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sexta-feira, maio 3, 2024

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Klester Cavalcanti conta a agonia vivida em prisão na Síria

Klester Cavalcanti, da IstoÉ, retornou ao Brasil em 31/5 após ter permanecido por mais de uma semana sob custódia do governo sírio, tendo sido inclusive torturado por autoridades locais. O relato agudo do repórter foi enviado à redação da Editora Três, em São Paulo, ainda de Beirute, no vizinho Líbano, pouco tempo após sua libertação, no domingo, dia 27 de maio. Ao informativo Jornalistas&Cia, Cavalcanti explicou que a ideia da pauta original não era fazer uma cobertura de guerra, mas descrever a vida em Homs, uma das cidades sírias que costumava ser das mais pulsantes antes do conflito, com comércio dinâmico, boas universidades e animada vida noturna, entre outras ?benesses? do progresso. ?Segui todas as documentações de visto e preenchi todos os relatórios que eles pediram. Meus equipamentos estavam todos identificados?, conta, admitindo que ?a única coisa que não fiz ? até porque constava como recomendação, e não obrigação ? foi me apresentar no Ministério da Informação, em Damasco, assim que chegasse. Eu queria independência, e não um funcionário do governo na minha cola, como aconteceria se eu tivesse seguido a sugestão?. Klester chegou a ter contato com o conflito em si, mas passou a maior parte do tempo na mão de policiais e agentes carcerários. Foi fichado, coagido a assinar um documento em árabe que não compreendia e queimado no rosto com uma brasa de cigarro. ?Apontaram a arma para a minha cabeça várias vezes?, lembra. ?Tive medo de morrer, claro. Mas sabia dos riscos antes de viajar. Teoricamente, eu estava preparado para morrer, mas para ficar preso não. Isso era o mais angustiante?. Num presídio próximo a Homs, confinado numa cela escura, lotada e de péssimas condições, conheceu um comerciante que falava inglês e, por meio daquele senhor, entendeu parte da história dos outros 20 presos, parte da história que inicialmente planejava apurar. Até que os colegas de IstoÉ ficaram preocupados quando o repórter não fez contato no dia combinado. Acionaram o Itamaraty, que foi ágil na localização do jornalista. Bruno Carrilho, funcionário da diplomacia brasileira na Síria, pegou Cavalcanti num hotel em Damasco, onde ainda era monitorado por agentes oficiais, e o levou, numa BMW preta, até o hotel em Beirute, onde encerraria seu infortúnio árabe. ?Fui o primeiro jornalista brasileiro a ir para Homs desde que começou o conflito, ainda no ano passado?. Diferente da capital, onde o governo tem conseguido evitar o caos, viu em Homs o quadro completo de guerra civil. Seu relato completo pode ser lido aqui.

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