EC Vitória sub-20, em 1985. Em pé: Paulo (esq.), Sérgio, Amaral, Dito, Gilmar e Jadir. Agachados: Joel Teles, Péricles Chamusca, Paulinho, Pedro Haroldo e Ederlane
Dito Lopes
Há mais ou menos 25 anos, fazer uma jornada esportiva era muito diferente dos dias de hoje. Eu, na época repórter da Rádio Excelsior da Bahia, viajava com o considerado melhor locutor esportivo da Bahia, Nilton Nogueira (o clássico da Bahia que o Brasil consagrou), para um jogo do Bahia contra o Guarani, em Campinas (SP).
Nessa época, as jornadas em rádio começavam às 14h e os jogos, às 17h, portanto, três horas de preparação para o jogo de informações do repórter. Detalhe: Não viajava o comentarista, o repórter tinha que se virar sozinho; não tínhamos celular e basicamente, antes do jogo, o repórter tinha que estar muito bem informado.
Pois bem, ao chegar ao estádio me dei conta que tinha esquecido a minha agenda com todas as informações de uma semana de pesquisa e de preparação para aquele jogo. Resultado: o narrador não seguraria a jornada nem dois minutos. Tive que usar a memória para lembrar de alguns detalhes, algumas informações. A tarde não passava… fiquei desesperado, repetindo as notícias que lembrava. Pedi emprestado aos colegas baianos papel e caneta e foi uma tarde trágica, para nunca mais lembrar. Mas valeu a experiência, que me deu cancha pra me firmar cada vez mais na profissão.
Dito Lopes foi jogador profissional dos 14 aos 22 anos na Bahia, tendo passado por Botafogo, Vitória, Galicia e Ypiranga. Era zagueiro. Depois, tornou-se repórter e hoje é presidente da Associação Baiana de Cronistas Esportivos (ABCD).
O Portal dos Jornalistas traz neste espaço histórias de colegas da imprensa esportiva em preparação ao Prêmio Os +Admirados da Imprensa Esportiva, que será realizado em parceria com 2 Toques e Live Sports, no segundo semestre.
Profissionais da RIT TV, do pastor R.R. Soares, estão trabalhando em condições insalubres na sede da emissora, no centro de São Paulo.
Profissionais da RIT TV, do pastor R.R. Soares, estão trabalhando em condições insalubres na sede da emissora, no centro de São Paulo. As denúncias foram feitas ao Ministério do Trabalho (MTB) e ao colunista do UOL Ricardo Feltrin.
Os funcionários estão preocupados com a aglomeração no local. Eles afirmam que há, inclusive, pessoas de grupos de risco com comorbidades e idade avançada. Contam também que todos trabalham num mesmo ambiente com janelas fechadas e ar-condicionado.
O temor é de contaminação pela Covid-19. Na denúncia, os profissionais enviaram fotos ao Ministério do Trabalho, que fez uma visita à TV semanas atrás. As fotos foram enviadas também para Feltrin. Convidado a ir até a emissora, o jornalista negou por ainda não ter sido vacinado contra o vírus.
A direção da TV negou as denúncias e afirmou que, mesmo com a visita do MTB, eles não foram autuados pois nada de errado foi encontrado. Kalled Adib, diretor da RIT, disse não haver pessoas com comorbidades, que todos são obrigados a trabalhar com máscaras e que em todo o local há álcool em gel e outros produtos para limpeza.
Já os funcionários afirmam que, sim, foram encontrados vários problemas. Disseram ainda que mudanças começaram a ser feitas na emissora logo após a visita dos fiscais.
Por medo de represália, os profissionais fizeram as denúncias de maneira anônima, mas afirmam que começou uma busca interna para tentar descobrir os denunciantes.
Adib nega: “Eu nunca faria uma coisa dessas com ninguém. Muito ao contrário: acho que as denúncias devem ser feitas quando procedem. Essa não é minha maneira de fazer gestão”.
