O Centro Knight, em parceria com a OMS e a Unesco, promove em maio o curso online e gratuito Jornalismo na Pandemia: Cobertura da Covid-19 agora e no futuro, que oferece o conhecimento necessário para cobrir o coronavírus e os impactos/consequências na saúde, economia, e outros setores da sociedade.
O curso, de 4 a 31/5, será ministrado por Maryn Mckenna,
jornalista de ciência e palestrante do TED. As aulas terão quatro módulos: na
primeira semana, os alunos estudarão as pandemias e desastres do século XX; na
segunda, a cobertura do coronavírus nos dias de hoje, quais seus impactos econômicos,
na saúde, como os governos estão reagindo e qual a importância da liberdade de
imprensa nesse contexto; na terceira, aulas sobre vacinas, testes e
tratamentos, quais são as expectativas que englobam estes temas; e a quarta e
última semana abordará o período pós-vírus: quais serão os impactos, como a
pandemia mudou a história e o mundo inteiro, quais os caminhos a serem
seguidos.
Em meio à crise econômica gerada pelo novo coronavírus, bem como a aprovação da MP 936, que permite entre outros fatores a redução de salários e de jornadas de trabalho, veículos de comunicação de todo o País estão fazendo cortes e acordos com seus trabalhadores. O Portal dos Jornalistas fez um balanço das medidas que algumas grandes empresas têm tomado. Confira:
Editora Globo
No Grupo Globo, o corte será de 25% nos jornais O Globo, Extra, Expresso e Valor Econômico, e nas revistas Época, Quem, Glamour, Marie Claire, Vogue e Crescer, entre outras. A redução terá validade de três meses e os profissionais que aderirem ao acordo terão estabilidade de emprego até outubro. As férias de maio foram canceladas e haverá controle rigoroso de folgas. A informação é de Leo Dias (UOL).
RedeTV
No caso da RedeTV, segundo o colunista Flávio Ricco (UOL), todos os celetistas terão o mesmo corte de 25% em seus salários por três meses. Já os contratados como pessoas jurídicas – grande parte dos apresentadores de programas e telejornais – sofrerão uma redução de 33%, também pelo período de três meses. A medida será aplicada também aos profissionais que recebem valor igual ou superior a R$ 20 mil. Além disso, a suspensão de alguns contratos está sendo analisada.
Editora Abril
De acordo com informações de Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP), a Abril acordou uma redução de 25% no salário de 40 jornalistas, algo em torno de 20% da mão de obra da empresa, integrantes das redações de Casa Cor, Estúdio Abril, Capricho, Guia do Estudante, Viagem e Turismo, Vejinha e Claudia. A revista Veja não foi atingida. Segundo Zocchi, não houve acordo coletivo, foram impostos acordos individuais, cujas regras seguem a MP.
O Estado de S.Paulo
O jornal ainda está em negociações com o SJSP. O que já foi acertado: redução de 25% do salário, a partir do dia 2/5, por 90 dias; contrato coletivo: a empresa impôs controle de jornada às pessoas em home office, com redução de jornada e vedação de horas extras, que serão compensadas dentro do mesmo mês; implementação de um auxílio alimentação para os profissionais em home office, no valor de R$ 150; plano de saúde garantido até 31/12, mesmo em caso de demissão; estabilidade de um ano; reembolso dos gastos dos profissionais em home office.
O modelo de redução de jornada ainda está sendo negociado.
A MP prevê que se houver demissão, haverá indenização de 50% do salário. O Estadão
está propondo indenização de 55%. O acordo definitivo deve ser anunciado até esta
segunda-feira (27/4).
Paulo Zocchi informou que, até a publicação desta nota, o
Sindicato não havia recebido solicitação de negociações com Rede Globo, Record
TV, SBT, Band, Folha de S.Paulo e UOL.
Grupo RBS
A empresa anunciou em 24/4 uma série de medidas para diminuir os impactos da crise econômica. Segundo o site Coletiva.net, foram demitidos 20 profissionaisdas redações de RBS TV, Rádio Gaúcha, Zero Hora, Pioneiro e GaúchaZH.
Ao Coletiva.net, o grupo declarou que “está adaptando sua
operação ao momento atual para estar preparada frente a um cenário ainda
incerto. Todas as decisões têm como objetivo principal manter a
sustentabilidade do seu propósito no longo prazo”. A RBS informou ainda que
cortes nos salários e nas jornadas de trabalho dos profissionais estão sendo
feitos de acordo com as demandas de cada área da empresa.
A TV Cultura lança nesta segunda-feira (27/4) o telejornal Jornal da Tarde, que substitui o Jornal da Cultura 1ª Edição (JC1) na grade de programação. Ancorado por Joyce Ribeiro e Aldo Quiroga, focará em temas como saúde, educação, consumo e mobilidade. O jornal irá ao ar de segunda a sexta, às 12h30, e será exibido também no canal do YouTube e no site da emissora.
Entre as novidades, destacam-se mudanças no cenário, que
agora incorpora o ambiente da redação. O sofá que era utilizado no JC1
dá lugar a uma bancada, também com possibilidade de receber convidados.
Michelangelo Mazzotta, diretor de Cenografia, explica que “a ideia de
termos a redação em cena é para mostrar de onde vem a notícia, ou seja:
jornalistas trabalhando”.
Abraji fará lives para valorizar o trabalho dos jornalistas
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) lançou um projeto de lives semanais para valorizar o trabalho dos jornalistas e mostrar a importância do papel desempenhado por eles em momentos cruciais para o País e para o mundo, como é o caso da pandemia do novo coronavírus.
A primeira transmissão ocorreu nessa terça-feira (21/3), no perfil do Instagram da Abraji, com participação Ana Lucia Azevedo, repórter especial de Saúde, Ciência e Meio Ambiente de O Globo, especialista na cobertura de saúde pública e tragédias ambientais. As lives serão conduzidas por Adriana Barsotti, diretora da entidade.
