murdoch, cujos títulos são acusados pela ABC de colocar lenha na fogueira para destruir a emissora pública.
Grant diz na coluna que ninguém na ABC − cujos produtores o convidaram para participar da cobertura da coroação − pronunciou uma palavra de apoio público nem refutou as mentiras sobre ele após a transmissão.
Ele afirma não responsabilizar nenhum indivíduo, livrando explicitamente a pele do diretor de Jornalismo Justin Stevens, que estaria “tentando mudar uma organização que tem seu legado de racismo”.
E demonstra indignação ao salientar que todas as reportagens criticando a ABC por parcialidade na transmissão foram ilustradas com a sua foto, afirmando querer encontrar um lugar “longe do fedor da imprensa” e onde não se lembre “do esgoto da mídia social”.
O caso não é isolado. Na edição especial sobre diversidade na mídia publicada pelo MediaTalks em 2022, a correspondente brasileira Liz Lacerda descreveu o ambiente hostil para estrangeiros e povos originários em seu artigo A Mídia dos Brancos e a Mídia dos Outros. Ela relatou a predominância de jornalistas brancos na ABC, falando inglês australiano sem sotaque, apesar de quase metade da população ter nascido fora do país ou ter pelo menos um dos pais estrangeiros.
Há um canal digital na rede pública dedicado aos aborígenes, o que, longe ser uma vantagem, comprova a segregação existente no jornalismo.
O terremoto provocado por Stan Grant continua gerando ondas de choque. David Anderson, diretor-geral da ABC, pediu desculpas no domingo em um e-mail para a equipe, dizendo que as experiências dele foram “angustiantes e conflituosas” para a corporação.
Anderson defendeu-se da acusação de inércia lembrando que no início do ano a empresa denunciou assédio a Grant no Twitter. Mas isso parece estar longe do que o jornalista esperava.
No dia seguinte, o diretor de Jornalismo deu uma entrevista lamentando não ter se posicionado publicamente antes. E criticou abertamente a organização de Murdoch, afirmando que a ABC vive um nível de ataques sem precedentes.
No mesmo dia, funcionários e jornalistas da ABC protestaram diante de várias redações da empresa, em solidariedade a Stan Grant e rejeitando o racismo. Parlamentares uniram-se ao protesto.
Em uma análise sobre o caso publicada no The Sydney Morning Herald, a pesquisadora Jenna Price uniu-se ao coro dos que criticam a postura de alguns jornalistas da News Corp, sobretudo colunistas e editorialistas que se alinharam aos que não gostaram das posições Grant sobre o papel da realeza e dos povos originários.
Como ele mesmo admitiu, é difícil mudar o racismo estrutural em empresas jornalísticas estabelecidas em uma sociedade dividida entre colonizadores e colonizados. Pode ser que nunca mude. Mas pelo menos alguém com voz potente fez alguma coisa − e a terra continua tremendo no jornalismo australiano.
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