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sábado, junho 21, 2025

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Jornalistas da Folha cobram direção do jornal por conteúdos racistas

Em carta aberta enviada à Secretaria de Redação e ao Conselho Editorial da Folha de S.Paulo, quase 200 jornalistas e colaboradores do jornal cobraram uma posição mais firme da direção contra a publicação recorrente de conteúdos racistas em suas páginas.

O documento foi motivado pelo artigo de opinião Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo, de autoria de Antonio Risério, que foi publicado na Ilustrada/Ilustríssima, em 16/1. No texto, o autor identifica supostos excessos das lutas identitárias que estariam levando ao “racismo reverso”.

Além de negar a existência de “racismo reverso”, os jornalistas lembraram que o jornal não abre espaço em suas páginas, por exemplo, para conteúdos que relativizam o Holocausto e a Ditadura, ou de apoiadores do terraplanismo e movimentos antivacina.

Procurada, a direção do jornal ainda não se manifestou sobre a carta.

Confira o conteúdo na íntegra:

 

Carta aberta de jornalistas da Folha à direção do jornal

 

Caros membros da Secretaria de Redação e do Conselho Editorial da Folha,

Nós, jornalistas da Folha aqui subscritos, vimos por meio desta carta expressar nossa preocupação com a publicação recorrente de conteúdos racistas nas páginas do jornal.

Sabemos ser incomum que jornalistas se manifestem sobre decisões editoriais da chefia, mas, se o fazemos neste momento, é por entender que o tema tenha repercussões importantes para funcionários e leitores do jornal e no intuito de contribuir para uma Folha mais plural.

O episódio a motivar esta carta foi a publicação de artigo de opinião intitulado “Racismo de negros contra brancos ganha força com identitarismo” (Ilustrada Ilustríssima, 16/1), em que Antonio Risério identifica supostos excessos das lutas identitárias, que estariam levando a racismo reverso.

Para além de reafirmarmos a obviedade de que racismo reverso não existe, não pretendemos aqui rebater o que afirma o autor —pessoas mais qualificadas do que nós no tema já o fizeram, dentro e fora do jornal.

No entanto, manifestamos nosso descontentamento com o padrão que vem se repetindo nos últimos meses.

Em mais de uma ocasião recente, a Folha publicou artigos de opinião ou colunas que, amparados em falácias e distorções, negam ou relativizam o caráter estrutural do racismo na sociedade brasileira. Esses textos incendeiam de imediato as redes sociais, entrando para a lista de mais lidos no site. A seguir, réplicas e tréplicas surgem, multiplicando a audiência. A controvérsia então se estanca e morre, até que um novo episódio semelhante surja.

Antes do artigo em questão, colunas de Leandro Narloch e Demétrio Magnoli cumpriram esse papel.

Acreditamos que esse padrão seja nocivo. O racismo é um fato concreto da realidade brasileira, e a Folha contribui para a sua manutenção ao dar espaço e credibilidade a discursos que minimizam sua importância. Dessa forma, vai na contramão de esforços importantes para enfrentar o racismo institucional dentro do próprio jornal, como o programa de treinamento exclusivo para negros.

Reconhecemos o pluralismo que está na base dos princípios editoriais da Folha e a defesa que nela se faz da liberdade de expressão.

No entanto estes não se dissociam de outros valores que o jornalismo deve defender, como a verdade e o respeito à dignidade humana. A Folha não costuma publicar conteúdos que relativizam o Holocausto, nem dá voz a apologistas da ditadura, terraplanistas e representantes do movimento antivacina.

Por que, então, a prática seria outra quando o tema é o racismo no Brasil?

Se textos como o de Antonio Risério atraem audiência no curto prazo, sua consequência seguinte é minar a credibilidade, que é, e deve ser, o pilar máximo de um jornal como a Folha.

Por esses motivos, convidamos a uma reflexão e uma reavaliação sobre a forma como o racismo tem sido abordado na Folha. Acreditamos que buscar audiência às expensas da população negra seja incompatível com estar a serviço da democracia.