A próxima live será na próxima terça-feira (28/4), e terá a presença de Raull Santiago, produtor de documentários, empreendedor social, ativista dos direitos humanos, fundador e integrante dos coletivos Papo Reto, Movimentos, Perifa Connection e que faz parte da Assembleia de Membros da Anistia Internacional do Brasil.
Nos jornais
O Estadão informa que começou abril com recordes de audiência e interações em suas plataformas digitais. Com diversas ações criadas para comunicar sobre a Covid-19, divididas em suas redes sociais, o jornal multiplicou o número de seguidores em todas as plataformas. Ele está presente com ações em Instagram, Facebook, Twitter e Linkedin. Para acompanhar o conteúdo especial criado para a pandermia do novo coronavírus basta seguir @Estadão.
Nas revistas
Revista Caras
suspende versão impressa
A revista Caras suspendeu sua versão impressa temporariamente, por causa da pandemia do novo coronavírus. Uma fonte ouvida por este J&Cia revelou que, ao fazer reclamação sobre a demora na entrega da revista, recebeu mensagem da assessoria da Caras que confirma a suspensão da versão impressa.
Na mensagem está escrito que “diante da situação que estamos vivendo por causa da pandemia do coronavírus, fomos levados a suspender temporariamente a impressão de nossas revistas. Por isso, a partir da edição 1.378, que seria lançada em março, por pelo menos três semanas, você não receberá seu exemplar como de costume. As bancas também não receberão as edições a partir da mesma data”.
Segundo a nota, as edições serão mantidas em seu formato digital e o conteúdo não será afetado, podendo ser acessado normalmente no site da revista. A mensagem garante ainda que não haverá prejuízo financeiro aos assinantes: “Nós adicionaremos, ao final de sua assinatura, o mesmo número de exemplares impressos que você não receber”.
Nas tevês
Band aberta
experimenta aumento da audiência durante o isolamento
Lana Capena e Eduardo Oinegue
Por Cristina Vaz de Carvalho, editora de J&Cia no Rio de Janeiro
Em tempos de isolamento, prossegue a tendência de aumento da audiência da tevê aberta, mesmo com a liberação dos canais da tevê paga.
A Band em São Paulo, segundo o Kantar Ibope Media, cresceu 6% em média em março deste ano, e tem os melhores resultados desde 2017. Em comparação com 2019 (de janeiro até 8/4), a diferença no mesmo período em 2020 foi de 11%, superando a média do ano anterior no mesmo intervalo.
A audiência do programa Brasil urgente cresceu 5,4%. Jornalismo policial com José Luiz Datena, apresentado nas tardes da Band de segunda a sábado, das 16h às 18h50, segue por mais meia hora, em algumas emissoras, com o Brasil urgente SP. No segmento de esportes, relevante na programação da Band, os programas Jogo aberto, Os donos da bola e Terceiro tempo aumentaram, em média, quase 3%, apesar da suspensão de todos os torneios e sustentados apenas por comentários, entrevistas à distância e imagens de arquivo.
Todas as praças cresceram no mês de março, mantendo a tendência nos primeiros dias de abril. O destaque vai para Porto Alegre, que teve mais 32% de audiência, e Fortaleza, com 33%. As mais altas audiências, de segunda-feira a domingo, das 7h às 24h, continuam com São Paulo e Belém, que cresceram 6% e 4%, respectivamente, mas sobre uma base já bastante alta. Em comparação com 2019, em São Paulo, capital, o aumento foi de 11%.
Estreia da Band em março, o Primeiro jornal SP, que voltou à grade de programação, apresentado por João Paulo Vergueiro, começa às 3h45 e vai até as 6 horas. Mostrou um crescimento médio da audiência de 46% entre janeiro e março deste ano. No mercado nacional, com empresas próprias e afiliadas, o horário superou os índices anteriores e ficou em terceiro lugar no ranking. As praças com resultados mais expressivos foram Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e Rio de Janeiro.
O Jornal da Band, com Eduardo Oinegue e Lana Canepa, tem crescido desde janeiro e atingiu em março mais 15% no mercado nacional. Bora SP, apresentado por Joel Datena e Laura Ferreira, cresceu 19% quando comparado a janeiro. Aqui na Band, com Sílvia Poppovic e Ernesto Lacombe, cresceu 25% na média mensal em São Paulo, comparado a janeiro, e teve mais 7% na nacional. Band notícias, com Rafael Colombo e Cynthia Martins, cresceu em São Paulo 40% na média anual. E o Jornal da noite, com Sérgio Gabriel, superou os índices do ano em 13% no mercado nacional.
Ainda por lá, a empresa anunciou um corte nos vencimentos de todos os empregados que prestam serviços como pessoa jurídica, que incluem apresentadores de programas, telejornais, repórteres e boa parte dos profissionais do departamento de esportes. Membros da alta direção também serão atingidos. A informação é de Flavio Ricco (UOL).
Segundo o colunista, os cortes – que giram em torno de 25% − são justificados pela atual crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus. A emissora declarou ao UOL que “está negociando todos os contratos acima de 10 mil reais, mas apenas para PJs, nos meses de abril, maio e junho”. A Band também informou que, por enquanto, não há alteração para os celetistas.
Silvio Santos
afasta Carlos Nascimento do SBT Brasil por prevenção contra o coronavírus
Carlos Nascimento
O âncora Carlos Nascimento foi afastado do telejornal SBT Brasil em 16/4 por tempo indeterminado, como medida de segurança e prevenção contra o coronavírus. Dois dias antes, Marcelo Torres, substituto imediato dele, foi diagnosticado com a doença. A informação é de Leo Dias (UOL).
