Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro, está concluindo matéria especial para a nossa edição de 26º aniversário, que circulará na próxima quarta-feira (29/9), com o tema As instituições jornalísticas e os desafios do jornalismo no pós-pandemia. A ideia é refletir sobre o presente e o futuro da atividade pelo olhar de instituições como ABI, Abraji, Ajor, Aner, ANJ, Fenaj, Jeduca, Projor/Observatório da Imprensa e algumas universidades. Deverá abordar, entre outras questões, fake news, trabalho remoto, polarização política, os novos empreendedores e seus enfoques disruptivos, diversidade de gênero e racial (nas equipes e no fazer jornalístico), formação profissional, influência das redes sociais, novos modelos de negócios, financiamento da mídia e por aí afora.
A edição já conta com o apoio de 19 organizações − Alubar, Amil, CNH Industrial, Cristália, Gerdau, Honda, Hotmart, Intel, ISE−Escola de Negócios, Itaú, Klabin, Prevent Senior, Renault, Samsung, SulAmérica, Suzano, Vivo, Volkswagen Caminhões e Ônibus e XP Inc − e 12 agências: 2PRÓ, Advice, BCW Brasil, FSB, G&A, GBR, Grupo In Press, LLYC, Máquina CW, MSL Group, Planin e Textual.
O fechamento comercial será na segunda-feira (27/9). Mais informações com Silvio Ribeiro, pelo silvio@jornalistasecia.com.br ou 19-97120-6693.
A Associação de Jornalismo Digital (Ajor) publicou nota nesta quinta-feira (23/9) na qual cobra das empresas de redes sociais, como Google e Facebook, transparência em programas de financiamento à imprensa, que servem em resumo para compensar grande parte da receita publicitária que acaba migrando para as plataformas digitais.
E entidade destaca os mais recentes projetos relacionados ao tema, como o News Innovation Test, do Facebok, que auxilia 20 organizações de notícias do País no desenvolvimento de novos produtos de notícias na plataforma; e o Destaques, do Google, que disponibiliza notícias de veículos parceiros no app Google Notícias, disponível em todos os celulares Android.
A Ajor escreveu que “vê com preocupação a forma como os programas estão sendo desenhados. Especialmente pela falta de transparência sobre os veículos participantes, os critérios para seleção desses veículos e o valor investido em cada um, sem mencionar a assimetria que tais investimentos criam na indústria jornalística brasileira”.
A entidade identificou nos dois programas os mesmos problemas, como distorção na indústria, com favorecimento de poucas empresas; falta de transparência em relação aos critérios para a escolha dos veículos participantes; falta de transparência em relação ao impacto na audiência e visibilidade dos veículos participantes; e inclusão de veículos apontados por agências de checagem como disseminadores de desinformação.
A Ajor declarou que, em resposta aos questionamentos da associação, Google e Facebook “reapresentaram informações já tornadas públicas e apontaram critérios vagos de participação nos programas” e “não divulgaram os valores envolvidos nessas operações”.
A entidade destaca que, “se o financiamento ao jornalismo se justifica por se tratar de um serviço público essencial às democracias, a mesma lógica vale para a transparência nessa operação. Sob risco de os mesmos agentes que causaram a disrupção que ajudou a fragilizar toda a imprensa determinarem que vozes sobreviverão”.
A equipe esportiva da Rádio Capital, comandada por Olivério Junior, deixará a emissora no próximo final de semana, quando ocorrerão as últimas transmissões do time de esportes, já sem a presença do narrador José Silvério. A programação esportiva, porém, deve ser mantida na grade da rádio. A informação é de Milton Neves, que postou a novidade em seu Twitter.
Notícia ruim: acaba o projeto que tinha virado realidade de Oliverio Júnior na Rádio Capital. Domingo será a última transmissão e sem José Silvério. Olivério promete ir à Justiça contra a emissora e a Rádio Capital, por sua vez, aponta que manterá ao seu comando o futebol no ar.
Segundo Neves, “Olivério promete ir à Justiça contra a emissora e a Rádio Capital, por sua vez, aponta que manterá ao seu comando o futebol no ar”. O empresário foi responsável por investir na equipe esportiva da Capital, em maio. O próprio José Silvério foi um dos profissionais contratados para integrar a equipe de Esportes. Com mais de 60 anos de no rádio, ele estava afastado do meio desde abril de 2020.
Mari Palma e Phelipe Siani, ambos da CNN Brasil, anunciaram em 20/9 a criação da AlbuCom, agência de comunicação e produção de conteúdo que faz parte da empresa Albuquerque, da qual os dois são sócios. O projeto será tocado paralelamente ao de apresentadores da CNN.