A Fenaj informou que teve sua sede leiloada em 21/5, como desfecho de uma ação impetrada na Justiça do Trabalho, em 2016, por uma jornalista de Curitiba, para a obtenção da Carteira de Jornalista. Ela, formada em Relações Públicas, recebeu a carteira em 2017. A expedição, no entanto, por falha processual não foi juntada aos autos, o que resultou em multa para a Federação. Advogados da Fenaj vão recorrer da decisão.
Em nota, a entidade escreveu que “esse é mais um caso em que fica evidente que a Justiça nem sempre é justa e que existem profissionais sem absolutamente nenhuma consciência da importância da luta coletiva e da preservação das entidades representativas. A Fenaj vai ficar sem sua sede por causa de uma Carteira de Jornalista, que foi entregue à solicitante. Afirmamos, entretanto, que o leilão da sede não vai impedir que a Fenaj continue à frente do movimento sindical dos jornalistas brasileiros, constituído pelos Sindicatos de Jornalistas e pela Federação. A luta é permanente e busca a garantia de trabalho e vida digna para a categoria, de valorização do Jornalismo e de defesa das liberdades de expressão e de imprensa, do Estado de direito e da democracia”.
A sede do SBT em Brasília está promovendo uma série de mudanças em seu jornalismo, que incluem demissões já feitas nas últimas horas. Uma delas é a da apresentadora Neila Medeiros. A informação é de Flávio Ricco, do R7.
Segundo o colunista, Neila foi informada de que seus serviços não eram mais necessários no dia em que voltou de férias, logo após a exibição do SBT Brasília. Além dela, deixa também a emissora o editor Juan Preuss.
Juliana Rosa, ex-GloboNews, acerta com a Band
Juliana Rosa
Após pedir demissão da Rede Globo depois de 20 anos de casa, Juliana Rosa foi contratada pela Bandeirantes, segundo Daniel Castro (Notícias da TV/UOL). Apresentadora e especialista em economia, ela será responsável por encabeçar a parte das análises de economia na rádio e na TV. Juliana destacou-se na GloboNews com uma forma inovadora de noticiar dados econômicos, com comentários críticos, ácidos, e um linguajar simples.
Muito já se falou sobre tendências que a pandemia acelerou ou aprofundou. A intolerância é uma delas. Discordância sobre isolamento social, uso de máscaras ou risco de tomar a vacina estragam amizades e afastam parentes em todo o mundo.
Em sociedades já divididas antes, como o Brasil e o Reino Unido, os efeitos do coronavírus sobre a paz social encontraram terreno ainda mais fértil para florescer. Com o potencial de modificar − talvez para sempre − o espírito cordial descontraído dos brasileiros e cordial respeitoso dos britânicos.
O Brexit dividiu o Reino Unido ao meio, literalmente. O plebiscito que decidiu pela saída do país da União Europeia, em 2016, teve resultado apertado.
Em 2019 a pressão se elevou, com os descontentes fazendo de tudo para reverter a partida iminente. Mas em janeiro de 2020 ela se deu, como previsto.
E aí veio a pandemia.
O tamanho da discórdia tem sido medido por uma pesquisa atrás da outra. O Financial Times desta terça-feira publicou um gráfico que mostra a extensão da guerra cultural que se instalou no país.
O instituto Ipsos examinou a dificuldade das pessoas em manterem amizade com que têm opiniões diferentes. O isolamento social vem em primeiro, praticamente empatado com o Black Lives Matter.
Isso tem uma explicação: no Reino Unido, a reação ao movimento intensificou o debate sobre colonialismo, desencadeando um movimento para remover estátuas que homenageiam pessoas ligadas à escravidão. Até a Rainha foi “cancelada”, com sua foto retirada de uma sala de convivência em Oxford.
GB News, a “Fox News” britânica
Foi nesse ambiente que nasceu esta semana um projeto que pode sepultar de vez a possibilidade de que as feridas abertas pelo Brexit e pela pandemia cicatrizem. Trata-se da emissora de TV GB News, criada e financiada por expoentes do Partido Conservador.
Ela estreou domingo com seus jornalistas e executivos debatendo-se contra a alcunha de “Fox News britânica”.
A holding que detém o canal foi criada em setembro de 2019, quando o primeiro-ministro Boris Johnson havia assumido o lugar de sua antecessora,Theresa May, que caíra desgastada pela dificuldade em negociar um acordo com Bruxelas.