Nascimento faz parte do grupo de risco da doença, pois tem 65 anos e há alguns anos teve câncer de intestino. Segundo a nota do UOL, o afastamento foi uma ordem direta de Silvio Santos, dono da emissora, que pediu também limpeza constante nos cenários de quadros e telejornais.
Ao UOL, o SBT confirmou o afastamento, declarando que “foi uma ordem mesmo por prevenção. Todos os que tiveram contato com o Marcelo Torres fizeram teste do coronavírus e o resultado deve sair na próxima terça”.
A edição de quinta-feira (16/4) do SBT Brasil teve apresentação de Darlisson Dutra – que será o substituto de Nascimento até que Marcelo Torres se recupere – e de Raquel Sheherazade.
Sindicato denuncia Record por falta de proteção
aos jornalistas durante a pandemia
Diante da falta de informações da Record TV sobre medidas efetivas de combate ao coronavírus, o Sindicato dos Jornalistas de SP denunciou a empresa ao Ministério Público do Trabalho. O objetivo, segundo a entidade, é dar início a um procedimento investigatório para apurar a conduta e a responsabilidade da empresa na proteção de seus profissionais da contaminação pelo coronavírus.
Um mês após o Sindicato solicitar a adoção de uma série de protocolos em defesa da saúde dos jornalistas durante a pandemia de coronavírus, a entidade segue sem informações oficiais da emissora. As denúncias recebidas são de que a Record nem mesmo afastou imediatamente para quarentena os jornalistas da emissora que tenham tido contato próximo e recente com pessoa testada como positiva para Covid-19.
A emissora registra, segundo denúncia ao Sindicato, ao menos seis casos de contaminação de seus profissionais, e as pessoas que convivem estreitamente com elas seguiram trabalhando mesmo após a empresa ter sido comunicada sobre os fatos.
Rodrigo Viana deixa a emissora
Após 13 anos de casa, o repórter especial Rodrigo Vianna foi demitido da Record TV na última sexta-feira (17/4). A justificativa da empresa para a decisão seria o alto salário do jornalista, mas segundo o colunista Maurício Stycer, do UOL, a demissão estaria relacionada a um questionamento que ele fez em março, em um grupo de WhatsApp de profissionais da emissora, sobre como a Record estava lidando com o isolamento de funcionários que trabalhavam próximos a um cinegrafista infectado com a Covid-19.
E mais…
Roberto Fernandes (Crédito: Zeca Soares)
Roberto Fernandes, comentarista da TV Mirante, afiliada da Rede Globo no Maranhão, morreu na noite de 21/4 por complicações causadas pelo coronavírus. Ele tinha 61 anos e era natural de Vitória de Santo Antão, em Pernambuco. Deixa mulher, dois filhos e um neto. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão, teve passagens por Rádio São Luís AM, TV Brasil e Rádio Educadora AM. Há 20 anos comandava o programa Ponto Final, na Rádio Mirante AM, e era apresentador do quadro de política do Bom Dia Mirante.
A CNN Brasil lança na próxima segunda-feira (27/4) o podcast O que eu faço?, apresentado por Fernando Nakagawa e Luciana Barreto, para falar sobre investimentos e instabilidade financeira e do mercado por causa do coronavírus. Serão dois episódios por semana.
A TV Cultura realiza na próxima quarta-feira (29/4), às 15h, em parceria com a Aberje, um encontro virtual entre profissionais das redes pública e privada e jornalistas para discutir como está sendo feita a Comunicação Pública em tempos de coronavírus. Já estão confirmados entre os debatedores Leão Serva, diretor de Jornalismo da TV Cultura; Hamilton dos Santos, diretor da Aberje; Marcus Vinícius Sinval, secretário de Comunicação da Prefeitura de São Paulo; e Vinicius Mariano de Carvalho, professor de Estudos Brasileiros no Brazil Institute da King’s College London. O debate terá interação do público, que pode se inscrever gratuitamente pelo site da Aberje.
Na comunicação
corporativa
A MSL Andreoli lançou esta semana o programa MSL Andreoli Home to Office. Montado em parceria com Dirceu Barbano (ex-presidente da Anvisa), consultor em saúde da agência, tem como objetivo orientar as empresas, clientes, mercado em geral sobre práticas de retorno para quando a quarentena acabar. Na prática, é um programa que oferece aos clientes palestras, conteúdos, books, vídeos, tudo sobre como as empresas devem se preparar para o retorno ao convívio social, pois sabe-se que no pós-coronavírus as interações sociais já não serão mais as mesmas. O programa aborda de vestimentas e higiene até hábitos comportamentais, inclusive com o apoio de psicóloga.
A Weber Shandwick, a partir de seus escritórios em Nova York, Nairóbi, Londres, Dallas, Montreal e Toronto, trabalhou dia e noite na divulgação do festival One World: Stay at Home, organizado pela Global Citizen, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Grandes astros da cena pop mundial estiverem juntos no último sábado (18/4) na mais impressionante coleção de artistas já reunida em plataforma digital. Além de Lady Gaga, que fez a curadoria do evento, Paul McCartney, Elton John, Rolling Stones, Steve Wonder, Celine Dion, Andrea Bocelli e dezenas de outras celebridades estavam ali para homenagear, agradecer e apoiar os profissionais de saúde que estão na linha de frente no combate à pandemia do Covid-19. Além de gerar mídia espontânea para o evento, a agência foi responsável por atender a todas as solicitações da imprensa no mundo, liderar as eventuais crises e dar aconselhamento sobre como poderia ser o evento ao vivo. A íntegra do festival pode ser acessada aqui. O Spotify tem a playlistOne World: Stay at Home
A agência segue promovendo uma série de ações relacionadas à pandemia. Aqui no Brasil, um comitê exclusivo divulga dados semanais sobre a repercussão do tema nas redes sociais. Ele cuida de todas as questões relacionadas ao tema e atende pelo [email protected]
Internacionais
O Google decidiu isentar o pagamento das faturas da plataforma de publicidade Google Ad Manager para empresas jornalísticas, globalmente, por um período de até cinco meses. A empresa está notificando os parceiros que atendem aos requisitos a respeito dos detalhes do programa, e o que eles podem esperar ver nos próximos extratos da conta.
