Entidades defensoras da liberdade de imprensa repudiaram as ameaças e ataques direcionados nos últimos dias aos jornalistas Marcelo Hailer e Priscila Ipirajá.

Após a publicação da reportagem Massacre: Operação policial em Minas deixa 25 mortos e nenhum deles policial, na Revista Fórum, Marcelo sofreu diversos ataques, que vão desde rastrear a vida do jornalista, ameaça de execução dele e de seus familiares, além de insultos homofóbicos, que se intensificaram após postagens nas redes sociais do deputado federal Eduardo Bolsonaro.

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo escreveu que “a reação criminosa contra a atividade do jornalista é reflexo do ódio promovido pelo governo Bolsonaro contra os profissionais da imprensa e à liberdade de expressão. Inadmissível e repugnante”.

Priscila recebeu milhares de ataques virtuais, incluindo ameaças de morte, após publicar em suas redes fotos e vídeos sobre o cenário de uma festa de Halloween com cerca de dez amigos. A decoração continha, entre outros elementos, imagens satíricas do presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, com seus nomes escritos em lápides.

A jornalista foi alvo de mensagens ofensivas a sua honra e dignidade, além das ameaças de morte. Algumas palavras utilizadas contra ela foram “prostituta”, “ratazana”, “lixo humano. Espero que você morra”, “jornazista”, “putinha, piranha”, “morre, petista de merda” e “vou acabar com a tua vida”. Mesmo após apagar as fotos e vídeos, continuou recebendo ataques.

Em nota assinada por mais de 20 entidades, o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) destacou que Priscila, “em momento algum, desejou a morte ou fez apologia ao crime. Suas postagens reproduziram o cenário do local, entendido como forma de protesto”. A entidade vem prestando apoio psicológico à jornalista e exige das autoridades providências contra os ataques.

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