Assinam esta carta:

Adriana Mattos

Adriano Vizoni

Alfredo Henrique

Aline Mazzo

Amanda Lemos

Amon Borges

Ana Bottallo

Ana Luiza Albuquerque

Andre Marcondes

Andressa Motter

Anelise Gonçalves

Angela Boldrini

Angela Pinho

Anna Virginia Balloussier

Artur Rodrigues

Bárbara Blum

Beatriz Izumino

Bianka Vieira

Bruna Borges

Bruno B. Soraggi

Bruno Benevides

Bruno Molinero

Bruno Rodrigues

Camila Gambirasio

Carolina Daffara

Carolina Linhares

Carolina Moraes

Catarina Ferreira

Catarina Pignato

Clauber Larre

Clayton Castelani

Cristiane Gercina

Cristiano Martins

Cristina Camargo

Cristina Sano

Dani Avelar

Dani Braga

Daniel E. de Castro

Daniel Mariani

Daniel Mobilia

Daniela Arcanjo

Danielle Brant

Danilo Verpa

David Lucena

Débora Melo

Diana Yukari

Eduardo Marini

Eduardo Moura

Emannuel Gonçalves Gomes

Fábio Pupo

Fernanda Brigatti

Fernanda Giulietti

Fernanda Mena

Fernanda Perrin

Flávia Faria

Flávia Mantovani

Gabriel Cabral

Gabriela Bonin

Géssica Brandino

Giovanna Stael

Giuliana de Toledo

Giuliana Miranda

Guilherme Botacini

Guilherme Garcia

Guilherme Seto

Gustavo Fioratti

Gustavo Queirolo

Havolene Valinhos

Heloísa Lisboa

Henrique Santana

Irapuan Campos

Isabela Palhares

Isabella Menon

Jairo Malta

Jéssica Maes

João Gabriel

João Gabriel Telles

João Pedro Pitombo

João Perassolo

José Marques

Julia Chaib

Karime Xavier

Karina Matias

Kleber Bonjoan

Laíssa Barros

Laura Lewer

Leonardo Diegues

Leonardo Sanchez

Lucas Alonso

Lucas Brêda

Luís Curro

Luiz Antonio Del Tedesco

Maicon Silva

Manoella Smith

Marcelo Azevedo

Marcelo Rocha

Marciana de Barros

Maria Ap. Alves da Silva

Mariana Agunzi

Mariana Arrudas

Mariana Goulart

Mariana Zylberkan

Marília Miragaia

Marina Consiglio

Marina Lourenço

Marlene Bergamo

Mateus Bandeira Vargas

Matheus Moreira

Matheus Rocha

Matheus Teixeira

Mathilde Missioneiro

Maurício Meireles

Mayara Paixão

Melina Cardoso

Mônica Bento

Naná DeLuca

Natália Cancian

Natália Silva

Nathalia Durval

Nicollas Witzel

Otavio Valle

Paola Ferreira Rosa

Patricia Pamplona

Paula Soprana

Paulo Batistella

Paulo Saldaña

Pedro Ladeira

Pedro Lovisi

Phillippe Watanabe

Priscila Camazano

Ranier Bragon

Raphael Hernandes

Raquel Lopes

Rebeca Oliveira

Regiane Soares

Renan Marra

Renata Galf

Renato Machado

Ricardo Balthazar

Rivaldo Gomes

Rodrigo Sartori

Ronny Santos

Rubens Alencar

Salvador Nogueira

Samuel Fernandes

Sílvia Haidar

Silvia Rodrigues

Tatiana Harada

Tayguara Ribeiro

Thea Severino

Thiago Amâncio

Thiago Bethônico

Tiago Ribas

Victor Lacombe

Victoria Azevedo

Victoria Damasceno

Vitor Moreno

Vitória Macedo

Walter Porto

Washington Luiz

Wesley Faraó Klimpel

William Barros

William Cardoso

Zanone Fraissat

E outros 22 jornalistas da Folha

Contas de jornalistas brasileiros no Twitter sofreram tentativas de invasão

Contas de jornalistas brasileiros no Twitter sofreram tentativas de invasão

As contas de ao menos dez jornalistas brasileiros no Twitter foram vítimas de tentativas de invasão nos últimos dois dias, segundo reportagem de Laís Martins, do Núcleo Jornalismo. Uma conta falsa fingiu ser da equipe de suporte da rede e entrou em contato com os profissionais. Ao menos uma pessoa teve a conta roubada e ainda não foi reestabelecida.

Segundo o Núcleo, um perfil fake privado com o nome de Feedback Team abordou os jornalistas via mensagem direta, dizendo que eles teriam violado alguma das diretrizes de direitos autorais do Twitter em suas publicações, e que a pessoa deveria clicar em um link para dar um feedback ou a conta seria removida em até 48 horas. O link em questão levava a um formulário onde o jornalista deveria colocar as informações de login de sua conta.