Em janeiro, depois das eleições gerais que o confirmaram no cargo, a emissora ganhou concessão para operar. E assumiu algumas bandeiras: o nacionalismo, o combate ao “politicamente correto”, a voz para excluídos de fora da capital e o combate à BBC.
As promessas se confirmaram. Quem acompanha o canal americano pode até achar o tom da GB News normal. Mas aqui não era até domingo passado, pelo menos no jornalismo.
Não quer dizer que os jornalistas britânicos sejam benevolentes com o governo. BBC e Sky têm programas dominicais que “imprensam”, sem trocadilho, os poderosos contra a parede.
Mas é com elegância, sem exasperação, sem discordar do convidado como se estivesse numa mesa de bar depois de cinco chopes. E este foi o tom que a GB News adotou. Chega a ser angustiante assistir alguns programas da nova rede.
No primeiro dia, a audiência bateu as de BBC, ITV e Sky. Mas nas redes sociais muitos comentaram que seria por curiosidade, com gente sintonizando para conhecer ou confirmar a má impressão que já tinha antes de assistir.
No entanto, esta é uma sociedade dividida. Dar voz a figuras da extrema direita radical que estavam no ostracismo político, como o controvertido Nigel Farage, ou promover a desobediência ao isolamento social chega a ser perigoso, mas encontra seguidores.
A TV já não é a principal formadora de opinião. Mas no Reino Unido, graças ao hábito criado pela BBC, resiste como influência importante.
E o que sai nas TVs é amplificado nas redes sociais, sobretudo o que é polêmico. Como a pauta da GB News.
Ela chegou jogando gasolina numa fogueira que já ardia. E pode acabar sendo o instrumento que vai colocar fim ao império da gentileza britânica.
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O livro aborda a atuação de integrantes das Forças Armadas na segurança pública na última década e o que isso tem a ver com o governo Bolsonaro e seus generais. “No caminho, um rastro de civis mortos e 100% de impunidade”, escreveu Natalia em seu Twitter sobre o conteúdo da obra.
O objetivo do livro é explicar quais são os danos colaterais que o uso crescente de militares em operações de segurança pública trouxe para a sociedade. Tais danos, segundo descrição da autora, podem ser poucos “para efeitos estatísticos, mas têm desdobramentos enormes, e não só para familiares e amigos. Eles resultam numa gradual e constante perda da confiança na Justiça e representam uma ampliação do papel dos militares na política que parece ir na contramão do desenvolvimento de um Estado democrático”.
A jornalista e apresentadora de tevê Fátima Turci é a entrevistada do Comunicação S/A desta quarta-feira (16/6). A atração vai ao ar a partir das 14h, na Rádio/TV Mega Brasil Online.
Em tempos de CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito, um tema passou a frequentar o noticiário quando relacionado a depoentes que, de certa forma, têm o que se costuma chamar de “telhado de vidro”.
O receio se comprometer diante da sabatina a eles imposta, fez que com esses personagens, recorressem a um expediente que até aqui, tinha uma conotação bastante diferente de uma ferramenta de subterfúgio a perguntas embaraçosas: o media training.
Desse modo, o media traning passou a compor o vocabulário de senadores, jornalistas e os quase 15 mil espectadores que acompanham diariamente as sessões da CPI da Pandemia e entendido como um truque que subverte a verdade, cria subterfúgios, ludibria a inteligência alheia.
Neste Comunicação S/A, Fátima Turci, analisa este cenário, relembra as origens do media training no Brasil e critica os caminhos que a ferramenta tomou nas mãos, segundo elas, de pessoas despreparadas.
A ABI denunciou ao Ministério Público Federal o uso da TV Brasil para divulgação pessoal de Jair Bolsonaro e de evento religioso.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) denunciou ao Ministério Público Federal (MPF) o uso da TV Brasil para divulgação pessoal de Jair Bolsonaro e de evento religioso. Na denúncia foi encaminhada a Manifestação 20210050138.
