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quarta-feira, maio 8, 2024

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?Focas? do Correio de Minas celebram 50 anos de jornalismo

Em almoço recheado de histórias de um tempo no qual o jornalismo era bem diferente de hoje, cerca de 20 convidados, entre ex-profissionais do Correio de Minas e acompanhantes, reuniram-se em Belo Horizonte no final de abril, para celebrar os 50 anos de fundação do extinto jornal e de suas próprias carreiras. O reencontro reuniu profissionais como Adauto Novaes, Carmo Chagas, Hélio Fraga, José Salomão David Amorim, Guy de Almeida, Marton Victor do Santos e José Maria Mayrink. Entre conversas e abraços, além de memórias, algumas análises sobre jornalismo. O Correio de Minas foi criado em Belo Horizonte, em 1962, pelo então proprietário do Banco da Lavoura Gilberto Faria. Mayrink narra como isso aconteceu no livro Três vezes Trinta, em que é coautor: ?O jornal Correio de Minas e a revista 3Tempos nasceram com a Empresa Brasileira de Divulgação para sustentar a recondução de Juscelino Kubitschek à Presidência da República. Não era uma intenção explícita, mas a gente sabia quem estava por trás do empreendimento?. Sob o comando Hélio Fraga, Estácio Ramos, Samuel Dirceu, José Salmão David Amorim, Dídimo Paiva e Guy de Almeida, a primeira edição saiu em 25 de março de 1962, espelhando-se no modelo bem-sucedido criado pelo Jornal do Brasil. Logo no início da impressão, um susto: o papel enroscou na boca da rotativa, problema logo superado. Extinto apenas dois anos depois, o jornal deixou boas lembranças nos profissionais que participaram de sua criação: ?Foi a melhor escola para todos aqueles focas que começavam a trabalhar ali. Prova disso é que, depois do seu término, a maioria dos repórteres foi para Veja, Jornal da Tarde e Estado de São Paulo?, conta Marton. Mayrink compara o que aprendeu no começo da carreira com o jornalismo de hoje: ?Fiz parte da primeira turma de Jornalismo da UFMG, na Faculdade de Filosofia. Naquela época, os repórteres tinham formações muito variadas, o que lhes dava um bom preparo. Hoje, as faculdades, no geral, não oferecem formação suficiente. Os estudantes têm que aliar o curso e a prática ao mesmo tempo para serem bons jornalistas?. Marton concorda: ?Antigamente, a formação acadêmica mais diversa dava aos jornalistas uma excepcional condição profissional, ao contrário de hoje. Apesar da agilidade, os atuais cursos de Jornalismo não dão tanto background para o repórter?. Adauto Novaes diz ver outra grande mudança no trabalho do jornalista nesses 50 anos: ?Quando começamos, éramos pessoas muito comprometidas com o fato e sua análise, não nos limitávamos apenas a narrar o acontecimento. Hoje, a matéria está muito ligada apenas ao fato em si?. Herdeiros da tradição do jornal impresso, os ?focas? divergem quando o assunto são as novas tecnologias da informação. Se para alguns a internet trouxe maior agilidade na disseminação da informação, a maioria a considera uma grande armadilha. Entre debates e espontâneas trocas de livros dos autores ali presentes, o que ficou do almoço foi a emoção do reencontro de velhos amigos de redação. Organizador do almoço, Mayrink resume o espírito do encontro: ?Sempre quis rever as pessoas que trabalharam comigo em Belo Horizonte. Além da alegria de localizá-los, estamos comemorando 50 anos de jornalismo?. A foto que ilustra essa matéria é de Célio Apolinário, que também trabalhou no Correio de Minas em 1962.

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