Nesta quarta-feira (19/1), a conta fake, que até então tinha 290 mil seguidores, já mudou de nome. O Núcleo pediu um posicionamento do Twitter sobre o caso, mas a rede ainda não se pronunciou.

Segundo apuração do Núcleo, os dez profissionais alvos das tentativas de invasão são de BBC Brasil, UOL, Estadão, O Globo e Folha de S.Paulo. Uma jornalista de O Globo disse que foram apagados de sua conta tuítes publicados desde setembro de 2020. O hacker também tentou invadir o e-mail vinculado ao perfil do Twitter, mas como este possuía autenticação em duas etapas a invasão não deu certo. Ela também recebeu uma mensagem no WhatsApp de um número da Turquia que se identificou como o “hacker”. A profissional está em contato com a equipe do Twitter, mas ainda não teve sua conta reestabelecida.

O Núcleo cita recomendações para evitar que casos semelhantes aconteçam, como ativar a autenticação em duas etapas, verificar o domínio URL, desconfiar de links enviados por mensagem direta e ter cuidado com aplicativos de terceiros.

Variante Ômicron castiga as redações

Variante Ômicron castiga as redações

Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro

As redações brasileiras, como aliás qualquer função em qualquer empresa no mundo, foram muito afetadas pelo avanço descontrolado da variante Ômega. Apesar do silêncio da maioria sobre esse assunto, vemos profissionais que deixaram de assinar matéria, ou rostos e vozes que foram substituídos no rádio e nas telas.

Vacinação completa é requisito

No Grupo Estado, para uma redação de 350 pessoas atualmente, cerca de dez foram contaminadas em dezembro. Agora, segundo J&Cia apurou, esse número triplicou e acredita-se que chegue a quadruplicar até o final do mês. Quando houve a variante Delta, alguns chegaram a ser internados, hoje não mais. Todos os afastados foram casos leves.

A empresa programava a volta paulatina ao trabalho presencial a partir da semana que vem, mas adiou esses planos indefinidamente. Permanece, porém, a vacinação completa como um dos requisitos para a volta. E as pessoas estão aderindo

Todo dia cai um

Na Band, a arquitetura ajudou bastante a redação, que funciona num único plano, com janelões enormes. Tudo aberto, circula muito ar, diz Andre Basbaum, diretor de Redação do Jornalismo da emissora para todo o Brasil, e que acumula a função de editor-chefe do Jornal da Band. Apesar de tomar total cuidado – máscaras, divisórias de acrílico em caso de proximidade, desinfetantes –, ele teve entre 55% e 60% da redação afetada. “Todo dia cai um, às vezes dois, até três. Ontem, quando tivemos um jornal diferente [por causa da estreia do Faustão], do time de repórteres só tive três no ar”.

Os repórteres mais expostos, que trabalham na rua, sequer entram na redação. Entregam material na portaria e vão para casa, fazer o texto e enviar de lá. A maioria está trabalhando de casa, como os produtores de pauta, pessoal da informática, até editores que se baseiam no contato com agências e correspondentes, enfim, tudo o que pode ser feito remotamente.

Testagem diária

A Globo tinha iniciado, desde o final do ano, o trabalho híbrido – para cada dois dias na empresa, eram três em casa –, com funcionários alternando-se entre o presencial e o virtual, conforme comunicado divulgado por Carla Bittencourt no site Metrópoles. Na semana passada, a empresa suspendeu esse sistema, e orientou, para as áreas que podem trabalhar 100% em home office, que ficassem em casa.

Até então, os que precisaram manter o trabalho presencial eram testados quase diariamente, toda vez que precisassem entrar em estúdio. Não são apenas os rostos conhecidos que foram trocados. O pessoal da produção do Jornalismo está sendo transferido até para o BBB e outras atrações, devido à quantidade de gente afastada por Covid.

Sem gravidade

Em Belém, estão doentes e foram afastados dois jornalistas do jornal O Liberal e uma repórter da TV Liberal. Os três sem gravidade.

No Pará, o Sindicato dos Jornalistas (Sinjor-PA) fez acordo com a Prefeitura de Belém e com o Governo do Pará para que os jornalistas tivessem prioridade na vacinação. E todos já estão fazendo a dose de reforço.