No perfil da Albuquerque no Instagram, Siani escreveu que a empresa recebeu três novos sócios, no caso, Mari Palma, Willian Lopes e Ana Lima, e ganhou uma irmã caçula, a AlbuCom. “Juntas, elas consolidam a nossa marca como um grande hub de produção de conteúdos e soluções em comunicação”, disse ele.
A empresa, que até então era comandada por Siani e Rafael Batista, vai oferecer comunicação 360º para clientes, com desenvolvimento de estratégias de comunicação, treinamentos, cursos, imersões, produção de vídeos e media training digital.
Em seu perfil no Instagram, Mari Palma explicou que o objetivo é “mostrar o poder que a produção de conteúdo e a comunicação podem ter na trajetória de pessoas e empresas. Tudo isso transformou a nossa vida até aqui e espero que transforme a vida de muita gente”.
O estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira é um projeto da newsletter Jornalistas&Cia e do Portal dos Jornalistas.
O estudo sobre o Perfil Racial da Imprensa Brasileira recebeu na última semana o apoio institucional da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e da sua Comissão Nacional dos Jornalistas pela Igualdade Racial (Conajira). Com isso, passa a reunir em torno da causa praticamente todas as instituições jornalísticas de relevo, já que conta também com o apoio e a confiança de ABI, Ajor, ANJ, Aner, Ecos do Meio, Jeduca, JP – Rede de Jornalistas pela Diversidade na Comunicação (também conhecida como Rede Jornalistas Pretos) e Projor, além da Universidade Zumbi dos Palmares.
Para Eduardo Ribeiro, diretor de J&Cia e do Portal dos Jornalistas e um dos idealizadores do projeto, que também conta com a parceria do Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas e do I’Max, esse é um dos mais importantes apoios recebidos pelo projeto: “A Fenaj é a entidade mater dos jornalistas brasileiros, em especial dos que atuam em redação; e a Conajira, seu braço que luta há anos, por meio das inúmeras Cojiras (as instâncias estaduais da Comissão), pela igualdade racial nas redações. Com elas, o estudo ganha uma dimensão ainda maior e uma aproximação estratégica com as redações de todo o País.
“Acreditamos que o estudo Perfil Racial da Imprensa Brasileira será uma importante ferramenta para o desenvolvimento de políticas afirmativas no campo do jornalismo que venham contribuir para a diversidade e inclusão no mercado de trabalho, e a qualificação da produção jornalística”, diz ofício enviado pela Fenaj/Conajira, assinado por sua coordenadora Valdice Gomes da Silva. O ofício também afirma que “a pesquisa irá contribuir para a luta sindical antirracista e combate à desigualdade social que tanto impacta na vida do(a)s trabalhadore(a)s”.
Apoio da Agência Bori
Outra organização que se associou ao projeto, apoiando-o institucionalmente, é a Agência Bori, cujo slogan já mostra a sua importância e pertinência com o projeto: “A Bori é um serviço único para a imprensa que conecta a ciência a jornalistas de todas as áreas de cobertura”. Fundada pelas jornalistas e pesquisadoras Sabine Righetti e Ana Paula Morales, a Bori é um hub para jornalistas de todo o País que buscam estudos inéditos e material de apoio para suas reportagens. Um de seus mecanismos de atuação é antecipar à imprensa estudos inéditos em formato de artigo científico, relatório de pesquisa, livro ou capítulo de livro; e também livros de divulgação científica de editoras universitárias parceiras. Daí o interesse em se associar ao estudo que J&Cia e Portal dos Jornalistas estão realizando. Integram a equipe da agência Natália Flores, gerente de conteúdo, e Isabela Schirato, que lidera a área de Relações institucionais.
A TV Cultura anunciou em 20/9 uma parceria com a agência de notícias Xinhua, da China, para intercâmbio de informações. A agência, considerada o principal órgão de notícias do país, foi fundada em 1931 e possui mais de dez mil funcionários, 31 escritórios na China e 107 no mundo, com publicações em árabe, chinês, espanhol, francês, inglês, russo, português e alemão.
Segundo comunicado da Cultura, é ideia fazer também, futuramente, um intercâmbio de documentários, séries e programas culturais. Na cerimônia que apresentou a novidade, estavam presentes José Roberto Maluf, presidente da Fundação Padre Anchieta, controladora da TV Cultura; Fábio Borba, diretor de Rede e Novos Negócios da emissora; Chen Weihua, diretor da Agência Xinhua; Chen Peijie, cônsul-geral da China em São Paulo; e Múcio Aguiar, conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa.
