A 16ª edição do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) vai homenagear Elaíze Farias e Kátia Brasil, cofundadoras do site Amazônia Real, com sede em Manaus.
Durante o evento, uma cerimônia apresentada por Marcelo Träsel e Eliane Brum exibirá um documentário sobre o trabalho das duas homenageadas, que se tornaram um símbolo do jornalismo independente.
Formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Elaíze atuou como repórter na imprensa do Amazonas e especializou-se na produção de reportagens com foco em povos indígenas e povos tradicionais, direitos territoriais, direitos humanos, impactos de grandes obras na natureza e nas populações amazônicas, entre outros assuntos. Ao longo da carreira, venceu premiações como Prêmio Imprensa Embratel, Prêmio Onça-Pintada de Jornalismo e Prêmio Fapeam de Jornalismo Científico.
Kátia Brasil é cofundadora e editora executiva do Amazônia Real. Formou-se pela Faculdade de Comunicação e Turismo Hélio Alonso, no Rio de Janeiro, em 1990. Iniciou no jornalismo em 1986, trabalhando nas rádios Tupi e Tropical, no Rio, onde também participou da redação da Revista Momentos e foi fundadora do jornal de bairro Folha de Santa Teresa.
Em março de 1990, mudou-se para a Amazônia e passou pelas redações de O Estado de Roraima, A Gazeta de Roraima, TV Educativa, O Globo, Em Tempo, TV Cultura, O Estado de S. Paulo e Folha de S.Paulo. Em 1991, ganhou o Esso de Jornalismo Região Norte com a reportagem Bandeira do Brasil Hasteada na Fronteira, publicada em A Gazeta de Roraima.
O congresso da Abraji, que tem apoio de divulgação de J&Cia e Portal dos Jornalistas, será realizado de 23 a 29 de agosto. Inscreva-se!
As Olimpíadas de Tóquio ficarão na história por várias razões. A mais óbvia é por terem sido realizadas durante uma pandemia, que levou ao primeiro adiamento desde 1896, tirou o público de cena e desencadeou rejeição no país sede, algo incomum em um evento reconhecido pela hospitalidade dos locais.
Os jogos são também os primeiros depois de as mídias sociais tomaram conta do mundo. Elas existiam há cinco anos, mas não com a dominância de hoje.
São ainda os primeiros em uma época em que saúde mental vai deixando de ser tabu.
Nesse contexto, a terça-feira, 27 de julho, entra para a história como o dia em que duas gigantes do esporte desabaram ao mesmo tempo, atingidas pela dificuldade em lidar com pressões e com as expectativas nelas depositadas. Diferentemente de atletas do passado que sofreram em silêncio, adotaram a transparência.
As histórias têm semelhanças. Simone Biles, de 24 anos, e Naomi Osaka, de 23, eram as grandes estrelas dos Jogos. Ambas têm patrocínios milionários, aumentando a responsabilidade de brilhar. E são engajadas em causas sociais.
Mas há diferenças em como se posicionaram. Biles não se voltou contra a mídia. Corajosa, encarou uma entrevista coletiva em que chorou e expôs os sentimentos.
Já Osaka seguiu o padrão inaugurado há dois meses em Roland Garros, quando se recusou a participar das coletivas, abrindo uma crise que rendeu multa e levou-a a desistir do torneio. Mesmo nas duas partidas que venceu em Tóquio, conversou com poucos jornalistas, respondendo a apenas quatro perguntas.
Não se trata de crítica à tenista, mas uma constatação: para ela, o contato com jornalistas e o tratamento da mídia é o que mais causa desconforto. Curioso, pois Osaka não é maltratada. Mas como qualquer atleta, é indagada sobre seu desempenho.
Em alguns casos os questionamentos vão além. O australiano Will Swanton, celebridade da mídia esportiva, criticou em um artigo a escolha de Naomi Osaka para acender a pira representando o Japão, já que vive na América desde os dois anos. Não deve ter ajudado a melhorar sua relação com a imprensa.
Desta vez, as redes sociais disseminaram uma onda de apoio. No entanto, elas fazem parte de uma engrenagem que aumenta a exposição dos atletas e que contribuiu para exacerbar as pressões.