No Ceará, a nova variante ômicron tirou das redações 12 jornalistas. Na TV Verdes Mares foram dois: Mateus Ferreira e Marcos Montenegro. Na Rádio Verdes Mares AM, também dois: Daniela de Lavor e Antero Neto. Na TV Jangadeiro, três: Lorane Mendonça, Rômulo Magalhães e Julie Vieira. Isolou ainda Mário Kempes (Blog do Kempes), Angélica Martins (Arce), André Marinho (Grupo Cidade de Comunicação), Eliézer Rodrigues (Tribunal Regional do Trabalho) e Eduardo Freire (Unifor). Todos, felizmente, sem gravidade.

Nessa terça-feira, 18/01, Renata Vasconcellos, recuperada da Covid-19, foi ela própria atração do Jornal Nacional, da Globo, ao relatar pormenores da doença, num pingue-pongue com William Bonner. De certo modo um recado que ninguém está imune, mas que felizmente a doença tem perdido intensidade com o avanço das vacinas.

Início do fim?

Existe um consenso, reforçado por opiniões científicas, de que essa explosão de ômicron é o prenúncio do fim da pandemia. Será? Que assim seja.

Columbia Journalism School oferece bolsas para mentoria sobre cobertura de violência

Estão abertas até 22 de fevereiro as inscrições para o Ochberg Fellowship, programa de bolsas do Dart Center, da Columbia Journalism School, para uma mentoria que visa a aprofundar os conhecimentos e a cobertura de temas relacionados a violência, conflito e tragédia.

Os selecionados participarão de uma semana de seminários na Universidade de Columbia, em Nova York. As atividades incluem briefings com especialistas nas áreas de trauma e saúde mental; conversas com colegas jornalistas sobre questões de ética, ofício e prática, e uma variedade de outras oportunidades para engajamento intelectual e aprendizado na área.

Para fazer a inscrição, é preciso pelo menos cinco anos de experiência profissional em jornalismo e um histórico de cobertura de traumas e seus impactos em indivíduos. Além disso, é preciso ser fluente em inglês, pois todos os seminários do programa serão conduzidos nesse idioma. Metade dos bolsistas será da América do Norte, com o restante de América Central e do Sul, Europa, região da Ásia-Pacífico, África e Oriente Médio.

O programa está marcado para de 22 a 28 de julho de 2022, em formato presencial. Se, devido a questões de saúde pública, a presença dos selecionados não for possível, os bolsistas serão transferidos para o programa de 2023.

Mais informações e inscrições aqui.

Meiry Lanunce deixa a Globo em Pernambuco após 21 anos

Meiry Lanunce deixa a Globo em Pernambuco após 21 anos

A âncora Meiry Lanunce pediu demissão da Globo em Pernambuco após 21 anos e oito meses de casa. Até setembro de 2020, apresentava o NE2, no Recife. Posteriormente, passou a fazer reportagens com pouco destaque. Segundo o Notícias da TV (UOL), Meiry já pensava na decisão há algum tempo, justamente pela falta de espaço.

A jornalista despediu-se da emissora por um e-mail veiculado internamente. Ela agradeceu os colegas pelo período de trabalho: “Foi tudo tão massa que fica difícil descrever cada momento importante. Mas, saibam: de cada um, levarei uma lembrança! A menina que começou a trabalhar aos 12/13 anos de idade pra ajudar a mãe a sustentar a casa continua na estrada. À TV Globo, gratidão eterna por ter me treinado tão bem. Realmente, me sinto preparada pra um bocado de coisa!”

Meiry estava na Globo desde 2000, tendo atuado como editora e apresentadora de destaque, e comandou o Bom Dia Pernambuco e o NE2. Ela ainda não revelou quais rumos tomará na carreira.

Nos últimos meses, a Globo demitiu outros jornalistas na região, como Rodrigo Raposo, da equipe de esportes, dispensado no começo de janeiro após 15 anos de trabalho. E em novembro do ano passado, Francisco José, que tinha 46 anos na emissora, deixou a empresa.

Jornalista é agredido a socos em frente ao trabalho em Garibaldi (RS)

Jornalista é agredido a socos em frente ao trabalho em Garibaldi (RS)

Daniel Tercílio Carniel, apresentador da TV Adesso, de Garibaldi (RS), foi agredido com socos e pontapés em frente à redação na última sexta-feira (14/1). Com o rosto ensanguentado, ele apareceu no programa que apresenta para mostrar ao público o estado em que se encontrava.

“Me pegaram de tocaia assim que eu chegava na TV. Ele me pediu meu nome e começou me agredir. A Brigada Militar vai passar o caso para a Polícia Civil. Não deve ser alguém de Garibaldi, mas foi contratado por alguém daqui”, disse Daniel ao Sindicato dos Jornalistas do RS (Sindijors).