Uma rede de checadores na América Latina decidiu fazer um projeto para verificar informação, reunir e atualizar checagens em espanhol sobre o coronavírus, além de produzir uma base informativa sobre as medidas tomadas por governos da região. O Latam Chequea Coronavirus, que atualmente reúne 28 organizações de fact-checking de 16 países latino-americanos e da Espanha, tem como objetivo ajudar jornalistas e checadores na cobertura do coronavírus, para que eles possam encontrar informação confiável de forma mais rápida e simples. A iniciativa é coordenada pela organização argentina Chequeado.
Mark Zuckemberg, CEO do Facebook, anunciou que mostrará notícias verdadeiras para aqueles usuários que curtirem conteúdos falsos existentes na plataforma, especialmente sobre a Covid-19. O objetivo é reduzir o número de fake news na rede social. Uma atualização permitirá que seja implementada uma série de novas ferramentas a fim de conter a propagação de notícias não-verdadeiras. Quando alguém reagir ou comentar em alguma publicação inverossímil, por exemplo, aparecerá um box conduzindo o usuário para o site da Organização Mundial da Saúde (OMS). Então, para cada movimentação de fake news, o Facebook direcionará o usuário a uma fonte confiável.
Outras
Repórter
entrevista o vírus em novo cordel de Assis Ângelo
Assis Ângelo, colaborador deste J&Cia, segue na vertente de produzir literatura de cordel tendo como base a pandemia do novo coronavírus, a exemplo do que fez em março. Há alguns dias, publicou no site do seu Instituto Memória Brasil o cordel Repórter entrevista piolho do cramunhão. Na introdução, diz que o localizou nas profundezas do inferno e que ele aceitou dar a entrevista depois de uma rápida negociação: “Mas fez ressalvas: não falaria sobre sua vida pessoal. E não falou. Demostrou não fazer discriminarão na escolha de suas vítimas. Opinou sobre Bolsonaro e seu ministro Mandetta. Babou muito o Cramunhão. Repetiu várias vezes dizendo que sua missão é matar. E que jamais será esquecido”. Confira! A ilustração é de Fausto Bergocce.
E mais…
Lucas Moretti, customer success manager da Chartbeat, plataforma de análise de dados em tempo real para sites de notícias, apresenta na próxima terça-feira (28/4) a mais recente análise sobre como a crise do coronavírus está impactando os sites de notícias e o comportamento dos leitores no Brasil e no mundo.
Os resultados estão baseados em uma análise de 96,7 bilhões de pageviews em 28 milhões de artigos publicados até agora este ano, incluindo 2,3 milhões sobre o Covid-19. “Já começamos a notar uma fadiga dos leitores em todo o Brasil com o tema do coronavírus”, afirma Moretti. “Esse é o momento de os veículos repensarem as estratégias de conteúdo e de engajamento de seus leitores. Os sites ainda estão recebendo uma audiência altíssima em suas páginas e, embora seja um momento de crise em todo o mundo, essa é uma oportunidade única para engajar os leitores e traçar estratégias para que eles continuem retornando ao seu site, mesmo após a pandemia”, completa.
O webinar gratuito começa às 11 horas. Para participar, acesse aqui.
Em Carta Aberta publicada em 15/4, a Aberje, por suas presidência, diretoria e conselho deliberativo, parabenizou o Grupo Globo e a equipe do Jornal Nacional pela criação do quadro Solidariedade S/A, em que registra, de forma explícita, as ações e as organizações responsáveis por elas. Diz a carta, em um de seus trechos: “Em meio a tantas incertezas e turbulências em cenários que envolvem saúde e economia, a comunicação tem sido uma das principais armas para disseminar boas práticas e chamar à responsabilidade outros gestores e empresas. Para nós, da Aberje, esta nova iniciativa dá a dimensão do quanto a Rede Globo também está preocupada e engajada na solução da crise”.
Eduardo Reina fez um vídeo com dezenas de profissionais em home office para mostrar a todos os brasileiros que o jornalismo é necessário para a saúde e para a democracia. Confira! #JornalistasBrasileiros#MáximoRespeito#FiqueEmCasa
O Congresso em Foco desenvolveu uma ferramenta com dados da pandemia em tempo real. Por ela, é possível encontrar rapidamente os números de casos confirmados, as mortes, a letalidade do novo coronavírus em cada um dos 5.570 municípios do País, os números mais recentes de infectados e de óbitos em todo o mundo, a quantidade disponível de leitos e de outros equipamentos e materiais disponíveis em cada estado para o tratamento da Covid-19, assim como o link para as últimas notícias sobre a pandemia. O conteúdo é alimentado a partir de informações publicadas pela plataforma Brasil.io.
O médico belga Paul Stoffels, vice-presidente do Comitê Executivo e Chief Scientific Officer da Johnson & Johnson, afirma que, entre janeiro e fevereiro de 2021, as primeiras doses da vacina contra a Covid-19 devem estar disponíveis em caráter de urgência. Essa foi uma das declarações que o cientista da J&J que lidera a busca pela vacina deu a um veículo da América Latina desde que iniciou as pesquisas. Confira a entrevista no NeoFeed.
A agência de fact checking Lupa vem com a segunda temporada do Verifica, podcast para discutir desinformação e desmentir boatos. Nesta série, os conteúdos serão exclusivamente sobre a pandemia de Covid-19 e o vírus Sars-Cov-2. Os episódios, ancorados pelos diretores da agência Gilberto Scofield Jr. e Natália Leal, são divulgados às quintas-feiras, nas plataformas de streaming de áudio e nas redes sociais da Lupa.