Em 9/6 a TV Brasil transmitiu, ao vivo, o Culto Interdenominacional das Igrejas de Anápolis, que teve a participação, entre outros, de Jair Bolsonaro, do ministro da Educação Mílton Ribeiro, e do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência Onyx Lorenzoni.
Segundo a ABI, a participação das três autoridades na transmissão de um culto “é um atentado à laicidade do País e à Constituição Federal, que em seu artigo 37 proíbe a promoção pessoal”.
A Associação pediu ao MPF que investige o evento e adote as providências para impedir a ocorrência de fatos semelhantes.
Nesse mesmo evento, segundo a Agência Lupa, Bolsonaro mentiu sobre fraude em eleições e óbitos pela Covid-19.
A Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) vem desenvolvendo desde o começo de 2021 um projeto especial com o objetivo de, a partir da opinião de executivos das associadas e de outras empresas de mídia, reposicionar e resgatar o valor da entidade.
Liderada por Regina Bucco, profissional com experiência no negócio de revistas − foi vice-presidente da Símbolo Editora e diretora de Marketing da Editora Globo −, a iniciativa é sustentada por três premissas: que a entidade volte a ser relevante para o mercado e para seus associados, que volte a prestar serviços para associados e que sejam criadas novas fontes de receita para a instituição.
O trabalho iniciou-se a partir mais de 50 entrevistas com associadas e ex-associadas, editoras que nunca pertenceram aos quadros da associação, produtores de conteúdo, associações congêneres, prestadores de serviços, mídias digitais, sistemas educacionais e Big Techs e com pessoas das mais variadas áreas de atuação.
Após a análise dessas entrevistas, a Aner deu início às primeiras mudanças na sua forma de atual. A primeira foi a criação de comissões com tempo determinado de atuação, objetivos claros para atender a demandas específicas, ações que levem a entregas efetivas, e, assim, prestar serviços e criar mais engajamento das associadas.
23 jornalistas que atuaram na cobertura do incêndio no Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em Sergipe, foram contaminados.
Vinte e três jornalistas que atuaram na cobertura do incêndio que atingiu o Hospital Municipal Zona Norte Doutor Nestor Piva, em 27/5, em Aracaju, testaram positivo para a Covid-19. O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Jornalistas de Sergipe (Sindijor/SE). A perspectiva é que esse número seja superior diante da provável existência de assintomáticos.
O levantamento apontou que a infecção do vírus atingiu repórteres de rádio, televisão, jornal impresso e portais de notícias, além de repórteres cinematográficos, fotográficos, chefes de reportagem, editores, assessores de comunicação e imprensa, e até motoristas.
O quadro de infectados vai desde profissionais de empresas de comunicação pública e privadas, com atuação, em especial, na capital sergipana. O Sindijor e a Fenaj decidiram por preservar a identidade deles.
O caso chamou atenção para a exposição dos jornalistas que não deixaram de trabalhar desde o início da pandemia, bem como a necessidade de inclusão da categoria no calendário de vacinação contra o vírus. Esses dados fazem parte do dossiê criado pela entidade sindical desde 14/3/2020, quando o Governo de Sergipe, através da Secretaria de Estado da Saúde, registrou oficialmente o primeiro caso da doença.
Milton Alves Júnior, presidente do Sindijor/SE disse que “desde o início deste ano temos chamado a atenção dos gestores estaduais e dos parlamentares sergipanos com atuação em Brasília para a inclusão dos jornalistas no Plano Nacional de Imunização (PNI), e ao próprio plano estadual. Estamos, seja nas atividades externas e/ou nas redações e assessorias de imprensa, diariamente expostos ao risco da contaminação. Esse número referente ao trabalho desenvolvido no Nestor Piva mostra na prática o real nível de vulnerabilidade que enfrentamos”.
No decreto de número 10.288/2020, o Governo Federal definiu como essenciais as atividades e serviços relacionados à imprensa.
Hoje Sergipe tem mais de 2.000 jornalistas profissionais, sendo que desse total pouco mais de 1.400 atuam diariamente na atividade-fim. Fora da modalidade home office, menos de 350 seguem atuando em atividades externas. Desde o início da pandemia, 240 profissionais testaram positivo para a Covid-19 e cinco morreram.