Para o presidente da Fundação Padre Anchieta, a parceria “permite que a TV Cultura vá se informar na fonte primária, não na fonte alternativa ou secundária que são as agências ocidentais de informação sobre a China. Nós temos condições de, doravante, saber exatamente como pensam os chineses e o que dizem os chineses”.
Thiago Augustto, jornalista e criador pernambucano de conteúdo, lançou há pouco mais de um mês a plataforma antirracista Futuro Black, banco de talentos e de fontes profissionais negras, com o objetivo de fomentar a diversidade no mercado de trabalho.
A iniciativa para a criação do projeto deu-se por meio de uma planilha onde Augustto reunia os contatos de amigos, fontes e outros profissionais negros que conhecia. Esse banco de informações cresceu e ele resolveu compartilhar o que tinha reunido em uma plataforma pública e colaborativa.
Thiago Augustto
“Não sou o único que sinto falta de ver mais profissionais pretos sendo fontes de informação para matérias de rádio, revista, internet, jornal e, sobretudo, televisão. Não é extraordinário refletir que em boa parte das vezes que esses trabalhadores estão dando entrevistas, falam a partir da cor da sua pele. A partir do racismo”, escreveu Augustto em suas redes sociais.
Com equipe formada também por Dayse Rodrigues, pedagoga e consultora em diversidade racial, e Iron Santos, designer de produto, a Futuro Black já recebeu mais de 300 cadastros, além de promover um curso totalmente gratuito de formação sobre reeducação racial.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) promove nesta quarta-feira (22/9), às 17h, o programa SOS Repórter, que vai discutir o aumento de ataques contras jornalistas e à liberdade de imprensa no Brasil. Para debater o assunto, Xico Teixeira e Antônio Werneck conversam com os fotógrafos Lula Marques e Marcelo Carnaval, que comentarão sobre os desafios diários que enfrentam na profissão.
Na descrição do encontro, a ABI destaca um relatório da Unesco que aponta “aumento nos últimos anos dos casos de perseguição, detenção e violência física contra jornalistas, principalmente nas coberturas de manifestações, além de ameaças contra os profissionais e suas famílias, invasões de mídias sociais e divulgação de dados pessoais”.
Marcelo Carnaval formou-se em Jornalismo pela Universidade Federal Fluminense. Iniciou a carreira no Jornal do Brasil em 1985. Três anos depois, passou a integrar a equipe carioca da revista Veja e em 1999 entrou para o jornal O Globo. Atualmente atua como fotógrafo freelance. Venceu diversos prêmios nacionais e internacionais, como o Esso de Fotojornalismo em 2006, com uma foto que mostra o desespero de uma mãe amparando no colo o filho morto por tiros no Centro do Rio de Janeiro.
Lula Marques é formado pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília. Trabalhou durante 11 anos no Correio Braziliense e posteriormente na Folha de S.Paulo. Conquistou o Prêmio Folha de Fotografia em 1999 e o Esso de Jornalismo em 2000. Foi responsável por importantes trabalhos de cobertura da Constituinte e de campanhas presidenciais.
Maior revista de esportes americana, a Sports Illustrated publica anualmente, desde a década de 1960, sua célebre edição Swimsuit, reunindo ensaios fotográficos de modelos e atletas com pouca roupa.
A publicação − com seus produtos derivados − tornou-se um dos mais rentáveis projetos da indústria editorial, apostando na sensualidade das mulheres para agradar a uma audiência predominantemente masculina.
A última edição teve a tenista Naomi Osaka como uma das estrelas de capa, em um ensaio em Malibu com direito até a vestido branco molhado pela água do mar.
Osaka é dona do próprio nariz e adulta o suficiente para expor seu corpo da forma como quiser.
Naomi Osaka
No entanto, a sexualização do esporte ou de figuras associadas ao mundo das competições não é vista com bons olhos por todos. E tem levado até a questionamentos sobre as práticas da imprensa ao cobrir torneios esportivos.
Não foi a primeira vez que a austríaca Johanna Farber viveu a experiência que considerou desagradável. Em junho ela já tinha sido vítima de incidente semelhante, que chamou de “desrespeitoso e perturbador”.
Pegou mal para a Federação Internacional de Escalada Esportiva, que teve que pedir desculpas.
O presidente da entidade fez a autocrítica: “Quantas vezes as coisas terão que ser feitas de maneira errada antes de aprendermos como fazê-las da maneira certa?”.