O Verifica também tira dúvidas sobre a pandemia: toda semana, a repórter Nathalia Afonso conversa com um especialista sobre as questões mais procuradas. Quem tiver perguntas, pode encaminhá-las pelo formulário de sugestões no site, ou pelo Instagram. A cada semana, a agência abre uma caixa de perguntas nos stories para ouvir as dúvidas dos leitores e ouvintes.
Preparação física da Seleção em Guanajuato. Crédito: O Cruzeiro/EM/D.A. Press
Por Silvio Lancellotti
Estava escrito. Numa disputa de palitinho, eu literalmente conquistei o mimoso privilégio de cobrir ao vivo a minha primeira Copa do Mundo, no México/70. Corria o mês de Abril, nome da editora para a qual eu então trabalhava, na Veja, como editor assistente. Fora estabelecido que a revista enviaria cinco profissionais ao Altiplano, quatro no texto e um nas imagens. Então, determinada semana, a falta de um patrocinador cortou dois e a editora decidiu acumular, num time só, os remanescentes da Veja e os já definidos da recém-fundada Placar. Sobramos, lá da Veja, Tim Teixeira, porque ele cuidava dos Esportes, Armando Salem e eu. Só que, dias antes do embarque, os nossos passaportes já visados e as passagens reservadas, a Abril podou mais um. E Mino Carta, o diretor da Veja, resolveu salomonicamente. Salem e eu brigaríamos pela vaga no palitinho. Numa melhor-de-três. E eu venci.
Ao desembarcar, mal conheci a Ciudad de México. Do aeroporto mesmo, em dois carros pré-alugados, a equipe conjunta rumou a Guanajuato, quase 350 quilômetros de distância. Relíquia pré-colombiana, então com 32 mil habitantes, incrustada nas colinas do Cerro de Las Ranas, ou o Sítio das Rãs, Guanajuato localiza-se numa altitude de 3.180 metros e a Comissão Técnica da seleção a havia adotado, como sua base de treinamentos, exatamente para facilitar a adaptação dos jogadores ao ar rarefeito do país. Hoje sabe-se que, de fato, fisicamente, a equipe do Brasil voou na Copa de 70. Quando cheguei a Guanajuato, aliás, Zagallo & Cia já colecionavam duas semanas da tal adaptação. Meus colegas e eu, todavia, padecemos muito até acostumarmos à falta de oxigênio e de umidade. Do sangramento das narinas às tonturas no subir escadas.
Outros tempos, outro calendário, para o Futebol e para a Mídia. Fiquei
quase um mês em Guanajuato, um lugar tão seco que as roupas lavadas
desidratam-se em um par de horas e uma das atrações é o Museu das Múmias, com
centenas de corpos livremente preservados, inclusive sem sepultamento. Talvez,
no desenrolar das suas carreiras, os jogadores do Brasil não tenham atingido
uma forma tão exuberante como naquela sua estada na região. Claro, porém, que
igualmente se multiplicaram as contrapartidas incômodas. Cidadezinha celebrada
também pela ótima qualidade da sua Universidade, Guanajuato vivia o seu período
de férias escolares. Não existiam diversões, nem restaurantes. A embaixada do
Brasil ainda organizou um show de Bossa Nova no único teatro acessível. Restavam
aos jogadores, apenas, os passeios pelas ruas subterrâneas que se emaranhavam
sobre leitos de rios extintos.
Abrigados no Castillo de Santa Cecília, gigantesco hotel que ocupa uma
fortificação de 1686 e que tranquilamente serviria de cenário para um filme de
terror e de vampiros, aos jornalistas cabia uma rotina monocórdica. Desjejum
com queso e médio melón. Almoço com queso e médio melón. Jantar com queso e
médio melón. Sim, pois logo se mostraram intragáveis a sopa de frango, o
ensopado de frango, o assado de frango, o etcetera de frango. O velho Aymoré
Moreira, treinador do Brasil bicampeão na Copa do Chile/1962, que integrava
como comentarista a nossa tropa, descobriu um boteco que oferecia hamburguesas,
aliás, preciosas. Comprávamos às pencas. No intervalo da manhã, frequentávamos
a “janela” da seleção, hospedada no mais bucólico Parador San Javier. À tarde,
víamos os exercícios com bola. Na “janela” e na tarde colhíamos as informações
e tirávamos as fotografias. Para Veja, que descartara um especialista, eu
dobrava nas funções.
Os textos nós transmitíamos, via teletipo, num aparelho colocado, por
encomenda da Abril, num apartamento do grupo no Castillo. Datilografar num
teletipo arruína os dedos. E eu me obrigava a enrolar as unhas com tiras de
esparadrapo, à maneira dos voleibolistas. Para os filmes com as fotos,
formávamos um pool.
Enfiávamos os rolos num malote e, a cada dia, um da turma assumia a direção de
um dos carros alugados e viajava 65 quilômetros até León, onde havia uma
agência de uma empresa aérea com a qual a Abril mantinha convênio. De
contrabando, no malote, também enfiávamos cartas e cartões postais, nossos ou
dos jogadores, que, em São Paulo, o saudoso Ulysses Alves de Souza se
encarregava de distribuir.
Era ainda uma missão que podia redundar em perigos de origem insólita.
Empenhada em promover largamente o lançamento de Placar, a Abril havia colado,
na capa do primeiro número, uma espécie de moedinha com a efígie do Pelé. Outro
saudoso, Cláudio de Souza, da cúpula da editora, forneceu a cada um dos
seus jornalistas daquela Copa uma sacola repleta de tais bijus que doávamos a
quem solicitasse.