O apresentador acredita que a agressão está relacionada a uma denúncia que fez no começo do mês. Daniel revelou o caso de um ex-prefeito que inaugurou um poço artesiano no município, durante campanha, e, até hoje, a estrutura não disponibiliza água. “40 famílias estão sem água”, disse ele.

Desde então, o jornalista diz ter recebido mensagens estranhas e ameaças: “Não posso afirmar que seja isso, mas é a única coisa que deu uma grande repercussão na cidade. Eu não tenho problema com ninguém”.

Em nota conjunta, o Sindijors e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) prestaram solidariedade a Daniel e declararam que “é preciso dar um basta em qualquer tipo de violência, seja por meio de agressões físicas, ou, também, com tentativas de censura, cerceamento do trabalho da imprensa e constrangimento e assédio moral aos profissionais que estão trabalhando para fortalecer a democracia deste país”.

As entidades destacam um relatório de 2020 publicado pela Fenaj que apontou um aumento de 105,77% no número de casos de violência contra jornalistas em relação ao ano anterior. Um novo relatório será publicado em breve, trazendo o cenário de 2021, que, segundo a entidade, “deve ter números iguais ou piores do que os do ano passado”.

Twitter adiciona ferramenta para denunciar fake news sobre a pandemia no Brasil

Twitter adiciona ferramenta para denunciar fake news sobre a pandemia no Brasil

O Twitter anunciou nesta segunda-feira (17/1) que incluiu o Brasil na lista de países com acesso a uma ferramenta que permite a denúncia de fake news sobre a Covid-19 na plataforma. A opção, ainda em versão de testes, também foi adicionada na Espanha e nas Filipinas.

Anteriormente, a ferramenta só estava disponível em Estados Unidos, Austrália e Coreia do Sul. Segundo o Twitter, o objetivo da inclusão de outros países é “colher aprendizados de uma pequena, porém geograficamente diversificada, gama de regiões”, para então poder liberá-la para o mundo todo.

A novidade chega após duas semanas de protestos nas redes sociais contra as fake news sobre a pandemia de Covid-19 que circulam na plataforma. No último domingo (16/1), o movimento Sleeping Giants Brasil cobrou providências contra posts enganosos sobre a doença, levantando a hashtag #FakeNewsMata, que chegou aos tópicos mais comentados da rede.

No começo do mês, em 6/1, o Ministério Público Federal enviou um ofício ao Twitter no qual questionava justamente a falta de opção para denunciar fake news sobre a Covid-19 no Brasil. O documento pedia também explicações sobre os critérios utilizados para verificação de contas. A hashtag #TwitterApoiaFakeNews teve grande engajamento e foi compartilhada por personalidades do jornalismo, da ciência e da saúde.

Justiça do DF nega pedido de prisão de William Bonner por incentivo à vacinação

Justiça do DF nega pedido de prisão de William Bonner por incentivo à vacinação

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios rejeitou nesse domingo (16/1) o pedido de prisão contra o âncora da TV Globo William Bonner por incentivar a vacinação de crianças e adolescentes contra a Covid-19.

A ação, movida pelo advogado Wilson Issao Koressawa, acusa Bonner de participar de uma suposta organização criminosa, composta também por outros profissionais da Globo, que teria o objetivo de falar sobre os impactos positivos da vacina contra o coronavírus. Sem provas, Koressawa afirmou que o âncora cometeu os crimes de indução de pessoas ao suicídio, de causar epidemia e de “envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo”. Ele pediu também que Bonner fosse proibido de incentivar a vacinação de crianças e adolescentes e a exigência de passaporte sanitário.

A juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley classificou o pedido como descabido, e que a ação se assemelha a panfletagem política ao reproduzir teorias da conspiração sem embasamento científico e jurídico: “O Poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas, reproduzidos pela conivência ativa − quando não incendiados − por parte das instituições, sejam elas públicas ou não”.

“Vivemos tempos obscuros traçados por uma confluência de fatores. (…) Os inúmeros mecanismos de pesos e contrapesos da democracia nos colocaram na presente situação, mas será somente por meio dela que o Poder Judiciário, trincheira do Estado democrático de Direito, poderá colaborar para que ensaiemos a superação da cegueira dos nossos tempos”, conclui a juíza, que destaca também que o exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de proferir críticas.