Johanna Farber
É uma boa pergunta. A resposta começa a vir dos campos e das quadras, com movimentos indicando que nem todas as atletas gostam da ideia de ver seus atributos físicos utilizados como troféus para atrair ou reter audiência.
Nas Olimpíadas de Tóquio, ginastas alemãs trocaram os maiôs por macacões que cobriam todo o corpo. Justificaram o ato como uma forma de incentivar atletas mulheres a escolherem os trajes que as façam se sentir mais confortáveis durante as competições.
Meses antes, as norueguesas da equipe de handebol de praia haviam sido multadas por vestir shorts em vez de biquínis em uma partida do campeonato europeu na Bulgária. A Federação Européia de Handebol (EHF) disse em comunicado que sua comissão disciplinar havia lidado com “um caso de vestimenta imprópria” na partida pela medalha de bronze contra a Espanha. Só não disse para quem era imprópria.
Os dirigentes da Noruega apoiaram a atitude de suas meninas, declarando orgulho das mulheres que se levantaram contra uma prática arraigada no esporte. Tão arraigada que chega a fazer parte do regulamento. Segundo as normas da Federação, os uniformes determinados são destinados a melhorar a performance esportiva e “manter coerência com a imagem atrativa do esporte”. Mais claro impossível.
Os uniformes da equipe norueguesa (Crédito: Reprodução Twitter / @NORhandball)
Assim como tantos outros regulamentos de outras eras, esse pode acabar sendo revisto diante de manifestações individuais ou coletivas, assim como os padrões adotados pelas emissoras de TV na cobertura de grandes eventos, porque os ventos começam a soprar em outra direção.
Papel social do esporte
Um estudo publicado por Lorenzo Kurras e Sasha Schmidt, pesquisadores da escola de negócios alemã Otto Beisheim, analisa o futuro do marketing esportivo depois da pandemia, examinando o efeito do afastamento do público dos estádios devido às restrições impostas pelas autoridades sanitárias.
O trabalho contabiliza o impacto do coronavírus sobre os investimentos em patrocínios esportivos, que segundo a empresa de pesquisas GlobalData caiu de US$ 22 bilhões em 2019 para US$ 12,9 bilhões em 2020.
Mas os pesquisadores são otimistas, apontando “um futuro brilhante e lucrativo” para os negócios em esportes, principalmente devido à tecnologia, que melhora o desempenho e aumenta as chances de interação dos fãs com as competições. Eles citam o engajamento de torcedores pelas mídias sociais e novidades como óculos de realidade virtual e aplicativos de realidade aumentada.
Mas alertam que, mesmo com estádios vazios, o esporte é baseado em emoções. E que, por isso, “um elemento-chave desse tipo de patrocínio é a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças e de estar próximo do consumidor e de suas emoções − onde quer que estejam”.
Segundo os pesquisadores, justiça e igualdade são valores que se espera que o mundo do esporte reflita, indo além do perder ou ganhar.
Sob esse prima, a sexualização das figuras esportivas − mais comum sobre as mulheres, mas também aplicada a homens − é algo que pode estar com os dias contados. E mudanças começarem a acontecer nas quadras, campos, placares de propaganda, vestiários e mesas de edição.
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Ronny Hein lançou o livro O Silêncio de Krisia – A garota que não estava na Lista de Schindler (Editora Europa), que conta a história de uma garota que ficou dos oito aos 14 anos em guetos e campos de concentração, incluindo o de Plaszow, na Polônia, onde ocorreu o episódio da famosa Lista de Schindler.
A obra mostra tudo pelo que passou a menina Krisia, mãe do autor, durante seis anos em que viveu à mercê de diversos carrascos nazistas. Além da comida escassa, ela convivia diariamente com tortura e mortes ao seu redor. O livro conta também os motivos pelos quais Krisia e sua mãe não conseguiram colocar seus nomes na Lista de Schindler, diferentemente de outros membros de sua família.
“O silêncio inabalável da garota, contudo, fez com que ela sobrevivesse”, conta Ronny Hein. “Mesmo tendo de passar, depois, pelos campos de concentração de Auschwitz e Bergen-Belsen, onde foi salva por tropas inglesas. Por obra do destino, Krisia veio recomeçar a existência no Brasil, onde se casou, teve filhos e morreu em 2019, sempre cercada por longos silêncios”.
Nascido em São Paulo, Ronny Hein é escritor, jornalista e publicitário. Dirigiu diversas revistas e é autor de seis livros. O Silêncio de Krisia foi lançado também em inglês, pela Amsterdam Publishers, da Holanda.