O Castillo tinha uma boate na qual uma bandinha mais se divertia do que
entoava, Certa noite, na véspera de nos mudarmos, com a seleção, a Guadalajara, encerramos o milionésimo campeonato de buraco
e uns doze de nós, entre a opção da cama ou de um novelão na TV do salão,
escolhemos visitar a boate. Outros perdidos se juntavam ao redor de latinhas de
cerveja. Numa mesa redonda, três homens soturnos e seis mulheres ruidosas
bebiam tequila. Mulheres ruidosas em Guanajuato?
Um garçom nos advertiu. Que tomássemos cuidado. Os homens provinham de
Irapuato, destacavam-se pela fama de violentos. Do grupo, apenas uma das
mulheres morava na região, era a dona do único lupanar de Guanajuato. E nós
esquecemos o caso. Até que, subitamente, um colega, negro como Pelé, entrou na
boate e a dona do rendezvous se
alçou aos berros: “Foi ele! Foi ele!” Imediatamente os homens também se
levantaram, e de pistolas em punho. O colega intuiu o que logo sucederia e
zuniu em retirada enquanto os homens disparavam. Reflexo coletivo, quase todos
os presentes à boate nos arremessamos ao chão e debaixo dos móveis. Dez minutos
de pavor absurdo.
Inacreditavelmente as duas solitárias viaturas da polícia de Guanajuato
despontaram e detiveram os violentos. E o mistério da razão do entrevero
desfez-se quando o colega ressurgiu em busca dos indispensáveis goles
relaxantes. Funcionário de outra empresa, contou que havia achado, esquecida num
canto, uma sacola com as moedinhas do Rei e que pretendia devolvê-la. Mas,
noite anterior, ao passar diante do lupanar e ver a luz acesa, resolveu se
empavonar. Inventou que era um mano do Pelé, usou os serviços da dama e pagou
com o conteúdo da sacola.
Brinde da edição 1 de Placar
Pouco depois um comissário da polícia foi ao Castillo verificar se ninguém havia se ferido. E nos costurou o restante da história. Ao entender que tudo aquilo que enchia a sacola não valia nem seu peso, a madame pediu socorro aos três homens, leões-de-chácara em Irapuato. E os violentos rumaram a Guanajuato com a intenção de pregar um susto no malandro. Acabaram por apavorar também uns trinta, quarenta transeuntes. Felizmente, na tarde seguinte nos transferimos todos a Guadalajara onde a seleção iniciaria a sua marcha gloriosa rumo ao Tri.
Silvio Lancellotti
A história desta semana é novamente uma colaboração de Silvio Lancellotti. Arquiteto por diploma e jornalista por paixão, participou das equipes inaugurais de Veja e de IstoÉ, dirigiu a revista Vogue, foi cronista de Esportes e Gastronomia da Folha de S.Paulo e do Estadão. Na TV, além apresentar cerca de cinco mil programas de culinária, comentou futebol, oito edições da Copa do Mundo e seis dos Jogos Olímpicos. Escreveu cinco livros sobre esportes, 13 de culinária e quatro romances. Honra ou Vendetta transformou-se na novela Poder Paralelo, da Record, em 2009/10. Em nome do pai dos burros foi um dos cinco finalistas do Prêmio São Paulo de Literatura de 2012. Integra o elenco de colunistas do portal R7 desde 2012.
Tem alguma
história de redação interessante para contar? Mande para [email protected].
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e outras entidades defensoras do jornalismo lançaram a campanha #JornalistasSalvamVidas, em protesto à Medida Provisória (MP) nº 936, que possibilita redução nas horas de trabalho e cortes de até 70% nos salários dos profissionais.
Segundo nota publicada no site do SJSP, a proposta da MP
gera, em meio à pandemia do novo coronavírus, uma “redução da capacidade da
sociedade de se informar adequadamente, abrindo espaço ainda maior para a
disseminação de fake news. (…) As consequências dessa precarização em
um momento tão crítico podem ser fatais para a saúde pública, para a economia e
para a própria democracia. O trabalho dos jornalistas é serviço essencial”.
As entidades convocam as pessoas a postarem conteúdo nas
redes sociais, usando a hashtag da campanha #JornalistasSalvamVidas,
para valorizar o trabalho dos profissionais: “A nossa rotina nesse último mês
têm sido assumir riscos de saúde e empenhar recursos próprios para manter um
trabalho com a qualidade e a velocidade que a população precisa e merece.
Agimos assim porque fazer jornalismo é a nossa missão. Conclamamos você a se
unir neste movimento pela valorização dos jornalistas. Queremos manter o
jornalismo na ativa e com força total nesse momento tão crítico para o Brasil e
o mundo”.
Até a publicação desta nota, alguns veículos de comunicação,
como as revistas da Editora Globo, os jornais O Globo, Valor Econômico e O
Estado de S.Paulo, e a RedeTV, já haviam
anunciado cortes.
A pandemia do novo coronavírus afetou dia a dia dos veículos jornalísticos no mundo inteiro. Todos os profissionais e editorias foram atingidos com o distanciamento social proposto pela Organização Mundial da Saúde. Mas a imprensa esportiva foi, sem dúvidas, uma das mais afetadas nesse sentido. Com a suspensão das competições, o cotidiano dos jornalistas esportivos mudou significativamente: debates, entrevistas, videoconferências e até reprises ocupam a grade das grandes emissoras esportivas ao redor do globo, que buscam sobreviver e manter a audiência em um período sem esportes.
Nesse contexto, J&Cia busca entender como está sendo o processo de adaptação da imprensa esportiva em meio à pandemia do novo coronavírus: como seguir adiante, manter a audiência, oferecer conteúdo relevante aos seus consumidores, mesmo sem os grandes eventos esportivos.