Wilson Issao Koressawa, que se apresenta como promotor de Justiça aposentado, concorreu a deputado distrital do DF em 2002, pelo PSD, e teve sua candidatura indeferida para o mesmo cargo em 2006, quando estava filiado ao PSOL. Em 2020, entrou com um pedido de prisão contra 40 autoridades junto ao Superior Tribunal Militar (STM). Segundo o Metrópoles, o protocolo da ação foi acompanhado por manifestantes do grupo armado de extrema-direita Os 300 do Brasil, composto por integrantes pró-Bolsonaro.

Prefeito de Bagé (RS) revela identidade visual de Giovani Grizotti, o Repórter Sem Rosto

Prefeito de Bagé (RS) revela identidade visual de Giovani Grizotti, o Repórter Sem Rosto

Divaldo Pereira Lara, prefeito de Bagé, município do Rio Grande do Sul, publicou um vídeo no qual revela a identidade visual do repórter investigativo da RBS TV Giovani Grizotti, o Repórter Sem Rosto. A publicação do vídeo seria uma resposta a uma reportagem sobre um suposto esquema de pagamento de propina ao político em troca de contratos com a prefeitura, revelado por delação premiada.

Além de revelar a identidade visual, o prefeito atacou a honra e o trabalho do jornalista. Grizotti, por trabalhar cobrindo casos de corrupção, evita mostrar seu rosto para preservar sua integridade física. A coordenadora de Comunicação da prefeitura Roberta Mércio também aparece no vídeo, atacando o jornalista e dizendo que o prefeito é vítima de “assassinato de reputação”. Ela, inclusive, chegou a trabalhar com Grizotti. O repórter registrou boletim de ocorrência e disse que tomará as medidas cabíveis.

Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas do RS repudiaram a ação do prefeito, destacando que a publicação ataca o jornalista durante o exercício de sua profissão e também a liberdade de imprensa, além de colocar em risco a integridade física do profissional: “Não se avalia, aqui, o direito de o denunciado sentir-se injuriado. O que se questiona, com esta nota, é a forma como o fez o prefeito de Bagé, colocando em risco, deliberadamente, a integridade do jornalista, numa tentativa de censura a todo aquele que venha a investigar supostas irregularidades de personas públicas”.

“Um jornalista investigativo é especializado em desvendar e dar publicidade a fatos ocultos do conhecimento público, especialmente crimes e casos de corrupção ou irregularidades. Por esta razão, o profissional mantém preservada a sua identidade visual, uma vez que corre risco de represálias que podem ser de extrema violência”, esclarecem as entidades.

A reportagem em questão estava censurada desde agosto do ano passado, mas a RBS TV recorreu ao Supremo Tribunal Federal e o ministro Gilmar Mendes suspendeu a proibição.

Giovani Grizotti é o 9º jornalista mais premiado da história da imprensa brasileira, segundo levantamento elaborado por este Portal dos Jornalistas e pela newsletter Jornalistas&Cia.

Pesquisa aponta que Brasil é o país com mais mortes de jornalistas por Covid

Ano de 2022 foi o mais letal contra jornalistas na América Latina, diz relatório

O Brasil é o país com o maior número de jornalistas mortos por Covid-19 desde o começo da pandemia, com 295 óbitos no total. A Índia vem em segundo lugar, com 279 mortes, seguida, respectivamente, por Peru (199), México (122) e Colômbia (79). As informações são de um levantamento da ONG Press Emblem Campaign (PEC), que luta pela segurança e proteção legal de jornalistas ao redor do globo.

O relatório, publicado em 7 de janeiro, mostrou que, em 2021, um total de 1.400 comunicadores morreram em decorrência do coronavírus, o que representa a média de 116 óbitos por mês, ou quatro por dia. Desde março de 2020, quando a PEC iniciou o levantamento, 1.945 jornalistas perderam a vida para a Covid-19 no mundo todo.

A América Latina sozinha concentra quase metade de todas essas mortes. Desde 2020, a região teve pelo menos 954 óbitos de jornalistas por causa da doença. A Ásia é o segundo continente com mais mortes, um total de 556. Em seguida aparecem Europa (263), África (98) e América do Norte (69).

O relatório destaca ainda que o número de jornalistas mortos pela Covid-19 deve ser ainda maior, já que em alguns países não há informações confiáveis sobre o tema ou os óbitos não são registrados. Nos primeiros dias de 2022, três comunicadores perderam a vida para a doença, um deles na América Latina, o uruguaio Carlos Guerra.

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