Simone Biles expressou isso, ao dizer na coletiva: “Tem dias que todo mundo tuíta sobre você, fazendo sentir o peso do mundo”.
Por isso, as atitudes da ginasta e da tenista foram transformadoras. Mesmo sendo atletas de elite, elas ousaram revelar fragilidades, correndo riscos de críticas e chacota. Mais do que ajudar atletas, ajudaram a sociedade. E por isso podem se tornar mais heroínas do que se tivessem levado o ouro olímpico.
Solidariedade faz mudar slogan
Reunião do COI muda slogan olímpico
Para organizadores e patrocinadores, ver duas estrelas caírem antes da hora decepciona. Mas o Comitê Olímpico Internacional estava com as antenas ligadas para a necessidade de humanizar disputas ferozes e amenizar tensões.
Até os jogos do Rio, o slogan da competição era Faster, Higher, Stronger (Mais rápido, mais alto, mais forte), cunhado em 1896. Na semana passada, os membros do COI aprovaram por unanimidade a adição da palavra together (juntos).
O presidente da entidade, Thomas Bach, explicou o motivo: “A solidariedade alimenta nossa missão de tornar o mundo um lugar melhor por meio do esporte. Só podemos ir mais rápido, só podemos almejar mais alto, só podemos nos tornar mais fortes permanecendo juntos − em solidariedade”.
A LLYC levou o atual diretor-geral Cleber Martins à Presidência do Conselho Consultivo, e repatriou para o lugar dele Thyago Mathias.
Thyago Mathias assume a direção-geral e Cleber Martins, a Presidência do Conselho Consultivo
A LLYC (LLorente & Cuenca) fez um movimento estratégico em seu corpo diretivo no Brasil. Levou o atual diretor-geral Cleber Martins, que liderou o crescimento da operação nos últimos três anos, à Presidência do Conselho Consultivo, e repatriou para o lugar dele Thyago Mathias, que ali atuou como diretor sênior entre 2013 e 2020.
A ida de Cleber para o Conselho, segundo comunicado assinado porJuan Carlos Gozzer, diretor-geral para a América do Sul, tem o objetivo de “fortalecer a estratégia e a proposta de valor de mercado”.
Formado em Jornalismo e em Direito, Thyago, em seus 18 anos de jornada profissional, passou por órgãos públicos e grupos de mídia que incluem TV Globo, UOL, Fundação Getulio Vargas, Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e empresas do setor privado.
Está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto de lei (PL) que proibirá a cobrança pelo acesso a matérias consideradas de “caráter público”. O texto é de autoria do deputado federal Bosco Costa (PL-SE).
O PL visa a garantir os princípios de acessibilidade, universalidade, igualdade e justiça social atribuídos à internet. O texto deverá ser um acréscimo ao Marco Civil da Internet. Caso seja aprovada, a nova lei será aplicada especificamente a notícias com informações provenientes de sites governamentais ou de serviços, e em veículos de comunicação nos quais há algum tipo de cobrança de assinatura.
Como exemplo, o deputado cita a matéria Meu INSS já informa o 13º de 2021; veja calendário e valores, da Folha de S.Paulo: “A cobrança de valores associados a uma notícia pode ser viável, desde que o conteúdo não integre informações de natureza pública, como campanhas de vacinação, políticas de recadastramento de idosos e programas para regularização de documentos”.
Um perfil falso do portal G1 no Twitter fez uma postagem também falsa, que incitou ataques à apresentadora da CNN Brasil Daniela Lima. O post dizia que ela havia classificado o incêndio na estátua de Borba Gato, em São Paulo, como “pacífico” e que os responsáveis estavam de máscara, o que não aconteceu.
Daniela nem sequer estava entre as apresentadoras que noticiaram o ocorrido. Mas a postagem falsa acabou viralizando, o que gerou uma onda de ataques e ameaças à jornalista.
Sobre o ocorrido, Daniela escreveu no Twitter que “falsear, dar a pior interpretação possível, editar coisas que eu disse, já tinha visto. Inventar algo que nunca foi dito por mim, quando eu estava em casa, com minha família… Inédito. Disfarçada de piada, a extrema direita avança sobre limites nunca vistos. Não ficará impune”. Ela também divulgou algumas das ameaças que recebeu.