Marcio Bernardes
Nesta primeira edição, conversei com Marcio Bernardes, âncora do Debate Bola (pós-jogo) da Rádio Transamérica FM, e Éder Luiz, diretor de esporte que contou como e o que a emissora têm produzido, dentro das possibilidades, sobre esportes. Uma das mudanças estabelecidas pela rádio foi “enxugar” o tempo médio de programação: “Nós fazíamos em média nove horas de programação esportiva, além das transmissões. Com elas, esse número fica ainda maior; agora, devido às circunstâncias, estamos fazendo aproximadamente cinco horas de programação esportiva”, declarou.
Em relação ao conteúdo sobre esportes, é inevitável que os veículos tenham que mudar suas grades, uma vez que todas as competições estão suspensas. Sobre a Transamérica, o âncora explicou que a programação resume-se a debates, especiais e entrevistas: “Temos entrevistas especiais com jogadores e com personalidades, participação de correspondentes que nos trazem as últimas notícias dos clubes, especiais − como um de Fórmula 1, veiculado aos finais de semana − e muito debate, sobre os mais diversos assuntos, como o custo do futebol, problemas econômicos enfrentados pelos clubes por causa da pandemia, cortes nos salários de jogadores e funcionários, ou seja, tudo o que é possível produzir no momento”.
Um ponto que ele destacou é que a equipe traz para os ouvintes, além do conteúdo esportivo, as últimas notícias sobre o coronavírus, com dados, estudos e recomendações: “Em todas as aberturas de bloco, reservamos alguns minutos para falar sobre o coronavírus, trazer as últimas notícias para os ouvintes. Focamos sempre em trazer notícias otimistas, mostrar um lado mais positivo sobre a situação que estamos vivendo, como, por exemplo, dados sobre o número de pessoas que se curaram da doença. Acreditamos que nosso trabalho nesse sentido serve tanto para atender à demanda dos ouvintes que querem saber sobre as últimas notícias do seu clube do coração, ter o seu momento de descontração, e ainda assim se manter informado sobre o coronavírus, sobre o contexto crítico que estamos vivendo”.
Sobre as recomendações de saúde estabelecidas por entidades especialistas na área, o âncora do Debate Bola contou que os funcionários que pertencem à faixa de risco estão trabalhando remotamente. É o caso dele próprio e, entre outros, Henrique Guilherme, Paulo Roberto, José Eduardo Savoia, Oswaldo Maciel e Roberto Carmona. “Eles montaram até um miniestúdio para poderem participar das transmissões”.
Éder Luiz
Éder Luiz, diretor de esportes da Transamérica, conta que a emissora tomou os cuidados necessários com os trabalhadores do grupo de risco, mas manteve a equipe inteira trabalhando: “A estrutura esportiva segue trabalhando, fizemos questão de manter todos produzindo a todo vapor, pois o DNA da rádio está muito ligado ao segmento esportivo, é o nosso principal produto, e agora mais do que nunca é nosso dever seguir com o trabalho, considerando o contexto atual. Estamos seguindo as recomendações de saúde e mantendo os profissionais do grupo de risco em quarentena, e mesmo estes seguem trabalhando remotamente”. Marcio aponta que a Transamérica “é a única rádio em São Paulo cuja equipe inteira segue trabalhando a todo o vapor, sem exceções, remota ou presencialmente”.
O diretor de esportes destaca também o aumento na audiência de rádio no País. Segundo dados do Kantar Ibope Media, divulgados em 9/4, houve um aumento de 20% na audiência em meio à pandemia. “Ficamos um pouco surpresos com os dados, mas estou orgulhoso, pois, mesmo sem futebol temos mantido um nível interessante de qualidade, o rádio em geral cresceu muito nesse período”, comentou Éder. Outros dados relevantes apontados pelo Ibope são que 70% dos entrevistados disseram ouvir a mesma quantidade ou mais após o isolamento social, e 50% afirmou que ouve rádio para se entreter/distrair, o que inclui conteúdos esportivos.
Entre os vários impactos que a pandemia do coronavírus trouxe à imprensa como um todo, destaca-se a crise financeira, que está levando os veículos a repensarem os contratos de muitos funcionários, com direito a demissões e cortes salariais. Não é o caso da Transamérica, segundo Éder: “Obviamente, devemos levar em conta os impactos econômicos causados pelo coronavírus, mas por enquanto os empregos estão mantidos. Eu mudei de atuação aqui na Transamérica. Antigamente, fazia uma gestão de conteúdo, os profissionais eram contratados diretamente por mim, mas agora sou um executivo da rádio, os contratados respondem diretamente à Transamérica, mas até agora os profissionais seguem mantidos”.
Fábio Faria
Nesse sentido, Marcio destaca o trabalho de Éder e de Fábio Faria, diretor-geral da rádio: “Devo elogiar a conduta deles neste momento que vivemos. Esta reformulação inteligente, de enxugar o tempo de programação, manter a equipe de esportes inteira trabalhando e tomar os devidos cuidados com os funcionários de risco são fruto de um trabalho intenso e de qualidade dos dois”.
Os impactos econômicos causados pelo novo coronavírus chegaram à Editora Globo e à Rede TV. A direção dos veículos optou por reduzir os salários de seus funcionários.
Na Editora Globo, o corte será de 25 % em jornais como O Globo, Extra, Expresso e Valor Econômico, além das revistas Época, Quem, Glamour, Marie Claire, Vogue e Crescer, entre outras. A redução será válida por três meses e os profissionais que aderirem ao acordo terão estabilidade de emprego até outubro. As férias de maio foram canceladas e haverá controle rigoroso de folgas. A informação é de Leo Dias (UOL)
A decisão ocorre depois da editora apresentar dados à imprensa, em 22/4, que mostram queda significativa em receitas publicitárias e vendas nas bancas, além de aumento no número de cancelamentos de assinaturas.
