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sexta-feira, abril 19, 2024

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Entidades repudiam ameaça de Bolsonaro a repórter de O Globo

Crédito: Laerte

Entidades defensoras do jornalismo repudiaram a atitude do presidente Jair Bolsonaro, que ameaçou um repórter do jornal O Globo no domingo (23/8), em frente à Catedral Metropolitana de Brasília, ao ser questionado sobre cheques de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, para a primeira-dama Michelle Bolsonaro. O presidente não respondeu à pergunta e declarou: “Minha vontade é encher tua boca na porrada”. Segundo reportagem da revista Crusoé, Queiroz repassou R$ 72 mil para a atual primeira-dama entre 2011 e 2016, e esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, repassou outros R$ 17 mil em 2011.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu com outras entidades nota conjunta de repúdio à atitude de Bolsonaro: “Abraji, Artigo 19, Conectas Direitos Humanos, Observatório da Liberdade de Imprensa da OAB e Repórteres sem Fronteiras se solidarizam com o repórter e condenam mais um episódio violento protagonizado por Jair Bolsonaro, cuja reação, ao ouvir uma pergunta incisiva, foi não apenas incompatível com sua posição no mais alto cargo da República, mas até mesmo com as regras de convivência em uma sociedade democrática. Um presidente ameaçar ou agredir fisicamente um jornalista é próprio de ditaduras, não de democracias”.

“Essa ameaça de agressão física se soma a um histórico de forte hostilidade de Bolsonaro contra jornalistas e marca um novo patamar de brutalidade”, continua a nota. “Desde o início de seu mandato, em janeiro de 2018, Jair Bolsonaro vem demonstrando carecer de preparo emocional para prestar contas à sociedade por meio da imprensa, uma responsabilidade de todo mandatário nas democracias saudáveis. Jornalistas têm sido vítimas de agressões verbais constantes ao cumprir sua obrigação profissional de questionar o presidente sobre ações do governo federal e indícios de corrupção ao longo de sua carreira política”.

Também em nota, a Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas do DFse solidarizaram com o repórter ameaçado e reiteraram pedido de impeachment já assinado pelas: “O Sindicato informa que estudará medidas judiciais cabíveis contra o presidente da República por este crime. O trabalho da imprensa é fundamental numa democracia e não deve sofrer intimidações, quanto mais ameaça de interrupção por violência física”.

O caso repercutiu muito nas redes sociais, chegando aos trending topics do Twitter. Diversas contas questionaram o presidente, escrevendo a pergunta: “Presidente Jair Bolsonaro, por que a primeira-dama recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”. Segundo levantamento do pesquisador Fábio Malini, da Universidade Federal do Espírito Santo, foram mais de 1 milhão de postagens com a pergunta em menos de 24 horas, incluindo mensagens de jornalistas, artistas e celebridades com muitos seguidores, o que impulsionou ainda mais a viralização do ocorrido.

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