Segundo checagem do Estadão Verifica, a conta falsa foi criada em março de 2021 e muitas de suas postagens envolvem ataques a jornalistas mulheres. Casos anteriores envolvem por exemplo a narradora Natália Lara, do SporTV, e Barbara Gancia. O perfil também fez posts contra opositores de Jair Bolsonaro, como o governador de São Paulo João Dória, a deputada federal Joice Hasselmann e a ex-presidente Dilma Rousseff.
SP: 02/07/2021
Foto de Andrea Assef
Credito: Ana Paula Paiva
Andrea Assef está de saída da Wunderman Thompson, às vésperas de completar dois anos de casa, e a caminho do Publicis Group, onde começa em 2 de agosto. Será head de Comunicação do grupo, que reúne, entre outras, Publicis Brasil, DPZ&T, Talent Marcel, Leo Burnett Tailor Made e Sapient AG2.
Chega para cuidar tanto dos assuntos institucionais, relações públicas, comunicação interna e redes sociais, quanto para ajudar a organização a avançar nas ações de diversidade e equidade racial no Brasil, valendo-se da experiência de ter sido uma das criadoras, em 2017, do 20/20, do programa de equidade racial do mercado publicitário.
O Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji está com inscrições abertas para a sua 16º edição.
O Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji está com inscrições abertas para a sua 16º edição. Este ano, assim como em 2020, o evento será realizado de 23 a 29 de agosto, de forma totalmente online e gratuita em razão das crises sanitária e econômica.
Os temas centrais serão ataques à imprensa, modelos de negócios e sustentabilidade, assédio judicial, segurança digital, meio ambiente, riscos à democracia, racismo, pandemia e desinformação. A edição mantém os cinco eixos tradicionais do Congresso: trabalhos e jeitos de fazer; cenários e tendências; jornalismo sob ataque; aprendizado e teoria; e aprendizado e prática.
Marcelo Träsel, presidente de Abraji, diz que em 2020 imaginava que o congresso de 2021 seria híbrido: “Acreditava ainda poder tomar um café e discutir sobre jornalismo investigativo, mas, infelizmente, a pandemia não permitiu o retorno ao modelo normal. Por outro lado, aprendemos muito com a experiência, ouvimos os participantes e planejamos um congresso virtual mais amigável em termos de horários e duração“.
A diretoria atual também buscou maior diversidade nas oficinas, palestras e painéis, trazendo mais jornalistas de América Latina, África e Ásia para compartilhar experiências de reportagem investigativa e de defesa da liberdade de imprensa.
“Sem nos esquecermos dos desafios da saúde pública e da política, tentamos voltar os olhares para a questão de longo prazo da emergência climática, que exige ações imediatas para garantir o futuro da humanidade”, afirma Träsel. “Além disso, como sempre, vamos aprender com repórteres que publicaram os principais furos em grandes e pequenas redações brasileiras no último ano”.
O Grupo FSB anunciou a compra da Giusti Comunicação. Pelo acordo, o jornalista Edson Giusti, que fundou a empresa há 18 anos, manterá uma participação minoritária, mas a transação prevê opções de compra do restante do capital no futuro.
A movimentação agrega uma nova marca ao portfólio do grupo, que conta ainda com a Loures Consultoria, fundada por Alexandre Loures e adquirirda em 2018, a recém-lançada F5 Business Growth, o Instituto FSB Pesquisa e a Bússola, uma plataforma de conteúdo em parceria com a Exame.
Com a aquisição, o grupo assumirá ainda um portfólio de clientes que inclui Aegea, Ame Digital, Alpargatas, EDP, Grupo SBF, Centro Paula Souza, Centauro, SBT e Estadão.
Segundo Marcos Trindade, sócio e CEO do Grupo FSB, a transação acelera o crescimento da empresa no setor privado, que começou com a compra da Loures e já representa 65% do faturamento. “Depois de crescer 30% ano passado, o faturamento da nossa carteira de clientes privados está em alta de 50% este ano”, explica o executivo.
O Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região de Fortaleza deu ganho de causa ao apresentador Kaio Cezar em processo contra a Globo e outras três empresas: TV Verdes Mares (afiliada Globo no Ceará), TV Diário (do Sistema Verdes Mares) e Rádio Verdes Mares. Ele deve receber em torno de R$ 2 milhões em indenizações, mas o valor total ainda está sendo calculado pelo tribunal que julgou o caso.
Em fevereiro de 2019, Kaio pediu demissão ao vivo, dizendo que “não abre mão do respeito e da dignidade para estar em lugar nenhum”. No processo, ele acusa Paulo César Norões, ex-diretor de relações institucionais do Sistema Verdes Mares, de assédio e danos morais. O apresentador apresentou provas dos constrangimentos feitos contra ele e a esposa.
O âncora alegou também no processo que a Globo se aproveitou da força de trabalho e pouco fiscalizou a situação à qual ele e seus colegas foram submetidos na TV Verdes Mares em transmissões do SporTV e do Premiere. Relatou que não recebeu remuneração por trabalhos que fez, como na Copa do Mundo de 2014. No torneio, Kaio foi responsável pela coordenação de entradas ao vivo. Segundo o processo, a Globosat repassava o dinheiro para a TV Verdes Mares, que não pagava o apresentador.
O jornalista provou que Paulo César o mandou “tomar no c…” durante uma reunião no Sistema Verdes Mares, além de fazer piadas machistas contra sua mulher pelo fato de ela ter um filho de uma união anterior.
O juiz do trabalho Adalberto Ellery Barreira Neto, que julgou o caso, declarou que “os fatos em questão ofenderam a honra e a dignidade do reclamante, sendo que xingamento do nível ‘vai tomar no c…’, proferido em reunião, e brincadeira machista e de extremo mau gosto envolvendo o fato de a esposa do reclamante ter um filho de união anterior, na presença de colegas de trabalho, não são fatos corriqueiros e muito menos são compatíveis com o respeito recíproco que deve permear a relação de emprego”.
Durante o processo, o Sistema Verdes Mares também entrou na Justiça contra Kaio Cezar pelo fato dele ter se demitido ao vivo. A emissora declarou que o ocorrido teria causado danos morais à empresa. A Justiça não concordou e deu ganho de causa ao âncora em duas instâncias.
A Globo declarou que não comenta casos sub judice.
A Vivo lançou no Twitter o bot4%, para promover o esporte feminino. O nome do projeto faz referência a um estudo da Unesco que mostrou que, de toda cobertura esportiva mundial, apenas 4% do espaço é dedicado às modalidades praticadas por mulheres. A iniciativa faz parte do movimento #JogueComElas.
O objetivo é aumentar em até cinco vezes o número de menções aos esportes femininos na plataforma. Para isso, basta marcar @4porcento_bot em um tuíte e o bot postará uma notícia sobre o esporte feminino. Se quiser um texto sobre um esporte específico, é só escrever junto a hashtag do esporte.
Isabela Marangoni, creative data líder da Soko, agência responsável por desenvolver a ação, declarou que a disparidade dos números de cobertura de esportes praticados por mulheres e homens é assustadora: “Essa disparidade não só nos chocou como serviu de inspiração para pensarmos em uma campanha que pudesse mobilizar a imprensa e todos os canais de mídia, como influenciadores, a doarem espaços para falar mais sobre as mulheres no esporte e diminuir esse hiato presente entre o universo feminino e masculino nos veículos de comunicação”.
Marina Daineze, diretora de marca e comunicação da Vivo, explicou que campanha foi criada “para impactar as pessoas sobre a desigualdade entre gêneros no esporte, mas também incentivar mulheres a buscarem seu espaço. No cenário esportivo, sabemos que é preciso mudar a realidade que temos hoje, garantindo a representatividade feminina e inspirando as jovens atletas”.
Durante os Jogos Olímpicos, o 4% bot vai estimular que as pessoas consumam mais conteúdos ligados ao esporte feminino. O projeto conta com a parceria de mais de dez perfis de criadores de conteúdos voltados às mulheres no esporte.