No caso da RedeTV, segundo o colunista Flávio Ricco (UOL), todos os celetistas terão o mesmo corte de 25% em seus salários por três meses. Já os contratados como pessoas jurídicas – grande parte dos apresentadores de programas e telejornais – sofrerão uma redução de 33%, também pelo período de três meses. A medida será aplicada também aos profissionais que recebem valor igual ou superior a R$ 20 mil. Além disso, a suspensão de alguns contratos está sendo analisada.
A consciência sobre a necessidade de garantir a sobrevivência do bom jornalismo diante do impacto do novo coronavírus, que está derrubando circulação e receitas publicitárias de organizações de todos os tamanhos, ecoou na sociedade britânica e sensibilizou a administração de Boris Johnson.
Mesmo severamente questionado pela imprensa por
sua condução no controle da pandemia, o
Governo conclamou o público a continuar comprando jornais. Liderou um
duro chamado aos anunciantes, desconfortáveis por verem suas peças próximas a
matérias sobre a doença, para retomarem a compra de mídia. E deu o exemplo,
investindo em uma campanha de três meses nos principais jornais nacionais e
regionais do país.
A largada foi dada na sexta-feira (17/4), quando
centenas de impressos britânicos circularam com uma sobrecapa da campanha “All
in, all together” (Todos em casa, todos juntos). A face interna trazia um
poster para afixar na janela com o arco-íris, símbolo dos trabalhadores em
serviços essenciais − inclusive jornalistas − e o texto “Staying at home for
Britain”.
A ação foi articulada com a Newsworks, entidade
dedicada a promover o marketing de veículos jornalísticos. Canais de propaganda
estimam que os investimentos alcancem £ 45 milhões. A campanha seguirá com
novas etapas, como branded content para esclarecer sobre a prevenção da
Covid-19 e mensagens segmentadas.
Michael Gove, ministro do Gabinete, afirmou que os
jornais são vitais para a sociedade, e que agora se tornaram ainda mais
necessários. “Com a campanha, salvaremos vidas ao prover informação essencial
ao público e daremos suporte às instituições”, disse Gove, que antes de entrar
para a política foi jornalista e trabalhou na BBC.
É uma boa ajuda aos coleguinhas. Mais de dois mil
profissionais de cerca de 500 organizações foram dispensados ou licenciados,
por enquanto a maioria em áreas de apoio. Mas as projeções para as redações não
são animadoras. Segundo a empresa de pesquisa Enders Analysis, cinco mil
jornalistas podem ser dispensados nos próximos meses se não houver uma reversão
da tempestade perfeita formada por redução das tiragens e fuga dos anunciantes
no papel e no digital.
Uma das exceções é o grupo DMGT, que edita Mail,
Metro e i. Em vez de colocar os empregados em licença ou demitir, propôs uma
redução nos salários entre 1% a 26% dependendo da faixa de remuneração, em
troca de ações da companhia que poderão ser mantidas ou recompradas
posteriormente pelo grupo. E manteve a circulação do Metro, distribuído no
transporte público, como forma de continuar proporcionando o noticiário matinal
gratuito − e a atividade dos jornalistas.
Credibilidade da imprensa em alta e BBC brilhando − O paradoxo é que a crise acontece quando a imprensa britânica vive dias
de glória. A cobertura sobre a pandemia tem sido notável, tanto no que diz
respeito a informações relativas à doença quanto na marcação cerrada sobre o
Governo − incluindo os jornais pró-Boris. Uma enquete do Ofcom, órgão de
controle da imprensa, apontou que 2/3 dos entrevistados estão acompanhando a
mídia nacional com mais frequência durante a pandemia.
A BBC, com sua qualidade e penetração nacional, se
destaca. Segundo o The Observer, que no domingo chegou a fazer um perfil do
editor e do principal repórter de saúde da emissora, a audiência do News at
One subiu 85%, a do News at Six, 74% e a do News at Ten, 50%
desde meados de março.
E em linha com seu perfil de serviço público, a
rede criou uma série de programas educacionais
estrelados por celebridades, voltados para crianças em quarentena, como
extensão da plataforma Bitesize. As aulas diárias trazem personalidades como
David Attenborough ensinando Geografia e o jogador de futebol Sergio Agüero
lecionando espanhol.
Se continuar nessa trajetória de prestígio e
relevância, a BBC pode ter com o novo coronavírus bons argumentos para reverter
as pressões sobre o seu modelo de negócio, baseado na taxa obrigatória paga por
todas as residências britânicas, que entrou na mira do atual Governo. Será que
a “Auntie Beeb” vai conseguir fazer deste limão uma limonada?
A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nessa terça-feira (21/4) o Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2020. O Brasil caiu duas posições em comparação ao ano passado, e agora ocupa a 107ª posição entre os 180 países participantes da pesquisa. Noruega está na primeira colocação, seguida respectivamente por Finlândia, Dinamarca, Suécia e Holanda.
Segundo a RSF, essa queda está relacionada à postura do
presidente Jair Bolsonaro para com a imprensa nacional, bem como os ataques em
grande escala promovidos pelo que a entidade chama de “gabinete de ódio” do
líder político do País, que se tornaram ainda mais frequentes em meio à
pandemia do novo coronavírus.
O estudo afirmou que no governo de Bolsonaro existe uma “deterioração
do ambiente em que operam jornalistas, marcado por hostilidade permanente que
atravessa a relação do governo com a imprensa. O presidente insulta e ataca
sistematicamente alguns dos jornalistas e meios de comunicação mais importantes
do País, o que estimula aliados a fazerem o mesmo, alimentando um clima de ódio
e desconfiança para com os diferentes atores da informação”.
Os critérios utilizados pelo ranking são: pluralismo,
independência, ambiente e autocensura, arcabouço jurídico, transparência e
qualidade das infraestruturas de apoio à produção de informações. A RSF destaca
que a próxima década será decisiva para o futuro do jornalismo, e que a Covid-19
só evidencia ainda mais a crise existente no direito a informações livres,
independentes e confiáveis. Confira
o estudo na íntegra.